Ela não precisava de nada, afinal.

Talvez precisasse apenas dele, mas era orgulhosa demais para admitir. Ou tola demais. Às vezes, se perguntava se aquilo era realmente ódio ou se estava apenas confusa – mas, ah, não. Bellatrix Lestrange nunca ficava confusa, e nem tinha motivos para tal coisa. E, ainda assim, o rosto dele lhe assaltava em sua mente e seu cheiro intoxicante parecia segui-la como uma sombra. Não era simples e, ao mesmo tempo, era absurdo demais para ser complicado. Era errado – não que ela se importasse, mas era. Era e não deixava de ser. Era o que tinha de ser.

Ele sempre reprimiu tudo em algum lugar obscuro e quase inexistente dentro de si. Tinha a esperança de que se esvairia, como fumaça, com o tempo. Esperanças vãs – algo daquela amplitude o consumiria. Era uma obsessão; foi a melhor palavra que encontrou para definir. E obsessões não tendem a ser saudáveis. Não tendem a melhorar. Mas tendem a enlouquecer as pessoas.

Talvez ambos já fossem loucos e não soubessem como escapar.

Eles poderiam resolver tudo se não houvesse tantas diferenças e tanto orgulho. Se não fossem tão fracos, tão opostos e ao mesmo tempo tão iguais. Poderiam colocar um fim naquela loucura interior. Porque, afinal, Sirius era Sirius e Bellatrix era Bellatrix. Mas, juntos, eram diferentes – eram um só. Não havia como serem separados, não quando as diferenças em um era o que completava o outro. Era necessário apenas um eterno momento para isso. E então uma pergunta dele, a resposta dela e tudo continuou a ser como antes.

"Você me ama?"

"Não."


NA.: Curta, simples, mas espero que tenham gostado. Gosto de reviews, by the way. :-)