Disclaimer: Todos os personagens de Inu Yasha pertencem à Rumiko Takahashi. Essa fanfiction não tem fins lucrativos.


N/A: Essa fic não é lolicon. Quando tiver lemon, a Rin vai estar crescida. Por enquanto, eu vou só mostrar como o 'tormento' do Sesshoumaru-sama começou.

N/C:

O que está entre - "aspas" é fala/diálogo.

O que está entre - (parênteses) é discurso no pensamento, ou seja, o personagem está pensando/'falando' com si mesmo, SEM pronunciar em voz alta.

Haori: A "camisa" tradicional japonesa.

Hakama: A "calça" tradicional japonesa.

Bakusaiga: a espada do Sesshoumaru

Katana: espada japonesa

Shirou: castelo

Kappa: youkai aquático. Têm bico amarelo, pele verde, uma casca de tartaruga nas costas, cabelo preto com corte estilo "franciscano" (formato de "cuia" e careca no meio), membranas entre os três dedos de cada mão e cada pé etc. Pode ser bom ou mau.

Anou: Hã; Er; Heim

Gomen: Desculpa

-sama: sufixo que significa 'senhor' com o mais alto respeito


Capítulo 1: A Decisão


Não demorou muito para que Rin voltasse a viver e a viajar com Sesshoumaru. A garota ficou morando com Kaede por apenas alguns meses. Só o suficiente para que a velha miko lhe ensinasse sobre o ciclo das fêmeas humanas.

Inicialmente, o planejado era que Rin residisse na aldeia por, pelo menos, alguns anos. Ou, talvez, para sempre. Dependendo das escolhas que a menina faria. Mas não houve uma única ocasião em que Rin não suplicasse para voltar com seu protetor. Todo o tempo que ele regressava para visitá-la, geralmente uma vez por semana, a criança pedia com insistência para retornar com seu mestre.

Até que o príncipe das terras do oeste aceitou. Era mais fácil para ele, de qualquer forma.

Visto que foi Kaede que teve a idéia de trazer a menina para viver com ela, o nobre youkai falou no seu tom rotineiro: - "A menina voltará a viajar com este Sesshoumaru".

A anciã suspirou derrotada, pois não tinha mais argumentos para tentar mudar a idéia daqueles dois: - "Está bem. Vou ajudá-la a preparar as coisas dela".


Passou-se algum tempo e Rin tinha acabado de fazer 13 anos de idade. A jovem estava alegre como sempre e era muito grata por poder viajar com seu senhor.

E quanto ao Jaken, todos os dias agradecia aos deuses pela menina estúpida ter retornado. Porque, quando a criança burra tinha permanecido longe, seu mestre ficou com um mau humor insuportável e sempre sobravam chutes, socos e pedradas para ele, não importava quão mínimo o erro que o pequeno youkai tinha cometido.


Era de madrugada. Numa floresta densa e escura, Rin, Jaken e Ah-Un estavam dormindo perto de uma fogueira que já quase se extinguia. A pré-adolescente e o youkai verde permaneciam confortavelmente encostados na barriga do dragão de duas cabeças e cobertos para se aquecerem. Era primavera. As noites ainda eram frias, mas o ar estava carregado pela fragrância das flores e vegetação nova.

Sesshoumaru voltava para o acampamento. Correndo com sua velocidade sobrenatural dentro da mata.

Ele saia à noite para se alimentar. O aristocrata assumia sua verdadeira forma e devorava um ou dois bois dos rebanhos dos humanos. Não comia na frente dos seus companheiros.

Foi quando ele sentiu um cheiro muito doce que o surpreendeu.

Por alguns segundos o nobre não identificou o que era até sua mente raciocinar: - (Uma fêmea no cio!).

Um faro destreinado poderia facilmente confundir o aroma com o de uma flor exótica. Era diferente de tudo o que ele havia experimentado antes, durante sua longa vida.

Sentiu a reação do seu corpo... Ele já estava pronto...

O príncipe parou a sua corrida e respirou fundo: - (Uma fêmea humana!).

O cheiro era fraco: - (A fêmea está distante) - Sesshoumaru concluiu.

O inu daiyoukai decidiu seguir aquele odor. Fazia muito tempo que ele não havia tido o prazer de acasalar com uma fêmea. Se fosse uma cortesã, o jovem faria questão de tê-la por uma noite. Depois que o período fértil dela passasse, é claro.

E seria a sua primeira... sua primeira humana...

A imagem de Rin veio à sua mente.

E novamente ele parou.

- (Por quê?).

O acampamento não ficava longe. Então o nobre decidiu ver como seus companheiros estavam.

E ver como Rin estava...

Chegar àquela clareira foi como levar um forte soco na boca do estômago.

Sesshoumaru olhou para a criança humana.

Paralisado.

Atônito.

- (É... ela?).

O jovem mestre youkai ficou ali. Parado. Mirando o rosto de Rin enquanto ela dormia pacificamente. A única parte dela que estava à mostra, já que o resto era coberto por uma manta grossa por causa do frio.

- (Portanto... a fêmea não estava distante...) - Foi a conclusão óbvia - (O cheiro não é... fraco. Apenas... está imaturo...).

Um leve arrepio percorreu a coluna do daiyoukai. Como se um relâmpago tivesse iluminado suas idéias.

- (Ainda está imaturo... por enquanto...).


O príncipe nunca tinha imaginado que Rin, algum dia, cresceria. A imagem da criança estava arraigada em sua mente. Ele fez questão que fosse assim. O nobre evitou pensar, sem saber o porquê, que um dia ela se desenvolveria.

Por um instante, Sesshoumaru ficou com raiva de si mesmo, mas não deu outro segundo de atenção à sua autocrítica. Ele nunca foi do tipo que se condenava. Unicamente, o inu ficou surpreso. Desde pequeno ele sofreu um rigoroso treinamento. Nada menos do que os maiores senhores youkais recebiam.


O treinamento consistia de autoconhecimento e autocontrole. Afinal, sedução também é uma arma. Uma tática de guerra. E era comum que incontáveis fêmeas tentassem atraí-lo para todo tipo de fim. Espionagem, proteção, concubinato, prostituição, prazer, vaidade e poder total, ao seu lado, como sua companheira.

Eram raras as fêmeas que tinham sentimentos verdadeiros pelo príncipe. Por isso, as que tinham, como Kagura ou Sara-hime, tinham seu respeito, apesar dele não corresponder.

O objetivo do treinamento, que o daiyoukai alcançou com êxito, era o autocontrole supremo. Seu corpo não reagiria se ele não quisesse. Por isso, Sesshoumaru não se entregaria facilmente às paixões como a maioria dos youkais inferiores fazia.

Suas experiências passadas foram de cortesãs. De luxo, é claro. Fêmeas belíssimas que estudavam e treinavam arduamente para aprender a entreter os machos.

E, também, ele se aproveitou das mais oferecidas. Nobres, na sua maioria. O aristocrata escolhia a dedo. Não gostava de simplicidade.

Usava e dispensava.


E foi isso que lhe deu uma pontada de raiva. Tanta disciplina e Rin... Ela fez o corpo dele reagir. Sem ele querer...

Como o príncipe não prestou mais atenção a isso, ele se apegou às suas dúvidas: - (Como isso pôde acontecer? Este Sesshoumaru descobrirá...) - Decidiu esperar seus companheiros de viagem acordarem, enquanto seu corpo acalmava...


O Sol nascia quando Rin acordou. A criança levou um susto. O daiyoukai estava sentado, encostado numa árvore, do lado oposto ao dela, olhando fixamente para a menina.

- "Ah! B-bom dia Sesshoumaru-sama".

Como ainda estava frio a jovem puxou a manta mais para si, o que fez Jaken acordar.

- "Não puxe a coberta toda para você, baka".

- "Ah! Gomen, Jaken-sama".

Sentado, o nobre disse com seu tom imperativo: - "Jaken. Levante-se".

Jaken pulou prontamente e prostrou-se: - "Ssim Ssessshoumaru-ssama".

O ato fez com que toda a coberta saísse de cima da criança, fazendo com que ela soltasse um suave resmungo por causa do frio.

O cheiro dela veio como uma violenta onda pra cima do inu youkai e ele soltou um inaudível grunhido. Seu membro reagiu novamente. Por sorte, o guerreiro tinha sua armadura.

O príncipe pegou um graveto e jogou com força na cabeça do seu pequeno servo.

- "Au!".

- "Não descubra a menina".

- "H-hai Ssessshouma-ssama".

- (Isso já está ficando ridículo. O que este Sesshoumaru fará? Terei que deixá-la novamente na vila humana...) - Lembrou do que aconteceu quando Rin voltou a viver com ele: a criança o fez prometer que nunca mais a 'abandonaria' - (Este Sesshoumaru sempre a visitou e mesmo assim ela sentiu-se desamparada) - Pensou com um leve tom de indignação.

A pré-adolescente usava um kimono lilás com bordados brancos em forma de espirais. Ela parou na frente de seu senhor e perguntou com seu tom inocente: - "Nós iremos partir, Sesshoumaru-sama?".

O daiyoukai se recompôs: - "Sim".

- "Então Rin vai ao banheiro... Hã?".

Antes de a jovem sair, seu protetor havia puxado-a pelo pulso, fazendo com que ela se inclinasse para ele. Cheirou seu pescoço rapidamente e então a soltou, deixando a menina confusa.

Friamente, o príncipe mirou Jaken, que observava a cena sem entender.

- (Lá vem...) - Pensou o pequeno youkai. Já conhecia seu mestre o suficiente para saber que ele estava irritado.

- "Porque fez isso Sesshoumaru-sama?" - A criança esfregou com uma mão a parte do pescoço que tinha se aquecido com a respiração dele.

- "Porque este Sesshoumaru quis".

- "Hã?".

- "Faça o que tem que fazer. Rápido".

- "H-hai".

A pré-adolescente saiu correndo em direção a um córrego que passava ali perto: - (Sesshoumaru-sama está bravo...).


Assim que a garota saiu, o inu youkai olhou fixamente para seu servo: - "Jaken".

O youkai verde engoliu em seco e prostrou-se: - "Ssim, messtre".

- "Não durma mais junto à menina".

Surpreso, o pequeno ser ergueu a cabeça e encarou seu senhor, que ainda se encontrava sentado no chão: - "Hã?".

- "Não quero sentir mais seu cheiro misturado ao dela" - Agora, não queria o 'fedor de Jaken' impregnado à fragrância de sua protegida.

- "Hã... p-porque, meu amo?".

- "Ousa questionar-me Jaken?".

O servo pôs a cabeça no chão novamente: - "N-não, Ssessshoumaru-ssama. Este Jaken irá fazer como sseu messtre ordena".

- (Que esstranho... porque Ssessshoumaru-ssama está sse importando com issso agora. Ssempre fui eu quem cuidou da menina estúpida...).

Jaken era de uma espécie de youkai que não tinha o faro muito aguçado. Sua maior habilidade natural era a visão noturna e, mesmo assim, inferior à capacidade de seu mestre.


- (Interessante... ela está no cio, mas não está excitada. Diferente de uma fêmea youkai... Na maioria das vezes, o cio vem junto com o desejo...) - Inquieto, o nobre respirou fundo e olhou para o céu - (O corpo dela não está pronto para receber um macho, de qualquer forma) - Pensou na forma sem curvas da criança.


A menina tinha feito suas necessidades na floresta e agora se encontrava lavando o rosto e a boca no córrego. Sentiu seu estômago reclamar: - "Rin está com fome..." - Ponderou em voz alta.

- (Rin não deve atrapalhar Sesshoumaru-sama. Assar peixes vai demorar muito...) - A jovem suspirou - (É melhor Rin encontrar alguma fruta...).

Nesse momento, ela ouviu passos rápidos na floresta como o farfalhar da mata e o quebrar de galhos.

Quando a garota virou-se na direção do barulho, ela viu um youkai.

Era uma 'espécie' de kappa.

Verde escuro, magro e uns vinte centímetros mais alto do que ela. Usava uma haori preta e uma hakama azul marinho. Seus pés descalços eram semelhantes aos de Jaken, só que tinham unhas pontudas. Tinha os cabelos negros, muito curtos, só no topo da cabeça. Os olhos eram grandes e a íris era preta. Tinha um bico curto, amarelo, que contrastava com seu tom de pele.

Num tom engraçado, ele riu: - "He, he".

- "Anou... quem é você?".

O youkai falou lentamente, enquanto media a jovem da cabeça aos pés: - "Humana...".

A pré-adolescente temeu. Aquele youkai parecia fraco e burro, mas tinha algo estranho. Algo que ela desconhecia até o momento.

- "Hum... Rin vai embora agora".

Quando a menina se virou, o kappa segurou seu pulso.

Era a segunda vez que aquilo lhe sucedeu naquele dia.

Entretanto, o youkai verde segurou com força.

De imediato, seu medo tornou-se real.

Aquilo, claramente, era uma ameaça, apesar dela não saber quais as verdadeiras intenções daquele ser aquático.

Por instinto, a criança puxou seu braço para si, mas o macho apertou mais seu pulso e machucou-a.

- "He he... Fêmea... O seu cheiro não me engana... Você está pronta... Vou enchê-la com meus filhotes".

A garota arregalou os olhos e tremeu...


Ela nem precisou gritar.

O vento mudou de direção e ele já sabia.

Ele correu para ela.


O kappa estava rindo.

- "Nããããooo! ME SOLTA!".

A garota usou toda a sua força e seu peso para tentar livrar-se.

- "ME SOLTA! Sess...".

Em questão de segundos o agressor puxou-a contra si. Virou-a de costas. E jogou a jovem no chão.

Rin caiu de quatro no solo.


Sesshoumaru estava sentado esperando a menina e observando, sem interesse, Jaken carregar Ah-Un com as coisas deles.

Então seu faro pegou um cheiro que fez com que o príncipe prendesse a respiração.

Não era só o fragrância de um youkai comum.

Era o 'fedor' de um macho excitado.

No mesmo segundo, o nobre percebeu o que estava acontecendo.

Seu sangue ferveu.

E seus olhos já tinham mudado para o carmim.


O youkai sentou-se na cintura dela, para segurá-la. A menina não agüentou o peso e esparramou-se na terra. Como estavam na beira do córrego, sujou seu kimono de lama.

- "SESSHOUMARU-SAMAAAA!".

O peso sobre seu corpo foi eliminado.


O quê o guerreiro viu fez com que ele somente enxergasse vermelho.

Aquele ser imundo estava sentado em cima de Rin, com a mão dentro de seu hakama, tentando deixar seu falo à mostra.

O jovem inu cerrou os dentes com tanta força que feriu seu lábio inferior.

O kappa não viu nada.

Sesshoumaru enfiou sua Bakusaiga pela boca do youkai aquático. A espada atravessou a cabeça e sua ponta saiu pela nuca.

O jovem mestre nunca tinha apertado tanto a empunhadura de sua katana.

Ele ergueu sua Bakusaiga e tirou o defunto de cima da garota.

A cabeça foi sendo empalada até o meio da espada.

O príncipe rosnou alto.

Aquela coisa nojenta estava com seu pênis à vista.

Antes de Rin ver, o daiyoukai enfiou suas garras na cintura e injetou uma grande quantidade de ácido.

O corpo derreteu instantaneamente.


A menina sentiu que o youkai tinha saído de cima dela.

Então, ela ouviu um rosnado e sentiu o cheiro doce do ácido.

Era Sesshoumaru.

A pré-adolescente ajoelhou, sentou e ergueu a cabeça para ver seu protetor.

O inu daiyoukai olhava para o horizonte e estava com sua katana na mão. Ainda havia a fumaça que soltou do corpo derretido. E os restos mortais no chão.

A garota não sorriu como das outras vezes que ele a salvava.

Ela chorou silenciosamente.

Chorou porque sentiu muito medo.

E porque ficou aliviada.

- (Sesshoumaru-sama...) - pensou com gratidão.

Teve vontade de abraçá-lo.

Mas não o fez.

Jaken já havia ensinado que 'uma simples humana não deve tocar o senhor Sesshoumaru'.

No entanto, não foi só por isso.

Ela era uma menina impulsiva, que abraçaria seu mestre sem pensar.

Era, porquê, Sesshoumaru-sama estava estranho.

Ele estava muito ofegante. O inu rosnava baixo enquanto respirava. Seus olhos estavam vermelhos. Suas marcas de youkai estavam espessas e disformes.

Rin ficou observando seu protetor.

Quieta.

E ela começou a sentir-se estranha.


- (Está decidido! Este Sesshoumaru vai deixá-la na aldeia) - Conversou com si mesmo.

Lembrou-se que não poderia morar com ela, pois a menina viveria com Kaede, Inu Yasha, Kagome e com os outros camponeses.

- (É isso o que ela é! Uma camponesa! Uma simples camponesa humana! Ela vai viver entre eles. Crescer entre eles. Aco... Acoplar-se... com um deles...).

O daiyoukai fechou o cenho intensamente: - ('Casar'! É assim que eles chamam... Eles 'casam'... cedo. Depois do primeiro sangramento... Ela sangrará daqui a duas semanas... aproximadamente...).

Respirou fundo. Seu corpo estava muito tenso e não parecia melhorar.

No ar, o fedor daquele verme. O cheiro do ácido. A fragrância do medo. E o aroma de Rin.

- (Se este Sesshoumaru levá-la para a vila, não faltarão pretendentes. Não a deixarão em paz. Kaede vai escolher um deles... ou... talvez... ela própria escolha...).

Sentiu um tipo de ira desconhecido para ele.

- (O macho vencedor não deixará de acasalar com ela um só dia... Ele vai enchê-la de filhotes).

Apertou os dentes: - (Não! Este Sesshoumaru vai protegê-la desse lixo!).

Virou-se para a jovem e disse definitivamente: - "Está decidido! Iremos para as terras do oeste. Para o meu shirou".


Por favor, eu gostaria de receber críticas construtivas: erros de português, palavras em japonês, algo que você não conseguiu entender o que eu quis dizer etc.

Mas espero que, no total, vocês tenham gostado.

Até o próximo capítulo!