Lynne Graham

Adaptação.

Personagens pertencentes a Lynne Grahame Stephenie Meyer

Historia pertence a Lynne Graham.

O príncipe Edward tinha três regras:

― Nunca dormir com uma mulher virgem

― Nunca dormir com uma empregada

― Não se casar jamais

Isabella Swan não era mais do que uma faxineira, mas o sexy sheik não pôde resistir a seus encantos e não demorou muito para acabarem na cama. Isabella era inocente, pobre…, e agora tinha ficado grávida de um príncipe.

Sua honra o obrigava a convertê-la em sua esposa…

Capítulo 1

Sua majestade o príncipe Edward Anthony Masen Cullen chegou a sua preciosa propriedade escocesa pouco antes das oito da manhã.

Como de costume, tudo estava preparado e arrumado para sua chegada com o luxo e o detalhe ao que tinha direito por nascimento.

Uma limusine de vidros escuros o tinha recolhido em seu aeroporto particular onde pouco antes tinha aterrizado seu avião.

Ninguém tinha se acercado a ele em nenhum momento, pois disso se cuidava muito seu pessoal, já que a Edward lhe agradava manter sua privacidade e era um homem muito reservado.

Depois de fazer umas poucas perguntas ao encarregado de sua propriedade escocesa, Mike Newton, que o acompanhava na limusine, ambos tinham sumido num cômodo silêncio.

O único caminho que levava até o Castelo Volturi era de terra e serpenteava durante alguns vinte quilômetros através de pradarias verdes rodeadas de montanhas azuladas.

O entristecedor e majestoso silêncio daquela paisagem e seu maravilhoso céu azul recordavam ao Edward o deserto, que amava com a mesma paixão que aquele lugar.

Edward sempre procurava o resguardo e a força da natureza depois de ter se visto submerso na frenética vida da cidade.

A limusine começou a descer para o frondoso vale onde estava situada sua propriedade quando um rebanho de ovelhas obrigou o veículo a deter-se. Junto a ele também havia esperando uma mulher de cabelo morron em uma bicicleta.

Ao chegar a seu lado, Edward girou a cabeça e se deu conta de que não se tratava de uma mulher qualquer, mas sim de uma garota muito jovem de cabelo chocolate e não so morron. Tratava-se de uma jovem magra e linda de enormes e inteligentes olhos e boca pequena e atraente.

Apesar de que não usava roupa elegante, nada podia esconder que tinha um corpo tão puro e belo como o daquele anjo que Edward tinha visto uma vez em um manuscrito.

Entretanto, não houve nada de angélico na instantânea descarga de desejo que Edward sentiu por aquela mulher e que foi tão intensa, que o surpreendeu, já que fazia muito tempo que não se sentia atraído tão fortemente por uma mulher.

― Quem é essa mulher? ― perguntou ao encarregado do castelo, que estava sentado frente a ele.

― Isabella Swan, majestade ― respondeu Newton. ― Parece-me que foi contratada para fazer a limpeza no castelo ― acrescentou ao ver que o sheik não se dava por satisfeito.

A Edward jamais lhe ocorreria deitar-se com uma empregada e inteirar-se de que trabalhava para ele de criada o incomodou sobremaneira, pois era um homem muito exigente em seus gostos.

― Nunca a tinha visto ― comentou.

― Isabella Swan não gosta de chamar a atenção ― respondeu Newton.

― Mas suponho que estará acostumada a chamar a atenção, tendo em conta quão bela que é ― comentou Edward.

― Não acredito, porque, pelo visto, seu pai é um tipo muito religioso com fama de ser muito rígido em casa ― explicou-lhe fazendo uma careta de desgosto.

Ao dar-se conta de que a estava olhando fixamente, Edward afastou o olhar justo no momento em que o veículo iniciava a marcha de novo.

O que o encarregado do castelo lhe acabava de contar o tinha surpreendido e Edward se perguntou onde terminava a devoção religiosa e começava o fanatismo.

A vida do Volturi girava em torno das atividades da igreja e as pessoas que ali viviam tinham um código de valores diferente ao que reinava na ambiente mais liberal da alta sociedade.

Por ali, as pessoas eram muito conservadoras, o que surpreendia aos que chegavam de fora, e Edward supunha que aquilo se devia a que aquele lugar tinha ficado isolado do mundo durante muito tempo.

Encontrava-se muito a gosto ali, muito mais a gosto que imerso em uma cultura mais lassa, já que no Dhale, o reino do Oriente Médio onde tinha nascido, a disciplina também era restrita e ele estava acostumado e gostava.

Ali, era muito fácil diferenciar o bem do mal, e o bem comum sempre estava por cima do bem individual. Pouca gente se atrevia a saltar-se aquelas normas tão claras, e os que o faziam tinham que sofrer o rejeição social.

De igual maneira, Edward aceitava as limitações que o destino lhe tinha imposto e sabia que cada vez que se deitava com uma mulher não conseguia mais que substituir durante umas horas à mulher a que realmente amava, uma mulher com a que jamais poderia estar.

Aos seus trinta e dois anos assim era sua vida embora não gostasse.

Sua família se esforçava em lhe apresentar as mulheres para ver se gostava de alguma e decidia casar-se. Ou melhor, isso era exatamente o que tinha que fazer, escolher a uma das candidatas e dar esse passo.

Edward era consciente de que havia muitas mulheres que estariam encantadas de casar-se com ele porque em troca teriam filhos, riquezas e o prestígio de ter uma maravilhosa posição social.

Naquela equação não havia lugar para o amor e assim devia ser.

Em seu mundo, o casamento estava regido pelo pragmatismo, os contatos familiares e, sobretudo, a idéia de ter um herdeiro.

De momento, seu pai respeitava profundamente seu desejo de permanecer solteiro, mas Edward era consciente de que era o próximo na linha de sucessão e de que, cedo ou tarde, ele também teria que se casar e dar um herdeiro ao reino.

Para ele, o fato de não possuir nem um só átomo de romantismo em seu corpo era uma grande satisfação, pois lhe tinha permitido manter seu temperamento apaixonado a raia.

Era um homem que sempre se enfrentava à verdade por mais difícil que fosse, jamais cometia erros estúpidos e era consciente da família em que tinha nascido e das responsabilidades que aquilo entranhava, assim seria muito mais inteligente de sua parte aceitar a necessidade de encontrar uma esposa em lugar de perder o tempo admirando a uma muito bonita, mas completamente inaceitável mulher ocidental que não era nada mais que uma empregada...

― Não sabe o que diz ― disse Angela Weber para Bella se sentando no desgastado banco de madeira e acendendo um cigarro apesar de que fosse proibido fumar no castelo. ― Seu pai jamais a deixará ir para a universidade.

Bella seguiu limpando uma delicada molheira de porcelana de Sevres.

― Eu acredito que agora que se casou com Irina fique mais fácil.

― Certamente, apesar de todas as rezas e as preces, não duvidou em cortejar outra mulher pouco depois de que sua mãe morrera. As pessoas dizem que gosta que lhe tenham bem atendida a casa ― riu a ruiva. ― Ele pode fazer o que quiser, mas não vai consentir que você saia de casa porque trabalha e lhe leva seu salário e todos por aqui sabemos quão avaro é Charlie Swan!

Bella teve que fazer um grande esforço para não fazer uma careta de desgosto ao inteirar-se de que a austeridade de seu pai era de domínio público.

As francas opiniões de Angela e seu pouco tato eram causa habitual de fricção com outros membros do serviço, mas Bella a perdoava porque sabia que no fundo tinha bom coração.

― Angela...

― Sabe que tenho razão. Inteirei-me de um par de coisas de sua casa e a verdade é que me parece terrível.

― Eu nunca falo de minha vida familiar ― objetou Bella.

Angela pôs os olhos em branco.

― Aposto o meu pescoço que você cozinha e limpa a casa, e assim é impossível que Irina queira que vá embora. Bella, você tem vinte e dois anos e já é hora de que compreenda que a única maneira de te liberar de tudo isso e de ter uma vida própria é que saia correndo daqui a toda velocidade.

― Já o veremos ― respondeu Bella.

Bella era consciente de que necessitaria de muito dinheiro para poder se tornar independente, e fugir da casa de seu pai lhe parecia uma covardia. Além disso, fazê-lo só a levaria a pobreza mais terrível e ela queria alugar uma casa decente e ter um bom futuro.

Bella se disse pela enésima vez que o que tinha que fazer era ter paciência.

Fazia somente um mês e meio que tinha começado a trabalhar e, dado que seu pai ficava com a maior parte de seu salário para mantê-la, ia demorar ainda alguns meses para poder economizar algo para ir embora.

Tinha que agüentar. Seu trabalho, embora fosse muito humilde, era muito prezado para ela. Bella adorava trabalhar rodeada do esplendor medieval do castelo, cujos magníficos arredores eram uma fonte de fascinação sem fim para ela.

Ir a seu lugar de trabalho todas as manhãs de bicicleta lhe dava um sentimento de liberdade que fazia muito tempo que lhe tinha sido negado e o poder de mesclar-se com outras pessoas também lhe agradava sobremaneira, mas também era consciente de que não queria passar toda a vida limpando, e de que para poder acessar a algo melhor precisava de qualificação e estudos.

Entretanto, a idéia de ter que se enfrentar abertamente às rígidas normas de seu pai lhe dava medo, já que desde pequena tinha sido educada na obediência mais cega para ele, que era um homem frio e distante, de caráter violento e intimidatório. Renee Swan tinha adoecido quando ela tinha treze anos e Bella tinha cuidado dela, porque seu pai havia dito que aquilo eram «coisas de mulheres».

Bella se tinha visto em tão tenra idade com uma grande responsabilidade. Embora tivesse um irmão, Emmett, cuidar de sua mãe tinha sido só tarefa dela porque ele já tinha bastante trabalho ocupando-se da granja em que viviam.

Assim como tinha sido com Bella, que sempre tinha sido a melhor estudante de sua classe, tinha começado a faltar ao colégio e suas notas tinham começado a piorar paulatinamente.

Seu irmão tinha terminado por discutir com seu pai pela falta de liberdade que impunha em seu lar e, ao final, foi-se de casa.

Então, assim que lhe tinha sido legalmente possível, Charlie Swan fizera que sua filha deixasse de estudar e a tinha trancado em casa para cuidar de sua mãe e fazer-se acusação dos afazeres domésticos.

Durante cinco anos, Bella não tinha saído de casa mais que para ir à igreja e fazer a compra semanal. A seu pai não o fazia nenhuma graça que fosse a nenhum evento social e tampouco lhe permitia as visitas.

Exatamente um ano depois da morte de sua mãe, seu pai se casou com Irina, uma mulher de muito mau caráter cujo principal passatempo era falar mal dos outros.

Em todo caso, Bella lhe estava agradecida porque ela tinha convencido a seu pai para que a deixasse trabalhar lhe dizendo que assim haveria mais dinheiro em casa.

― A veja se pelo menos esta semana, que o sheik está aqui, veja-o e te alegra um pouco a vida ― comentou Angela rindo.

― Para que saiba, esta manhã vi sua limusine ― sorriu Bella.

― A limusine não é nada comparada com ele. Eu somente o vi em um par de ocasiões e, de longe, mas posso lhe assegurar que é o homem mais bonito que vi em minha vida ― respondeu Angela, apagando o cigarro e escondendo o cinzeiro. ― É desses homens pelo que alguém cometeria mais de um pecado.

― Tomarei cuidado então para não cruzar o seu caminho porque não quero perder meu trabalho.

Quando a tinham contratado, tinham-lhe advertido que devia trabalhar no mais absoluto silêncio e que, se alguma vez se encontrasse com o sheik em um corredor, devia ir-se a toda velocidade, assim Bella não achava muito provável que pudesse vê-lo de perto.

― Se eu tivesse seu corpo e seu rosto, faria tudo o que estivesse em minha mão para tropeçar nele ― brincou Angela. ― Se ele gostasse, poderia te afastar de todo este mundo e te pôr em uma casa para você. Solucionaria sua vida! ― exclamou. ― Imagine as roupas que poderia ter, e as jóias, e, além disso... Um homem impressionante em sua cama! Bella é uma mulher realmente bonita. Se houver alguém que possa deslumbrar o príncipe Edward, essa pessoa é você.

Bella a olhou surpresa e se ruborizou.

― Eu não sou assim...

― Pois seria muito melhor fosse ― insistiu a ruiva. ― A vida é para desfrutá-la e para divertir-se. Se não tomar cuidado, no final seu pai vai terminar convertendo-a em uma solteirona!

Depois de terminar de lavar a baixela do Sevres, Bella a secou com cuidado apesar de que seus pensamentos estavam a anos luz dali.

Sentia-se muito diferente de Angela porque a tinham educado em uma casa em que a única referência que se fazia sobre o sexo a fazia seu pai e sempre dizendo que era «o pecado da fornicação».

A única coisa que lhe era permitido ler era a Bíblia e outros textos sagrados e agora que tinha tido acesso a outro tipo de publicações, jornais e revistas, nos que se falava de outras coisas completamente diferentes Bella se sentia secretamente atraída pela roupa e os lugares exóticos que tinha visto nelas.

Quem dera se seu pai fosse um homem mais razoável.

Quem dera lhe permitisse sair e conhecer pessoas, como faziam outras garotas de sua idade. Bella raciocinava que, afinal, ele tinha que ter saído com sua mãe antes de casar-se e que aquilo não podia ser mau, não?

À medida que o tempo passava, seu pai foi se fazendo cada vez mais irracional; até o ponto de que tinha discutido com os paroquianos na igreja e tinha decidido deixar de ir, proibindo a Bella e a Irina que o fizessem também.

Bella adorava a música e um dos poucos prazeres que tinha na vida era escutar o rádio, mas seu pai o tinha quebrado quando Irina se queixou de que a garota passava muito tempo escutando-o e demorava muito em preparar o café da manhã.

Bella ainda recordava a cara de horror de sua madrasta ao ver a irada reação de seu marido.

Aquela tarde, depois do almoço, outra companheira lhe deu uma revista que ela já tinha terminado de ler e Bella a aceitou com a cabeça baixa.

Enquanto se ia, escutou como suas companheiras comentavam que era uma pena a maneira como seu pai a tinha educado e, as palavras de um texto da revista que lhe tinha dado era: «a essa pobre garota dá medo até sua própria sombra».

«Não é verdade», disse-se Bella enquanto pedalava rumo a casa.

Não tinha tanto medo, mas tampouco estava tão louca para procurar uma confrontação aberta com seu pai antes de dispor dos meios necessários para ir embora.

A beleza daquele dia de princípios do verão logo apaziguou seu ânimo e a encheu de vitalidade.

Era sexta-feira, seu dia favorito da semana porque terminava de trabalhar cedo e estava acostumado a ter a casa inteira para ela durante a tarde porque seu pai e Irina estavam fazendo a compra semanal.

Bella decidiu passear com o cachorro e ler a revista e, meia hora depois, saía da casa de seu pai e atravessava a pradaria verde em direção ao bosque. Uma vez ali, entre as árvores, tirou os sapatos, desabotoou um par de botões da blusa e soltou o cabelo para deitar um pouco ao sol.

Jake, um cãozinho manco que Bella adorava, deitou-se exausto a seu lado e não a advertiu do ruído de um motor que se aproximava, pois fazia tempo que tinha perdido a audição.

Bella começou a devorar a revista e logo esteve completamente imersa no mundo das celebridades, da moda e da fofoca.

De repente, o ensurdecedor ruído de uma moto a tirou de sua leitura e, ao girar a cabeça, comprovou com horror que iam atropelar o Jake.

Rapidamente, ficou em pé e conseguiu tirar o cão de debaixo das rodas da motocicleta, cujo condutor perdeu o equilíbrio ante a repentina freada e caiu no chão.

Bella afogou um grito de horror, mas logo comprovou que ao condutor não tinha acontecido nada, pois ficava em pé tão tranqüilo.

― O que você faz aqui? ― gritou ao ver que o homem se aproximava dela.

Edward estava furioso por ter encontrado uma mulher sentada na metade do caminho, como se estivesse esperando que alguém a levasse pela frente.

E, para cúmulo, estava lhe gritando.

Ninguém tinha gritado com ele jamais.

Entretanto, a beleza daquela mulher nublou seu aborrecimento. Luzia uma impressionante juba Chocolate que lhe chegava à cintura e tinha alguns maravilhosos olhos chocolate que pareciam bomboms.

Edward se sentiu atraído por sua beleza.

― Como se atreve a entrar nesta propriedade? É um delito ― insistiu Bella.

― Asseguro-lhe que não sou nenhum delinqüente ― respondeu o motociclista ainda de capacete.

― Ah, não? E o que é a pessoa que entra em uma propriedade que não é dela? ― respondeu Bella zangada porque ainda não lhe tinha pedido perdão pelo incidente. ― Não se deu você conta de que vinha muito rápido?

― Sei perfeitamente a velocidade que eu vinha ― respondeu Edward.

Bella se deu conta de que aquele homem não falava como um vândalo, embora se comportasse como um deles. Era impossível não perceber seu sotaque inglês de classe alta, mas a Bella deu igual.

Estava se comportando errado e isso era a única coisa que importava, assim levantou o queixo e o olhou em atitude desafiante.

― Deu-nos um susto de morte a meu cão e a mim! ― exclamou deixando Jake no chão.

Jake se aproximou de Edward, moveu o rabo, fez-se um novelo a seu lado e descansou ao sol.

― Pelo menos, ele não grita ― comentou Edward.

― Eu não estou gritando ― defendeu-se Bella. ― A única coisa que quero que compreenda é que poderia tê-lo matado ou ter morrido!

Edward levantou a viseira do capacete e Bella ficou estática.

A primeira coisa que lhe passou pela cabeça ao ver seus olhos foi a imagem de um falcão dos que tinham no castelo. Aquele homem possuía um olhar penetrante e duro, mas também um espetacular brilho dourado nos olhos e uns cílios muito negros.

Bella sentiu que o coração lhe dava um salto e começava a pulsar rapidamente.

― Não seja exagerada ― uivou Edward.

― Você vinha muito depressa... ― insistiu Bella.

Edward não pôde evitar ficar olhando o reflexo do cabelo daquela mulher sob o resplendor do sol e pela primeira vez em sua vida esqueceu do que ia dizer.

― De verdade? ― perguntou tirando o capacete e revirando o cabelo.

Bella sentiu que a boca secava.

Aquele homem era tão incrivelmente bonito, que não pôde evitar ficar olhando-o fixamente.

Tinha um rosto impossível de esquecer, uma estrutura óssea fantástica com umas maravilhosas e altas maçãs do rosto, um nariz forte e masculino e sobrancelhas escuras. Sua compleição clara e seu cabelo brose sugeriam alguns ancestrais de outras terras.

Aquele homem a seduziu rapidamente e Bella sentiu que enjoava como se tivesse estado dando voltas sobre si mesma e, de repente, sentiu na pélvis algo que jamais havia sentido antes.

― Como? ― murmurou confusa.

Edward sorriu e Bella se sentiu enfeitiçada por aquele sorriso.

― É verdade que dirijo muito depressa, mas lhe asseguro que sou muito bom motorista ― apontou Edward.

― Mas a essa velocidade é impossível ver o caminho ― insistiu Bella.

― Certamente, o que ninguém espera nem a essa velocidade nem a nenhuma outra é encontrar-se com uma garota e um cão sentados na metade do caminho.

― De qualquer maneira, isto é propriedade particular...

― Eu sei e sei perfeitamente que não há gado solto por aqui porque esta terra é minha ― respondeu Edward.

― Não, esta terra não é sua. Por acaso eu vivo ali, descendo a colina, e sei perfeitamente a quem pertence esta terra, assim você não pode me enganar ― sorriu Bella.

Edward se deu conta de que aquela mulher não o tinha reconhecido.

― Então não é a primeira vez que entra nestas terras, não é? ― comentou Bella recordando os rastros que tinha visto perto de casa de seu pai. ― Para que saiba, você estragou o caminho da colina.

― Asseguro-lhe que eu não fui ― respondeu Edward ofendido.

― Ah, não? Quantos motoristas como você há por aqui?

― Senhorita, agradeceria-lhe que, tendo em conta que não tem você prova, não me acuse de algo que eu não tenho feito ― defendeu-se Edward. ― É uma grande ofensa ― acrescentou em tom frio e distante.

Bella empalideceu.

― A mim o que me parece uma grande ofensa é que você ainda não tenha me pedido desculpa por ter me dado o maior susto de minha vida ― respondeu ofendida.

Edward se ruborizou, pois sempre se teve por um homem extremamente cortês.

― É óbvio, lhe peço desculpas por assustá-la.

― Bom, eu também lhe peço desculpas por ter dito que tinha sido você o que tinha entrado nas terras de meu pai com a motocicleta e as tinha estragado ― respondeu Bella.

― Você estava lendo? ― perguntou Edward recolhendo a revista de Bella do chão.

― Sim, obrigada ― respondeu Bella aceitando-a e ruborizando ao ver que Edward a olhava intensamente.

Edward teve que fazer um grande esforço para controlar seu desejo, pois os lábios daquela mulher e seus preciosos e firmes seios lhe faziam desejá-la com tanta intensidade, que estava atônito.

― Terá acontecido algo à moto? ― perguntou Bella, nervosa, pois tinha se dado conta de que entre eles se instalou uma estranha tensão cuja origem não chegou a vislumbrar.

― Não acredito ― respondeu Edward.

Tinha conseguido controlar-se, sim, mas estava zangado consigo mesmo porque não entendia como se sentia atraído por aquela mulher. Por mais bonita que fosse, ele estava acostumado a mulheres incrivelmente belas, assim não era aquela a razão.

― Você vai muito longe? ― quis saber Bella.

Em outra circunstância, jamais teria se atrevido a perguntar algo assim a um desconhecido, mas a verdade era que sabia que aquele homem partiria e não queria que se fosse.

― Não, vou ao castelo ― respondeu Edward, levantando a motocicleta do chão.

Poderia lhe ter dito quem era, mas decidiu que não havia motivo para fazê-la passar tal vergonha porque o mais provável era que jamais voltassem a se ver.

Bella supôs que o motociclista estava passando uma temporada como convidado no castelo no qual ela trabalhava e rezou para que não desse um mau relatório dela a ninguém, porque, se fosse assim, perderia o trabalho e seu pai se zangaria.

Edward pôs o capacete, pôs a motocicleta em marcha, montou e se afastou sem sequer olhá-la, mas pensando nela, em seus maravilhosos olhos Chocolate e em que parecia assustada e infeliz, o que o levou a se perguntar que tipo de vida levaria com aquele pai fanático do que lhe tinha falado o encarregado do castelo.

De repente, se encontrou se perguntando se Isabella Swan estaria disposta a converter-se em sua amante.

Edward se enfureceu consigo mesmo por semelhante pensamento, pois ter uma amante implicava uma relação e ele preferia saltar de cama em cama sem se comprometer com nenhuma mulher.

Não estava disposto a perder sua liberdade por ninguém e, além disso, Isabella Swan era uma empregada.

Que demônios lhe estava acontecendo?

Em menos de vinte e quatro horas, lhe tinha passado pela cabeça que tinha que encontrar uma esposa e agora estava pensando em ter uma amante!

Depois de fazer um buraco sob as árvores e enterrar a revista, Bella correu para casa seguida de perto pelo Jake.

Ao chegar, entrou pela porta de trás e, para sua desgraça, encontrou-se com seu pai.

― Não sabia que iam voltar tão cedo... Ocorreu algo? ― perguntou nervosa ao perceber a tensão no ambiente.

― A mãe de Irina está doente ela vai passar a noite com ela ― respondeu Charlie Swan. ― Onde esteve?

― Saí para dar um passeio ― respondeu Bella. ― Perdão...

― Se eu tivesse estado em casa, não teria estado vadiando por aí. O que esteve fazendo?

Bella ficou estática.

― Nada.

― Espero que seja assim ― grunhiu seu pai aproximando-se dela e agarrando-a pelo braço com força. ― Me prepare o jantar agora mesmo. Depois do jantar, leremos a Bíblia e rezaremos para que não volte a cair no pecado da vadiagem ― acrescentou saindo da cozinha.

Uma vez a sós, Bella se esfregou o braço com o cenho franzido e se disse que não devia preocupar-se, já que seu pai tinha mau gênio, mas jamais lhe tinha levantado a mão.

Entretanto, tinha a penosa suspeita de que aquilo estava a ponto de mudar.