Não sei se alguém vai se interessar por esta fanfic, por mais que eu tenha adorado o filme, eu sei que ele é infantil e talvez a fic seja séria demais ou eu tenha exagerado XD, mas quando terminei de assistir não consegui deixar de pensar nessa sequencia e como assisti milhares de vezes, era impossível tirar essas ideias da cabeça sem escrever.
Se alguém ler, espero que goste e comente.
Até ^^
Mais que obrigações
Capítulo 1
A partida
Raios de sol invadiram o quarto e Eugene teve que se lembrar mais uma vez por que estava dormindo em uma cama tão confortável. A barriga não roncava e não tinha que sair correndo com medo de estar sendo perseguido. Ainda era difícil acreditar que ele era noivo da princesa.
Sentou-se na cama e se espreguiçou, sorrindo por sua boa sorte, então se apressou a se arrumar, pois já estava quase na hora do café da manhã ser servido.
...
Depois do banho Eugene seguiu direto para a biblioteca, o lugar preferido de Rapunzel. Abriu a porta com um sorriso, que se enfraqueceu quando foi recebido com um aceno de cabeça por um rapaz alto, de cabelo castanho claro e capa vermelha.
Rapunzel, que estava sentada na poltrona a frente do rapaz, de costas para Eugene, logo se virou para descobrir quem estava na porta. Abriu um sorriso radiante quando viu o noivo.
Levantou-se em um pulo e correu em direção a ele.
- Bom dia! – o cumprimentou alegremente, e o guiou pela mão em direção ao centro do salão. – Deixe-me apresentá-los, este é o Príncipe Philip.
Príncipe?
O rapaz se levantou e estendeu a mão para Eugene.
- No pouco que conversamos, Rapunzel falou muito de você, Sr. Fitzherbert.
- Pode me chamar de Eugene, Alteza – e apertou a mão do príncipe.
- Então pode me chamar de Philip, você será um membro da realeza em breve, não é? – e sorriu. – Bom, espero que tenhamos a chance de conversar mais depois, costumo cavalgar a esta hora, e se eu não aparecer com algumas cenouras, o Sampson é capaz de me derrubar no próximo passeio. Foi um prazer conhecer você, Eugene – caminhou em direção a porta. – Rapunzel – assentiu e fechou a porta atrás dele.
- Ele é de um reino próximo – Rapunzel começou a explicar. – O pai dele está com os meus acertando os detalhes do noivado.
- Noivado? – perguntou, com os olhos arregalados.
Rapunzel estava distraída observando alguns livros e não percebeu o tom e olhar de espanto.
- Ele vai conhecer a prometida dele daqui algumas semanas e nós fomos convidados para o baile, não é legal? – disse, se virando para ele.
- Parece que sim – e soltou a respiração que não sabia que estava segurando.
- A princesa Aurora, a prometida do Philip, está isolada numa floresta há dezesseis anos, ela não vê nem os pais – tirou um livro da estante e seguiu observando mais alguns.
- Por que? – a seguiu, e pegou o livro que ela segurava.
- Uma bruxa lançou uma maldição nela quando ela era bebê – pegou mais alguns livros e os entregou para Eugene. – Ela pode ficar em um sono profundo por toda a vida se a maldição se cumprir. Eles temem o que pode acontecer se a bruxa encontrá-la.
- Talvez nascer princesa não seja tão fácil quanto parece...
Rapunzel sorriu e caminhou para a poltrona mais próxima. – Eu estou um pouco ansiosa para conhecê-la, a gente deve ter um monte de coisa para conversar, não acha?
Eugene colocou os livros numa mesa ao lado da moça, mas permaneceu em pé um pouco afastado da poltrona.
- Eugene? – Rapunzel o chamou, a voz preocupada.
- O que? – ele parecia estar perdido em pensamentos.
- Está tudo bem? – ela se levantou e foi até ele. – Qual o problema?
- Não é nada – e balançou a cabeça, como se pudesse esquecer o que estava pensando.
- Há algo de errado sim, e eu quero saber – envolveu os braços ao redor do pescoço do noivo e sorriu. – Você sabe que pode me contar qualquer coisa.
- O Philip é um príncipe e a noiva dele é uma princesa... – disse enquanto se desvencilhava do abraço da amada. - Faz mais sentido, não é?
- Como assim? – e observou confusa. – Você quer dizer, mas sentido do que nós? Nós nos amamos, não tem como fazer mais sentido do que isto.
- Eles nem se conhecem e vão se casar mesmo assim, fazer o que se espera deles – e deu as costas a Rapunzel.
- Os pais deles se conhecem há muitos anos – segurou no braço dele, e o fez se virar para ela novamente. – Eles só querem que seus reinos se unam.
- Será que os seus pais também não tem grandes amigos ou desejam que o reino cresça?
- As coisas não são tão definitivas com o Philip e a Aurora– ela colocou as mãos nos ombros dele. – Eles não precisam se casar se não gostarem um do outro, ou eles também podem acabar se apaixonando a primeira vista – completou numa voz animada.
-Você também não poderia se apaixonar por algum príncipe rico? – e não a encarava.
- O que é isso, Eugene? – ela colocou as mãos no rosto dele, fazendo-o a olhar. – Alguém disse alguma coisa? Meus pais disseram alguma coisa?
- Não – e cobriu uma das mãos dela com a sua e deu um sorriso triste. – Todos são muito gentis comigo e o rei e a rainha são como os pais que eu nunca tive – e que tornaria ainda pior ter que se afastar
- Então pare com essas ideias – ficou nas pontas dos pés e deu um leve beijo no noivo.
- Você não precisa se casar comigo só por lhe salvei de sua antiga vida.
- Para dizer a verdade, eu que salvei você – pegou um dos livros e puxou Eugene para se sentar em um sofá próximo. - Eu aceitei o seu pedido de casamento por que amo você, a não ser que não queira mais se casar comigo – se apoiou no peito dele e abriu o livro.
- Você me salvou de todas as maneiras possíveis – começou a acariciar o cabelo dela. – Eu amo você mais do que tudo nessa vida.
- Ótimo, então estamos acertado – e se aconchegou melhor.
- Mas o que você acha que seus pais realmente pensam? Será que eles não ficaram a vida inteira sonhando com um futuro melhor para você?
- Eles adoravam você...
-Por que eu ajudei a trazer a filha deles de volta – a interrompeu.
- Não é só por isso, eles sabem que você é um homem maravilhoso e que me fará muito feliz, e é apenas nisso que eles estão interessado – se virou para ele e envolveu os braços ao redor de seu pescoço mais uma vez. – Meus pais estão muito satisfeito com o reino, que vai muito bem, - continuou quando viu que o rapaz não estava muito convencido – uma nova aquisição tornariam as coisas muito mais difíceis de administrar e, como eu sou mulher, um casamento real apenas passaria o nosso reino para outra família. Então você está fazendo um favor ao se casar comigo – e sorriu.
- Eu só não quero atrapalha o seu futuro – e ajeitou uma mecha de cabelo de Rapunzel atrás de sua orelha.
- Você vai atrapalhar o nosso futuro se continuar com essas ideias absurdas – e deu mais um beijo no noivo. – Agora vamos – se levantou puxando-o pelo braço. – Já estamos muito atrasados para o café da manhã.
- Eu não estou com muita fome – tirou a mão dela delicadamente. – Acho que vou ficar mais um tempo por aqui.
- Eugene, - e fez uma cara desanimada – por favor, chega dessa história. Só de você pensar que há algum problema com o nosso casamento já me deixa muito triste.
- Não fique triste por mim. Eu já esqueci – mentiu, tentando sorrir animadamente, sem muito sucesso. – Eu estou realmente sem fome.
- Por favor, esquece essa história – segurou a mão dele com as suas a trouxe para seu peito.
- Não se preocupe, já disse que esqueci – e conseguiu dar um sorriso mais seguro desta vez.
- Tudo bem então – levantou a mão dele que segurava e a beijou – a gente se vê depois – e deixou a biblioteca.
...
Eugene se deitou em sua cama, encarando o teto. Ele sempre soube que Rapunzel tinha pretendentes melhores, afinal, ele era um ex ladrão, não podia nem dizer que vinha de uma boa família apesar de tudo, já que nem os conhecia, tendo vivido toda a sua vida em um orfanato.
Mas ao ver um príncipe pareceu finalmente cair na real. Era difícil vê-la como a princesa do reino e seus pais como os grandes rei e rainha. Eles tinham uma vida tão normal, não tinha extravagância de gente rica e o tratavam como qualquer outra pessoa. Era fácil esquecer quem eles realmente eram.
Eles nunca o fizeram se sentir como um intruso, mas será que a gratidão por ter trazido a princesa perdida de volta não acabaria se tornado um fardo? Se é que eles já não faziam grandes concessões sobre sua estadia no castelo e seu casamento com Rapunzel. Não que Eugene achasse que os sentimentos do rei e da rainha para com eles fossem falsos, mas o mundo da realeza era cheio de etiquetas e obrigações que nem sempre agradavam os nobres, mas que tinham que ser cumpridas de qualquer maneira.
Também não duvidava que a noiva o amasse. Ele esteve morto por alguns minutos e Rapunzel o trouxe de volta a vida, essas coisas não são despertadas por um sentimento qualquer. Mas ele foi o primeiro homem que ela conheceu e tinha toda a história de ter sido finalmente libertada de sua torre, que chance ela tinha de não acabar se apaixonando por ele?
Eugene também não teve muitas chances, como não se apaixonar pela garota ingênua, que não tinha medo de confiar nas pessoas e lutar pelos seus sonhos?
Ele sempre achou que dinheiro era mais importante, mas com a descoberta de novos valores também surgiram novos medos. Se antes ele não tinha nada a perder, apenas pensar em deixar sua nova família, desistir de seu grande amor, já causava uma grande dor.
Mas se realmente a amava, não poderia ser egoísta e pensar apenas em seus interesses. Como ela seria tratada nos grandes bailes reais quando chegasse com seu marido pobretão? Não sairia prejudicada em acordos internacionais por não ter formado alguma importante aliança? A escolha de um marido vindo de um mundo tão diferente não poderia prejudicá-la no futuro? E se isso acontecesse, esse sentimento tão bonito não poderia acabar sendo destruído?
O que era pior? Abrir mão de seu amor por Rapunzel ou que esse sentimento no futuro venha a se transformar em ódio ou indiferença?
Ele poderia estar exagerando, mas ela nunca lhe falaria do que estava abrindo mão ao aceitar este casamento. Além de que Rapunzel também era nova nesse mundo, as convenções sociais ainda não lhe diziam muita coisa, ela provavelmente não tinha ideia do que podia arriscar ou verdadeiramente não se importasse. A diferença é que por nascimento ela pertencia a este mundo e sempre seria aceita.
A falha de seu plano altruísta era fazer Rapunzel sofrer, mas ela era forte e podia superar a desilusão amorosa, ou talvez, quando ele se afastasse, ela percebesse que não era um sentimento tão forte assim, que estava cega pelas circunstâncias. Não acreditava que fosse verdade, mas era um consolo para seguir com suas ideias.
Eugene foi surpreendido por uma lágrima escorrendo em seu rosto e a enxugou, logo sentiu algo em seu outro braço. Virou o rosto e viu Pascal apoiado em seu ombro. Ele sempre parecia saber quando alguém precisava de consolo. Eugene sorriu e estendeu a mão, para que o camaleão subisse.
- Está tudo bem, amigão – e se sentou. – Foi só um cisco.
...
Depois do café da manhã Rapunzel seguiu animadamente em direção à biblioteca. No caminho perguntou por Eugene, mas ninguém sabia dizer se ele tinha saído, então assumiu que ele tinha permanecido no lugar.
- Eugene, eu... – começou a dizer enquanto abriu a porta, mas assim que entrou percebeu que o salão estava vazio.
Os livros que tinha selecionado antes estavam no mesmo lugar. As almofadas do sofá não estavam muito desarrumadas. Rapunzel lembrou que o noivo gostava da vista do reino e decidiu procurá-lo na entrada principal do castelo.
Antes de se afastar, viu Pascal atrás dos livros, parecendo cabisbaixo.
- O que foi, Pascal? – sorriu, se aproximando com a mão estendida. – Sentindo falta do nosso esconde-esconde diário? Por mais novos esconderijos que hajam por aqui, tenho certeza que posso ganhar.
O animalzinho não se animou com a oferta. Rapunzel sentiu seu coração acelerar e a necessidade de encontrar Eugene aumentar ainda mais.
...
- Mamãe, papai! – Rapunzel, aos prantos, entrou correndo no salão que seus pais costumavam passar a tarde.
- O que foi, minha filha? – rei correu para ampará-la, trocando olhares preocupados com a rainha.
Rapunzel levantou um bilhete e tentava reunir forçar para falar.
- É o Eugene, ele foi embora...
Continua...