Sonhos Brancos

...E eram várias, meu amor...cada palavra contendo o mais leve e ínfimo traço da minha incondicional redenção. Mas você era tão jovem e feliz sem mim...tão inocente e ignorante sobre a maldade que maculava o seu mundo repleto de sonhos infantis. Eu não tinha o direito de destruir tudo isso, eu não tinha o direito de manchar seu rosto com lágrimas amargas, eu não tinha o direito de tirar toda a sua inocência infantil, para te transformar em um ser desiludido com o mundo.

Por que eu, tão mesquinho...só poderia lhe oferecer isso. Eu nunca poderia me sentir digno o suficiente para me aproximar de você.

Mas, sabia que era covarde o suficiente para prender cada sentimento de abnegação que você despertava em mim, em um lugar escuro e inacessível em minha mente.

E além de tudo, você era dele.

Você era irremediavelmente dele.

E eu sabia que ele sim, ele tiraria sua inocência, sua infantilidade seus sonhos mais puros e brancos de uma forma violenta, brutal, e sem nenhum vestígio de remorso e a cada dia que se aproximava o derradeiro desfecho, o seu casamento com ele, eu morria aos poucos como o maldito covarde que sempre fui.

Mas seu amor, ou o meu, eu não sei..morreria comigo.

Juro que não poderia fazer nada por você, juro que que tentei de todas as formas te proteger de alguém que seria tão cruel quanto um dia eu fora, mas estava além de minhas forças por que você, tão criança, se sentia feliz em obedecer as vontades de seu pai.

Então chegou aquele dia, chegou finalmente o dia em que seu destino estaria nas mãos de Thomas Gaunt.

Eu lembro bem, tudo aconteceu em uma semana:

Na noite de seu casamento você fugiu dele, com medo e vergonha e se trancou em outro quarto

No segundo, fazia sempre questão de evita-lo o quanto podia, enquanto seus vassalos e empregados circulavam pela casa. Quando ele não estava, você tocava o piano, você nunca reparou, mas eu sempre a observei, sempre a via tocar o piano com aquela graça desenvolta, mas, naquele dia, eu também havia reparado..você tocava com uma melancolia desesperadora.

No terceiro, dia ele havia chegado mais cedo em casa e não havia ninguém além dos empregados, eu não estava, mas no quarto dia seu rosto estava manchado de lágrimas, seu olhar já não era mais o mesmo e suas mãos estavam envoltas em panos. Um das empregadas havia me contado: cada dedo seu, estava quebrado. E como seus dedos, todos viam que sua alma também estava.

No quinto dia você se trancou no quarto e ninguém poderia arrombar a porta nem mesmo ele, no sétimo dia então, que foi no dia em que finalmente tive chance de lhe falar você tomou sua decisão:

Foi um dia terrível para mim, você fugira a cavalo, ele, eu e mais alguns empregados corremos atras de você e te encontramos, na beira de um penhasco com os últimos resquícios mortos do buquê nas mãos, você destruiu cada pétala, e as jogou no desfiladeiro que se abria aos seus pés. E eu, fui a ultima pessoa que recebeu seu olhar, antes de se jogar nos braços da morte, corajosa, com um sorriso triste, amargo em seus lábios, e a alma, finalmente quebrada.

E eu, no meu egoísmo, chorei naquele momento, com a alma partida e quebrada como as pétalas mortas de seu buquê, e percebi que eu conseguia viver mesmo vendo você infeliz, mas se você não estivesse...eu morreria também.

Essa, Virgínia, foi a ultima das cartas que nunca enviei.

Faz dois meses que você morreu, e eu morri contigo, faz dois meses que meu nome caiu em desgraça, por amar a jovem esposa de meu primo, faz dois meses que a morte me sussurra coisas ao ouvido, e hoje, eu deixei a morte me levar com ela, ao seu encontro...

1814.

Oliver Black.

-Aonde você encontrou isso?-perguntou Gina intrigada olhando para a amiga, que sorria satisfeita consigo mesma. Só Hermione poderia se sentir um verdadeiro Einstein, ou Edison, por descobrir um monte de pergaminho velho, mofado, e carcomido pelas traças.

-No sótão.

-E como você conseguiu isso se ninguém consegue isso faz um século.

-Eu achei a chave- disse sorrindo e balançando o objeto prateado na mão.

-Certo, e isso me leva a perguntar aonde você achou a chave.

-Dentro daquele piano velho...Fleur insistiu que o dó ou o mi...ou sei lá o que, tava estranho e desafinado...

Levando em consideração que fazia um século que a casa não era aberta, era meio obvio que o piano estivesse desafinado, mas estavam falando da Fleur então...

-Então eu fui olhar e...bem..tava lá.

Gina realmente não se importava muito com os pergaminhos velhos, eram cartas de um homem para uma mulher casada, então era muito natural que estivessem escondidas e muito bem escondidas. Aquela era a velha casa da tia Muriel, que havia falecido a mais de um mês atrás, sem herdeiros e que por algum motivo( talvez por que Gina era a única que não lhe detestava), deixara a sua casa e os arredores em seu nome. Gina então era a mais nova herdeira de Lilith Manor, e dos bosques de Rogan, o que a fazia praticamente a dona do povoado bruxo. O que de maneira alguma deixava a garota feliz. O bosque era imenso e havia um histórico de crimes e desaparecimentos no lugar que acabara por desvalorizar a mansão. A floresta era amaldiçoada e para chegar da mansão até o restante do povoado( e do mundo) tinha que passar por ela, afinal a casa fora construída no coração da floresta.

E Gina não estava interessada na casa, sua vida estava na Irlanda, em uma belo dúplex, no meio dos trouxas e absolutamente isolada de bruxos que não fossem ruivos ou tivesse alguma ligação com ela.

Ela tinha muitas razões para isso. O mundo dos bruxos já não era o que Gina queria para ela.

Não era uma questão de complexos ou coisa do gênero, ela apenas não queria mais nada daquilo, viver como uma trouxa parecia ser o certo. Suspirou.

-Mas por que você está me mostrando isso?

Hermione parecia realmente escandalisada com a pergunta.

-Eu pensei que você fosse uma escritora.- disse ácida.

-Você deve ser vidente- ela disse sarcástica.- Só não entendo por que essa coisa pode me ajudar...

-Você pode muito bem revelar a todo o mundo uma historia verídica! Uma historia que aconteceu nessa casa!

E quem iria querer ler a historia de um recalcado que perdeu a amada para um cara rico e ficou escrevendo cartas açucaradas para depois esconder num sótão?

-Acho que não, obrigada- disse Gina aborrecida- Fala sério...é uma historia bem velha, já..você sabe que eu apenas alcanço as massas. Esse romantismo erudito e cafona não é comigo.

-Você ao menos conhece a historia? Estamos falando de pessoas reais! Oliver Black! Ele existiu!

-Eu sei que ele existiu, se não, não teria amarrado uma chave na corda de um piano.

Discutir com Gina era terrível, ela deveria ter sido advogada, ela sempre tinha argumento e respostas para tudo.

-Gina..você ganhou uma casa...que tem historias e segredos em cada parede...

-Mas acontece que todo o mundo sabe dessa historia: Vou te contar: Olha só: Gaunt era um nobre que morava por aqui...e veio juntamente com seu primo Oliver, passar as férias na casa do tio, Prewet, este já bem velho e com quatro filhas , uma delas era Virgínia Prewet , uma bruxa incrível e única com poderes que ninguém imaginava, nem mesmo Gaunt, sempre ligado ás artes das trevas.

"Mas como sempre...os dois primos e melhores amigos se apaixonaram pela bela Virgínia, e aí deu tudo errado, Gaunt era o perfeito cavalheiro , sangue nobre rico e querido por todos ( essa parte acho que era por causa do dinheiro) Oliver era um estudante , um curandeiro não era nobre e apesar de ser rico era visto com um ...deixa eu ver...mais ou menos como Draco Malfoy era visto, um cretino subversivo.

Mas era um cretino apaixonado, de qualquer forma...bom...Virgínia era um garota de uns 18 anos, e estava disposta a apenas obedecer a vontade do pai, que também era um cretino, e cedeu a sua mão ao mais rico sem perguntar se ela queria casar ou não. E aí está: Ela não queria , com ninguém, ela queria ser sacerdotisa.

O casamento foi um desastre e não durou uma semana, a garota se matou depois de ser violentada pelo próprio marido."

Gina suspirou.

-E é por isso que ninguém quer ouvir...houve uma época em que todas as filhas eram praticamente vendidas para nobres sangue-puros..dói ouvir a verdade...mesmo depois de tanto tempo.

-Uau...-disse Hermione – A maldade dos Gaunt era hereditária, então.

-Pois é..deviam ter acabado com a geração desde o inicio teria evitado vários problemas..

Hermione sorriu, sem graça.

-Mas seria ótimo se você ao menos desse uma investigada, sabe? Talvez a velha lenda urbana não seja essa...você deveria levar isso em consideração já que está a dois meses sem conseguir escrever nada mesmo...

-Obrigada por esfregar na minha cara o meu bloqueio criativo- disse se fingindo aborrecida-O.K, se eu não encontrar nada você vai deixar essa historia de lado e parar de me encher quando eu falo em vender a casa. -Mione não falou nada, simplesmente sorriu.

A casa era absurdamente grande, e tudo estava realmente empoeirado, os duendes tomaram conta do jardim de inverno e do pomar, a casa era desesperadoramente grande e vazia. Um presente de grego. E agora mais isso: pesquisar o passado de Oliver Black.

-Eu sei por onde você pode começar- disse Mione a tirando dos devaneios em que ela se metera.- Há no ministério, um departamento não muito conhecido, que lida com historia e cultura bruxa. Um historiador especializado.

-Ministério da Magia...Londres- ela bufou – eu odeio Londres..é cheio, é barulhento, e chove o tempo todo.

-Desde quando você se tornou tão ante-social?

-Desde que eu me formei. - disse prontamente – Na verdade acho que sempre fui ante-social, mas em uma família de sete irmãos é um pouquinho difícil ficar sozinha.

-Bem...você sabe que amanhã eu volto ao trabalho e não posso fazer isso por você, então seria ótimo se você fosse comigo, poderia ficar no meu apartamento.

-E correr o risco de me encontrar com Rony? Não, obrigada...

Fuga, era essa a palavra, Gina havia saído de casa no sétimo ano e nunca mais voltara, Mione achava que tinha algo a ver com a morte dos irmãos, mas realmente não sabia. Gina havia mudado muito, era impaciente, exigente, um pouco sarcástica e milimetricamente perfeccionista. Era algum tipo de compulsão doentia. Isso acabou por gerar algumas brigas entre os irmãos mais esquentados, como Rony e Carlinhos. Depois de um tempo ela começou a ficar trancada no quarto e com o fim definitivo do namoro com Harry ( que por sinal fora ela quem propora) ela foi embora para a chuvosa Irlanda , mas reclamava de Londres. Depois disso tivera muito pouco contato com a família.

-Gina isso é muito infantil...

-Eu sei..eu sei...só não queria discutir..

-Prometo que não contarei que esteve lá, a menos que queira.

Era melhor desistir, Hermione era tão teimosa quanto ela.

-O.K...eu vou...

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-É uma completa besteira você abrir mais uma seção no Departamento de Mistérios...- disse o Loiro com uma voz extremamente entediada, na verdade ele estava morrendo de tédio e exasperação por devido á mentalidade tacanha e limitada do senhor Ministro da Magia, Quim Shacklebolt. E da cretinice do seu conselheiro , Percy Weasley. - Você sabe muito bem que desde que Voldemort finalmente se foi (e por sinal foi tarde) não é realmente muitas funções para os caras de lá..então seria bem mais inteligente você atender ao meu pedido de ceder a verba para o meu Departamento, e treinar professores adequados para lecionar em Hogwarts...a professora Vector esta se aposentando e o Binns deveria ser guiado para a outra dimensão faz uns dois seculos. Há livros de estudos que estão faltando e muitos registros dos povoados bruxos, como Hogsmeade, Godric's Hollow, Rogan...

-Acho que o Departamento de Cultura está muito bem assegurado- comentou Percy ajeitando os óculos e folheando o seus caderninho.

-Você por acaso é o ministro da Magia?- perguntou Malfoy de cara amarrada.- eu entendo que esteja na porcaria da condicional e tudo o mais, e realmente não me importo de dirigir esse departamento, pra mim dá no mesmo, mas daí tentar trabalhar com uma verba ridiculamente limitada...

-O.K. Eu entendi. - disse Quim tentando não surtar- eu vou liberar cinquenta por cento da verba, está bom pra você, Malfoy.

Não, na verdade não estava, não era nem o terço do que ele precisava, mas que se dane, pensou, daqui a um ano eu estarei bem longe quando a condicional acabar e ele finalmente ter pago a porcaria da dívida com a sociedade, então ele iria para a Irlanda , aonde tinha uma casa e ficaria lá fingindo que tudo o que ele passara até aquele momento, não passava de um pesadelo.

-Sim...é melhor do que nada- respondeu de mau humor.

Sem dizer mais, nada, se levantou sem se despedir de ninguém.

Percy esperou Malfoy estar bem longe do campo de audição, para falar.

-Ele é um pentelho mimado.- Quim riu.

-Ele só está frustrado, hoje..

-Hoje!-perguntou o ruivo incrédulo- pra mim, ele nasceu frustrado, quando ele era menos ele era uma completa chateação...incomodava todo o mundo...

-Sei...mas você não vem de uma família totalmente ligada ás trevas, á quase um milênio. Para uma criança..aquilo era totalmente normal...

-Mas com dezesseis anos ninguém é tolo. Ele sabia o que estava fazendo.

-Sim..ele sabia. Harry deu uma oportunidade de Voldemort se arrepender...por que não daríamos a Malfoy?

-Não vou discutir com você.

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Aquilo era irritante, aquele lugar era abafado. Um rato de escritório, fora nisso que se transformara. Lastimável. Sua mãe se orgulhava, seu pai se pudesse enfiar a cabeça na terra faria isso, o problema é que em Azkaban até o chão era de pedra.

-É...eu deveria ter me atirado da torre quando Voldemort me pediu para matar Dumbledore. Eu deveria ter assinado minha sentença de morte e responder: Se nem você conseguiu por que eu conseguiria? Faça você mesmo!Pelo menos eu não teria sido preso. E nem perdido metade da minha fortuna...

-Falando sozinho novamente?-quem perguntava era Eveling, a estagiária , tinha tendencias hippies e um ar meio Luna Lovegood, falava sobre conjunções planetárias e coisas do gênero. E vivia sugerindo chás misteriosos. Trabalhava ali á uns dois meses ali, e se acostumara com o seu temperamento.

-Uma moça está ali fora pedindo para falar com o chefe do Departamento, tenho a impressão que ela não tem a minima ideia de quem é o senhor e tem um sotaque engraçado, acho que é Irlandesa, tem cabelos vermelhos.

-Weasley.

-Namorada nova.?-ela também tinha essa mania de caçar pretendentes para ele, como se toda o mau humor e a arrogância fossem culpa da solidão.

-Não...na verdade nem sei quem é , mas penso que pode ser algum Weasley...

-Alguma...

-Tanto faz...- respondeu- mande-a entrar..-ele sentou-se na cadeira e esperou para ver a próxima bomba que viria, a ultima vez que um Weasley esteve em seu escritório fora para gritar desaforos sobre ele ser um filhote de comensal.

-Senhor Malfoy, essa é a senhorita Weasley.

Bingo.

Draco se levantou e indicou a cadeira para que ela se sentasse.

-Em que posso ajudar?

Gina sentou e ficou olhando a figura á sua frente, um loiro alto, de olhos cinzentos e cansados vestido de preto. Teve que rir, fora inevitável, principalmente quando reparou que ele usava óculos. O bom humor dela não se estendeu para o outro lado da mesa.

-Fico feliz em saber que te divirto mesmo sem falar nada.- ele disse ácido.

-Ta...desculpa...é que...cara, isso só acontece comigo...bem..não importa.. Eu..é sobre Rogan..e Lilith Manor.

-Sim..eu soube que uma Weasley estava de posse do lugar...e o que quer?

-Achei um velho diário de 1814, achei que interessaria para o Departamento.- Ela remexeu na bolsa e lhe entregou o diário- Pertenceu a Oliver Black, na época em que morava em Rogan.

Draco Malfoy não falara nada, olhou dela para o diário e o pegou. Folheou as páginas com muito cuidado e leu poucas linhas que se destacavam aos seus olhos.

-Você disse Oliver Black?- ele perguntou depois de um tempo.

-Sim.

Draco continuou observando desde o amarelado das páginas até o couro gasto e surrado da capa, era um pouco difícil de entender, sempre odiara a historia da magia e era a única matéria em que não se dava bem em Hogwarts. Se alguém houvesse lhe perguntado, quando mais novo, o que ele realmente queria ser, ele acabaria por dizer que queria ser um químico. Mas nunca um historiador. Mas era perfeccionista, e se haviam lhe dado um departamento falido , obscuro e caindo aos pedaços, ele reergueria ele em pelo menos dois anos. E precisava dos registros sobre Rogan.

-Oliver Black...se casou com Lia Malfoy , provavelmente tem um parentesco tanto com Black, Potter e Malfoy. Famílias de puro sangue e estirpe..- falou o homem acenando com a varinha e abrindo outras gavetas. -Eu poderia ficar com ele?

Gina abriu a boca para contestar, mas pensou direito.

-Na verdade, eu não tenho nenhuma objeção, mas preciso pesquisar sobre isso..ele tinha alguma, ligação com Gaunt e Prewet.

-A velha historia de Lilith Manor.-resmungou Malfoy.

-Sim..e eu queria fazer algumas pesquisas sobre o assunto...eu sou escritora e jornalista investigativa, então...

-E veio aqui em busca de ajuda...- disse o outro com a voz encharcada de tédio.

Gina odiava que os outros a interrompessem ou finalizassem sua frases.

-Correto..-disse com cara de quem era obrigada a engolir um limão.

-Eu ajudo..desde que todas as suas descobertas fiquem registradas aqui também.

Não havia nenhum problema, então.

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-Tá brincando...- disse Mione quando Gina lhe contou quem era o chefe do departamento de historia e cultura.- Logo ele? O Malfoy, é, realmente..um porco pode voar por esses dias..ele não levantou nenhum tipo obstáculo ou coisa parecida.

-Não..foi bem solícito, mas tem mania de me interromper, parece ser um homem amargurado.

-Tá aí..nunca pensei que Malfoy e homem estaria na mesma frase, estava acostumada com Malfoy e fedelho mimado..

-Isso foi á tanto tempo...-disse Gina olhando a Londres chuvosa pela janela do apartamento-Ah.. que saudade da minha casa...

Era a casa da Irlanda. A Irlanda também muito chuvosa, mas pequena, cheia de magia até mesmo entre os trouxas.

-Deveria ir ver sua mãe, Gina...ela tem falado muito de você ultimamente.

Gina não respondeu, apenas olhou para os próprios sapatos.

-Mamãe não iria gostar do iria ver...- mas o murmúrio fora tão baixo...que somente ela ouvira. Hermione apenas tentou entender o silencio da amiga.

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Não era permitido aparatar dentro do bosque e nos arredores da mansão, por isso Gina teve de aguentar um loiro muito mau humorado reclamando de dores nos pés devido aos sapatos.

-Já chegamos, Malfoy e não adianta reclamar comigo a bela ideia de proteger esse lugar não foi minha.

-Não...claro que não, mas tinha que ser de um Prewet...tinha...velhos estúpidos..

-Não estamos falando só dos meus antepassados aqui, senhor Malfoy- disse ela em tom irônico

-Claro que não mas isso não muda o fato de todos serem velhos idiotas que morriam de medo de serem perseguidos por trouxas..

-Trouxas?

-Sim..pensava que fossem de outros bruxos?-perguntou Draco, incrédulo- Claro que não...eram dos tais caçadores e tudo o mais..morriam de medo dos abortos..que na época ajudavam os trouxas a acabarem com os bruxos por serem uns malditos amargurados...caramba...isso aqui ta um lixo.-disse quando se deu conta de que já estavam dentro da casa.

-Obrigado Malfoy não repare a bagunça afinal faz um século que isso aqui não é limpo...

-Como é que eu não vou reparar..?-perguntou passando o dedo por sobre as teclas do piano.

-Por que eu ainda me preocupo com o que você fala...- resmungou a garota.

Draco iria responder...mas fora interrompido por um barulho vindo do andar de cima.

-Achei que ninguém morava aqui, Weasley.

-E não mora- disse a garota subindo pelas escadas correndo. Draco a acompanhou.

Venha a Mim...responde ao meu chamado...

Me devolva o que um dia foi roubado...

Fora a ultima coisa que ouvira antes de tudo ao seu redor se anuviar.

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Sonhos Brancos está sendo reescrita.

Me desculpe mas o fato é que eu não conseguia colocar a historia para frente do jeito que ela estava, me parecia errado e eu não estava gostando muito.

Até mais .