Capitulo 1 – Nascimento

POV Harry:

Eu estava enrolado no calor. Não sabia onde estava.
E, de repente, o calor não me envolvia mais. Eu estava em frio. Uma luz clara vazia pressão sob meus olhos. Barulhos invadiam meus ouvidos. Bip, bip, bip... esses sons me informavam que eu escutava. Vozes ao fundo me diziam que eu não estava sozinho. Em minha pele eu sentia algo quente. A única coisa quente no meio do frio.
Apesar de tudo isso, eu me sentia confortável. Não sentia necessidade de nada.
Cochichos apressados ao fundo me informavam de que tinham várias pessoas presentes. Alguém me segurava. O motivo imaginei ser por em mal conseguir mexer meus ossos. Sentia eles muitos fracos, como se ainda não tivesse controle deles.
A luz ainda fazia pressão sob minhas palpebras. Decidi deixá-las fechadas.
- Ele não está chorando - foi a voz que mais se destacou naqueles sussurros apressados. Não sabia o motivo, ela me reeconfortava, me fazia sentir em casa. Me senti aquecido novamente.
- Não se preocupe, está respirando - disse uma voz masculina. Ela veio próxima de mim, suspeitei ser da pessoa que me segurava no colo.
- Mas não tem que chorar para os pulmões abrirem? - perguntou novamente aquela voz doce e melodiosa, me aqueceu mais.
- Não necessariamente. Maggie - disse o homem chamando alguém - por favor pegue os cobertores, temos de enrolar a criança. Ele está com frio.
Não conseguia ver exatamente a sala, aquela luz ofuscante me impedia. Onde eu estava? Eu queria saber.
Senti novas mãos me pegarem. Eram mais delicadas e me enrolaram num grosso cobertor. Demorei um tempo para perceber que o frio sumira de repente.
- Sra. Potter - disse outra voz desconhecida. Era feminina - como irá chamá-lo?
- Harry - disse a voz doce - Harry Tiago Potter.
- Certo senhora. Deixaremos seu marido entrar, gostaria de segurar seu filho? - perguntou a voz feminina.
- Mas é claro que sim, por favor - imediatamente aquela voz doce falou.
Ouvi passos vindo da mulher que me segurava. Clap, clap, clap embaixo de mim. O som parou.
Senti a mulher estender os braços e me passar para outra pessoa.
A nova pessoa colocou os braços ao redor de mim. Me senti aquecido. Muito aquecido. Me senti seguro, também.
- Voce é muito parecido com seu pai - murmurou a voz doce em meu ouvido.
Controlando meus ossos e musculos fracos, estendi-lhe minha mãozinha, pequena demais.
Ela a segurou, pude notar como a dela era bem maior que a minha. Tinha algo entorno de um dos dedos.
- É minha aliança Harry - disse docemente, como se soubesse o que se passava em minha cabeça.
Ela brincou com minha mãozinha por um tempo. Ouvimos uma voz de alivio.
- Lilian! - gritou um homem, pude ouvir seus passos se aproximando rapidamente - que bom que tudo correu bem. Estava preocupado, a enfermeira não voltava e dizia como estava, então...
Uma nova voz, brincalhona, o interrompeu. Eu não tinha notado a presença de mais uma pessoa ali. Mantinha os olhos fechados.
- Ah, Lilian, perdeu de ver! O Pontas quase estrangulou a enfermeira! Estava louco!
- Não exagera, Almofadinhas - falou a voz que demonstrara alivio a alguns instantes.
- Mas não tem nada errado com ele não é? É saudável e tudo mais? - perguntou alguém.
- Sim, sim. O médico falou que Harry está saudável - disse a voz aconchegante.
Ouvi mais passos. Quantas pessoas viriam até aqui?
- Remo! - disse a voz docemente.
- Eu e o Rabicho viemos assim que soubemos, Lilian! Parabéns! - disse uma nova (mais uma) voz.
- Ei! Eu sou o pai, também mereço parabéns! - disse uma voz.
Senti necessidade de rir.
Ri.
Apesar de estar de olhos fechados, podia sentir os olhares curiosos sobre mim.
- Ele riu? - perguntou alguém.
- Será que nos entende? - disse uma voz curiosa, a mesma que era brincalhona - Hei! Pequenininho, você pode nos entender?
Gemi um pouco. Aquela voz fora alta demais.
- Sirius! - repreendeu a voz doce - Está atormentando ele!
- Ah, que nada! O Harry é um bom menino! Não se incomodara com nada! Será um bom Maroto - disse o tal Sirius.
- Nem ouse tocar suas mãos maléficas em meu filhinho inocente! - disse a voz doce. Ah, era minha mãe...
A luz não fazia mais tanta pressão. Senti que podia abrir meus olhos.
Lentamente abri. Não vi onde eu estava. A única coisa que estava vendo era um rosto bonito.
Era de uma mulher, acho ser minha mãe. Tinha cabelos ruivos lisos, olhos verdes esmeralda, o rosto era angelical. Tinha um sorriso maravilhoso estampado naquele rosto feito por anjos.
- Ele acordou - anunciou minha mãe.
- Wow! - disse um homem. Ele tinha cabelos pretos e rebeldes, usava óculos redondos e tinha olhos esverdeados - Ele tem seus olhos, Lily!
- É, mas é parecido com você Tiago - disse minha mãe. Rapidamente assimilei aquele homem ser meu pai.
- Ele é a cara do Pontas mesmo - disse Sirius.

POV autora:

Lilian ficara mais alguns dias no hospital, mas depois pudera sair com Harry.
Mostrava um sorriso radiante ao segurar o pequeno no colo e aparatar para casa com o marido.
Chegaram na sala de estar da casa. A casa ficava em Londres.
- Vou levar Harry para o berço - disse Lilian - ele deve estar exausto.
- Como assim exausto? - perguntou Tiago seguindo-a pela casa - Ele só dormiu!
- Pense como quiser, Sr. Potter! - disse ela autoritária.
Ela depositou o Harry no berço. Ele dormia serenamente com o rosto feliz.
O casal dos Potter foram dormir.

- ACORDEM! - foi a primeira coisa que Tiago e Lilian ouviram no dia seguinte. Sirius estava parado em frente a cama deles rindo.
- Fala sério Almofadinhas! Pra que veio aqui essa hora? - perguntou.
- Não sei se percebeu Pontas, mas quis fazer uma visitinha, ver como está meu afilhado! - disse feliz.
Eles pararam um instante, ouvindo um choro ao fundo.
- Viu o que seu grito fez Sirius? - disse Lilian brava e se levantando.
Tiago levantou da cama e seguia a esposa. Sirius também.
Em um segundo Lilian estava ligando a luz do quarto de Harry e entrando. Encontrou o filho deitado no berço chorando.
Lilian andou até lá e o pegou no colo.
- Pronto, pronto Harry - disse doce.
- Nossa. Que dificuldade em controlar ele - disse Sirius irônico.
- Então, Sirius, se é tão fácil, tente você - disse Lily em tom de desafio.
- Ótimo, me dê ele - falou Sirius estendendo os braços para pegar Harry, mas algo o impediu.
- O que foi isso? - perguntou Tiago, rindo da cara de indignado que Sirius fez.
- O que você fez Lilian? Não consigo pegar Harry - protestou Sirius.
- Não fiz nada - disse Lilian surpresa também - nem trouxe minha varinha.
- Pontas? - perguntou, achando que fosse o amigo.
- Minha varinha está na cabeceira de minha cama - disse inocentemente.
Sirius encarou os olhos verdes do afilhado. Eram travessos, como se tivessem sido pegos no flagra de algo. Eles o denunciavam.
- Foi você não foi, Harry? Estou impressionado, achei que bebês não tivessem magia - falou Sirius.
Harry sorriu, nenhum dente a amostra.
- Viu? Conheço esse olhar de longe! Sei que foi você, seu pestinha - disse Sirius rindo.
- Claro que não - reclamou Lilian - meu filho é puro e inocente! Não coloque a culpa nele.
- Não estou colocando a culpa nele! - protestou Sirius.
- É, não culpe meu filho - disse Tiago fingindo-se de sério. Se sentindo bem ao pronunciar "meu filho".
- Humpf - resmungou Almofadinhas.
Tiago e Lilian riram.