Seus cabelos eram tão lindos. Você sabe que eu amo os seus olhos, seus olhos e negros e profundos, mas seus cabelos pareciam tão intocáveis.

Acho que era isso que os fazia lindos, lindos, realmente lindos. O desejo. Eu tinha medo de me aproximar de você, Sev, e eu ficava satisfeita só de olhar pra bem dentro dos seus olhos. Mas com os cabelos não. Eu tinha vontade pegar, de passar os dedos entre os fios e senti-los deslizar.

E, sim, eu sei que você gostava dos meus cabelos também. Todo mundo gostava dos meus cabelos, eu sempre fui A Ruiva por isso. Mas eu sei que você gostava também de outras coisas. Você disse um dia que gostava dos meus olhos, foi engraçado. E eu acho que você gostava de mim também. Eu às vezes... Às vezes fingia que não sabia, mas era claro que você gostava de mim, Sev, desculpa.

Desculpa.

Desculpa por não gostar de você. Desculpa por não corresponder a sentimentos tão lindos. Eu te amava, você sabe. Eu te amava, e se eu soubesse que não ficar com você como namorada iria resultar... resultar em tudo que aconteceu... Ah, Sev. Eu nem sei o que faria. Acho que morreria de tanta dúvida.

Eu queria agora acariciar os seus cabelos. Todo mundo acha eles tão feios. Eu não acho. Eu queria passar a mão neles e te dizer que tudo vai ficar bem, mesmo sabendo que não vai.

Porque nada ficou bem. Não para nós, Sev. Não para nós.

Eu queria retirar o seu cabelo da testa, dar um beijinho inocente, inocente, e te dizer pra não ficar triste. Eu queria ter te dito que não foi sua culpa. Eu queria ter te abraçado e, não sei, arrancado toda a tristeza do seu peito. Talvez erguido os cantos da sua boca num sorriso. Queria te dizer não, não sofre. Não, não, por favor, Severus, por favor. Não, não me ame. Não me ame mais. Não me ame pra sempre.

Eu queria erguer seus cabelos e mostrar sua face. Sua face com um sorriso. Sua face linda, seus olhos profundos. Quem sabe cortar. Um novo penteado, um novo Snape. Um novo Severus com futuro, um novo Sev com alguma perspectiva além da morte.

Sev, eu queria passar a mão na sua cabeça e te dizer para não sofrer, como se as minhas palavras sozinhas adiantassem de alguma coisa... Queria passar as mãos nos teus cabelos...

Mas eu estou morta. Você também.

X

N/A: Eu chorei escrevendo essa porra. São duas e trinta e cinco da madrugada. E. É. Ah.

Comentem, ok? Eu preciso do amor de vocês.