N/A: A fic contém uma quantidade absurda de spoilers do episódio 2x08, então, se você não quiser saber o que acontece, aconselho a sair daqui.

Não, Vampire Diaries não me pertence.


I Was Wrong

"Eu te amo."

Elena Gilbert está ouvindo uma voz sutil em sua mente dizendo-lhe isto, mas ela não faz ideia do que seja.

"Eu te amo."

Ela sorri inconscientemente enquanto dorme, ainda sem fazer noção...

Então, ela acorda. O motivo pelo qual foi despertada de seu sono ainda é desconhecido, mas Elena senta-se na cama e observa o despertador ao seu lado. Ainda são quatro horas da manhã.

A sua atenção é desviada rapidamente do despertador, quando ela olha para as janelas e percebe que elas estão abertas. Elena se lembra de ter deixado-as abertas antes de dormir, porém, as cortinas estão balançando de uma maneira tão esvoaçante, que ela suspeita que alguém mais esteve em seu quarto.

"Eu te amo..."

A voz ainda está ecoando pela mente dela, como uma suave lembrança de um sonho que teve, mas não consegue se lembrar. Entretanto, algo ainda lhe diz que não foi um sonho.

Elena toca o colar que está em seu pescoço, mas, que diabo ele está fazendo ali? Ela não sabe responder. Lembra-se de ter o perdido no dia anterior... Então ele simplesmente surgiu no seu pescoço, como uma lembrança de algo que deveria esquecer...

Com várias dúvidas flutuando em sua mente, Elena levanta-se da cama e vai até o banheiro, onde lava o rosto.

Ela não está com sono, o que é bastante estranho, já que estava terrivelmente cansada. Ao encarar seu próprio reflexo, ela sabe que algo está errado. Demasiado errado.

Após vestir a primeira roupa que vê pela frente, Elena desce silenciosamente as escadas. Ela pega o seu casaco, que está jogado em cima do sofá da sala, e, depois pega as chaves do carro.

Talvez não seja nada do que ela está imaginando, mas ela precisa saber a verdade. Algo lhe diz que existe um buraco na sua memória – que não é um sonho; que nada foi um sonho.

Ela percebe que o tempo está bastante frio enquanto dirige até a mansão dos Salvatore. Depois de parar o carro na entrada da mansão e sair do mesmo, Elena caminho com passos decididos até a porta.

Tocar a campainha não é necessário; ela sabe que a sua presença fora anunciada antes mesmo que ela pusesse seus pés lá.

Quando ela adentra na casa, percebe que ela está mais silenciosa do que esperava que estivesse. "Onde está Stefan?" ela pensa, olhando para os lados.

Elena caminha até a sala, agora, com um pouco mais de cuidado.

Entretanto, ela se depara com uma cena que certamente não estava esperando: Damon está deitado em um dos sofás, com a cabeça despencando desconfortavelmente para fora de um dos braços; os olhos profundamente azuis fitando o nada, enquanto sua mão balança lentamente um copo com algo que Elena imagina que seja uísque.

"Ao que devo sua gloriosa presença?" ele pergunta, com os olhos ainda sem foco.

Elena não sabe o que dizer desta cena, mas ela certamente percebeu que a máscara dele deve ter caído em algum lugar...

"Você..." ela gagueja inutilmente. "O que você fez comigo?"

Aquela pergunta parece tirá-lo do transe no qual Damon estava. Ele levanta do sofá, aparentando não estar com pressa, e coloca o corpo com bebida em cima da mesa, enquanto caminha para mais próximo dela.

Elena ainda não sabe onde estava a máscara dele, mas ele deve tê-la achado enquanto caminhava até ela, porque os olhos dele tornaram-se repentinamente gélidos.

"Por que está achando que fiz algo para você?"

"Damon, não adianta tentar me esconder..." Elena começa. "Eu sei que há algo de errado comigo. Diga-me, de uma vez por todas, o que você fez comigo."

Uma sobrancelha dele arqueia-se teatralmente.

"Estou sinceramente ofendido com sua falta de fé em mim, querida Elena." Ele diz, e o tom dele está impregnado com puro sarcasmo.

"Eu não estou aqui para brincadeiras!" a voz dela altera-se. "Vamos, me devolva!"

"O que, exatamente, eu deveria te devolver?" Damon questiona.

"Devolva-me logo a memória que você retirou de mim!" agora, ela está gritando. Elena odeia o cinismo dele.

Então, a máscara dele parece cair ao chão outra vez. Os olhos dele estão fitando-a, mas Elena sabe que ele não está vendo ela de verdade. Eles estão sem foco algum.

"Eu não posso..." a voz dele não é mais do que um sussurro.

E é algo que definitivamente Elena não estava esperando. Ela dá um passo para trás, como se tivesse visto algo terrível.

"Você..."

"Elena... Eu não..." a voz dele se parte.

Ela não sabe mais o que esperar.

"Damon, por favor..." Elena quase suplica. "Devolva-me... Isto não é o certo..."

"Isto é mais certo do que você imagina..."

Mas ela não pode respondê-lo, porque, quando ela pisca outra vez, ele não está mais lá. E é como se ele nunca realmente tivesse estado.


Elena está vendo o professor dizer algo, mas ela não tem absoluta certeza do que é. A sua mente está vagando para o acontecimento de horas atrás.

O que Damon está escondendo dela? Será que é tão importante assim, que fez a máscara dele cair tão facilmente?

Mas ela também está com medo. Talvez ele tenha feito algo com ela... Algo do qual ela certamente não poderia se lembrar, porque talvez nunca mais quisesse encará-lo outra vez.

"Será?" ela se questiona, mas não obtém uma resposta para isto. Entretanto, ela está decidida a recuperar o que ela perdeu. Não importa para ela que tenha sido terrível; Elena só quer a memória dela outra vez, no lugar do qual ela nunca deveria ter saído.

Quando o sinal bate, indicando o final da aula, Elena arruma rapidamente suas coisas e caminha para fora do colégio.

O sol bate fortemente nos seus olhos, e, quando ela consegue se acostumar com ele, percebe que Stefan está a esperando na frente de seu carro.

Incerta, ela caminha para encontrá-lo.

"Você aparenta estar aérea," é o que ele diz, e ela não sabe como negar.

"Eu... Ahn, estava apenas lembrando-me de ontem..." Elena responde, sem ter coragem de contá-lo a verdade.

"Eu falei que seria mais prudente que você faltasse o colégio hoje," Stefan diz, enquanto abre a porta do carro para que ela entre.

"É sempre bom manter as aparências, sabe, saudável."

"É claro," ele sorri.

De repente, Elena tem uma idéia. Ela olha para ele novamente, e agora ela consegue enxergar uma boa oportunidade.

"Stefan?"

"Hum?"

"Será que é possível..." ela não sabe como explicar isso para ele sem revelar a verdade. "Bom, digamos que um vampiro tenha retirado a memória de alguém. Será que é possível que ele a devolva?"

Stefan olha para ela com curiosidade, para, depois, preocupação.

"Elena, você suspeita que tenham retirado alguma memória sua?" ele pergunta.

"Não!" Elena responde rapidamente, parecendo um pouco mais desesperada do que realmente gostaria de parecer. "Não... Eu só... Estava pensando sobre o assunto, então..."

Stefan parece relaxar um pouco com a resposta dela, apesar de ainda olhá-la desconfiado.

"Bom," ele começa, "é possível devolver a memória sim, basta apenas querer isto."

"Ah, obrigada."

Elena resolve que é melhor mudar de assunto, antes que ele fique realmente desconfiado de que alguém retirou uma memória dela. É melhor que ele não saiba do assunto.

Entretanto, depois de alguns minutos de conversa banal, Elena olha para a paisagem ao seu lado. O seu pensamento está distante mais uma vez.

Ela irá convencer Damon de devolver sua memória, custe o que custar.


Quando Elena entra em seu quarto outra vez, ela vê a janela aberta e sabe que alguém está lá. Ela obviamente acompanhou o carro de Stefan com o olhar, para ter certeza de que ele iria embora, então, só há uma opção...

"Damon?" ela questiona, olhando para os lados atentamente.

"Elena querida," a voz dele vem do banheiro, "você ainda guarda os remédios para dor aqui? Talvez o Gilbert Júnior tente suicídio com eles novamente..."

Quando ele aparece na porta do banheiro segurando o vidro de remédios, Elena rola os olhos, e os retira da mão dele.

"Deixe os meus remédios em paz, Damon." Ela diz, enquanto entra no banheiro e coloca o vidro outra vez em cima dentro do armário da pia.

Damon está deitado relaxadamente na cama dela, quando ela volta para o quarto.

"Você não deveria ter tanta intimidade para invadir meu quarto. Eu ainda não o perdoei."

Ele não parece se abalar com a demonstração de grosseria dela; apenas arqueia as sobrancelhas em descaso.

"Pois eu creio que você deveria me perdoar," ele responde simplesmente.

"E por que eu deveria fazê-lo?" Elena indaga, enquanto para em frente ao espelho e solta os cabelos do rabo-de-cavalo. "Gostaria de um motivo convincente."

"Você quer um motivo convincente?" ele rapidamente sai da cama dela, e o reflexo dele aparece logo atrás dela no espelho. "Então, você o terá."

Elena o olha pacientemente, apenas esperando que ele prossiga.

"Se você me perdoar, eu lhe devolverei a memória que você tanto quer."

A proposta desperta o interesse dela, mas Elena ainda não confia direito nele.

"Tenho uma idéia melhor, Damon," ela vira-se para encará-lo. "Que tal você devolver a minha memória, e, depois que eu a tiver, decido se devo perdoá-lo ou não?"

"Seria o justo," Damon responde, outra vez, com descaso. "Mas apenas para você. Eu preciso ter as minhas garantias antes de devolver sua procurada memória."

"Por que tantas garantias?" Elena diz curiosamente. "O que você fez comigo de tão bruto, que precisa que eu o perdoe antes de me mostrar realmente?"

Damon começa a caminhar ao redor dela.

"Não se preocupe, eu não a violei..." ele responde, e o tom dele está coberto de sarcasmo.

"Damon..." ela o repreende, virando-se para encará-lo de novo. "Eu estou falando sério. Por que você precisa disto? Por que precisa que eu o perdoe para devolvê-la?"

"Na verdade, eu não preciso," Damon revela. "Estou apenas aproveitando a oportunidade..."

A resposta dele não a agrada nenhum pouco.

"Aproveitando a oportunidade?" ela praticamente cospe. "Aproveitando? É só isto que você faz? Aproveitar as oportunidades? Aproveitar-se dos outros, Damon? E ainda quer que eu o perdoe?"

Ele olha para ela, aparentando estar surpreso.

"Talvez eu não devesse mais ser sincero..." ele diz, mais para si mesmo do que para ela.

Elena dá um suspiro cansado.

"Damon, devolva a minha memória e vá embora daqui."

Damon anda até ela rapidamente, segurando-a pelos ombros.

"Eu a devolverei, Elena. Quando você menos esperar, eu a devolverei."

Mais uma vez, ela pisca, e ele não está mais lá. Ela sabe que, talvez, não deva acreditar nele. Mas os olhos dele pareceram cheios de emoções daquela vez... Talvez ele estivesse falando realmente a verdade.

Ela não sabe. Na verdade, ela não está se importando. Está ocupada demais se perguntando como o cômodo se tornou tão frio de repente...


N/A: Deixem-me saber as suas opiniões!

Beijos.

(Atualizada em 18.09.2011 para corrigir eventuais erros ortográficos.)