Só o plot me pertence


Percy estreitou os olhos para o mar. As ondas chicoteavam incessantemente a areia, deixando para trás os mais diversos objetos ao recuar. Entre conchinhas e algas, havia também lixo que, embora não fosse natural estar ali, estava ali de qualquer jeito todos os dias e todos já estavam acostumados a isso. Olhos muito verdes varreram o ponto em que a areia se coalhava desse lixo e dessas conchas na vã esperança de encontrar qualquer coisa de valor.

Ou, se Percy fosse sincero consigo mesmo, algo que indicasse que seu pai habitava aquelas águas.

O herói virou-se e acenou para sua mãe, que estava a alguns metros de distância lendo uma revista. Ela sorriu, exibindo seus pés-de-galinha, e voltou a ler.

Percy pôs-se então a trabalhar. Havia muito tempo que ele não ia à praia para fazer castelos de areia. Havia muito tempo que ele sequer ia à praia, mas aquele dia, aquele específico dia, era o "aniversário" dos castelos de areia.

Ele sabia, sem saber como sabia, que naquele mesmo dia, daquele mesmo mês, de um ano diferente e mais remoto, um bebê chamado Percy Jackson se divertia com areia molhada quando um estranho que fazia mágica foi falar-lhe.

Cavucando um buraco no chão, Percy tentou lembrar-se daquele dia, mas as memórias que tinha eram confusas, do ponto de vista de uma criança que não entendia bem o mundo à sua volta, ou então memórias que ele construíra baseadas no que sua mãe lhe contara. Não eram bem memórias.

Ele levara sua mãe à praia por achar certo. Como se para repetir aquele dia de um modo diferente. Já dizia um povo antigo que as coisas se repetem de jeitos diferentes, e talvez isso tenha certa magia. Magia era o que Percy estava buscando.

E foi o que buscou durante toda a tarde. Trapaceando um pouco pela primeira vez desde que começarar a fazer os castelos, ele sozinho fez não um castelo, mas um verdadeiro palácio de areia, muito maior do que qualquer castelo que ele tenha feito antes, com ou sem ajuda. E, na verdade, ele recebra certa ajuda desde o primeiro.

As ondas batiam cada vez mais perto do castelo e o sol ia para cada vez mais longe, deixando o sol róseo. Percy sacudiu a areia dos shorts e se levantou para ir embora, sem se virar para ver se a marca de seu pai estaria lá; ele sabia que não estaria.

Porque os dois tinham combinado (do jeito deles, você pode não ter percebido) que as coisas não precisam ser vistas para estarem presentes. E quando o vento soprou morno, Percy ouviu um sussurro e soube que Poseidon estava ali.

"Você trapaceou, Percy Jackson".

Sorrindo, ele caminhou até sua mãe, que dormia na cadeira de praia, arrumou o pouco que eles tinham levado e a acordou, avisando que já era noite. Ela acordou confusa e perguntou onde "pelos céus" estava o castelo que ele passara a tarde fazendo. Ele olhou para trás e viu que seu palácio de areia sumira sem deixar vestígios. Uma inscrição na areia dizia "trapaceiro".

"Só porque você não o vê não quer dizer que não esteja lá, mãe." Percy disse depois de rir da inscrição.

Sally olhou estranhamente para o filho, mas não fez comentário. Quando seu filho é um semideus, você aprende que se perguntar demais acaba sabendo de coisas que não lhe interessam.

Eles voltaram para casa e o palácio de Percy ficou ali, invisível e presente.


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ok, tem muito tempo que eu não escrevo essa história, então talvez tenha algo de diferente neste capítulo. não sei. não tenho tido tempo para escrever, mas me deu essa vontade de voltar aos castelos de areia agora há pouco e deu nisso. ficou pequeno, desculpe, mas são 3 da amnhã e preciso ir dormir rs não sei quando terei tempo para escrever mais, mas pretendo fazê-lo. deculpe pelo tamanho do capítulo e por qualquer outra coisa. hope you like it =)
kissu ;*