Percy, o Lerdo.
Parecia idiotice tentar falar sobre isso com Percy.
Quero dizer, eu o amo, não é óbvio?
Bom, sou aquele tipo de garota que raciocina antes de fazer as coisas e Percy... Bom, ele, simplesmente, não raciocina. Talvez seja isso.
Mas, como ele não poderia notar isso?
Todas as dicas que eu dei, ok, não eram exatamente dicas, eram como indiretas beeeem indiretas, porque o Cabeça de Alga não conseguia notar.
"Fico feliz que não seja um porquinho da índia, Cabeça de Alga." Eu dissera isso, o quê? Há uns dois anos, quando a gente foi resgatar Grover e pegar o Velocino de Ouro?
Naquela época, Percy devia achar que eu amava Luke, tudo bem, eu o perdôo. Mas, dois anos depois? Depois de tudo que Luke fez, ele não poderia achar isso, não mesmo.
Então, ele devia saber que eu o amava. Quase como uma obrigação.
Porque eu estava insatisfeita que ele não reparasse. Que ele não notasse.
O que ele queria que eu fizesse para ele reparar? Ser uma filha de Afrodite da vida? Daquelas que babam e tem um amor trágico por qualquer "gatinho"?
Mas, tudo bem. Algum dia ele iria reparar.
E, agora, aqui estamos.
Eu pensei que ele estivesse morto, admito. Mas como poderia saber? Aquela explosão no Monte Sana Helena fora enorme, não havia como alguém normal sobreviver a isso. Mas talvez eu deve-se considerar que meios-sangues não eram normais, principalmente, Percy.
Subitamente, me lembrei de antigamente, bem, bem antigamente. Quando os nomes e os sobrenomes das pessoas eram algo como Alexandre, o Grande.
Provavelmente era isso.
Percy, o Lerdo.
O lerdo que, eu tinha de admitir – mesmo depois de saber que ele estivera duas semanas naquela maldita ilha -, que eu amava.
Porque ele era isso mesmo.
Percy, o Lerdo. Que eu amava.