Ginevra – One-shot

Pra quê falar de amor, Ginny, se podemos vivenciá-lo?

Todos os dias ao seu lado são como pequenas eternidades, atadas ao seu sorriso. Eu nunca pensei que fosse me apaixonar por você, mas assim que aconteceu, me pareceu a coisa mais certa do mundo. As ilusões foram-se todas embora e você, minha querida, descobriu que até mesmo um Malfoy tem um coração. E isso foi algo surpreendente; até para mim mesmo. Afinal, você me conhece melhor do que eu.

Para quê falar de amor, Ginny, se já aprendemos a lidar com ele?

Às vezes, sinto que vou acordar desse sono a qualquer momento. Pode parecer piegas – eu pelo menos acho piegas – mas é como me sinto. Me sinto um tolo, fazendo poesia com as palavras e me importando mais com alguém do que comigo mesmo. É para ser assim? Porque... bem, apesar de tudo, eu sei como lidar com o que sinto.

Para quê falar de amor, Ginny, se um olhar vale mais que mil palavras?

E o seu olhar, esse sim eu posso falar. Conheço melhor que o meu próprio. Quando estamos sozinhos, ele é mais dócil e arde dentro do meu; é uma chama inapagável. Quando está triste, eu vejo as lágrimas querendo escapar. Mas você é tão forte! Sempre as impede de escorrer por seu rosto. Outras vezes, quando estamos todos passando por tempos difíceis, seu olhar se torna destemido, como se você estivesse pronta para encarar qualquer coisa. E você está, eu sei que está.

Para quê falar de amor, Ginny, se nosso tempo é tão precioso para se gastar com palavras?

Vemos tanta gente morrendo e sumindo misteriosamente, dia após dia. A minha família chama a atenção de todos. Um Malfoy é sempre procurado, assim como uma Weasley. Amanhã talvez não estejamos mais aqui. E, afinal, não é o seu lema aquele que diz "viva o hoje como se não houvesse amanhã"? Pois bem. Quando estou com você, me sinto no dever de fazer isso. Não há tempo para calmaria, e você sabe disso melhor que ninguém.

Para quê falar de amor, Ginny, se ainda existem tantas outras coisas para se descobrir?

O mundo parece pouco para mim quando estamos juntos. Os momentos estendem-se à minha frente, oferecendo tantas coisas novas. Por você, eu iria a qualquer lugar. Com você, me sinto livre. Mas, ao mesmo tempo, preso a você, uma prisão da qual não quero escapar. Me sinto capaz de fazer qualquer coisa. E eu sei que você acredita que realmente sou, você tem tanta fé em mim. Isso é uma das coisas que mais amo em você. Afinal, na verdade... te amo completamente, por inteira. Não vejo defeitos. Talvez, o seu único defeito seja não tê-los.

Para quê falar de amor... para quê, Ginny, se já tenho você?