Capítulo seis: A tarde com Bella

Acordei às três da madrugada e saí da minha cama ainda meio adormecido. Fui ao banheiro pra tomar uma ducha quente e unir meus sentidos. A água quente removeu toda a sonolência. Duas coisas que eu ignorara quando me tornei um doutor foram os turnos da manhã e o turno da noite. Essas eram as horas em que pessoas normais poderiam dormir enquanto eu estava responsável por um pronto-socorro pra salvar a vida de outras pessoas. Mas quando eu ficava no meu estado de mau humor, minha consciência me lembrava que isso era o que eu queria pra minha vida; também eu fiz isso pra me tornar um homem melhor pra Bella e eu nunca me arrependeria disso.

Preparei minha bolsa, meu kit médico e coloquei meu jaleco branco dentro antes de fechá-la. Saí de minha casa às quatro e quinze e cheguei ao hospital cinco minutos antes de o expediente começar. Entrei em minha seção e vesti meu jaleco. O chefe da urgência informou ao turno da manhã, que me incluía, sobre a situação das últimas vinte e quatro horas. Aparentemente houve um acidente de carro na noite anterior e todas as pessoas dos dois carros estavam seriamente feridas. Havia cinco adultos e uma criança. Rosnei mentalmente. Hoje ia ser um dia longo.

As informações acabaram e agarrei minha lista de pacientes hoje. Estudei a lista e exalei. Meu paciente era um homem, trinta anos, e tinha várias costelas quebradas e uma perna.

"Boa forma de começar o expediente, certo, doutor Cullen?"

Levantei minha cabeça e olhei pra mulher com cabelos escuros e olhos castanhos. Sorri timidamente. "Sim, doutora Collins." A doutora Collins era a chefe da ala pediátrica do hospital. Aparentemente ela era a responsável essa manhã porque uma das pessoas machucadas era uma menina de dez anos.

"Estou surpresa de vê-lo aqui. Eu esperava ver doutor Gerandy."

Corri minha mão pelos meus cabelos nervosamente e sorri. "Eu... hum... mudei meu expediente com ele ontem."

As sobrancelhas da doutora Collins subiram. "Trocando horários? Isso não é usual."

"Hum... sim." Murmurei. Eu pude sentir minhas bochechas corando. Não havia jeito de contar a ela sobre Bella. Ela era uma das doutoras solteiras que continuavam flertando comigo.

Pelo canto dos meus olhos, pude vê-la rir e dar um passo mais perto. "Eu nunca vi você corar antes."

Rolei meus olhos e peguei o estetoscópio do bolso do meu jaleco. Eu não podia acreditar que ela ainda queria me seduzir nessa situação emergencial. "Obrigado, doutora Collins, mas preciso fazer minha visita matinal ao meu paciente."

Ela sorriu e gesticulou com sua mão pra que eu fizesse o que tinha de fazer.

Balancei minha cabeça e comecei a caminhar pra fora da emergência.

"Boa sorte, doutor Cullen." Ela disse pra mim com uma voz abafada.

Rolei meus olhos de novo e continuei andando.

Como eu previra, meu dia iria ser realmente difícil. A condição do meu paciente era muito crítica e não pude deixá-lo por muito tempo. E era difícil quando eu tinha de lidar com algumas enfermeiras paqueradoras. Era trabalho delas flertar comigo ao invés de cuidar dos pacientes?

Entre os meus períodos com o paciente, mandei uma mensagem de texto pra Bella pra lembrá-la de manter sua cafeína baixa. Pela nossa conversa de ontem, eu entendi que ela utilizava a cafeína pra mantê-la alerta e eu disse que não era bom pra sua saúde.

Escapei pro meu almoço depois de perguntar ao doutor White se havia outro doutor pra cobrir meus pacientes enquanto eu almoçava. Andei até a sala dos funcionários e tirei meu jaleco. Eu abri o botão da manga da minha camisa e a levantei até o cotovelo. Respirei fundo e afundei em uma das cadeiras. Deitei minha cabeça na cadeira e fechei meus olhos. O silêncio da sala acalmou meu humor e abri meus olhos de novo. Minha mente se dirigiu pra Bella. O que ela estaria fazendo agora? Estaria ocupada? Pressionei meus lábios e puxei meu celular do meu bolso. O liguei e mandei uma mensagem a Bella pra lembrá-la de almoçar e dizer que a pegaria essa tarde.

Caminhei pra cafeteria e quase fiz careta quando vi a comida. Algumas vezes eu queria cozinhar meu almoço ao invés de comer essa comida. De alguma forma eu tinha de agradecer minha mãe que insistiu que eu aprendesse a cozinhar. Comi meu almoço em paz, o que significa nenhuma enfermeira ou doutora tentando ser "legais" comigo. Eu era mais uma pessoa discreta, o que era o motivo de eu nunca participar de eventos sociais do hospital. Eles realizaram um baile de gala ano passado e eu fui convidado. Mas recusei ir porque não queria ir sozinho. Eu tive a intenção de entrar em contato com Bella naquela época; pra perguntar a ela se poderia ir comigo no baile, mas rapidamente adiei esse pensamento. Eu apreendi que precisava ter um 're-conhecimento' com ela primeiro. E é claro, não tinha jeito de que eu fosse ao baile com uma das enfermeiras ou doutoras daqui, embora tenha ouvido a fofoca local no hospital de que elas estavam fazendo uma aposta sobre quem seria bem-sucedida ao me convidar. Bufei mentalmente.

Eu voltei pro meu paciente após o almoço e supervisionei seu progresso. Respirei em alívio quando apreendi que os sinais vitais dele estavam melhorando, embora ele ainda estivesse inconsciente. Todos os doutores e enfermeiras do expediente da manhã tinham uma pausa à tarde depois que o turno era trocado. Eu evitei a doutora Collins com sucesso antes que ela me atacasse. Ela sabia que eu não podia escapar dela pra sempre. Ela sabia que eu queria ser um pediatra algum dia e eu precisava assisti-la também. Eu esperava que Bella já tivesse aceitado que eu fosse mais que um amigo nessa época, então eu teria uma razão forte pra rejeitar a afeição dela. Não que eu não houvesse tentado, mas a razão "eu não namoro" não parecia suficiente pra ela.

Caminhei até a sala dos funcionários e me dirigi ao banheiro. Eu trouxe uma camisa sobressalente e calças pra minha tarde com Bella. Eu sabia que ela não se importaria se eu cheirasse como remédios, mas eu queria deixar uma boa impressão nela. Eu rapidamente tomei banho e mudei minhas roupas. Eu dobrei minha camisa de mais cedo e as calças e as coloquei dentro de um saco plástico enquanto dobrava meu jaleco e os colocava ordenadamente dentro da minha bolsa. Meus pais nunca me ensinaram a ser perfeitamente esmerado, mas acho que isso era justamente o que eu era. Crescendo num meio puro, me fez tornar uma pessoa caprichosa também. Eu suspeitava que meus pais tenham usado esse método ao invés de gritar comigo pra que limpasse meu quarto.

Amarrei meus sapatos e tentei domar meu cabelo bagunçado. Algumas vezes meu cabelo me deixava frustrado e eu disse isso a minha mãe. Meu pai tinha o cabelo loiro enquanto minha mãe tinha cabelos caramelo. Meu cabelo era de um incomum tom bronze. Meu primeiro pensamento foi que era porque ele era uma mistura entre o loiro e o caramelo, mas minha mãe me contou sobre a família do avô do meu pai ser irlandesa e eu ter herdado seu cabelo vermelho. Eu acho que não sou puramente americano afinal. Perfeito!

Saí do hospital às quatro da tarde e saí do estacionamento. Meu carro era um volvo prateado, justamente como o que eu dirigia quando estava no colegial. Mas esse carro era a versão mais nova e eu o comprei depois de vender o outro. Eu também possuía um Aston Martin Vanquish preto, que eu comprei depois de ter sucesso mexendo com as ações do meu pai no mercado de ações. Sorri com a lembrança. Meu pai tinha algumas ações e uma vez me ensinou como gerenciá-las. Em uma oportunidade, eu tentei mexer com elas e tivemos muito lucro. Eu sempre quisera um Aston Martin àquela época e meu pai me deu minha parte então pude comprar o carro negro. Eu fiquei mais confiante quando vira o último James Bond usando o mesmo carro que eu. Nem todas as pessoas sabiam que eu tinha um Aston Martin porque raramente usava esse carro. O carro era especial pra mim e esse era o motivo de eu dirigi-lo em ocasiões especiais também. Eu esperava que pudesse dirigir com Bella algum dia naquele carro.

Parei em frente à portaria e saí do meu carro. Decidi esperar por ela no estacionamento. Mandei mensagem pra ela para informá-la que eu estava esperando na entrada do estacionamento. Me inclinei no meu carro e esperei Bella sair. Ignorei os olhares curiosos dos outros funcionários e quase ri quando vi Jéssica. Seus olhos arregalaram quando ela me viu e rapidamente abaixou sua cabeça. Sorri como o gato de Alice no país das maravilhas. Eu sabia que ela deveria ter descoberto a verdade sobre meu pai através de Bella, e ela estava com vergonha de seu 'movimento' do outro dia.

Bella saiu da portaria não muito tempo depois de Jéssica e sorriu fracamente quando me viu. Meu coração tremulou quando eu vi seu sorriso. De alguma forma eu não me sentia mais cansado. Ela caminhou em minha direção e sorriu.

"Oi," Ela disse depois de se aproximar de mim.

"Oi. Pronta pra nossa tarde?"

Bella balançou a cabeça e eu sorri novamente.

Eu abri a porta do passageiro pra ela e fechei a porta depois que ela se fixou em seu lugar. Andei envolta do carro no modo "em êxtase" e não podia esperar pra ter minha tarde com ela.

"Você precisa comer alguma coisa ou nós podemos ir direto pra livraria?" Perguntei a ela. Hoje era meu dia com ela e eu a deixaria fazer sua escolha.

"Eu não estou com muita fome. Podemos ir à livraria primeiro," Ela respondeu.

Concordei com a cabeça. "Tudo bem. Nós podemos jantar em um pequeno restaurante na cidade. Costumo ir lá depois das minhas longas horas no hospital." Eu decidi começar a introduzir Bella na minha vida. O jantarzinho era em um pequeno restaurante com uma aconchegante e amigável atmosfera. Eu escapava pra aquele lugar depois de ter momentos estressantes ou longas horas no hospital; também era um lugar onde tramava algumas maneiras de fazer contato com ela assim que me mudei pra cá.

Ela sorriu. "Tudo bem."

Sorri largamente. "Ok."

Bem, era um bom começo.

Dirigi rapidamente do estacionamento e virei pra rua. Liguei o som e música clássica era ouvida dos auto-falantes.

"Você tem um carro legal," Bella disse.

Meu ego masculino aumentou quando ela disse aquilo. Eu acho que eu tinha causado uma boa impressão. Quero dizer, ela elogiou meu carro, certo?

Sorri. "Obrigado, Bella. Não é uma Ferrari ou um Jaguar, mas é rápido o suficiente." Reprimi a mim mesmo de contar a ela sobre o Vanquish. Tudo a seu tempo.

Ela balançou a cabeça pensativa. "É o mesmo carro que você dirigia quando estávamos no colegial?"

Mais uma vez, meu ego masculino inflou. Meu coração inchou-se quando apreendi o fato de que ela ainda lembrava-se do meu carro do colegial. Limpei minha garganta. "Hum... a parte do volvo é a mesma, mas essa é a versão mais moderna. Eu vendi o carro do colegial e comprei esse."

"Sei."

Depois de nossa pequena conversa, dirigimos em um silêncio confortável até chegarmos à livraria. Abri a porta do passageiro pra Bella e ela saiu do meu carro desajeitadamente. Por sua atitude, eu soube que ela nunca fora tratada como uma dama antes. Bom, era melhor que ela se acostumasse com isso agora.

"Que tipo de livros você deseja comprar?" Bella me perguntou quando já estávamos dentro da livraria. Nós paramos em frente aos corredores.

Pressionei meus lábios e olhei pra ela. "Qualquer um."

Bella olhou pra mim divertida. "Tudo bem, então." Ela virou sua cabeça pros corredores e mordeu seu lábio. Eu a conhecia bem pra saber que ela fazia isso quando estava pensando. Esperei pacientemente por ela enquanto encarava seu rosto lindo. De novo, a urgência de segurar sua mão ou acariciar seus cabelos surgiu em meu corpo. Eu tenho sonhado tocar seus cabelos desde nosso almoço ontem. Cerrei meu punho inconscientemente.

"Hum... E sobre os livros do autor com quem trabalho? São bons livros," Ela perguntou de repente.

Descerrei meu punho e pisquei várias vezes quando ouvi sua voz. Bella levantou suas sobrancelhas e eu rezei silenciosamente pra que não corasse agora. Limpei minha garganta. "Claro. O que você quiser."

Bella balançou sua cabeça e sorriu fracamente enquanto eu me estapeava mentalmente.

No fim, comprei alguns livros que Bella sugerira. Eu não me incomodei de ler o resumo. Eu sabia que ela era melhor do que eu nessa área. Quando dirigíamos da livraria o dia já tinha se tornado escuro. Eu mantive minha promessa de levá-la no pequeno restaurante que eu costumava visitar. Eu sabia que ela ficava mais confortável nesse tipo de lugar, mas eu esperava poder levá-la em um extravagante. Embora estivesse calmo por fora, meu interior não estava. O que direi pra ela agora? Falarei com ela sobre a reunião? Eu realmente não queria arruinar meu tempo com ela.

"Então, me conte sobre o que aconteceu na sua faculdade," Eu decidi começar com uma pergunta elegante, embora eu soubesse dela por seu pai.

Bella apertou seus lábios e sorriu timidamente. "Eu acho que você sempre perguntava pro meu pai sobre mim."

Oh, pego!

"Bom..." Eu comecei a dizer, embora estivesse um pouco trêmulo. "Eu perguntava, mas seria melhor ouvir de você." Aham, boa defesa, Cullen!

Ela sorriu e fez careta. Bom, ela não parecia zangada.

Nossa conversa voou facilmente. Era ótimo vê-la tão livre e não encarregada com seus trabalhos. Nós mantivemos a conversa quando nossa comida já havia chegado e eu quase fiz a dancinha da vitória se eu me lembrava da comida do refeitório no almoço. Nós continuamos a conversar até que meu celular tocou. Eu olhei pro identificador de chamadas e rolei meus olhos. Sorri com remorso pra Bella. "Desculpe, mas preciso atender. É meu pai."

Ela balançou a cabeça. "Tudo bem."

Saí da minha cadeira e caminhei pro canto do salão. Me encostei na parede então poderia ver Bella de onde estava. Abri o celular.

"Sim, pai?"

"Ocupado?"

Sorri. "Algo assim. Estou cortejando alguém agora."

"Hum," Meu pai soou surpreso. "É alguém com cabelos castanhos, olhos cor de chocolate e filha do chefe de polícia de Forks?"

Sorri levemente. "Claro que é. Quem mais?"

Ele sorriu de volta. "Estou feliz que esteja trabalhando em algo com ela, filho. Então, sobre o encontro que tínhamos conversado ontem..."

Meu riso desapareceu. "Que encontro?"

"Tenho certeza de que se lembra de nosso plano de vir pra Seattle, não lembra?"

Eu estava certo que meu corpo ficou mais frio do que gelo. "Hum... Pai, você tem certeza de que isso é uma boa idéia? Eu quero dizer, você e mamãe conhecerem Bella?" Fiz careta pra imagem de Bella me rejeitando no momento em que eu contar a ela do plano.

"Porque não pergunta a ela, Edward? Além disso, você pode persuadi-la a ir com você."

Franzi minhas sobrancelhas. "Como?"

"Não sei. Porque não pensa em algo?"

Eu zombei. "Não estou acostumado a implorar pelas pessoas, pai. Meu único jeito é o que mamãe chama de "olhos de cachorrinho" e eu raramente uso isso também. Eu só fiz isso quando pedia o perdão dela depois de ter quebrado o vaso antigo."

Meu pai deu risada. "Bom, se sua mãe engoliu isso, talvez você possa tentar com Bella."

"Aham, tá."

"Nós vamos a Seattle amanhã de manhã, talvez cheguemos no almoço. Qual o seu cronograma amanhã?"

"Hum..." Pressionei meus lábios tentando me lembrar do meu expediente regular. "Eu tenho que ir ao hospital às sete. Eu darei minhas chaves ao segurança." Eu sabia que meus pais iam ficar no meu apartamento e esse era o motivo pra eu ter alugado um apartamento de dois quartos.

"Tudo bem. Está resolvido então. Você tem certeza de que pode fazer Bella ir no jantar?"

Eu estava prestes a responder a pergunta do meu pai quando vi um cara loiro sentar na minha cadeira em nossa mesa. Bella pareceu desconfortável e eu instantaneamente soube que o homem possuía uma má intenção com ela.

"Edward?"

"Te ligo depois,pai." Respondi a ele sem pensar,e desliguei o celular. Eu não parei de olhar pro cara. Me aproximei de nossa mesa na mesma hora em que ele correu pra perto de Bella enquanto ela tentava criar espaço dele. Eu tentei muito controlar minha raiva. A última vez em que perdi a cabeça foi quando estava na faculdade. Eu bati em um dos meus colegas de quarto porque ele estava interessado em Bella. Eu não queria que Bella me visse fora do controle nunca.

Eu coloquei minha mão no ombro de Bella e ela relaxou ligeiramente. Ignorando minha raiva, eu me senti orgulhoso por ela confiar em mim. Cerrei minha mandíbula e encarei atentamente o cara. Ele tinha olhos azuis e eu realmente não gostei do modo como ele olhava minha... hum... noiva. "Ele está te incomodando, Bella?"

O homem loiro sorriu manhosamente e se inclinou na minha cadeira. Ele estava me dando nos nervos. "Eu estava cumprimentando a Bella aqui. Sem ofensa, cara."

Ha! Experimenta! Meus olhos estreitaram. "Saia da minha cadeira."

Ele levantou sua mão e saiu. "Tudo bem. A gente se vê, Bella." E tudo pareceu acontecer em câmera lenta. Eu vi o homem tocar Bella do modo mais nojento e meu instinto protetor reclamou.

Capturei a mão dele imediatamente. "Não ouse tocar na minha noiva." Eu rosnei. Pelo canto dos meus olhos, pude ver a mandíbula de Bella cair enquanto os olhos do homem abaularam em seus lugares. Instantaneamente soube que tratara Bella como minha noiva, mas era muito tarde pra retirar isso e se esse fosse o único jeito de manter esse homem longe, eu terei prazer em fazê-lo.

"Des...desculpe... Eu não sabia."

Bom, ele deveria ter sabido a partir de agora. "Então me deixe informá-lo, CARA. Ela é minha noiva. Da próxima vez, mantenha suas mãos pra si mesmo e comece a tratar as mulheres com respeito. Entendeu?"

Ele balançou a cabeça furiosamente e libertei meu aperto em sua mão. Ele correu pra fora como um cachorrinho perdido. Hum, esse cara era fraco. Eu sentei de volta em minha cadeira com meus olhos ainda encarando a porta da frente. Lentamente, eu virei pra olhar pra Bella e ela parecia em choque com a cena anterior. Meu rosto suavizou. Não era hora pra ficar zangado. Ela era minha prioridade. Eu desejei desesperadamente que o homem desagradável não a tivesse machucado ou eu faria alguma outra coisa com ele. "Bella? Você está bem? Ele não machucou você, machucou? Se machucou, eu juro que vou-"

"Não, Edward!" Ela cortou minhas palavras, quase gritando comigo. "Eu estou bem. De verdade. Não se preocupe. Isso acontece o tempo todo."

O que? Eu cerrei meu punho e esperava que Bella não tivesse visto isso. "O tempo todo? Ele fez isso mais de uma vez?"

"Er... Sim." Ela fez careta.

Oh, pelo amor do que é sagrado, como ela pôde ter vivido aqui antes de eu ter vindo pra sua vida? Suspirei e apertei a ponte do meu nariz, tentando controlar minha raiva novamente. De repente senti Bella colocar as mãos em concha no meu rosto e levantei minha cabeça pra olhá-la. Sua pele era tão macia e quente na minha. Meu cerne sentiu-se preenchido instantaneamente. Olhei-a tristemente. Eu sentia muito por mim mesmo, me arrependendo de não ter feito contato com ela antes ao invés de esperar por mais um ano. Eu poderia tê-la salvado daquele homem em primeiro lugar.

"Eu estou bem. Além disso, sou filha do chefe de polícia. Sei como me defender." Ela disse em um tom zombeteiro, tentando abrandar minha tristeza.

Ah, Bella!

Sorri e inconscientemente baixei minha testa na dela. Ela não se esquivou no que eu fiquei grato. "Desculpe."

Ela pressionou seus lábios. Ela realmente parecia adorável e meu coração deu uma estúpida palpitação de novo. "Bem, eu não me desculpo por Mike. Talvez você pudesse mostrá-lo alguns pontos."

Oh, o nome dele era Mike, então. Ela disse que eu poderia dar uns toques nele? O prazer é meu!

Me foquei de volta em Bella e dei risada me afastando pra afofar o cabelo dela.

Ela me encarou. "Edward... Quando você disse que eu era a sua noiva..." A voz dela falhou no final.

Dessa vez, eu coloquei minhas mãos em concha no rosto dela. Eu olhei pros seus olhos cor de chocolate e tremi levemente debaixo de seu olhar. Foco, Edward!

"Sim, Bella. Você é minha noiva. Eu sei que não me ama, mas prometo compensar meu tempo com você. E vou esperar por você." Pra sempre...

Ela suspirou. "Edward... Vai ser tanto tempo... Como você ainda irá me querer?"

Meu rosto ficou duro instantaneamente. Como ela pode me perguntar esse tipo de coisa? Ela sabia o quão miserável eu estava de volta no Alasca? Ela sabia o quanto eu senti a falta dela todos esses anos de nossa separação? Ela sabia... Suspirei mentalmente. Claro que ela não sabia. Ela tinha uma impressão diferente de mim. Eu acertaria isso com Tyler em nossa reunião se ele fosse mesmo.

"Você é tudo o que eu quero, Bella. Não me importo com o que as pessoas pensam ou com que as pessoas dizem. Eu quero você e só você!" E sempre irei querer.

Bella procurou meus olhos e me encarou suplicante. "Você... vai... esperar... que... eu... te... ame?"

Eu quase saltei do meu lugar quando a ouvi dizer essas palavras. Meu coração inchou de esperança. Eu ainda tinha uma chance de ganhar seu coração. Ao invés de pular e fazer a dancinha da alegria sorri e beijei sua testa. Encarei seus olhos e disse a promessa de nossos tempos de criança, "Pra sempre se eu tiver." Eu disse essas palavras quando a ajudava a ficar sobre seus pés depois de ela ter caído me perseguindo. Eu não tinha certeza se Bella poderia lembrar, mas eu esperava que ela lembrasse algum dia.

Pelo canto dos meus olhos, olhei pro grande relógio e senti um pouco de desapontamento quando este marcava oito e meia da noite. Tanto quanto eu queria mais tempo com Bella, eu sabia que ela precisava descansar. Virei pra olhar pra ela e disse, "Vamos! É hora de a princesa ir pra casa."

Eu sorria enquanto ela rolava seus olhos.

Paguei a conta e saí do restaurante com Bella perto de mim. Abri a porta do passageiro do meu carro pra ela e ela entrou. Liguei o motor depois de me instalar em meu banco e dirigi de volta pro apartamento dela. Uma melodia suave do alto-falante acompanhou nossa viagem de volta pro apartamento. Eu realmente tive um bom tempo e esperava que Bella quisesse dizer o que disse mais cedo que ela queria me amar. Eu sabia que nós teríamos de trabalhar em várias coisas e sabia que Bella não iria esquecer meu comportamento no colegial, mas eu estava disposto a tentar e provar pra ela que era um homem bom agora e que eu era digno de seu amor.

Suspirei internamente. Eu ainda não me organizara pra contar a ela sobre a reunião. Como na Terra eu iria convidá-la pra ir? Como amigos ou talvez... namorados? Engoli em seco. Ela aceitaria isso? E não esquecer do jantar com meus pais amanhã. Estacionei meu carro na garagem de seu apartamento e Bella pareceu voltar de seu torpor. O que ela estava possivelmente pensando agora? Tirei meu cinto e saí pra abrir a porta pra ela. Levei-a de volta pra porta de seu apartamento.

Ela sorriu pra mim quando paramos em frente à porta. "Obrigada. Eu realmente me diverti bastante."

Meu corpo estourou em alegria vendo o seu sorriso. Sorri. "Sem problemas, Bella."

Tudo bem, agora era a hora da parte mais difícil.

Corri meus dedos por meus cabelos pra domar o nervosismo. "Hum... Bella? Você está livre amanhã de noite? Meus pais estarão na cidade e querem ver você."

Ela pasmou comigo. "Seus... Seus pais?"

"Sim. Eles ligaram pra mim quando estávamos no restaurante. Então, você vem comigo?" Eu pedi a ela meio que implorando. Eu estava pensando em usar meus "olhos de cachorrinho" nela.

Ela piscou, parecendo insegura. "Bom..."

Eu achei que era a hora certa pros olhinhos. "Por favor..."

Ela rolou seus olhos e instantaneamente eu soube que tinha ganhado. "Ugh! Tá bom! Devo usar um vestido?" Uau, obrigado, "olhos de cachorrinho"!

Sorri vitorioso. "É um jantar quase formal. Vestido está bem. Te pego amanhã às sete, tudo bem?"

"Tudo bem!"

Encaramos-nos e minha mão tocou sua bochecha por si mesma. Parecia que meu corpo tinha seu próprio comando quando estava perto dela. Meus dedos lentamente acariciaram sua bochecha. "Você é tão linda," Eu murmurei pra ela, lhe contando o mais profundo desejo do meu coração.

Bella não me respondeu, ela só me encarava com seus olhos cor de chocolate e eu inconscientemente desci meu rosto pro dela. A urgência de beijar seus lábios de repente inundou minha mente e não pude resistir a isso. Quando nossos lábios estavam polegadas separados, ela virou sua cabeça fracamente e eu estalei de volta pra realidade. O que eu tinha feito? Eu tentei beijá-la? Droga! Nós nem estávamos no departamento dos encontros ainda. Em embaraço, tomei uma rápida decisão. Beijei a bochecha dela e me inclinei pra longe.

"Boa noite, Bella. Durma bem."

"Boa noite, Edward," Ela sussurrou.

Sorri superficialmente e andei até o elevador. Apertei o botão e entrei. Não vi Bella quando me virei em sua direção antes de a porta do elevador fechar. Exalei e me inclinei na parede do elevador. O que tinha acontecido?

Saí do elevador depois do barulhinho de sino e entrei em meu carro. Dirigi de volta pro meu apartamento num modo meio absorto e aturdido. Bella estava realmente me deixando louco. Eu ainda podia sentir seu toque quente em minhas bochechas e sua respiração quente quando nós quase nos beijamos. Eu estava encantado com sua beleza natural e inteligência. Mesmo suas brincadeiras podiam domar minha raiva. Eu corri minha mão por meu cabelo de novo.

Deus, eu estava perdidamente apaixonado por Bella Swan.

Estacionei meu carro na garagem do meu apartamento e informei ao segurança sobre a chegada dos meus pais amanhã. Caminhei até meu andar e destranquei a porta. Joguei a chave numa tigela perto da porta e tranquei a porta novamente. Afundei em meu sofá e puxei meu telefone. Rolei o navegador pro número do meu pai e apertei o botão de discagem. Aguardei até o quinto toque antes de ele atender seu celular.

"Oi," Meu pai parecia sem fôlego.

Franzi minhas sobrancelhas. "Pai? Você está bem? Você soa como se tivesse corrido uma milha."

Meu pai tentou controlar sua respiração. "Não, estou bem, filho."

Eu estava começando a suspeitar mais. O que meu pai poderia estar fazendo a essa hora pra parecer que ele estivesse precisando de um tanque de ar? Espera! Oh, não! Não pode ser!

Sorri demoniacamente. "Pai? Onde está a mãe?"

Pude ouvir a voz abafada da minha mãe ao fundo e explodi em gargalhadas.

"Edward Anthony Cullen, pare com isso!" Meu pai disse severamente, mas eu sabia. Ele estava envergonhado consigo mesmo.

Céus! Eu estava interrompendo justamente as preliminares dos meus pais. Eu era realmente um filho mau ou... um filho bom?

"Desculpe, pai," Eu consegui dizer entre risadas. "Eu só queria te contar que Bella já concordou ir jantar amanhã. Só esqueça que liguei. Tenha uma BOA noite. Te amo,mãe!" Eu meio que gritei e desliguei o telefone antes de o meu pai mudar de idéia.

- Nota da Bee: uahuahauahaua,adoooro essa parte do Edzinho do mal,empatando o lance dos pais. hahahah Tadinho do Cullen Pai. hahahahaa

Well,estou colocando tudo o que deixei de colocar quando estava em provas. Me desculpem,mais uma vez. Prometo ser mais atenta. E rechear mais isso aqui! Já sabem: Reviews = mais capítulos.

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