Sinopse: Na Idade Média as noivas pagavam um tributo ao Senhor Feudal com o seu desvirginamento na noite de núpcias. Era a vez de Ginevra pagar sua dívida.

Obs: Eu li sobre isso num livro de história, mas alguns consideram isso uma lenda. Eu não duvido de nada.

Obs2: O nome do tributo se chamava Prima Note.

Obs3: Reviews são sempre bem-vindos! Hihi.

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Prima Note

Ginevra observava o campo com uma expressão sem vida, tentando esconder o nervosismo que lhe corroia o peito. Queria que a carroça velha andasse, se possível, ainda mais devagar.

O insistente sacolejo causado pela estrada de chão batido e irregular parecia acompanhar as batidas descompassadas do seu coração. O castelo do Senhor Feudal tornava-se a cada minuto maior e mais assustador.

Ali pagaria a dívida, o tributo exigido às mulheres pelo casamento. Virgindade.

Mesmo que achasse isso um absurdo. Mesmo que seu maior desejo fosse se entregar a Harry Potter e somente a ele, seu querido e doce amor e agora marido, não podia reclamar. Era somente uma mulher, uma serva. Servos obedeciam e pagavam seus impostos, a vida era assim. Simples e objetiva.

A carroça parou e as portas do castelo se abriram. Desceu da carruagem e se obrigou a seguir em frente, fitando o chão, tensa e envergonhada demais para encarar os olhares que lhes eram lançados.

Nunca havia visto o Senhor daquelas terras. Era de outro feudo e se mudara no dia anterior, logo depois do casamento humilde com Harry. Não sabia se ele era gordo, bonito, perverso ou bondoso. Só sabia que era considerado um grande guerreiro.

Uma mulher conduziu-a a um quarto onde a banhou e vestiu. Pela primeira vez na vida, Ginevra não se sentiu como uma miserável, mas sim como uma dama. Mas era passageiro, sabia. Estava ali para satisfazer seu Senhor, e depois ir embora para não mais voltar.

Não era uma iludida, tinha 18 anos e uma contínua vida de trabalho e penitência pela frente. Sua recompensa seria a vida eterna no paraíso de Deus.

A mulher disse para aguardar no quarto. Logo seu senhor apareceria. Ginevra agradeceu e sentou-se para esperar. Levou um susto ao ver-se refletida num vidro muito estranho. Parecia arte do diabo, como poderia estar presa num vidro?

Levantou-se e ficou de frente para a estrutura de vidro. Tocou na superfície, analisando cada um dos seus traços. Seria mesmo ela? Nunca havia parado para ver a própria aparência. Não era bem quisto pela Igreja que uma mulher se preocupasse com isso.

Passou a mão pelos próprios cabelos longos e flamejantes, tão diferentes dos cabelos opacos e escuros dos outros. Reparou nas sardas que lhe pintavam o rosto branco, dispersas e delicadas. Tocou os lábios, vermelhos e grossos, mesmo que levemente secos.

Desceu a mão pelo corpo, tocando primeiro a cintura fina e depois os seios fartos, apalpando-os. Nunca tinha tido coragem para tocar a si própria. Era proibido, tentação do demônio.

Mas agora, olhando para própria imagem, não conseguia evitar. Era culpa do vidro, era certamente enfeitiçado.

Quando levantou os olhos para o rosto de novo, levou um susto ao visualizar mais alguém atrás de si. Não olhou para trás, continuou olhando o homem pelo vidro encantado. Ele era belo, tinha cabelos loiros muito claros caindo-lhe sobre os olhos, olhos cinza com um toque de azul brilhante. Era alto com músculos bem delineados. Sua expressão era séria, inexpressiva. Ginevra sentiu um arrepio subir-lhe a espinha.

Ele começou a andar muito lentamente, sua imagem no espelho tornando-se cada vez mais próxima. Ginevra continuou parada, olhando diretamente para aqueles olhos misteriosos, entorpecida.

O homem finalmente a alcançou, abraçando-a pela cintura e encostando os lábios no pescoço pálido. Ginevra sentiu-se tonta com o toque frio, inclinou a cabeça para o lado, deixando-o deslizar a boca pela pele descoberta do pescoço e do ombro.

Ele subiu a mão da cintura até seus peitos, no mesmo trajeto que ela havia feito há segundos atrás. A diferença é que agora um calor pecaminoso acompanhava o movimento. Ele desceu a outra mão para uma das coxas, subindo o vestido com certa ânsia.

Ela sentiu a mão dele apertar-lhe o seio e a parte interna da coxa e não se pode impedir de gemer, nunca havia sentido nada como aquilo. Era bom, era prazeroso. Propavelmente errado.

Ele virou-a para si num movimento rápido e desconcertante, deixando Ginevra ainda mais atordoada. Ele olhou para ela por um segundo e, segurando uma alça do vestido fino e frágil, rasgou-o com um puxão forte.

Instintivamente, encolheu-se, suas bochechas corando por estar nua na frente daquele homem. Mas antes que o fizesse, ele a abraçou e sussurrou:

- Não tenha medo... – A voz arrastada e rouca tocando-lhe a pele como uma chama quente e sensual. – Você vai gostar. – Disse, e começou a arrastá-la para a cama, sem pressa.

Ele a deitou na cama e começou a beijá-la no pescoço, depois desceu para os seios. Demorou-se um pouco ali, fazendo Ginevra arfar extasiada. Começou a descer novamente, passando os lábios gelados pela barriga lisa e quente, que se contraiu involuntariamente.

Ele levantou e olhou para Ginevra. Rosto ainda sem uma expressão definida. Sem tirar os olhos dela, retirou a própria camisa. Ginevra admirou o peito e o abdômen definido de seu Senhor por alguns instantes, desejando tocá-los, senti-los perto de si, mas o nervosismo a mantinha deitada na cama, submissa.

Ele terminou de tirar a roupa ao mesmo tempo em que o sol escondia-se atrás de uma colina. A penumbra da noite envolvendo o quarto, transformando o homem numa sombra enigmática. Ele deitou-se sobre Ginevra novamente.

Ele roubou mais um beijo dela, mal a deixando respirar. Ginevra estava nervosa e muito tensa, seus músculos contraídos, seu corpo duro. Percebendo a rigidez da garota, o homem começou a tocá-la de forma delicada e suave. As mãos grandes e geladas percorrendo cada pedaço de pele exposta que podia alcançar, causando tremores na ruiva.

Ela sentiu ele tocar a parte mais interna de sua intimidade, fazendo movimentos circulares no sem ponto sensível. Era quase torturante, provocante demais, lento demais. Aos poucos aquelas carícias fizeram o corpo de Ginevra relaxar, seu coração bater um pouco mais devagar.

O homem afastou as pernas de Ginevra e, antes de penetrá-la com força, grudou a boca dela com a sua. Quando ela sentiu algo grande e grosso completá-la, um gemido dolorido escapou-lhe entre os beijos. Sentia dor, muita dor, como se algo dentro dela houvesse rasgado, fazendo-a sangrar.

Ele levantou um pouco a cabeça e olhou para ela quando fez um movimento com o quadril. Ginevra contraiu-se novamente, um choro preso na garganta. Uma lágrima solitária escorreu por sua bochecha. Seu Senhor rapidamente beijou a lágrima.

- Shhhhh... – Ele fez, acariciando a bochecha sardenta dela. – A dor vai passar. Só relaxe. – A voz dele era carinhosa. – Confie em mim.

Ginevra não sabia como poderia confiar em alguém que estava lhe causando tanta dor, mas algo na voz dele fez com que ela consentisse com a cabeça. Ele começou a fazer movimentos de vai e vem vagarosamente. Ela abraçou-se fortemente nele, cravando as unhas nas costas musculosas, tentando transmitir um pouco do que estava sentindo. Ele gemeu quando sangue escorreu pelas unhas de Ginevra e aumentou um pouco o ritmo. Ela percebeu que ele não conseguiria manter o controle por muito mais tempo.

Como esperado, ele começou a penetrá-la com mais força e velocidade. A dor aumentou, mas ao mesmo tempo, Ginevra começava a sentir algo diferente misturado a sensação ruim. Um antagonismo cruel, mas delicioso.

Quando o primeiro gemido de prazer da ruiva espalhou-se pelo quarto, ele perdeu o resto do controle e passou a fazer movimentos cada vez mais fortes, rápidos, intensos, quase desesperados. Os gemidos dele misturando-se com os dela.

Ginevra nunca pensou que pudesse sentir algo como aquilo. Algo tão bom não poderia ser certo. Era, sem dúvidas, algum tipo de pecado. Os sermões que ouvia diziam que a vida terrena não devia transmitir prazer, somente a vida espiritual. Iria para o inferno por estar sentindo aquilo? Naquele momento, quis mandar todos os padres para o inferno, nem que por isso acabasse indo junto.

Começou, então, a sentir algo inexplicável espalhando-se pelo corpo, uma fúria, um desejo, uma ânsia por mais, mais e mais. Queria sentir tudo ao máximo, queria morrer de prazer e êxtase. Começou a arquear o quadril e movimentar-se no mesmo ritmo que o loiro.

Ele a beijou com sofreguidão, tentando abafar os gemidos incontroláveis que os dois soltavam. Pareciam ter entrado em sintonia, como se fossem agora verdadeiramente um. Mesmo que ainda sentisse certo desconforto durante os movimentos impetuosos e lascivos, a sensação incrível que se espalhava por todo o seu corpo era incomparavelmente maior.

Os dois estavam ofegantes e suados. Nos últimos momentos, ele passou a penetrá-la num ritmo frenético, quase inalcançável. Um calor passou entre os dois, como uma lava de desejo enlouquecedor. Com um último gemido alto e cansado, Ginevra sentiu o néctar esparramando-se para dentro de si.

O homem caiu esgotado sobre ela. Os cabelos molhados tocando-lhe os olhos.

- Sua dívida está paga. – Ele murmurou no ouvido dela, fazendo-a arrepiar-se mais uma vez. – Mas eu não conseguiria deixá-la ir tão cedo...

Ginevra também não queria voltar naquele momento. A noite mal havia começado...

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A mesma carroça velha a levaria de volta. Olhou para o castelo e suspeitou ver um vulto loiro numa janela, mas a luz forte da manhã ofuscava-lhe a vista.

Subiu no coche e viu o castelo diminuir aos poucos. Era hora de voltar para a realidade. Voltar para seu marido, para sua dura vida de trabalho.

As próximas noites seu corpo seria de Harry Potter. Porém, agora, suspeitava que seu coração não mais pertencesse ao marido.

Suspirou, mais uma vez desejando que a carroça velha andasse, se possível, ainda mais devagar.