Dezenove anos depois

É assim que começo a contar essa história. No meio da paz que se reinou e nos costumes que se sobrepondo acima de tudo poderiam ter-me privado de várias dores. Dores essas, que me levaram a fazer escolhas ruins, a deixar o medo virar meu companheiro e mais do que tudo, me ensinaram a viver.

E eu nunca agradeceria mais por essas dores.

Mas antes de começar a minha narrativa, onde vou falar muito mais a vocês do que a um diário mal amado (espero), preciso enfatizar que tudo o que fiz, tudo o que vivi, foram baseado em minhas frustrações, derrotas e perdas. E para cada uma dessas, eu mostrei fraquezas, fraquezas que eu nem imaginava ter e muito menos descobrir da maneira que descobri.

Fraquezas nem sempre são ruins. Temos opções para viver com elas; podemos simplesmente aceitá-las e conviver, ou lutar contra elas. A verdade, se você for esperto pode notar, é que sempre escolheremos a primeira opção, afinal, nenhum homem não tem fraquezas, ele pode procurar ao máximo se afastar dela, pode tentar provar ao mundo inteiro que ele não é fraco, mas a maior fraqueza do homem é se negar. Então, você deve estar se perguntando o porquê da existência de uma segunda opção, se todos escolhem a primeira?

Eu posso dizer que levou um tempo, mas descobrir de certa forma como trabalhar com as duas opções, no meio da imprudência, imaturidade e ignorância - ou seja, a juventude -, encontrei um sentimento que faz as pessoas perderem a lógica, que faz tudo perder o sentido e que leva parte de seu tempo demasiado precioso para se concretizar coisas inúteis que nos levam à loucura, ou podemos chamar de felicidade.

Felicidade é a solução. O problema é: Como ser feliz?

Não sei bem se a dependência deste "estado" – assim gosto de chamar – pode ser uma coisa boa, se eu estou de acordo com o sentimento, me concretizo e fico realizada, se não... Posso dizer que nada pode mudar o fato de sempre existir o "se não...".

Ou assim eu achava que era...