Leite com Canela
Sinopse: Lily adorava leite com canela. Eu jamais entendi o motivo. Até que ela me deixou provar um pouco.
About: J/L, como tudo que eu sei escrever. T, para garantir que eu possa escrever palavrões sem ter que me preocupar com criancinhas inocentes.
Por que você não olha para mim?
Eu sou um cara legal!
Lily cruzou o salão comunal sem olhar para os lados. Tudo bem, sem olhar para mim. É, eu sou carente de atenção, e daí? Ela passou pelo Sirius, trocou aquele olhar divertido e sensual e depois sorriu para o Remus. Quer dizer, eu não estou aqui, não é? Bom, se ela acha que pode me ignorar dessa maneira, ela está redondamente enganada.
- Ei, Evans. – chamei, sorrindo abertamente e penteando os cabelos com a mão.
- Bom dia, Potter. – ela respondeu sem sorrir, e me arrisco a dizer: por educação.
- Posso acompanhá-la até a sala? – continuei sorrindo abertamente.
- Tanto faz. – ela deu de ombros, lançando um olhar cansado para mim.
Bom, pelo menos não era um não, não é mesmo? Era um tanto faz. Mas eu li numa revista de garotas – não conte para o Pads! -, que sempre que elas dizem não sei ou tanto faz é quase um sim, sabe. Lily ajeitou os cabelos compridos atrás da orelha e olhou para Remus, com aqueles olhos verdes enormes e lindos.
- Rem, sexta à noite é sua chance. – ele corou intensamente e ela continuou. – Ele viaja pela manhã, parece que vai encontrar alguém importante a mando do pai, mas tanto faz... Ela vai estar sozinha, carente e, bom, você entende, não é? – e eu fiquei tipo: oi?, porque eu não entendi absolutamente nada.
- Lily, eu não acho que seja realmente uma boa idéia... – o Lobinho estava olhando para mim, como se me expulsasse com aqueles olhos amarelos. Ok, ele estava tentando me expulsar, mas e daí? Alô, a Lily tinha me deixado acompanhá-la até a sala. Eu não ia sair por nada nesse mundo.
- James, meu bem – e eu quase pensei que Lily era quem dizia aquilo, porque a voz era fininha e delicada, e... – SAI JÁ DAQUI! – e, bom, era só o Moony tendo um pitti.
Obediente, ou melhor, um bom amigo, deixei os dois conversando, mas os segui de perto.
- Eu aposto que você deve estar pensando que pelo menos desta vez ela não te dispensou, não é? – Padfoot praticando legilimência. Até que ele estava ficando bom nisso. - E, não, não estou ficando bom em legilimência, Prongsie, só olhei pra sua cara de bobo e concluí.
- Certeza que não está bom em ler mentes? Certeza? – perguntei, pensando em Lily me beijando, só por precaução.
- Absoluta. – ele sorriu e aí eu realmente acreditei que deveria estar com a cara mais idiota do mundo, porque ele não esmoreceu nem um segundo com o amor eterno que eu prometi a Lily na minha mente idiota.
E então meu queixo quase bateu no chão. Quer dizer, eu não conseguia fechar a boca e já estava quase babando, quando ela começou a falar, embaraçada. Mas eu não queria ouvir. Fiquei cego. E, não, eu não estava sem óculos. Eu fiquei cego de ódio daquele trasgo que estava agarrando a minha Lily.
- Potter, pelo amor de Deus, sai de cima do Amos! – ela bradou, tentando me afastar daquele idiota.
Sem dar ouvidos àquela traidora, eu continuei a minha luta feroz. Dei um soco no queixo daquele infeliz e, quando achei que já tinha vencido, ele me acertou com um golpe baixo, bem no olho. Claro que ele quebrou meus óculos. E, claro, eu quase fiquei cego de verdade.
- Amos! – eu ouvi a traidora gritar, sem conseguir abrir os olhos. – Oh, meu Deus, Potter, você está bem? – e ela tocou meu antebraço.
- Sai daqui, sua traidora! – eu gritei, involuntariamente.
- Traidora? – ela repetiu e eu já podia esperar pelo sermão: "eu não sou sua namorada, não devo nada a você e blábláblá".
- Sai de perto de mim! – e tirei o braço da mão dela, tentando me levantar de uma forma bizarra e desajeitada, porque eu sabia bem que estava parecendo o patinho feio.
Eu estava mais cego do que o normal, conseguia sentir o sangue descendo pelo meu rosto.
- Você briga comigo depois, Potter. – ela murmurou, se aproximando, ao passo que eu me afastava.
- Vamos, Lily, ele se vira. – Diggory bradou, passando a mão pela cintura dela. Senti a raiva me invadir e uma nova vontade de saltar em cima dele e quebrar todos os seus ossos de uma vez só.
- Não, Amos, você foi horrível! – Lily estava me defendendo? – Eu vou levá-lo até a enfermaria... E se entrou algum pedaço da lente no olho dele?
Eu pude ver, meio embaçado, confesso, Lily se aproximar de mim e Amos sair de cena rapidamente.
- Potter, me desculpe pelo Amos. Ele é um pouco intempestivo e... – ela continuou a dizer um monte de baboseiras, mas eu não estava realmente ouvindo, porque ela começou a passar a mão pelo meu rosto, numa tentativa de ver como eu estava. – Vamos ver Madame Pomfrey. Ela com certeza dará um jeito no seu supercílio.
Eu não conseguia dizer nada e, pensando melhor, era bom assim. Garantia que eu não dissesse nenhuma besteira, como eu sempre faço. Lily me guiou escadas abaixo, me abraçando de uma maneira bastante desajeitada, mas tudo bem. Ela estava me abraçando e eu podia morrer agora. Quer dizer, não exatamente agora, porque eu ainda espero ganhar um beijinho de consolação, sabe como é.
E, meu Deus, como ela cheira bem.
- Potter, você está me ouvindo? – ouvindo o quê, mulher? Eu estava aqui olhando para os rostos bonitos dos nossos cinco filhos.
- Não. – assumi. Mas sem contar a parte dos filhos, claro.
- Você é um caso perdido, cara. – ela disse, cansada.
- Ouch! – retruquei, me afastando parcamente dela.
- Não se faça de ofendido. – ela retrucou e eu realmente me afastei dessa vez. Tínhamos acabado de entrar na enfermaria.
Não disse nada. Não me dei nem ao trabalho de responder àquela ruiva sem-vergonha, traidora e infiel que eu tinha arranjado pra ser a mulher dos meus sonhos. Madame Pomfrey apareceu logo e começou seu discurso sobre o que eu devo ou não fazer e me deixou repousando, depois de fazer meu suprasumo parar de sangrar. Ou seja lá como Lily chamou isso.
Quando a enfermeira me liberou, a ruiva não estava mais lá. Claro que eu não esperava que ela estivesse lá, mas eu queria, né?
Lily não falou comigo pelo resto do dia e eu não consigo entender por quê. Quer dizer, ela me evita naturalmente e vive fugindo de mim, mas nunca, nunca, nunca me deixa sem uma resposta. Nem que seja um "some da minha frente".
Tudo bem, eu briguei com o namoradinho dela e quase fiquei cego, mas e daí? Ela me levou para a enfermaria e eu estou enxergando perfeitamente bem. Ou quase. Mas estou enxergando tão bem quanto antes de dar uns socos naquele loiro aguado.
Na hora do jantar, eu me foquei em manter distância. Não queria que ela ficasse pensando que eu estava realmente preocupado por ela não se importar em saber se eu estava mesmo cego ou não. E ela não se importou. Comeu uma fatia pequena de bolo de carne e tomou suco de abóbora sem pressa, talvez até pensativa.
- Ela brigou com Diggory. – Remus comentou, assim que acompanhou o meu olhar e viu que o resultado era a ruiva.
- E daí? – resmunguei, enfiando um grande pedaço do meu bolo de carne na boca.
- Não quer saber o motivo? – ele bebeu um gole do suco.
- Eu deveria? – o pedaço do bolo ainda estava grande e gosmento.
- Hey, Moon – Sirius apareceu para atrapalhar o meu momento de suspense. – Passa essa tigela de bisteca pra cá, lobinho. Tô morrendo de fome.
Os dois riram. Padfoot era mesmo um cachorrão. Tenho certeza que ele acabou de dar uns pegas na Narcissa-Puro-Osso, sua prima mais nova.
- Prongs, meu filho o que aconteceu com a sua cara? Tá mais feia do que o normal. – ah, a delicadeza.
- Briga. – Moony respondeu por mim, comendo um pedaço da torta de vegetais. Eca.
- Com quem? – Sirius mordeu a bisteca.
- Diggory. – respondi, entediado. – Ele estava agarrando a Lily e eu não consegui me conter.
- Oooh, então foi por isso que eles brigaram. – Padfoot sorriu, com aquele ar de entendimento que lhe era peculiar. Rá, entendimento, Pads, peculiar. Pegaram? Hã, hã?
Mas, oi? Lily Evans brigou com Amos Diggory por mim? Oh, mas que glória! Voltei o olhar para a ruiva, já com vontade de debochar, mas ela já não estava no lugar em que jantava. Olhei para o prato e lá estava o pedaço de bolo de carne praticamente intocado. Ela deveria estar mesmo chateada.
Ela não estava quando eu cheguei ao Salão Comunal quinze minutos depois. Nem no dia seguinte, antes do café da manhã. E muito menos no Salão Principal, tomando seu leite com canela (eca!), como sempre. E eu a procurei nas carteiras da primeira fileira, mas ela também não estava lá.
Joguei a mochila sobre a última mesa do canto: meu lugar preferido quando Lily não estava. Sirius se sentou ao meu lado e deu um tapa no meu ombro, numa tentativa de me consolar, eu acho. E, então, quando eu já tinha desistido de pensar naquela traidora, ela entrou na sala, quase atrasada. Pads, como um grande cachorro, assobiou quando ela passou do lado dele e se sentou. Ela corou absurdamente. Tão linda.
- Buenos dias, mi corazón... – escutei Padfoot dizer.
- Buenos dias, cariño... – e Lily respondeu.
Lily respondeu em espanhol. Compreende a gravidade da situação? Se eu soubesse o que corazón e cariño significam, eu provavelmente estaria preocupado agora. Quer dizer, meu melhor amigo não daria em cima da minha garota, não é? Ele não desceria assim tão baixo só para provar que é o maior pegador de todos os tempos, não é? Não é?
- Donde estavas? – ele continuou falando em espanhol, para o meu desespero.
- No te interessas, cariño... – ela respondeu, sorrindo e piscando pro pulguento. Quer dizer, carinho pra mim não, mas pra ele, sim. Mundo cruel.
- Corazón, sea más compreensiva, si? Solo quiero saber se estás bien. – e ele sorriu para ela.
Ok, é suficiente, Pads. É falta de educação conversar em outro idioma, enquanto existem outras pessoas que não fazem idéia do que você está falando. E, principalmente, que estão quase morrendo de curiosidade para saber do que se trata...
- Bom dia, classe! – Slughorn entrou na sala, com a graça de Merlin.
N.A.: Hey guys!
Quanto tempo! Nem me lembrava como era divertido escrever fanfics.
Aliás, mal me lembrava de como era escrever alguma coisa que fosse diferente de teses e trabalhos de faculdade.
Leite com Canela é meu mais novo bebê, sabem. E eu talvez tenha desistido das outras fics, porque faz tanto tempo que eu mal me lembro do futuro que as reservava. Mas, não se preocupem, caros leitores (será que eu ainda tenho algum? haha), Leite com Canela vai ser bem curtinha e eu já tenho tudo esquematizado para postar os capítulos pequeninos para vocês.
Espero sinceramente que vocês gostem! Não consegui segurar e nem dei pra ninguém betar, então relevem possíveis errinhos e o portunhol e R&R, por favor. haha
Beijo,
Nah