Dez anos depois

A música tomava conta no novo salão de festa construído na planície, perto do lago, onde quatro jovens encontraram-se pela primeira vez dez anos antes.

Foram dez longos anos de reconstrução de Midgard para que alcançassem a paz e felicidade que todos desfrutavam nos tempos vindouros. Os breves dias em que as trevas desceram na terra ainda eram lembrados com temor. Muitas pessoas perderam suas casas, sua família, devido aos terremotos, tempestades, maremotos, e monstros que assolaram todos os cantos da terra.

Alguns indícios da batalha – que até hoje era cantada pelos bardos em tabernas espalhas pelos reinos – ainda eram visíveis: destroços de lugares destruídos e abandonados pelas estradas, planícies secas que jamais conseguiriam se recuperar do veneno jogado sobre suas gramas.

Mas conforme passavam os anos, esses indícios viravam apenas feridas na memória, e se cicatrizavam lentamente.

Gina observava com um sorriso agraciado sua filha adotiva, Maryan, dançar com o marido, Harry Potter, recém coroado rei de Hafflepuff, após a morte de James Potter, homenageado como o maior pregador da paz, naquelas terras. O casamento acontecera em Slyffindor - como fora batizado o novo reino, depois do casamento entre Ginevra e Draco - por insistência de Maryan.

A garota se mudaria para Hafflepuff logo depois da festa, e Gina já sentia seu coração apertado por se afastar da filha mais velha. Era engraçado vê-la como uma filha, quando tinham apenas onze anos de diferença. Maryan agora com dezesseis anos, casando-se com um homem quatorze anos mais velho. Mas havia amor naquela união. Nem Gina, e muito menos Draco, que nutria uma antipatia sem justificativas por Harry, obrigaram a filha a casar. A decisão viera de Maryan.

"Eu ainda acho que o seu casamento foi melhor."

Gina olhou de esguelha para a pequena ninfa que voava ao seu lado, usando um vestidinho de festa, brilhoso.

"Pensei que tinha dito semana passada que o de Luna e Blaise era seu favorito." Falou Gina, observando contente a alegria de Maryan ao ser rodada – os cachos loiro-dourados balançando-se graciosamente - e beijada de leve nos lábios pelo marido.

Alseíde soltou uma exclamação de descaso.

"Eu não me lembro disso." Garantiu, num tom inocente, e voou para o alto, espalhando pétalas de flores pelo salão, sobre os casais que dançavam.

Alseíde descera de Asgard para o casamento de Ginevra, um ano depois do Ragnarok, e desde então morava em Slyffindor. O reino era o mais florido de Hogwarts.

"Mamãe, mamãe!" Alguém puxou a barra do vestido de Gina. Uma menina, de quatro anos, cabelos vermelhos vivos, sardas e olhos azuis, agitava-se entorno de Gina.

"Isabella, o que foi, querida?" Gina pegou-a no colo. Isabella fez beicinho.

"Quero voar, como Alseíde. Deixa, mãe, deixa, deixa, deixa!" Ela se balançou, olhando agitada e sonhadora para a ninfa.

Braços fortes tiraram Isabella do colo de Gina.

"Você não precisa voar e se exibir que nem aquela ninfa, para chamar atenção." Disse Draco, acomodando a filha em seus braços. "Você é a flor mais bonita desse salão."

Isabella sorriu brilhantemente para o pai.

"Você acha mesmo, papai?" Ela perguntou, animada, e Draco assentiu.

"Quem está se exibindo?" Alseíde se aproximou e colocou uma flor no cabelo de Isabella, antes de levar as mãos à boca, com um súbito pensamento. "Se Isabella é uma flor, então ela é minha!"

"Não sou sua, sou do papai e da mamãe." Isabella passou os bracinhos pelo pescoço de Draco.

"Nãnãnãnãnã! Você é uma flor, todas as flores são minhas." Cantarolou a ninfa, valsando no ar.

"Não! Papai, diga que não!" Pediu Isabella, mas Draco apenas riu.

"É sim, é sim!" Continuou Alseíde, implicante.

"Não! Você é feia!" Disse Isabella, debatendo-se para ser colocada no chão, o que Draco fez em seguida.

Alseíde fez uma expressão de ultraje.

"Não sou feia, você que é! Uma flor feia!"

Isabella e a ninfa começaram a discutir e, em seguida, já estavam brincando de pega-pega pelo salão.

"É como ter uma filha que não cresce." Constatou Gina, vendo as duas brincando. Fora a mesma coisa com Maryan. Alseíde era a eterna criança do reino.

Os gêmeos de Luna e Blaise, Lysander e Lorcan, juntaram-se ao pega-pega, fugindo do tédio que era para crianças uma festa de casamento. Logo Sirius juntou-se a brincadeira também.

"Ele também não cresce." Constatou Draco, sentindo-se um velho ao falar aquilo. Gina riu alto.

"Isabella é a jóia mais preciosa entre os tesouros dele." Disse, rindo mais ao ver Sirius jogando Isabella para o alto e pegando-a novamente no colo.

Era como uma filha para ele, e dizia que deixaria o reino de Ravenclaw para ela, depois de falecesse. Sirius vivera os últimos dez anos também solteiro, mas dizia-se que encontrara um novo amor, alguns anos atrás. Uma mulher, Marlene, tão aventureira quanto o excêntrico rei. Arthur vivia dizendo a Sirius que ele deveria se casar, mesmo Marlene não sendo da nobreza, já Molly dizia que seria um escândalo. Sirius não via necessidade de casar, agora que sua dor finalmente fora aplacada.

Draco abraçou Gina por trás, beijando-a no pescoço.

"Incrível como ele não envelhece um ano sequer." Comentou Gina, ao ver Dumbledore conversando com dois elfos, os últimos dois elfos anda residindo em Midgard. O feiticeiro tornara-se ainda mais conhecido e respeitado em Midgard, depois da batalha. Ajudara nas reconstruções, e virara professor de Maryan quando esta era pequena, e agora de Isabella.

"Nem me fale desse velho, foi ele quem apresentou Harry à Maryan." Resmungou Draco com desagrado. "Vamos sair." Draco a puxou para uma saída que levava ao jardim do castelo, onde a forma grande negra de Erebus descansava. Ele bufou ao ver o casal apaixonado e virou o rosto para o outra lado, voltando a cochilar.

"O que foi?" Perguntou Gina, ao ver a expressão irritada de Draco.

Ele a olhou e puxou para um beijo quase selvagem, segurando-a possessivamente. Gina não reclamou, enlaçou os braços pelo pescoço do loiro e tentou acompanhar o ritmo violento com o qual ele tomava sua boca, explorando-a. Draco não comentaria, mas poderia jurar que vira Loki andando pelo salão, sorrateiro.

Eles se separaram, as respirações ofegantes, as testas encostadas.

"Eu também vi Loki lá dentro." Gina falou, dando um sorriso sarcástico adquirido pelos anos de convivência com Draco.

"Ora, fique quieta." Ele falou, aborrecido com seu evidente ciúmes, e puxou-a para mais um beijo.

Eles ainda ouviram duas risadinhas sapecas que só poderiam pertencer à Alseíde e Isabella, espionando-os.

"Eu sempre achei que eles formavam o mais lindo casal." Confidenciou Alseíde, baixinho, para Isabella.

Draco e Gina riram e olharam para as duas, mal escondidas atrás de um arbusto de flores. Elas soltaram gritinhos e saíram correndo, sendo perseguidas, então, pelo mais lindo casal.


Nota da autora: Meus Deus, esse epílogo foi tão fluffy. Amei. UHAIAHAUIHAI!

Bem, então é isso, acho que eu tapei todos os buracos, certo? Hihi.

Quero agradecer imensamente a todos que comentaram ao longo dessa nova versão – e da antiga também – foram suuuper essenciais.

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Alguns leitores da versão antiga estão aí, nem sei se acompanharam essa versão, mas, anyway, obrigada a todos! :D

Para todo mundo que esteve acompanhando até agora, adoraria que deixassem uma opiniãozinha final! ;D

Beijinhos! :*