Harry Potter NÃO me pertence. Nem faço questão...
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• Jolly Roger
[Parte I – A Prisão]
- Londres, 1630. Ou algo parecido... -
Ele podia ouvi as ondas do mar batendo no caso do navio. Ele sentia as algemas apertando o seu pulso e deixando ali marcas doloridas das quais ele queria se livrar o mais rápido possível. Ele escutava o barulho dos ratos (seus únicos companheiros em toda aquela viagem) ali perto. Ele pedia para que tudo aquilo acabasse.
Havia perdido as contas de quantos dias estava naquele porão malcheiroso e não sabia ao certo quanto tempo ainda teria que ficar ali antes de chegarem a Londres. Quanto mais rápido saísse dali, melhor.
Escutou passos apressados de tripulantes que corriam para todos os lados do navio.
Ou uma tempestade grande o suficiente para afundar um navio inglês estava prestes a começar, ou eles estavam chegando e talvez seu martírio chegasse ao fim – o que era mais provável considerando que as águas abaixo dele começavam a ficarem mais calmas.
A portinhola que comunicava o compartimento onde ele estava com o mundo exterior foi aberta com estrépito, e a luz que invadiu o local foi o suficiente para cegá-lo momentaneamente. Passos puderam ser ouvidos apesar de todos os gritos vindos do convés. E logo que ele conseguiu enxergar um pouco que fosse, pôde ver a face avermelhada do segundo imediato, que parecia ter corrido uma maratona, a espioná-lo de um lado.
Mesmo com a aparência de quem não achava graça de nada, o homem pareceu imensamente feliz quando pronunciou as primeiras palavras dirigidas ao prisioneiro em muito tempo.
"Chegamos à Londres. E espero que não tenha morrido, porque eles vão querer julgá-lo. Julgamentos de piratas sempre são uma atração imperdível para aqueles mais sádicos."
Ao que ele respondeu com um grunhido fraco.
"Ótimo! O Comandante ficará feliz em sabê-lo.", disse, saindo em seguida e deixando o prisioneiro de volta na escuridão que o acompanhara desde o início daquela viagem.
O sol estava alto quando eles desembarcaram. Primeiramente, eles tiveram que atender a todas as exigências burocráticas antes que pudessem desembarcar, tais como passar por exames médicos, para que ficasse assegurado que eles não estavam – aparentemente – com alguma doença contagiosa e que pudesse dizimar toda a população londrina. Todos os tripulantes das embarcações que ancoravam nos portos de Londres passavam pelos testes a fim de manter a população segura.
Quando tudo estava resolvido, todos puderam sair do navio da Marinha Britânica (que apesar de ser da força militar, não deixava de ser suspeito), e ele foi levado para um lugar tão sujo e malcheiroso quanto o porão que acabara de deixar, sob os olhares reprovadores das pessoas que estavam nas ruas da cidade.
"O que trouxeram dessa vez?", perguntou o guarda que trabalhava na prisão no momento em que eles chegaram, enquanto levantava-se e os guiava até as celas, observando de vez em quando o homem magro e sujo que os outros conduziam. Poderia passar dias observando-o, mas não o reconheceria – mesmo que se esforçasse.
"Um pirata preso em Tortuga. Diz que seu nome é Johnny Roger, mas não temos documentos que comprovem sua identidade...", comentou um dos oficiais da marinha enquanto o empurrava para a cela que o outro abrira. "Mas muitos dizem que esse é um Black", sussurrou enquanto afastavam-se dali. No entanto, o prisioneiro ouvira tudo e apresentava em sua face um sorriso um tanto quanto doentio.
"Entendo.", o outro disse mais para si que para qualquer outra pessoa.
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Acordou na tarde daquele mesmo dia, com o som de vozes que se aproximavam. Uma das vozes era do guarda que estava sentado quando ele chegou, escoltado por oficiais da Marinha. A outra ele não conhecia, embora percebesse que se tratava de uma mulher.
"Condessa, acho que não é adequado que venhas aqui. Esse lugar não é para pessoas nobres como a senhora."
"Não se preocupe, Capitão. Eu preciso de apenas um minuto. Você sabe, os rumores andam muito rápido por aí e ele pode ser um membro de minha família. Eu acho que tenho o direito de averiguar se o que dizem é verdade para que cessem as más línguas. Detesto que tentem desonrar família tão nobre com esses boatos infundados. Certamente que você não se importará em deixar-me vê-lo. Juro que serei breve."
O homem pareceu suspirar, vencido. Os passos agora pareciam bem mais próximos.
"Aí está o homem."
A mulher, uma senhora muito bem vestida e que parecia possuir bastante status social a julgar pelas joias que portava, observou-o atentamente, procurando com seus olhos negros qualquer coisa que lhe fosse familiar. Qualquer traço. Mas, ao que parece, os cabelos compridos que cobriam parcialmente a face suja do prisioneiro a dificultava de analisá-lo melhor.
Johnny Roger (como fora chamado, embora seu nome fosse realmente outro), por outro lado, poderia ver com nitidez os traços do rosto da mulher, que não deveria ter mais de vinte e cinco anos, embora não soubesse precisar qual a idade exata. Sentia algo como curiosidade pela mulher a sua frente.
Ele queria saber até onde ela poderia reconhecê-lo.
"De certo que não consigo sabê-lo. Talvez se eu pudesse..."
"Não posso deixar que fique aqui mais um minuto. Não é adequado..."
"Que se dane!", o olhar espantado que o Capitão lançara a ela a fizera mudar seu tom de voz, ignorando seu momento de impaciência de segundos antes. "Digo, não me importo com o que as pessoas podem pensar. Eu preciso fazer isso por tia Walburga. Ela iria querer ver o filho, caso ele esteja vivo..."
"Condessa, acredito cegamente em vossas palavras, mas não creio que seja um bom momento ou que seja um bom local. Peço que volte para a sua casa. Será melhor que assim se proceda."
"Tudo bem, então. Voltarei aqui quando for mais adequado."
"Momento esse que eu espero que não chegue, Madame."
E os dois saíram, deixando-lhe com as lembranças de sua infância ocasionadas pela menção do nome de sua mãe.
Walburga Black não era uma mulher má. Disso ele poderia ter certeza em determinados momentos. Mas suas ações não eram exemplos a serem seguidos. Principalmente quando o assunto era ele.
Da última vez em que estiveram próximos, foi pouco antes de ele fugir de casa. Encontrava-se doente, tendo que repousar em sua cama, com a garganta inflamada e os pulmões doloridos, dificultando o simples ato de respirar.
Tudo o que a mãe dissera sobre aquilo foi: "Tome cuidado para que seu irmão não adoeça também!". Como se ele tivesse que ficar cuidando de Regulus em uma situação como aquela.
Naquela mesma noite, a senhora Black preparava-se para receber a visita da cunhada e das sobrinhas, sendo esse mais um motivo para o ligeiro descaso para com a saúde de seu primogênito.
Foi uma discussão ínfima que houve na ocasião e ele resolvera que estava na hora de se tornar um pouco mais independente. Mesmo estando enfraquecido.
Pensando bem, Walburga Black não mudaria tão facilmente. Mesmo depois de nove anos.
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N/A.: Enfim publicando a primeira parte da fic. Que aliás, é para o projeto Where Else, do 6V. Essa fic será dividida em cinco pequenas partes, porque eu prefiro assim, Haha.
Então, eu nem faço questão de receber reviews. De verdade. Mas se você por acaso favoritar, deixe uma review, sim?! Aceito críticas e sugestões. É isso.
Até a próxima parte. :3