Capítulo VI – Algemas

Sirius entregou um pedaço de pano negro para Severus.

"Venda os olhos."

Os dois bruxos estavam em pé no quarto de Black. Pela janela aberta não era possível ver o sol vespetino. O dia estava bastante nublado.

Snape segurou o pano e lançou para o outro um olhar de escárnio.

"E por que eu faria isso?"

"Porque eu estou pedindo."

Severus levantou uma sobrancelha.

"Você não confia em mim?"

"Confio em você com olhos abertos, não vendados."

Black não estava muito disposto a discutir.

"Severus vende logo os olhos. Vai ser bom."

Snape tinha uma forte intuição de que ficar sem ver não seria nada bom, mas resolveu acatar o pedido do outro. Colocou o pano sob os olhos e amarrou atrás da cabeça.

"Bom menino", elogiou o animago, brincando. "Agora me dê suas mãos."

"Black..."

"Qual foi o combinado mesmo, Severus? Nada de Black."

"Como quiser, Sirius, mas para que quer minhas mãos?"

"Você não pode relaxar um pouco? Prometo que será divertido!"

"Divertido para quem? Não para mim, ao que parece."

"Divertido para os dois, Severus."

Sirius segurou o pulso esquerdo de Snape e o prendeu com uma argola da algema, depois prendeu a direita com a outra argola.

"Não estou gostando disso."

Black sorriu.

"Vai ficar melhor. Eu prometo."

O animago apontou a varinha para o lustre e com um feitiço não verbal transfigurou o objeto em uma corrente prateada. Antes da corrente cair ele a segurou.

"Poderia levantar os braços?"

"Adiantaria alguma coisa eu perguntar para quê?"

"Não."

Severus suspirou e levantou os braços, acima da cabeça. Sirius subiu na cama para poder alcançar os braços estendido do outro bruxo. Então prendeu a corrente do teto entre o elo das duas argolas da algema. Acenou novamente com a varinha e a corrente diminuiu de tamanho içando Snape pelos braços. Os pés do bruxo não tocavam mais no chão, ele estava suspenso pela corrente.

"Não estou gostando nada disso", falou incômodo. A situação era de fato incômoda, já que a algema agora machucava seus pulsos.

"Se não está gostando é porque ainda não comecei." A voz de Black transbordava sensualidade.

Severus se arrepiou, excitado.

"Começou o quê?"

Sirius não respondeu. Saiu de cima da cama, ficando de frente a Snape. Então sorriu da situação do outro.

"Você parece tão submisso assim, Snape."

"De submissão você entende bem, não Black?"

"Accio chicote!"

Um chicote preto de couro voou de dentro do armário direto para a mão de Sirius. Então o animago bateu com o chicote nas costas de Severus.

Snape xingou alto.

"Que droga foi essa?"

"Vou te punir se for debochado. Eu estou no comando agora."

"Black..." Ele parou de falar, pois recebera outro golpe das costas.

"Não é para me chamar de Black."

Snape fervia de ódio.

"Vou sentir pena de você quando eu sair dessas correntes."

"Está ameaçando o seu senhor?"

Severus ignorou. Estava tentando forçar as argolas para abrirem.

"Não vai me responder?"

Black claramente se divertia com a situação do outro.

"Qual foi a pergunta, milord?"

"Está sendo debochado?"

"Jamais. Eu jamais insultaria Lord Sirius", disse, mas as palavras estavam repletas de ironia.

"Sábias palavras... Agora pare de se mexer. Só vai sair daí quando eu permitir."

Black começou a despir o outro, ou tentar. Não dava para tirar a blusa de botões de Snape já que os braços dele estavam presos na algema, mas a calça e cueca foi fácil de tirar. O animago passou a mão nas costas de Severus. As marcas de chicote estavam lá, rosadas e em relevo. Sirius passou a mão levemente em cima das marcas depois deu beijos igualmente leves nelas.

"Isso é arrependimento?", questionou Severus, ainda desconfortável com a situação.

"Não, não é arrependimento. Você mereceu apanhar."

"Vamos ficar brincando disso até quando?"

"Até eu acabar."

"Meus pulsos doem."

"Você vai sobreviver. Tenho certeza que já passou por coisa pior com o seu outro Lord."

Severus não comentou, mas era verdade, já tinha sofrido em demasia nas mãos do Lord das Trevas.

Sirius continuou distribuindo beijos nas costas de Snape, depois contornou o corpo do outro, o beijando, até chegar ao peito. Abraçou Severus para depois abocanhar o mamilo direito dele.

Snape mordeu os lábios com força para não deixar escapar seus gemidos.

Black ficou rodopiando a língua em torno do mamilo até ele ficar rijo, depois migrou para o outro e fez a mesma coisa. Olhou para o rosto de Severus, que mordia os próprios lábios.

"Ainda está desconfortável?"

"Poderia estar melhor..."

"Vai ficar", prometeu.

Então foi abaixando o rosto, deixando uma trilha vertical de beijos na barriga de Severus. Olhou para o membro do outro levemente ereto.

"Não está excitado?"

"Só um pouco. Se esforce mais, mestre Sirius", falou em tom de escárnio.

"Pode deixar."

Black envolveu o membro do outro com mão direita, em seguida começou a masturbá-lo. Começou com movimentos lentos, depois acelerou. Rapidamente o membro de Snape ficou totalmente intumescido. Nesse momento Sirius parou de acariciá-lo.

"O que foi agora? Não disse que ia melhorar?"

"Você é muito ansioso. Tente relaxar e curtir."

"Então me faça relaxar e curtir, Black!"

"É o que estou tentando fazer. Seria mais fácil se você não ficasse reclamando e me interrompendo."

Severus crispou os lábios, mas não retrucou.

Sirius ajoelhou em frente a Snape. Agora sua boca estava bem próxima da ereção do outro bruxo. Ficou olhando um tempo o membro do outro, em seguida colocou só a glande na boca. Sua língua acariciava a parte do membro que estava em sua boca.

Severus gemeu alto, o que era uma raridade. Então impulsionou os quadris para frente, fazendo boa parte da extensão da sua ereção entrar na boca do animago. Como Black permaneceu sem se mover, Snape decidiu resolver o problema. Começou a mover a pélvis para frente e para trás, penetrando seguidas vezes a boca de Sirius. Acelerou ainda mais a velocidade de seus movimentos até que chegou ao clímax na boca de Black.

"Ah... Si-ri-us..."

O animago retirou o membro do outro de sua boca. Havia engolido a maior parte do líquido do outro. O resto vazou pelos cantos da boca. Ele passou a mão para limpar o queixo. Estava sorrindo. Era uma delícia ouviu alguém gemer seu nome. Ainda mais quando esse alguém não costuma gemer.

"Disse meu nome na hora certa, Severus."

Snape não disse nada. Curtia o prazer do orgasmo. A alegria era tão intensa que ele até havia se esquecido que estava pendurado no teto.

"Acho que vou recompensá-lo por isso."

Black se levantou. Pegou a varinha e lançou um feitiço não verbal na corrente, a expandindo. Agora Snape podia pisar novamente no chão, mas seus braços continuaram erguidos acima da cabeça. Sirius contornou o outro, ficando em frente para as costas de Severus. Retirou a própria ereção de dentro da calça e lentamente penetrou Snape.

Severus xingou alto de novo, o que fez Black rir.

"Algum problema, Severus?"

"Não era você o maldito que tinha falado de lubrificantes e preparar o parceiro?"

"Sim, foi eu que falei. Mas você nunca pareceu se importar muito com isso, não é? Não fez o mesmo comigo na nossa primeira vez?"

Severus fechou as mãos em punho.

"Já disse que tenho pena de você quando eu me soltar daqui?"

Sirius riu. Agora estava totalmente dentro do outro. Passou os braços pela barriga de Snape, então sussurrou na orelha dele.

"Faça o que quiser comigo, mas... Nesse exato momento sou eu que vou fazer o que quiser..."

Ainda abraçando Severus, o animago saiu de dentro dele e voltou a penetrá-lo com violência. Fez esse mesmo movimento quatro vezes, então suas mãos buscaram pelo membro do outro. Não foi uma total surpresa encontrá-lo totalmente ereto.

"Eu sabia!", falou Black rindo. "Eu sabia que você era masoquista!"

"Cala a boca e continua."

Sirius assentiu. Segurava com ambas as mãos o membro do outro, subindo e descendo. Sincronizou suas fortes investidas com os movimentos das mãos. Depois de um minuto assim ele chegou ao clímax.

"Severus!", gritou. "Meu Severus!"

Continuou masturbando Snape com as mãos e cerca de dez segundos depois ele também gozou.

"Hum...", gemeu baixo.

Sirius saiu de dentro do outro, depois se sentou na cama. Ainda arfava e sorria por causa do orgasmo.

"Black?", chamou.

"Sim, Snape?"

"Eu continuo algemado."

"É verdade."

"Como assim é verdade? Me tire já daqui!"

"Você não gosta de sentir dor?", perguntou brincando.

"Gosto, mas isso não quer dizer que queira ser torturado. Minhas mãos estão dormentes."

"Vou te soltar, então."

O Gryffindor pegou a varinha no bolso da calça e apontou para a algema. Com um feitiço não verbal as argolas abriram, deixando os pulsos de Snape livres.

Severus abaixou os braços. Tirou a venda e olhou o estrago em seus pulsos. Estavam bastante vermelhos, mas não havia cortes.

"Não falei que ia ser bom?", brincou Sirius sentado na cama.

Snape não respondeu. Havia sido realmente muito bom, mas ele não queria assumir isso para Black. Ele pegou a varinha da sua calça no chão, depois usou um feitiço não verbal em si próprio para retirar o sêmen que havia em seu corpo. Então recolheu a cueca e calça do chão para em seguida vestir as roupas.

Black observava ele.

"Não foi bom?"

"Bom para quem?"

"Estou perguntando se foi bom para você. Para mim foi fantástico", disse e abriu um sorriso de zombaria para o outro.

Snape fitou as algemas que antes estavam em seus pulsos, agora jaziam no chão.

"Algemas..."

"O que tem?"

"Minha vida se algemou a sua quando vir parar aqui."

Sirius sorriu. O outro sempre evitava ao máximo falar de relacionamento.

"E isso é bom ou ruim?"

"Não sei", respondeu, fazendo o animago franzir. "Até agora está bom, mas pode ser que se modifique com o passar dos anos... Pode melhorar ou piorar"

Passar dos anos? Ele estava falando que iam ficar juntos por um longo tempo? Então Sirius pensou no que prendia o outro naquela casa. Voldemort.

"Quando Voldemort cair o que você fará?", questionou e tinha medo da resposta.

"Em que sentido? Acho que quando o Lord das Trevas cair todos vão celebrar."

"Sim, Severus. Mas para onde você irá?"

Snape não entendia aonde o outro queria chegar.

"Seja mais claro e pergunte diretamente o que deseja saber."

"Quando Voldemort sucumbir você não precisará mais ficar preso aqui nessa casa comigo. Para onde você irá?"

Severus deu um pequeno sorriso.

"Acho que tem mais uma coisa que me prende nessa casa, além do Lord das Trevas."

Sirius olhou para ele aturdido.

"O que?"

"Justamente você, Sirius Black. Não escutou o que disse antes? Minha vida está algemada na sua. Para sempre e incondicionalmente."

Black abriu seu melhor e maior sorriso para o outro.

Snape também sorriu para ele. Devia muito aquele animago. Graças a ele, Severus não precisaria ser mais solitário. Teria alguém para envelhecer junto. O mundo era perfeito, pois nele existia Sirius Black.

Fim?

OoOoOoOoO

Observações da autora: Meus sinceros agradecimentos a quem acompanhou a fanfic até o fim. Obrigada! : )

Espero que vocês tenham curtido tanto quanto eu.

Notem que eu ignorei Remus e Tonks nesse último capítulo. Sendo 100% sincera não estava mais disposta a escrever sobre os problemas desse casal chatinho. Eu só os coloquei na história para aproximar nossos lindinhos Black & Snape.

Enfim...

Espero vê-los em outra fanfic! ; *

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