- Ele é tão lindo! – Dorcas suspirou.

- Eu não acredito que ele está aqui! Não é normal recebermos alunos assim. – Emmeline exclamou excitada.

- Bom, eu ouvi dizer que o pai dele queria que ele fizesse o segundo ano em Hogwarts, mas não achei que ele viria mesmo! – Hestia surpresa.

- Soube que ele está saindo com aquela modelo que estuda na Beauxbatons. Qual o nome dela...? – Emmeline perguntou.

- Destry Chantal? – Hestia sugeriu.

- Isso! Essa mesma. – Emme disse.

- Você acha? Eu não a suporto! Ela é tão vaca! – Dorcas resmungou furiosa – No último jantar que papai, mamãe e eu fomos, ela não parava de falar sobre o brilhante solitário que tinha ganhado no aniversário! Quero dizer, quem liga? E depois, eu tenho três.

- Lily, você não vai acreditar! – Emme veio até minha mesa - Lily!

Terminei o paragrafo que estava lendo e levantei os olhos do livro para sorrir para minha amiga loira.

- Oi, Emme.

- Você já viu a mais nova aquisição de Hogwarts? – Ela perguntou em um tom maroto.

- Na verdade, não estou muito interessada... – Falei desejando que ela não insistisse muito nessa de "aluno novato gostoso".

Não que esse tipo de coisa seja normal. Digo, isso sobre alunos novos. Hogwarts tem um tipo peculiar de seleção, você manda suas notas e lista de livros e/ou atividades extracurriculares - sim, isso mesmo, com onze anos - se os professores gostarem, o aluno é convidado a vir visitar a escola - em noventa e nove por cento das vezes - se matricular. Você não pede para entrar em Hogwarts, ela escolhe você.

Hogwarts dá também, vez ou outra, a oportunidade para os irmãos dos alunos. Logo quando fui aceita, minha irmã Petúnia quis estudar aqui também. Como ela era mais velha, a escola pediu que ela viesse fazer um teste. Ela, infelizmente, não passou.

Eu entendia perfeitamente porque as meninas estavam tão excitadas. Não é todo dia - mais para nunca - que temos um aluno novo em uma turma tão avançada. Fora o detalhe de que ele é aparentemente muito gostoso.

Ela puxou o livro de minhas mãos.

- Lendo isso outra vez?

- Não é isso! – Exclamei ultrajada – A Tempestade é um clássico. Aliás um ótimo livro se quer saber.

- Sei que é muito bom, Lily, mas tenho certeza que o Ferdinand e a Miranda podem esperar até você dar uma espiadela.

- Sério, Emme – Comecei tentando pegar o livro de volta das mãos dela – Não tenho a mínima vontade de levantar...

Consegui pegar o livro e me ajeitei novamente de forma confortável na cadeira.

- Você é quem sabe, mas está perdendo uma vista ótima. James é lindo!

Olhei-a pasma.

Ela disse...

James?

Não. É. Possível.

Lily, você está sendo ridiculamente precipitada, não quer dizer que seja ele. Quero dizer, existem milhares de "James" no mundo, não é possível que seja logo aquele James.

Não seja boba.

Ri do meu próprio nervosismo exagerado e peguei minha garrafa d'água e bebi um bom gole.

- Ei, é verdade que James Potter está aqui? – Marlene entrou correndo na sala com a saia do uniforme do avesso e os cabelos escuros desarrumados.

Cuspi a água, engasgando-me e tossindo um pouco.

- Credo, Lily, você está bem? – Lene perguntou.

Não respondi, meu cérebro entrou em pane e eu simplesmente larguei a garrafa d'água na mesa. Levantei uma das mãos para enxugar meu queixo molhado e levantei correndo até uma das grandes janelas da nossa sala de aula onde Dorcas e Emme estavam debruçadas, abri caminho e olhei atenta a movimentação na frente dos portões de Hogwarts.

E ali estava ele em toda sua perfeição de dezessete anos.

Sou obrigada a admitir que ele é com certeza o cara mais bonito que eu já vi. Não que "bonito" seja a palavra certa para descrevê-lo, digo, Dorcas provavelmente usaria algo como "reencarnação de Apolo" no mínimo. Claro, é como se o uniforme tivesse sido feito sobre medida, caindo perfeitamente nele até onde podíamos ver do segundo andar. Ele parece um modelo ou algo assim na calça escura do colégio com as mangas da blusa social branca puxadas até os cotovelos, a gravata vermelha e dourada meio frouxa. Cinco anos passaram e ele parecia ter mantido os mesmos os cabelos negros rebeldes de quando tínhamos doze.

Lindo sem dúvida.

Mas ele continua sendo James Potter, a-razão-das-piores-férias-da-minha-vida.

Eu não esqueci. Quero dizer, não sou do tipo que guarda rancor nem nada, na verdade sou bem tranquila, mas você não esquece férias arruinadas uma vez que você é obrigada a passá-las dentro de um quarto de hotel.

Então avisto ao seu lado Sirius eu-sou-a-melhor-coisa-em-que-você-colocará-os-olhos Black, com seus compridos cabelos negros e a blusa branca do uniforme com, eu diria, uns três ou quatro botões abertos e SEM gravata - o que, ressaltando, não está de acordo com o código de vestimenta da escola - e um senhor alto de porte elegante, provavelmente o senhor Potter, ao lado deles que conversava com o diretor Dumbledore.

- Oh, dá para acreditar que ele é real? – Dorcas suspirou sonhadora enquanto penteava com as mãos seus curtos cabelos castanhos.

- Vocês acham que teremos algum tempo de aula com ele? – Marlene perguntou excitada.

- Não se eu tiver sorte... – Murmurei.

- O que disse Lily? – Hestia sorriu.

- Nada. – Forcei um sorriso.

Não. Não. Não. Não.

- Hestia, o Black não estava morando com ele? – Emme perguntou curiosa.

Não. Não. Não. Não.

- Ele está morando com os Potter. Isso já faz algum tempo, não sei quanto exatamente. Aparentemente ele foi desconvidado das férias de família dos Black desde os doze.

Não. Não. Não. Não.

Não!

Gemi desgostosa.

Pelo amor de Deus, não é possível que com tantas malditas escolas ele tenha escolhido essa! Quero dizer, Durmstrang está ai, não fica tão longe da Inglaterra e tem ótimos resultados acadêmicos. Ou Ilvermorny, teríamos um oceano inteiro nos separando.

Sorri mentalmente.

Ou Mahoutokoro no Japão. Eu também não me importaria se ele tivesse escolhido ir pra lá.

Reprimi um grito.

Ok. Pare com isso.

Você não pode surtar por causa disso. Por causa dele.

Isso é inadmissível, terminei com Caradoc seis meses atrás e não surtei por causa dele. Não vou surtar pelo Potter. Não seja ridícula.

Voltei a sentar em minha cadeira, Hestia sentou-se à sua mesa ao meu lado direito, o lado da janela, Emme sentou à minha frente, mas virou-se na cadeira. Dorcas ainda suspirava algo enquanto sentava em cima da mesa de Hestia e Lene, que a respondia com um sorriso arteiro, veio se apoiar na minha.

Sinceramente, eu não ouvia nada. Minha cabeça está uma loucura completa, não é exatamente a coisa mais fácil do mundo tragar o intragável. Eu ainda estou passada demais em descobrir que aquele estúpido do Potter está aqui.

Qual o problema dele?

Porque ele não pode continuar estudando na escola de onde ele saiu?

- Vocês acham que ainda vamos ter... – Dorcas começou a falar, mas parou quando olhou confusa para Lene – Marlene, sua saia está do lado avesso sabia?

Lene olhou a saia e sorriu constrangida. Olhou em volta para ver se mais alguém na sala havia notado, mas a população feminina está toda concentrada em dar risinhos e gritinhos excitados enquanto babavam na janela por causa de "James Potter".

Como se ele fosse lá grande coisa.

E a nossa querida população masculina está emburrada com a atenção roubada, por isso não estão prestando muita atenção em nós. Sem falar que como estranhamente a aula ainda não começou ainda faltam um punhado de pessoas na sala, a maioria meninos.

- Eu vou correr ali no banheiro para trocar! – Marlene falou rápida e então saiu correndo.

- Ok, como eu dizia, vocês acham que ainda vamos ter o primeiro tempo de aula? – Dorcas voltou a falar.

- Acho que sim – Hestia respondeu olhando o relógio – Quero dizer, a professora Sprout ainda está dez minutos atrasada, se em cinco minutos ela não vier, acho que podemos ficar com esse tempo livre e esperar a próxima aula...

- O que é muito esquisito se você for pensar, acho que em todos os anos que estive em Hogwarts nunca vi um professor atrasar mais de cinco minutos para as aulas... – Emme comentou.

- Pois eu acho ótimo! – Dorcas sorriu – Quanto menos biologia eu tiver hoje melhor!

- Hum, você diz isso, mas está interessadíssima em outro tipo de biologia ali, não? – Emmeline falou marota.

- Emmeline Vance! - Ela riu - Você mais do que ninguém não pode me provocar sobre isso. Afinal, você não estava outro dia agarrando o Fenwick?

Assistimos Emmeline corar.

- Eu não estava agarrando-o! Tropecei e ele estava me segurou para eu não cair, nós mal nos tocamos! – Emme mexeu nervosa nos cabelos lisos e loiros.

- Uhum... – Murmurei sarcástica levantando uma sobrancelha.

- Sei. – Hesty comentou.

- Aliás, somos amigos de infância. Vocês sabem.

Marlene voltou alisando a saia e nos olhou confusa.

- Perdi alguma coisa?

- Emmeline está dizendo que ela e o Fenwick não estavam se agarrando aquela tarde. – Expliquei sorrindo para Emme.

- Certo, como se algum cara nesta escola perdesse a chance de te tirar uma casquinha. – Dorcas continuou.

- Dorcas! O Benjy não é assim! – Emme disse indignada enquanto corava ainda mais.

- Hmm... O Benjy não é assim... – Lene e Hesty provocaram.

- Sério! – Ela me olhou pedindo ajuda. – Lily!

- O que foi? – Me fiz de desentendida.

- Ele não quer nada desse tipo comigo. – Ela olhou para as mãos agora postas em seu colo e continuou – Isso é totalmente ridículo, não é como se ele fosse gostar logo de mim...

- Ah, Emme ele é tão adorável. – Lene disse empolgada. – E não seja boba, você é perfeita! Não existem motivos para não se apaixonar por você! Bom, exceto o negócio de Kick Boxing, tipo você sabe, alguns meninos podem se sentir meio inseguros caso as coisas não deem certo e você resolva dar literalmente um chute no traseiro deles.

Dorcas olhou Lene repreensiva que movimentou a boca em um "brincadeira".

- E ele é o capitão de futebol da Corvinal, então teoricamente vocês tem a mesma paixão por esportes – Hestia adicionou sorrindo.

- Sem falar que é super inteligente, ele se saiu super bem no último quizz da McGonagall e Deus sabe como eu estudei para aquilo. – Exclamei apoiando minha cabeça em uma das mãos.

- Gente! Somos--amigos! – Emme quase gritou.

- Então porque ele está te encarando como um bobo apaixonado? – Perguntei sorrindo.

- O... O que? – Emme virou-se para onde eu olhava.

Benjamin Fenwick estava parado em frente à porta aberta da sala de biologia, as mãos nos bolsos da calça escura, a gravata azul meio frouxa na blusa branca. O olhar fixo em Emmeline com um meio sorriso envergonhado. Benjamin deve ter por volta de um metro e oitenta de altura, os ombros largos dão a ele a impressão de ser maior do que realmente é. Os olhos azuis costumeiramente sorridentes são praticamente sua marca registrada junto com o cabelo loiro-queimado.

Emme ficou parada um instante antes de Dorcas - muito delicadamente - empurrá-la da cadeira para a porta. Ela se apressou e desapareceu no corredor com ele.

- Meu Deus, Emmeline tem o Fenwick comendo em suas mãos. O Fenwick! – Marlene resmungou incrédula – E ela ainda fica com essa de "somos só amigos"...

- É, mas eu bem que conheço alguém interessada em outra coisa linda... – Eu falei enquanto olhava Hesty de canto.

- Quem? – Marlene quis saber.

- Deus, Lene você é cega ou o quê? A Hestia está louca pelo Fabian!

- De onde veio isso? Não estou não! – Hestia negou indignada.

- Certo e os porcos voam... – Eu disse.

- Querida, a negação é um forte sinal! – Dorcas falou enquanto puxava da bolsa uma das barrinhas de cereais em que é viciada.

Emmeline entrou praticamente saltitando na sala e me abraçou com um gritinho excitado.

- Nossa, Emme, o que te mordeu? – Perguntei sorrindo.

- Ou quem te mordeu? – Marlene sorriu maliciosa.

- Ninguém me mordeu, Lene. – Ela respondeu alegre - Ainda.

Todas nós arregalamos os olhos.

- Emmeline Vance, o que houve? Não nos esconda nada! – Dorcas a olhou apontando para ela com a barrinha já metade aberta.

- Bem é... – Ela olhou a barra com qual Dorcas tinha usado para apontá-la – Isso é de quê?

Dorcas olhou para a barrinha ainda impecável.

- Torta de Maçã. Por quê?

Emmeline não respondeu e deu uma dentada levando metade da barrinha.

- Ei! – Dorcas reclamou.

Nós rimos enquanto Emme mastigava.

Dorcas a olhou com falsa irritação.

- Ela ao menos é boa? – Perguntou se referindo a barrinha.

- Delícia. Eu devia ter acordado cedo para tomar café. Estou faminta.

- Emmeline, foco - Marlene sacudiu as mãos pedindo pressa. - O que aconteceu?

- Beeeem... - Ela deu uma procrastinada - Benjy me convidou para sair!

Marlene e Dorcas deram gritinhos alegres e correram para abraçá-la. Hesty e eu apenas sorrimos uma para outra e a parabenizamos.

- Quando formos esse final de semana para Hogsmead ele perguntou se eu não gostaria de ir comer algo na Madame Puddifoot. Só nós dois.

- Oh, eu quero um desses para mim! – Lene gemeu fazendo bico – Não é justo! Se você pegou o loiro lindo e a Hesty o ruivo malhado, o que sobra pra mim?

Nós rimos e Hesty ensaiava negar algum envolvimento com Fabian, quando a professora Sprout entrou na sala.

- Olá, crianças, desculpem o atraso, tive alguns problemas esta manhã. – A professora disse enquanto andava rápido até a lousa branca.

Os alunos sentaram nos lugares de sua escolha, uma vez que não existe lugar fixo na sala e a professora começou a fazer um esquema na lousa. Alguns alunos atrasados que chegavam despreocupados gelaram ao ver a professora na sala quando entraram sem bater.

A professora Sprout os olhou, incrédula, e suspirou:

- Sinto muito, castigo depois do almoço.

Os alunos gemeram desgostosos. Hoje o professor que acompanha os alunos no "castigo", e que passa a tarefa extra, é a professora Claire Cleverley. Ou seja, trinta questões de física avançada por chegar atrasado.

Toda vez que as turmas começam a ter aulas com a professora Claire eles se surpreendem, ela é esbelta e muito bonita, com os cabelos castanhos sempre presos em um coque e olhos azuis por trás dos óculos delicados que usa. Uma pessoa extremamente doce de sorriso fácil.

Que ensina física.

E é tudo, menos doce, com os castigos.

Não que eu ache errado. Bem, você tem todo seu cronograma de aula e chegando cerca de cinco minutos atrasado os professores costumando relevar, mas passar de dez minutos é abusar da boa vontade deles. Sobretudo quando você não tem a desculpa de ter pego um engarrafamento ou um acidente e qualquer coisa, quero dizer, é só sair do salão principal onde tomamos café e chegar à sala.

- Senhorita Evans?

Eu me levantei.

- Sim, professora?

- A senhorita poderia checar os alunos que não estão presentes e anotar seus nomes? – A professora Sprout perguntou com um sorriso estendendo-me a pasta com a lista de alunos de nossa turma.

- Claro, professora. – Sorri de volta pegando a pasta.

Enquanto eu checava rapidamente os alunos faltosos, a professora terminava o esquema na lousa Anotei os nomes em um post-it rosa neon e fechei a pasta grudando-o na frente e estendendo de volta para a professora.

- Obrigada, Lily. – Ela sorriu amável – Bem... Como estávamos falando na última aula... – Professora Sprout retomou o assusto da aula passada.

Olhei para a lousa ligeiramente desinteressada. Eu li sobre a matéria de hoje ontem à noite, preparando-me para a aula como de costume.

Lógico que minha mente tinha que voltar a pensar em porque infernos, James Potter tinha que escolher logo essa escola para vir. Quero dizer, ela é uma ótima escola, obviamente eu gosto muito daqui.

Hogwarts é muito antiga, basicamente um castelo. Tanto que dificilmente nos referimos a ela como "escola", usamos mais a palavra "castelo". Ela fica no campo, bem longe da cidade. Claro que a estrutura foi verificada para que tivéssemos segurança e várias adaptações que foram feitas para maior conforto dos alunos e professores

Somos divididos em casas, sendo quatro no total. Quando um aluno entra para Hogwarts, ele passa por toda uma avaliação onde é levando em consideração suas notas, sua personalidade, suas ambições, planos, atividades extracurriculares... Enfim, uma série de testes. Então é dirigido para uma das casas, sendo elas: Grifinória, Corvinal, Sonserina e Lufa-Lufa.

Geralmente da casa de Corvinal entram os alunos mais inteligentes e confiantes, criativos e originais, com respostas rápidas e esse tipo de coisa. Geralmente viram grandes cientistas, engenheiros, físicos, médicos excelentes, cirurgiões... Certa vez, perguntei ao Benjamin enquanto andávamos para a aula de física, como ele fazia para decorar todas as fórmulas tão depressa, e ele sorriu amável dizendo ter tipo, memória fotográfica.

Por que infernos, não nasci com memória fotográfica?

Não que eu não seja boa em física, eu sou. Só que passo horas a fio decorando todas as malditas fórmulas.

Já Sonserina é conhecida como a casa mais tradicional, os alunos são astutos e ambiciosos. A maioria deles tem muitas qualidade de liderança, determinação e são claro, muito inteligentes também. Não digo isso de maneira desrespeitosa, nem nada, não é ruim ter ambições (já ser ganancioso é outra história). No final muitos Sonserinos tornam-se ótimos empresários, juízes, advogados, eles podem dirigir qualquer coisa basicamente... Eu realmente admiro-os por serem tão centrados em seus objetivos.

Às vezes queria que houvesse um modo de dar um pouco de ambição a Petúnia, minha irmã, nós não nos damos muito bem desde que fui aceita para Hogwarts. Após ter sido recusada no teste de admissão ela insiste em dizer que não queria entrar mesmo e que perco meu tempo aqui. Ela não está fazendo faculdade nem nada, está namorando Valter Dursley, um homem de caráter seriamente duvidoso. Ele é quem a sustenta trabalhando em um escritório (ela se mudou para a casa dele quatro meses atrás).

Para entrar na casa de Lufa-Lufa, você geralmente tem que ser uma pessoa incrivelmente comunicativa e clara. Eles são muito determinados, acreditam em jogo limpo, paciência, valores. Não são inseguros, ou seja, não têm medo do fracasso. São muito tolerantes e via de regra mais compreensíveis e abertos outras opiniões que outros alunos. Eles têm facilidades enormes em dialogar, adoram debater exibindo seu ponto de vista sem ofender o ponto de vista adversário. Grande parte deles se tornam diplomatas, ministros de relações exteriores, embaixadores, advogados, excelente psicólogos e - por terem maior veia artistica artísticos - pintores, escritores e músicos.

Em minha casa, Grifinória, os alunos são ditos como honestos, bravos e talvez um tanto cabeça- duras. Somos supostamente desafiadores e... Digamos, corajosos. Desde pequena eu fui ensinada a nunca recuar. Desafie um Grifinório e ele aceitará sem ao menos piscar.

Bom, o fato é Grifinória, geralmente temos famosos jogadores de futebol, aliás quase todo tipo de atletas. Temos também historiadores nos lugares mais inimagináveis, biólogos e excelentes executivos. A tendência é escolhermos profissões bem competitivas. Não que o fato de ter entrado para Grifinória tenha impedido meus pais de se tornarem cirurgiões. Digo, não existe isso de você só poder ser cirurgião se entrar para Corvinal, ou ministro se entrar para Lufa-Lufa, você se torna o que quiser independente da sua casa.

Nossa diversão aqui é sair nos finais de semana para Hogsmead, um pequeno vilarejo próximo de Hogwarts. Tem apenas pequenas lojinhas e alguns bares, além das casas claro, mas todos adoram ir até lá, comprar doces na Dedos-de-Mel, tomar uma cerveja amanteigada no Três Vassouras, e no caso para os casais (como Emmeline e Benjy) tomar um chocolate quente e comer uns sanduíches na Madame Puddifoot.

Peguei-me imaginando em qual casa James teria sido colocado uma vez que não parei para prestar atenção na cor de sua gravata. O perfil dele me faz pensar em Grifinória, mas eu estou torcendo para estar enganada, já é péssimo tê-lo aqui, que dirá na mesma Casa.

- Senhorita Evans? – A professora Sprout perguntou – Lily, está me ouvindo?

- Ah. Desculpe, professora... – Falei constrangida.

Oh, ótimo. O que me falta é eu me ferrar por culpa dele.

Assim que o tempo terminou todos começaram a arrumar suas coisas e verificar seus tempos de aula. Marlene sorria radiante, ao contrário de Emmeline que resmungava.

- Que cara é essa, Emme? – Juntei meus livros aproximando-me de Emmeline.

- Tenho aula da física agora...

- Relaxa, tenho certeza que tem um motivo para se animar.

- Duvido muito, mas diga lá, qual seria esse motivo?

- Ué, o Benjy não tem essa aula junto com você? – Sorri sugestivamente.

Os olhos azuis de Emmeline brilharam.

- Verdade! – Ela sorriu. - Estou tão nas nuvens que não consigo nem pensar de forma própria.

- Ei, Vance, eu também tenho aula de física agora. Só o Benjamin que conta? – Hesty fingiu irritação.

- Oh, Hesty. Claro que não! – Emme riu e abraçou Hesty com o braço livre dos livros – Eu tinha esquecido, ainda não me acostumei com o horário desse ano.

O riso de Marlene chegou até nós.

- Afinal, de quê a senhorita problema tanto ri? – Hestia perguntou olhando Lene que guardava os livros.

- Ontem durante o almoço ouvi os meninos falando sobre uma competição no lago hoje. Acabei de receber a confirmação de Rory. Lógico que vou dar uma espiada nessa história. – Lene sorriu marota guardando o celular em que mexia anteriormente.

- Ei! Não é justo, eu tenho aula! – Emmeline exclamou indignada.

- Espera. – Hesty disse pondo a mão em um dos ombros de Emme mas olhando para Lene – Que eu saiba você tem aula agora.

- Nananão... – Lene cantarolou – Eu teria inglês, mas a professora Cathcart teve que resolver um probleminha e está ausente. Como o ano mal começou e não tem conteúdo para atrasar, fiquei livre da aula.

- E você Dó? – Perguntei a Dorcas.

- Eu tenho matemática acredita? Estou perdendo a oportunidade de ver metade dos meninos gostosos de calção, perceba que essa parte é de extrema relevância, para ter matemática! Quero dizer, olá? Prioridades?

- Para tudo. Exatamente de quais meninos estamos falando? – Hestia perguntou interessada.

Marlene fez careta tentando lembrar.

- Amos Diggory, Elphias Dogde, Fabian e Gideon Prewett – Ela lançou um olhar sugestivo a Hesty – Caradoc Dearborn e acho que talvez Frank Longbottom. Ah! Ouvi dizer que Benjamin provavelmente estará lá também!

- Até o Frank? – Perguntei pasma. – Mas qual é o objetivo dessa competição idiota?

- Lembram em nosso segundo ano, no dia dos namorados, quando os meninos mais velhos não conseguiram pegar o prêmio da competição? Pelo que eu entendi eles estão atrás desse prêmio. – Marlene sorriu.

- Que estupidez. - Eu disse - Como eles sabem se o prêmio ainda está lá? O mais lógico é que a escola tenha tirado de lá quando o tempo terminou e ninguém conseguiu completar a prova.

- Hum, eu estou pensando em outra coisa. - Hesty disse.

- O que seria? - Marlene perguntou.

- Ora, se Benjamin vai competir, o prêmio poderá ser seu, Emme. – Hestia provocou apertando nossa amiga loira.

Emmeline corou.

- Que lindo. - Dorcas suspirou apaixonada

- É. Estão todos matando aula, sensacional. – Marlene riu.

- Eles sabem que vão ser pegos, certo? – Perguntei parada junto à porta

- E é com isso que estou contando, Evans! –Marlene sorriu mais ainda.

- Por quê? – Dorcas perguntou.

Mas respondi por Marlene.

- Por que mais, Dorcas? Quem, provavelmente, vai aparecer para acabar com a festa dos meninos é o professor Berbatov.

A boca de Dorcas se abriu em indignação suprema.

- Como assim?

Johnny Berbatov é nosso professor de natação. E ele é simplesmente tu-do. Claro, grande parte dos nossos professores são gatos. É como se eles tivessem que ter "sou gostoso" no currículo. Obviamente quando eu disse a grande parte, é por que ainda temos professores que nos fazem lembrar que eles são... Bom, mesmo professores.

E Johnny Berbatov não é um deles.

Tudo nele grita: "Sou solteiro, magnífico e amo crianças. Quem me quer?"

E é óbvio que todas as meninas o querem.

Ele tem uma costa de matar por causa da natação, cabelos pretos, olhos castanhos e - eu chutaria - deve beirar um metro e noventa. É grego, mas se mudou para a Inglaterra quando tinha uns dezessete anos. (Essa informação foi Dorcas que conseguiu, fato notório que rola entre as garotas é que tudo o que você quiser saber sobre ele e sobre Ruud, nosso professor de alemão, é só perguntar a ela.)

Só uma palavra: Perfeito.

E Dorcas e Marlene são totalmente viciadas nele.

- Não vou pra aula de matemática. Uma mulher tem que ter prioridades. – Dorcas disse.

- E passar o horário pós-almoço todinho fazendo trinta questões de física avançada? Boa sorte. – Hestia falou.

Dorcas gemeu desgostosa.

- Espera, se o Benjy for, ele também vai ter castigo pós-almoço de física avançada! – Dorcas olhou para Emme.

- Como se fosse grande coisa pra ele – Hesty falou – Quero dizer, ele as termina em quinze minutos. Não posso dizer o mesmo da nossa Dorcas aqui. – Ela sorriu abraçando de lado Dorcas.

- Ei! Não é como se fosse absurdamente difícil para mim. - Dó disse revoltada tentando justificar seu desgosto e consequentemente, sua dificuldade com a matéria - Eu só fico entediada com facilidade.

- Lily, você tem tempo livre agora não? Quer ir comigo? – Marlene sorriu puxando meu braço.

- Senhorita Evans? – Ouvi a professora Sprout me chamar.

- Sim? – Perguntei virando-me para ela.

- Eu gostaria de dar uma palavrinha com a senhorita. –Ela me sorriu.

- Ok. – Falei enquanto as meninas se despediam e corriam para as próximas aulas.

Bom, Marlene corria basicamente para o professor de natação, mas enfim.

Quando me aproximei da mesa da professora Sprout, a professora Minerva McGonagall entrou apressada.

- Bom dia, professora! – Eu a cumprimentei.

- Bom dia, Lily. – E então virou-se pra professora Sprout – Obrigada, Pomona.

A professora Sprout sorriu e se voltou para os papéis na mesa.

- Lily, como já deve ter ouvido temos três alunos novos. Você sabe que...

- Uh, perdão professora... Três?

- Sim, James Potter, Sirius Black e Remus Lupin.

Remus?

- Como eu estava dizendo – Ela me olhou severa – Você sabe que Hogwarts não costuma aceitar alunos que não tenham nos acompanhado desde a primeira série, mas o diretor Dumbledore, após os testes de admissão, não achou argumentos para impedi-los, os três se saíram maravilhosamente bem.

- Sensacional. – Forcei um sorriso.

- Bom, o ponto é que eles são novos e não conhecem muito bem o sistema da escola, sobre atividades extracurriculares, tempos de aula, não conhecem o castelo e os três jovens nunca estudaram em uma escola, sempre receberam educação com professores particulares. Então como coincidentemente os três foram designados para Grifinória o Diretor Dumbledore e eu achamos que seria interessante que você os ajudasse com qualquer dúvida relacionada a escola. Como tem notas excelentes, um currículo impecável e é de fato a monitora da Grifinória, nós a indicamos para monitoria deles.

- Ah. – Ofeguei surpresa. Aparentemente teria que lidar com Potter muito mais cedo do que esperava – Claro, sem problemas professora. Eu os manterei informados.

- Sei que sim. – Ela me sorriu.

- Então, eles não sabem nada? Digo, sobre a divisão de casas, esportes, horários, permissões...?

- O professor Dumbledore está se encarregando de explicar-lhes a divisão de casas agora, visto que eles terão aulas nos próximos tempos... – Então ela baixou sua voz uns tons – Lily, sei que já ultrapassa suas atribuições, mas gostaria de pedir para que preste atenção no relacionamento de Sirius Black com os parentes.

- O que... - Eu comecei confusa - O que houve?

- Além de ter deixado sua casa para morar com os Potter, que já não é bem visto por sua família, Sirius entrou, como eu já disse, para Grifinória, e já é tradição dos Black entrar para Sonserina. Eles podem não se entender muito bem e estamos procurando evitar confrontos desnecessários. Você sabe como são os rapazes por essa idade. Uma mão cheia.

- Vou cuidar para que eles não se matem professora. – Eu sorri para Minerva.

Ela me sorriu agradecida.

- Tudo bem, então é só orientá-los certo? – Perguntei.

- Certo.

Certo.

Deus, como isso foi acontecer? Minha segunda semana de aula mal começou e Potter reaparece em minha vida, Sirius Black tem uma aparente rixa com a própria família e eu sou a sortuda que irá orientá-los? O ano escolar vai ser extraordinário.

O que está acontecendo?

Coloquei minha mochila sobre os ombros e fiz meu caminho até os dormitórios da Grifinória, encontrando alguns conhecidos pelo caminho e tirando dúvidas dos alunos dos primeiros anos. Assim que cheguei à porta do dormitório peguei a chave da porta da sala comunal para abri-la. Em Hogwarts, não é permitido que outros alunos entrem em outro dormitório que não o de sua casa. As portas das salas comunais não abrem por fora, só com a chave. Coisa que apenas, obviamente, os alunos de suas respectivas casas têm.

A sala comunal da Grifinória, um ambiente grande e espaçoso, comporta 7 grandes sofás e 5 mesas, é toda decorada em vermelho e em dourado. É basicamente a nossa cor, o uniforme do colégio é igual, mudando apenas as cores de acordo com sua casa. Por exemplo, para Grifinória, as nossas gravatas são vermelhas e amarelo-dourado, o suéter tem as bordas vermelhas e o símbolo da casa a qual você pertence.

Já para Corvinal a gravata é em azul e vermelho-cobre, o suéter fica com as bordas em azul e o símbolo da Corvinal. O uniforme da Lufa-Lufa é com composto com gravatas de tom amarelo e preto, o suéter recebe as bordas amarelas e o símbolo respectivo. E, por fim, o uniforme de Sonserina inclui a gravata verde e cinza-prateado, o suéter tem as bordas em verde e o símbolo da casa.

No final da sala comunal, tem duas escadarias levando aos dormitórios masculinos e femininos. Sendo totalmente proibido para um menino entrar no nosso e vice-versa.

Não que desobedeçamos às regras.

Pelo menos não essa regra. Dizem que Mr. Filch tem em sua sala câmeras justamente na parte das escadas em cada casa. Claro, nada confirmado, mas mesmo assim nós não ousamos tentar entrar no dormitório masculino. Ou eles no nosso.

Subi as escadas virando à esquerda e abri a porta que dá para o corredor com os quartos. Aqui são exatamente 70 quartos por dormitório, ou seja 35 quartos para as meninas e 35 para os meninos.

De cada casa.

Nas outras casas têm mais 70, dando um total de 280 quartos em Hogwarts. Com três alunos em cada um dá em exatamente 840 alunos aqui. Não são muitos, eu sei, mas Hogwarts é uma escola caríssima e bem difícil de entrar, por isso não aceita muitos alunos.

Eu divido um quarto com Emmeline e Tonks, que neste momento está na Inglaterra visitando os avós. Entrei e larguei a bolsa no chão, prendi os cabelos em um rabo de cavalo alto enquanto observava o quarto e agradeci pelas arrumadeiras do colégio já terem organizado nossas camas (já que aqui nossas aulas vão até as cinco, e não temos tempo de arrumar as camas antes do café, muito menos depois, o colégio possui uma equipe de senhoras que arrumam nossas camas).

Tirei as sapatilhas com os pés e sentei em minha cama puxando meu notebook no criado-mudo ao lado desta. Liguei e conectei o cabo de internet em sua saída. Não, aqui não tem wireless, triste eu sei.

Meu plano de fundo era uma foto de minhas últimas férias, no Havaí onde meus pais e os de Tonks estavam por trás de nós, enquanto sorriamos para a foto. É uma de minhas fotos favoritas, onde mamãe e tia Andrômeda estão atrás de mim e Tonks, respectivamente em uma conversa tão animada que nem olhavam para a câmera, papai ao lado de mamãe estava espirando e tio Teddy estava chamando alguém. As únicas que realmente olharam de fato para a câmera eram Tonks e eu que estávamos abraçadas rindo de alguma besteira.

Sorri com a lembrança.

Abri minha caixa de e-mails e vi que mamãe tinha me mandado um e-mail além de outros com as coleções de algumas lojas e outras promoções. Abri logo o e-mail de mamãe.


De: Violet Evans (Vevans london . com)

Enviada: Domingo, 06 de agosto, 22:15:53

Para: Lily Evans (Levans london . com)

Assunto: Olá, meu amor!

Oi Lilyzinha, seu pai e eu acabamos de saber que Petúnia ligou, mas como nós não estávamos em casa esta tarde foi Jamime quem atendeu, disse que Pepê não quis deixar recado e também que ia ligar em nossos celulares. Ela não ligou. (eu e seu pai olhamos os celulares) Então quando liguei para ela recebi a notícia de que ela e Valter pretendem se casar final do ano.

Claro que foi um choque para o seu pai, afinal Pepê só tem vinte anos, mas se ela quer se casar a escolha é dela. Obviamente iremos apoiá-la. Pedi para que ligasse para você e desse pessoalmente as notícias, mas ela disse que estaria muito ocupada e poderia te atrapalhar aí na escola. Eu disse que era bobagem, mas você sabe como ela é.

Estarei um pouco ocupada este mês com algumas preparações para o casamento, você sabe que não gosto de deixar nada para fazer em cima da hora. Seria ótimo se você estivesse perto, mas Jamime vai me ajudar. Seu pai ficará bem sozinho, planejou o que vai fazer no sábado e você deve saber que inclui o Teddy. Ele vem pra cá e os dois vão passar o final de semana jogando tênis acredita?

De qualquer modo Teddy ainda está na Inglaterra com Andrômeda e Nymphadora, visitando os pais.

Os Vance virão amanhã almoçar conosco. Estou animadíssima, você sabe como eu adoro Liz, ela é encantadora. E se existe alguém com quem seu pai gosta de conversar mais do que Teddy é Vaughn. Esses dois são melhores amigos desde a escola.

Recapitulando:

- Sua irmã vai casar final do ano.

- Seu pai e Teddy estarão jogando durante o final de semana inteiro.

- Almoçaremos com os Vance.

Como estão indo as coisas por aí? Espero que tudo bem! Algum menino bonito? Você devia aceitar o convite que o menino Diggory fez a você. Ele parece tão gentil. Certo, certo, não vou me intrometer.

Saudades de você Lilyzinha!

Seu pai manda beijos e diz que semana que vem chegará seu celular novo!

Com amor, mamãe.


Sorri alegre.

Minha mãe é tudo.

Abri um novo e-mail e comecei a digitar.


De: Lily Evans (Levans london . com)

Enviada: Segunda, 07 de agosto, 09:06:12

Para: Violet Evans (Vevans london . com)

Assunto: Oi, mamãe.

Puxa, Petúnia vai casar? Quem bom, fico feliz por ela, mesmo que seja com o cara-de-porco. (Eu sei que a senhora não goste que eu o chame assim, mas fazer o que? Ele tem mesmo uma cara de porco!) Se ele a faz feliz, paciência.

Sabe mãe, adorei saber que papai e tio Teddy vão passar o final de semana jogando, esses dois já estavam me dando nos nervos com cirurgias pra cá e audiências pra lá. Eles precisam desligar um pouco do trabalho. Eu não poderia estar mais feliz sabendo que tio Vaughn e tia Elizabeth vão almoçar com vocês, gostaria de estar por aí.

Aqui na escola está tudo tranquilo, mal tivemos uma semana de aula e os professores já estão nos bombardeando com quilos e mais quilos de tarefa. Mas era o esperado. Aliás, sim mamãe, tem vários meninos bonitos aqui, mas ainda não me interessei por nenhum.

E não, não vou aceitar o convite do Amos! Tire isso da sua cabecinha.

Diga ao papai, que estou louca para ganhar o celular, o meu está praticamente em pedaços!

Mande beijos para o papai e diga que eu o amo.

Dê lembranças a Jamime também.

Saudades, mamãe, te amo.

Beijos, Lily.


Enviei-o, e abri um novo e-mail para mandar pra Tonks.


De: Lily Evans (Levans london . com)

Enviada: Segunda, 07 de agosto, 09:08:34

Para: Nymphadora Tonks (Ntonks london . com)

Assunto: Socorro.

Tonks você não vai acreditar...

O estúpido do Potter se matriculou em Hogwarts!

Aqui.

Nessa escola.

Quero dizer, qual é o problema dele? Já não bastam as férias que perdemos, por culpa daquele dedo-duro? E o Black está com ele...

Eu jurava que as coisas não podiam ficar piores do que estão... Então a Minerva me chama, pedindo para que eu sirva de guia ou alguma coisa para o Potter e o Black e o outro menino que entrou, que não conheço.

Só aceitei por que foi a Minerva quem pediu. Tudo bem, ela não pediu exatamente, mas eu não podia dizer não, podia?

De qualquer modo, com a minha sorte excelente eles tinham que cair logo na Grifinória!

Ah! O Benjy convidou a Emmeline pra sair! Eles vão juntos a Hogsmead esse final de semana. Não é ótimo? As meninas então mandando beijos e abraços. Volte logo estou com saudades.

Ps: Como estão o vovô e a vovó Tonks? Faz um bom tempo que eu não os visito.

Pps : Petúnia vai se casar. Socorro 2.

Ppps: Mande beijos pra tia Andrômeda e pro tio Teddy!

Beijos, Lily.


Espreguicei na cama e olhei em volta vendo o que ia fazer, como o meu segundo horário é livre, decidi devolver os livros para a biblioteca. Desci da cama e comecei a recolher os livros que eu havia pego emprestado e estavam espalhados pelo quarto.

Empilhei-os e estava pondo-os em cima da cama quando ouvi um barulho do computador. E na minha caixa de entrada estava lá um e-mail de Tonks. Subi na cama depressa e o abri.


De: Nymphadora Tonks (Ntonks london . com)

Enviada: Segunda, 07 de agosto, 09:11:05

Para: Lily Evans (Levans london . com)

Assunto: Não seja dramática!

Por favor, Lily, eu sei que não foi nada legal o que eles fizeram conosco naquelas férias, mas supere! Digo, eles já são dois cavalos. E eles são homens, você sabe que homens têm a memória fraca. Aquilo foi há o quê? Três anos? Quatro?

E mesmo que eles lembrem, eles devem estar com vergonha de si mesmos por terem sido dois idiotas.

Vovó fez um bolo maravilhoso, estou levando a receita! Podemos fazer na aula de culinária da Claire! Eles estão ótimos, inclusive perguntaram por você.

Sim, não precisa nem falar que papai e tio Ed vão passar o final de semana jogando tênis na sua casa, mamãe achou que ele estava brincando quando falou pela primeira vez, mas depois ela viu que ele estava falando sério mesmo! O que é praticamente impossível pro meu pai! (bom, aparentemente não é assim tão impossível)

Nós ficamos felizes por ele do mesmo jeito.

Espera, como assim a Petúnia vai se casar? Com o cara-de-porco?

Deus, eu não acredito!

Quero dizer, eu sei que ela casa com quem bem entender e, certo, ela deve amá-lo de verdade (Petúnia amando alguém? O mundo vai acabar!). Ou será que é só porque ele consegue bancar as compras loucas que ela faz?

Digo, você já viu aquela coisa comendo? Ele nem fecha a boca!

Mas, enfim, mudando de assunto para algo que seja de fato boas noticias: eu sabia! Sabia que o Benjy e a Emme tinham alguma coisa! Mal posso esperar para tirar graça com ela.

Mande beijos pra as meninas também.

Devo estar voltando amanhã, se eu tiver alguma sorte, com tempo para as aulas da tarde, okay? Também tenho saudades.

Beijos pra tia Violet e pro tio Edward!

Beijos, Tonks.


Sorri, e fechei o computador deixando-o na cama mesmo. Peguei a pesada pilha de livros, minha mochila com os livros dos próximos tempos: Matemática e Inglês, um caderno e saí do quarto. Demorei um pouco para trancar a porta já que não sou exatamente a pessoa mais coordenada do mundo, principalmente cheia de coisas nas mãos e fiz meu caminho até a biblioteca.

Mais tarde, após devolver os livros, encontrei com o diretor Dumbledore indicando algo por uma das imensas janelas do castelo. Aproximei-me sorrindo.

- Bom dia, diretor!

Ele virou-se meio surpreso e então sorriu, movendo-se um pouco para o lado, com isso pude ver uma pessoa parada ao lado do diretor.

Oh, não...

Gemi involuntariamente.

- Lily? – James Potter murmurou.

- Uh, hey.

- Bom dia, senhorita Evans. – O diretor disse alegre como sempre e então lançou um olhar de James para mim – Então vocês se conhecem?

- Nossos pais são amigos – Respondi depressa antes que ele pudesse dizer algo.

- Oh, entendo. Então acho que seria mais apropriado que a senhorita o levasse para conhecer Hogwarts, não? – Ele sorriu para o Potter – Melhor a companhia de uma bela jovem, do que de um velho chato como eu hein?

- Não diga isso diretor, o senhor é uma excelente companhia. – Potter respondeu sincero, sorrindo.

- O que acha, senhorita Evans? Tem o tempo livre?

- Sim, senhor.

- Alguma objeção de ser a companhia do jovem Potter?

Tonks está certa, não posso continuar odiando-o, somos agora duas pessoas crescidas e ele provavelmente deve ter esquecido.

Bem, eu não esqueci.

Okay eu tenho que parar com isso. Só tenho que ser educada, falar com ele quando ele falar comigo, ser polida, nada de mais. Eu consigo fazer isso.

- De modo algum, diretor. – Sorri para Dumbledore.

- Então voltarei à minha sala para dar conta de alguns problemas, se uns não forem resolvidos hoje Minerva certamente enlouquecerá. – Ele sorriu novamente afastando-se.

Senti o olhar de Potter me queimando.

- Bom, você quer conhecer o exterior do castelo? – Perguntei sem encará-lo.

- Seria ótimo.

- Olhe, Potter só tenho uma hora antes de minha aula de matemática, então não vamos perder tempo certo?

Ele riu. Sua risada contagiante mostrando os dentes brancos perfeitos quase me fez sorrir.

Quase.

Eu não estou louca ainda.

Virei para ele indignada.

Ele está rindo de mim?

- Potter? – Ele questionou – Você não precisa me chamar assim, nós somos como amigos de infância e tudo...

- Nós só passamos um mês juntos, depois nós nunca mais nos vimos, definitivamente não somos amigos de infância. – Falei impaciente.

- Talvez não exatamente amigos de infância, mas de qualquer modo, amigos. – Ele sorriu.

- Chame do que quiser. Podemos ir agora? Estamos perdendo tempo.

- Não quero que me chame de Potter. É desconfortável.

- Potter, eu não tenho intimidade para chamá-lo pelo primeiro nome, então acho mais apropriado usar seu sobrenome.

- Intimidade? – Ele me olhou incrédulo – Lily, você é... uma amiga. É claro que pode me chamar de James. Se me lembro bem você nunca me chamou de Potter durante aquele mês na Suíça.

- Ok, olha eu quero te chamar de Potter. – Eu sibilei irritada procurando não lembrar de nada relacionado a Suíça.

- Mas eu não gosto que me chame assim. – Ele disse com um sorriso.

- Então acho que vai ter que aprender a gostar. Podemos ir?

- Se eu te chamasse de Evans não seria esquisito?

- Não, seria o correto.

- Não, não. Seria o correto se eu não te conhecesse. Ou não tivesse certo nível de intimidade com você. O que não é o caso.

- James, passamos um mísero mês juntos!

- Há! – Ele exclamou apontando para mim.

Argh!

- Viu? Não é tão difícil, é? – Ele sorriu.

- Tanto faz, vamos agora?

- Antes me prometa que não vai me chamar de Potter novamente.

- Isso é mesmo necessário? - Grunhi.

- Você quem pediu. – Ele disse humorado.

- Olha, não é como se fossemos ser tipo os melhores amigos ou algo assim.

- Só prometa.

Bufei.

- Você não vai se mover enquanto eu não prometer, vai?

- Não. – Ele riu.

Rolei os olhos.

- Certo, prometo.

- Você não está mentindo? – Ele sorriu.

Abri a boca ultrajada.

- Eu não minto! – Exclamei indignada.

- Então, Lily, podemos ir agora.


Pequena repostagem corrigindo alguns detalhes.

Eu seeeei, estou demorando muito para escrever o resto mas não desistam de mim.

17/11/2016

LaySt