Ok, ok, ok, tenho muito a falar antes de começar. Mas vou ser breve, afinal vocês estão esperando por esse capítulo a muito tempo. Muito tempo mesmo.

Primeiramente, meu muito obrigada por toda a paciência. Eu também sou leitora e sei o quanto odeio quando uma autora pega minha história favorita e demora milênios para postar, AINDA MAIS quando é o último capítulo. Errei feio com vocês, né?

Então aqui vai minhas sinceras desculpas. Não vou ficar me explicando, muitas aqui me conhecem e sabem que minha vida profissional não esteve fácil nos últimos meses e aumentou significativamente. Não foi nem a falta de tempo para escrever e sim a falta de tempo para parar e pensar em algo bom, para me focar na história e não escrever merda, soltar um capítulo ruim. Eu não queria escrever qualquer coisa. Junto com isso, e com o nervosismo, veio o belíssimo bloqueio de autora. Passei quase dois meses sem saber o que escrever, olhando para o word e sentindo vontade de chorar. Mas passou. E eu espero que vocês gostem desse capítulo assim como eu gostei de escrever toda essa história. Também espero que tenha superado as expectativas de todas vocês.

Às meninas que mandaram mensagem perguntando se eu estava bem, meu muito obrigada também. Algumas eu não tinha como responder a review porque não deixaram email ou links, e até pensei em abrir um capítulo somente para me explicar para vocês, mas sabia que ia ser sacanagem e que eu iria alimentar falsas esperanças. De qualquer forma, quero que saibam que eu NUNCA abandonaria Monrovia. Essa fic é muito importante para mim, e muitas de vocês também sabem o quanto eu estava incomodada por esse hiatus forçado.

Bom, com tudo isso dito, aqui vai o capítulo. Só para reforçar, me desculpem. :)

Adoraria saber o que acharam. Adoraria saber quais suas impressões da minha família favorita, principalmente do nosso girassolzinho.

E sim, ainda tem o epílogo. Que eu prometo de joelhos que não vai demorar mais tanto tempo assim. Antes do ano acabar ele será postado.

Meu obrigada especial para Julieide (Dra. Julie Fenerich.. hahaha), que foi minha luz durante toda essa história. Sem você não teria saído metade de Monrovia, amiga.

Liz Negrão, minha beta maravilhosa, obrigada por todos os conselhos e correções!

Aline Lima, minha bitch ném por ter me ajudado a traduzir palavras para a linguagem dos bebês (hahahaha),

Déh por ter contado histórias incríveis de seu pequeno girassolzinho, que me deram bastante inspiração.

Dona Isadora Vanzeler por fazer mais um vídeo lindo de Monrovia. Aqui está: http:/www_youtube_com/watch?feature=player_embedded&v=V3VyoWXXR2c (troque os espaços por pontos) Obrigada amiga! Você é maravilhosa!

E mais várias pessoas que contribuiram para tudo que Monrovia é hoje. Se fosse agradecer, usaria todos os caracteres desse espaço.

Mas sério, vocês são demais. Amo vocês.

E 2012 terão mais fics, eu prometo. (e elas não vão demorar. hahaha)

Um beijão,

Dani

Enjoy! Todos os personagens podem ser da Stephenie Meyer, mas o girassolzinho é só meu. ;)


Capítulo 60 - Our Beautiful Happy Ending

"O amor verdadeiro não tem final feliz, porque simplesmente não tem final."

(autor desconhecido)

Pov Bella

Dois anos depois

- Aqui está, tenham uma ótima noite! - Rosalie entregou o pacote ao nossos últimos clientes, recebendo os vinte e cinco dólares dos sucos e bolinhos que eles tinham acabado de adquirir. Assim que o casal saiu, ela fez questão de me entregar o dinheiro rapidamente e correr para trancar a porta, virando o sinal pendurado no vidro para "Fechado".

- Ufa. Terminamos, solzinho. - ela encostou-se na porta soltando o ar dos pulmões com um alívio que me fez rir. Mas ela tinha razão. Eu também estava exausta. Não tínhamos parado um segundo sequer nas últimas horas daquela sexta feira. Sextas eram os piores dias, porque o Zoológico do Central Park recebia as visitas escolares e nossa pequena delicatessen ficava recheada de crianças e professoras sedentas por um pouco de açúcar e os "Sucos Deliciosos da Miss Swan."

Sim, minhas bochechas coravam cada vez que eu sequer lembrava que foi assim que comecei a ficar conhecida. Steve, o amigo de Edward, não mentiu ao falar que eu não sabia das proporções de se abrir uma loja em Manhattan. Eu realmente não sabia. Aos poucos, a quantidade de clientes foi aumentando tanto, que achei que não seríamos capazes de atender a demanda. Em uma das primeiras visitas de uma turminha de uma escola primária do Brooklin, as crianças ficaram tão encantadas pelos sucos com nomes engraçados, pelos doces, pelas cores do nosso pequeno espaço que pediram aos pais para voltar. E esse boca a boca entre crianças, pais e professores aumentaram para educadores do zoológico, visitantes, visitantes do Central Park em geral assim como do Museu Histórico Nacional, e quando menos esperei, havia uma notinha na sessão de culinária do New York Post, elogiando a "Smile Factory" e suas donas: Isabella Swan e Rosalie McCarty.

Desse dia em diante, foi puro caos. Mas um caos bom. A quantidade que fazíamos já não era nada para as pessoas que apareciam para experimentar. Tivemos que aumentar as quantidades, contratar mais funcionários, abrir um website, um telefone para entregas e por último, quanto mais dias passavam, mais percebíamos que aquele espaço já não era suficiente. Por sorte, achamos uma casa comercial próxima de Wall Street e assim, em pouquíssimo tempo, já estávamos com uma nova obra nas costas e prestes a abrir nossa segunda loja.

Parece até que tudo foi muito fácil, mas não foi. Diferente do que muitos pensaram, eu não aceitei a minha parte do dinheiro de Phill. Nem tinha como aceitar. Aceitá-lo só me faria pensar que eu estava perdoando-o de alguma forma, ou aceitando tudo o que ele me fez passar. Seria como se ele estivesse pagando um grande montante por todos os anos em que foi ausente em minha vida. Por mais que ele dissesse que não, eu não acreditaria e não conseguiria dormir sabendo que tinha ficado com aquele dinheiro.

Por outro lado, Rosalie não se fez de rogada e aceitou a parte dela.

Ela disse, - depois de xingá-lo de todos os nomes possíveis e imagináveis, - que aquilo era pouco para tudo o que ela tinha passado sem ele, e que ela não ia deixar de comprar nossa lojinha por conta de orgulho besta. Essa era minha irmã. Completamente diferente de mim. Meu pensamento era uma coisa, o dela era outra; E eu nunca iria julgá-la por ter tido essa decisão.

Ela comprou o estabelecimento comercial que Alice tinha encontrado na segunda feira seguinte e o financiamento de Steve além de ter diminuído, - o que também diminuiu nossas dívidas, - serviu para que pudéssemos fazer uma excelente reforma e decoração, assim como investir em coisas que nem pensávamos que teríamos no começo, como um carro para entregas, embalagens personalizadas com o nome de nossa empresa e outras pequenas coisas que contribuíram para todo nosso sucesso.

Quando entrei em contato com Reneé para avisar que devolveria minha parte do dinheiro, ela negou e falou que preferia que eu jogasse fora a ter que retorná-lo para Phill. Tentei de todas as formas convencê-la de que eu não precisava disso e ela rebatia tudo o que eu falava, dizendo que já que eu não queria para mim e para a loja, poderia ser de Anthony, um fundo para colégio e faculdade. Finquei meu pé no chão e neguei; Meu filho não precisava disso - Eu e Edward éramos capazes de dar a nosso girassolzinho tudo o que ele precisava.

Reneé insistiu tanto que acabei não podendo retornar o cheque para Phill. Ele também disse que não queria e que se fosse preciso, levaria essa questão até à justiça, - o que convenhamos, achei um tremendo exagero; E depois de uma discussão chata e desnecessária, acabou que não chegamos a nenhuma solução.

Após passar muito tempo tentando arrumar uma forma de me ver livre daquele dinheiro, acabei tendo uma ideia bem melhor de como investi-lo: Nada melhor do que ajudando os outros.

Esme sempre havia expressado a vontade de um dia exercer sua profissão de Psicóloga. De acordo com seus médicos, ela realmente precisava de alguma ocupação para que não houvesse pioras com relação à seu estado de saúde. Então, a convidei para ser minha maior parceira em um empreendimento no qual eu usei todo o dinheiro e não esperei nada em troca, apenas sorrisos e felicidade; Os duzentos e cinquenta mil dólares que Phill me deu, serviram para abrir uma ONG que tinha como principal objetivo cuidar de crianças órfãs.

Charlotte, que foi peça importante durante o início de minha gravidez, após também muito ajudar Emmett e Rosalie durante a adoção judicial e oficial de Kelly, - que foi muito bem sucedida graças a Deus, - se tornou voluntária e apoiou nossa ONG. Hoje, ajudávamos em média mais de duas mil crianças ao redor dos Estados Unidos. Esme, fazendo o que amava, era a líder-chefe de toda a organização e eu e Rosalie visitávamos semanalmente, levando cupcakes e sucos para as crianças que estavam hospedadas na sede, aqui mesmo em Long Island. Pelo menos o dinheiro serviu para ajudar muitas crianças abandonadas ao invés de comprar uma única que já tinha sido abandonada há muito tempo: Eu.

Hoje eu não precisava mais disso. Hoje eu não precisava de carinhos forçados ou palavras de conforto que não me fizessem sentir abandonada. Hoje eu tinha tudo o que queria. E o que mais me deixava surpresa é o fato de não ter precisado de minha mãe, ou de meu pai para seguir meus objetivos e para encontrar um propósito em minha vida.

Enquanto contava o dinheiro e fechava o caixa, pude sentir os cantinhos de meus lábios formando um sorriso. Tudo estava tão mudado. Tão diferente. Há alguns anos atrás eu nunca esperaria que minha vida fosse tornar algo semelhante ao que tinha hoje. Aliás, há alguns anos atrás eu não esperava nem estar fazendo pequenas e simples coisas, como contando dinheiro e fechando um caixa com relatório financeiro da minha própria empresa. Gente, eu odiava matemática. Eu abominava matemática. Mas para tudo, eu tinha uma lembrança boa. Por exemplo, cada vez que fazia uma conta lembrava da primeira vez que Edward me fez resolver uma regra de três de cabeça. E pensar em Edward contribuía ainda mais para o aumento de meu sorriso. Ele era o grande amor da minha vida.

O homem que fez tudo mudar.

- O resultado foi bom hoje? - Rosalie perguntou, chamando minha atenção. Ela se aproximou e sentou em um dos bancos bem altos do balcão, pegando um cupcake de chocolate que tinha sobrado e dando uma mordida. - Hmmmm, isso aqui tá maravilhoso. Eu estava de olho nele há horas! - ela levou os dedos aos lábios, limpando o excesso de chocolate que transbordava do recheio.

Ri baixo. Rosalie tinha engordado quase vinte quilos desde que começamos nosso negócio e desde que ela iniciou um tratamento hormonal para engravidar. Ela reclamava o tempo inteiro que estava inchada e enorme, mas Emmett nem se importava, muito pelo contrário. Ficava o tempo todo elogiando seus quadris largos na frente de todo mundo, deixando-a completamente envergonhada.

- Ótimo. Foi a melhor sexta feira do mês. - terminei de anotar o valor total de nosso lucro. - Graças a Deus.

- E graças a nós! - Rosalie riu. - E às crianças, fãs dos "Sucos Deliciosos da Miss Swan" - ela fez as aspas no ar com os dedos sujos de chocolate e fingiu estar me zoando. - Que aliás, vai ter que mudar de nome, porque a partir de amanhã será "Miss Cullen". - ela brincou com as sobrancelhas e sorriu.

Não consegui conter um enorme sorriso. Podia sentir meus olhos brilhando, ao encarar Rosalie. Meu estômago gelava e se contorcia de forma gostosa somente ao pensar no dia seguinte. Meu casamento. Edward e eu finalmente íamos nos casar. Certo que já nos considerávamos casados por estarmos morando juntos desde um pouco antes do nascimento de Anthony, mas sei lá, parece que depois do dia de amanhã tudo ia ser ainda mais diferente. Ainda mais novo. Cada dia que eu passava com Edward eu sentia que eu me apaixonava mais e mais, - se é que isso ainda era possível, - e estava certa de que isso era uma das coisas que nunca mudaria em nosso relacionamento.

- Swan-Cullen, Rose. - corrigi.

- Você é uma boba. - ela deu mais uma mordida no bolinho. - Eu deixaria só o Cullen.

Respirei fundo.

- Não posso. Eu não tive como falar a Charlie que eu o desculpava por tudo o que aconteceu. E acho que essa é a melhor forma de falar a ele que tudo está bem entre nós agora. - fechei o caixa, começando a tirar o avental rosa bebê com meu nome bordado.

Rosalie me olhou séria enquanto terminava de mastigar.

- Você é uma santa, sabia? - ela terminou o cupcake e levantou-se, tirando também seu avental. - Vamos. Minha bebê bailarina me espera.

- Vamos. - peguei as chaves do meu carro. Sim, eu consegui aprender a dirigir, depois de alguns meses tendo o carro mofando na garagem. Não foi fácil. Descobri que a paciência que Edward tinha em me ensinar matemática servia somente e unicamente para a matemática, porque quando se tratava de direção, ele tinha zero paciência para ensinar. Foi uma de nossas pequenas briguinhas, mas que não durou muito tempo. Afinal sempre nos resolvíamos antes de dormir.

Certifiquei-me que tudo estava desligado e apaguei as luzes. Naquele dia em especial, tínhamos dispensado nossos funcionários Ryan e Ava porque nossa ideia era fechar cedo, o que acabou não acontecendo. Um casal de velhinhos que sempre comprava conosco apareceu na última hora e não quisemos deixá-los na mão. Com isso, foram aparecendo mais e mais clientes e acabamos nos deixando levar, só podendo fechar algum tempinho depois da hora convencional.

Depois de fecharmos tudo com segurança e notificarmos a empresa responsável pelo alarme anti-furto, entramos em meu carro e seguimos para a Academia de Pequenas Bailarinas, onde Kelly, agora em seus sete anos, estava ensaiando para sua primeira apresentação de fim de ano. Ela seria as "gotas de orvalho" em "O Quebra Nozes", e estava tão empolgada que até eu já sabia toda a coreografia da baixinha de tanto que ela repetia na nossa frente. Meu coração inchava toda vez que ela incluía meus meninos em seus ensaios dentro de casa, onde Anthony era um dos Pirulitos e Edward o próprio quebra nozes. Era uma brincadeira tão gostosa que me deixava emocionada e cada vez mais apaixonada por minha família. Bom, isso quando eu não morria de rir com o fato de que Anthony não ficava um segundo parado no local que ela pedia.

Anthony... Meu bebê estava crescendo tão rápido. Faltando alguns meses para completar três anos, ele já fazia as coisas sozinho e conseguia ter verdadeiras conversas quando as pessoas vinham realmente puxar papo com ele. Anthony era inteligente, mas dotado de um gênio muito forte. Teimoso e traquinas, tinha manias e trejeitos que eu não sabia de onde tinha puxado. Fisicamente, ele era a cópia de Edward, mas por dentro, ainda era uma incógnita. No fundo, acho que ele tinha um pouco de nós dois, com uma pitada de sua pequena e própria personalidade, que ele ia adquirindo conforme crescia e se relacionava com as coisas e pessoas ao seu redor. Meu filhote já procurava uma certa independência com essa idade e isso me deixava extremamente orgulhosa.

Para a felicidade suprema de Edward, Anthony se mostrou completamente apaixonado por basquete. Talvez seja também pelo fato de que desde bebê ele era periodicamente submetido ao ambiente do esporte. Ele tinha vários uniformes, bolas de basquete de pelúcia e até mesmo uma original, de couro, que ele ainda não conseguia nem segurar direito. Edward montou uma quadra na nossa garagem e os dois já frequentavam as cadeiras cativas que eu havia dado de presente para Edward há alguns anos atrás, no Natal. Em casa, os dois passavam horas a fio assistindo inclusive os replays, - e brigavam com a televisão quando o juiz ou um jogador fazia algo que não devia. Eu nem conseguia reclamar da gritaria, mesmo quando eu estava estudando e eles me desconcentravam. Eu simplesmente colocava minha caneta de lado, fechava o caderno, e curtia aqueles poucos minutos namorando meus dois meninos lindos.

Anthony procurava imitar Edward em tudo, até na forma de reclamar. Foi numa dessas vezes, nas eliminatórias, que ele soltou seu primeiro palavrão. Na hora ficamos chocados, mas sabíamos que ele não tinha culpa de nada. Ele não sabia nem o que aquilo significava e se Edward tinha feito, para nosso bebê era certo. Por fim não consegui dar bronca, tampouco Edward e não sei se foi a coisa certa a se fazer, mas pelo menos aprendemos com a lição e nunca mais falamos nenhum palavrão na frente do baixinho. Ele também nunca mais repetiu. Mas sabíamos que era uma questão de tempo.

Apesar de ser muito ligado ao papai, Anthony também era o bebê da mamãe. Nas vezes em que Edward estava no trabalho e eu em casa, vivíamos grudados, assistindo desenhos e filmes infantis. Na maioria das vezes apenas Anthony assistia porque eu não conseguia me focar. Era muito mais interessante olhar as mãozinhas do meu filho, seus dedinhos bem gordinhos, a textura das bochechinhas lisinhas e vermelhinhas, os olhos azuis que ele havia puxado do avô de Edward, - que eram bizarramente iguais, - até mesmo o jeito que sua barriguinha gostosa se mexia quando ele respirava... e seu cabelinho cheiroso. Eu afundava meu nariz na cabecinha dele e respirava fundo, fechando meus olhos e me perdendo nas sensações tão misturadas que se afloravam dentro de mim. Por vezes até chegava a me flagrar com lágrimas nos olhos. Eu nunca pensei que ter um filho fosse mudar minha vida da forma como havia mudado. Antes eu já achava que faria toda e qualquer coisa por Anthony. Hoje, eu sabia que seria capaz de tirar a minha vida para que ele fosse feliz.

- Ih... terra chamando Bella! - Rosalie falou, apagando todas as minhas memórias. Quando olhei para ela, ela simplesmente estava sorrindo e olhando para mim. Mas um sorriso mesmo. Daqueles onde todos os dentes apareciam.

- O que foi, Rose?

- Sei lá. Só estou orgulhosa de você. - ela falou simplesmente. Quando percebeu que revirei os olhos, ela continuou. - Solzinho, há cinco anos atrás, quem diria que hoje estaríamos aqui, morando em Nova York, trabalhando em nosso próprio negócio, com uma família, filhos... - ela sacudiu a cabeça. - Você vai se casar amanhã. Você está fazendo faculdade. Você está dirigindo! Dirigindo! - ela riu. - Até hoje lembro do dia que você aprendeu a andar de bicicleta. Foram uns quinze tombos em menos de meia hora. - ela começou a rir ainda mais. - Sua avó dizia que você tinha o dom de ser estabanada, e hoje posso dizer que ela estava enganada. Você é uma ótima motorista. Mas tenho que dizer que dirige melhor do que anda de bicicleta.

Comecei a rir.

- Eu andava de bicicleta sem as mãos. - brinquei.

- Não se atreva a fazer isso aqui. - ela me olhou de lado.

Rimos juntas.

- É sério. - ela continuou. - Eu tenho muito orgulho de você. Vê só, estamos a um dia do seu casamento e você não parou sua vida. Você foi à faculdade pela manhã, você fez sua prova, você foi trabalhar... - ela respirou fundo. - Falando nisso, como foi a prova?

- Foi ótima. E consegui entregar aquele trabalho a tempo...

- Bom. Muito bem. - Rosalie falou de um jeito mãe-protetora. Apenas sorri e continuei a dirigir.

Pouco depois do nascimento de Anthony, me formei no colégio e comecei a estudar para o S.A.T. junto com Emmett. Eu não fazia a mínima idéia do que queria ser ou que carreira ia seguir e cheguei a fazer vários testes vocacionais, mas eles só atrapalharam. Apontavam dons para tantas coisas, que eu acabava sempre mais perdida do que estava. Cogitei não fazer faculdade por um tempo até decidir o que realmente queria quando uma tarde de domingo em casa com Rosalie me fez mudar completamente de ideia. Podia me lembrar como se fosse ontem: Edward estava em uma viagem de trabalho, na qual ele passara uma semana fora e seu vôo só chegaria a noite. Eu estava morrendo de saudade e queria fazer uma surpresa. Pensei em preparar um jantar especial para nós três, só eu, ele e Anthony, e pedi a ajuda de minha irmã. Quando era sobre preparar sucos e vitaminas eu me considerava expert, mas cozinhar, eu apenas sabia o básico. Não existia nada muito chique e refinado nas receitas que eu tinha em minha cabeça e aquela era uma situação especial.

Rosalie passou a tarde em nossa cozinha, me dando ideias do que preparar. Diferente do que pensei, ela não fez nada, ela me ensinou a fazer. E aquilo me deu corda, me deu um gás, um ânimo diferente. Quando vi, já estava preparando também a sobremesa e pensando em tornar aquilo algo diário. Depois de ser aprovada oficialmente por meus meninos, - eles comeram tudo durante o jantar e ainda pediram para repetir, - cozinhar acabou se tornando mais um hobby. De hobby, em pouco tempo virou paixão. E agora era minha área de estudo.

Foi difícil de acreditar que eu tinha sido admitida na Escola de Gastronomia de Cornell, vou ser sincera. Nunca me imaginei como uma aluna Ivy League, mas para minha surpresa essa admissão um dia chegou na minha caixa de correio. No momento em que recebi a carta, com as boas vindas à faculdade, e já me tratando como uma universitária, percebi que as noites sem dormir, a falta de atenção que dei a meu bebê e a Edward, à minha família e amigos... tinham simplesmente valido a pena. Hoje, eu tinha realizado a última prova do meu primeiro ano e mesmo sabendo que era um longo caminho a percorrer, estava mais do que animada para tudo o que viesse.

- Emmett ainda não terminou as provas dele. Está afundado em livros. - Rosalie bufou, olhando rapidamente para o ônibus vermelho abarrotado de turistas ao lado do nosso carro.

- É para o bem dele, Rose... ele não quer desapontar Carlisle... - Emmett agora era também estudante, mas na área de Direito. Ele começou sua faculdade um pouco antes de mim, e já estava no meio de seu segundo ano. Com isso, conheci um lado de meu big brother que nunca tinha visto antes; Emmett podia ser cabeçudo, mas era muito estudioso. Tirava as melhores notas da classe e estava cada vez mais surpreendendo Carlisle e toda a equipe da Cullen Associates, lugar onde ele já trabalhava por todo esse tempo. Claire, mesmo de longe, estava extremamente orgulhosa do filho. Ela, assim como eu, sabia que se Emmett ainda morasse em Monrovia infelizmente não teria tido toda essa oportunidade.

- Eu sei, eu sei... mas sei lá. - Rose deu de ombros. - Deixa, devo estar de TPM. Ou esses hormônios do tratamento estão me estragando. Ontem briguei com ele porque ele não me deu atenção nenhuma... fico tão carente... me sinto tão gorda... e ainda morro de ciúme daquela secretária que Carlisle contratou recentemente... qual o nome da vagabunda mesmo?

- Kate. - Ri. Rosalie podia ter engordado, mas ela ainda era a minha Rosalie, linda, com o cabelo loiro cor de sol, e o sorriso que encantava. Emmett era louco por minha irmã e isso era visível. Bastava ver como ele olhava para ela. Eu entendia suas inseguranças, mas algumas vezes as atitudes de Rose eram extremamente exageradas. Kate era uma menina de dezenove anos, filha de um dos sócios de Carlisle, que estava trabalhando para juntar dinheiro e viajar para a Europa, onde queria fazer vários cursos de Culinária. Nós sempre trocávamos ideias sobre Gastronomia nas vezes que eu levava Anthony para visitar o vovô. A menina não tinha o mínimo interesse de querer dar em cima de alguém do escritório, ela só estava lá para trabalhar e conseguir o que queria. E pelo pouco que eu já tinha conversado com ela, notei que homens não eram bem sua praia. Ela sempre falava de uma tal de Lisa, com um jeitinho que parecia que tinham algo a mais.

- É, é... Kate... essa mesmo. - ela continuou bufando.

- Rosalie, deixa de ser paranóica. Já te disse que acho que Kate nem gosta de homens...

- Você é quem pensa! - ela virou-se para mim. - Isso é tática! Tática para agarrar os homens comprometidos! Você tem sorte que Edward não trabalha mais lá. Vou ter uma conversinha com Dona Esme hoje em sua despedida de solteira, porque ela também corre risco.

Comecei a rir.

- Falando nisso, ainda vou passar em casa antes de ir para a despedida, ok? - avisei. Queria ver Edward mais uma vez antes do nosso grande dia, assim como meu baixinho. Minha vontade era que Anthony passasse a noite comigo, mas Edward disse que era castigo levá-lo para uma festa onde só teria mulher maluca. Anthony ia participar da despedida de solteiro do pai, que também já estava combinada. Seria pizza e videogame em nossa casa.

Eu não queria uma despedida de solteira, mas falar isso para Alice foi como enfiar uma adaga bem espessa em seu coração. Ela chorou, esperneou, mudou os decibéis de sua voz e no fim, como sempre, conseguiu me convencer. Ela sempre convencia. Quando não conseguia, pedia ajuda de Jane. E aí eu estava mais do que pressionada e era obrigada a ceder. A loirinha agora fazia faculdade de Jornalismo em Princeton, a mesma em que Riley estudava. Os dois já estavam dividindo um apartamento em New Jersey e fazendo planos de se casarem logo após a formatura. Isso me deixava feliz por demais. Principalmente pelo fato de que eu tinha juntado os dois. E mesmo que ainda faltasse muito, o meu convite de madrinha já tinha sido feito pessoalmente pelo casal, em meu último aniversário. No meu aniversário de vinte anos.

Vinte anos. E parece que foi há uma eternidade que passei os meus dezesseis, aquele ano tão conturbado em minha vida, mas que ao mesmo tempo trouxe tanta coisa boa e mágica. Se eu tivesse a oportunidade de voltar no tempo, eu com certeza teria feito tudo de novo. Eu não me arrependia de nada. A única coisa que eu me arrependia de verdade era de não ter feito as pases com Charlie antes de sua morte. Mas isso, infelizmente, não tinha como consertar.

Quando eu pensava em Charlie, logo me vinha na cabeça o meu relacionamento atual com Reneé. Ainda era... estranho. Nós nos falávamos, claro, mas era apenas o básico e o necessário: Aniversários, Ação de Graças, Natal... Mandei convite para o meu casamento, mas mais por Anthony do que por mim. Afinal, ele tinha um relacionamento com a avó dele, que eu não ia impedir simplesmente pelo fato de que ela o tratava muito bem. Ele não costumava perguntar de Reneé como perguntava de Carlisle e Esme, mas sempre que a encontrava, dava para ver no sorrisinho do meu filho, do quanto ele gostava dela. E se eu o impedisse de se relacionar com a avó, eu estava simplesmente ferindo o meu bebê por algo que ele não tinha a mínima culpa.

Eu ainda não estava preparada para perdoá-la totalmente em meu coração e para ser sincera, a probabilidade de que um dia isso acontecesse era praticamente nula. Por mais que às vezes eu sentisse pena do seu jeito de tentar se aproximar de mim, era só lembrar de toda a dor que eu senti ao saber que tinha sido abandonada, que fazia questão de deixar as coisas exatamente do jeito que estavam; Ela vivendo a vida dela, e eu a minha. Sem interferência de ambas as partes.

Eu sentia que minha verdadeira família estava comigo. E por eles eu faria tudo que tivesse ao meu alcance. Esse tipo de coisa me fazia pensar se ela, pelo menos alguma vez em sua vida, tinha pensado da mesma forma. Porque não me parecia que ela se importava. O jeito que ela me tratou e tratou Charlie, foi um exemplo perfeito de que seu egocentrismo era mais importante do que sua própria família.

Paramos na porta do Ballet e Kelly veio correndo, com as sapatilhas na mão e abrindo a porta com rapidez. A baixinha sentou-se no banco de trás e apoiou-se entre nossos bancos. Deu um beijo na bochecha de cada uma.

- Oi mamãe. Oi tia Bella. Dá pra gente ir logo? - ela não parava de se sacudir e olhar pela janela.

Rosalie levantou uma sobrancelha e me olhou, silenciosamente estranhando o modo de agir de Kelly.

- Ok, desembucha. O que está acontecendo? - ela perguntou.

- Ah, é o Josh! Ele não desgruda um minuto sequer, mamãe! E fica querendo me abraçar! - ela falou para Rosalie. Toda vez que a palavra "mamãe" saia da boca de Kelly, parecia que era a primeira vez para minha irmã. Suas bochechas inflavam, seus olhos marejavam... Mesmo depois de tanto tempo Rosalie ainda não tinha se acostumado, eu tinha certeza.

Ela logo virou-se no assento, com uma tremenda carranca em direção a Kelly.

- De novo? Que que esse piá quer com você? - ela esbravejou, as sobrancelhas agora unidas. - Eu vou ter uma conversinha com Emmett sobre isso. Ninguém toca na minha pedrinha preciosa! Ahhh não!

Dei partida no carro, rindo, e tendo que ouvir até chegar em casa minha irmã superprotetora reclamando em alto e bom som que ninguém mexia com sua garotinha.


Larguei o carro na garagem já chateada por estar ficando tarde. E eu sabia que quanto mais tarde fosse, menos dos meus meninos eu veria, afinal tinha combinado com Alice de chegar na casa de Esme antes das dez. Assim que me aproximei da porta e pesquei as chaves no bolso, sorri porque ouvi a voz do meu garotinho e de seu papai. E eles estavam rindo. Entrei, e a cena com a qual me deparei, fez com que meu coração doesse de tanta alegria. Nada poderia me dar mais certeza de todas as minha escolhas do que ver ali, naquela sala, meu filho e meu futuro-bem-próximo marido juntos em uma disputa animada de Mario Kart no Nintendo Wii. Quando fechei a porta e Anthony se tocou de minha presença, abriu o sorriso mais perfeito do mundo, sorriso esse que refletia perfeitamente no rosto de Edward.

- Oi minha vida! - falei, vendo meu menino largando o controle no sofá, - ignorando a semi-bronca de Edward de que deveria usar a cordinha do controle em seu pulso, - e correndo para me dar aquele abraço gostoso que eu sempre recebia ao chegar em casa. Seus pequenos bracinhos já quase me envolviam, e isso me fazia ver o quanto ele estava crescido. Meu bebê estava tão grande! Eu poderia me considerar uma mãe extremamente cheia de si. Quem via Anthony hoje não sabia que tive uma gravidez repleta de comprimidos de ferro e um parto prematuro. Muito menos desconfiavam que ele passou um mês em uma UTI, com problemas pulmonares. Agora, ele não tinha nada. Doença nenhuma. Meu girassolzinho era um menino extremamente saudável e eu agradecia a Deus todos os dias por isso. - Tudo bom, meu bebê?

- Hmhum! - ele respondeu junto com sua cabeça e continuou agarrado em minhas pernas.

Edward se aproximou rindo com a empolgação de Anthony. Ele ainda estava com a roupa do trabalho, só faltava a gravata e os botões da camisa estavam desabotoados. As vezes eu parava e pensava: como duas pessoas podiam ser tão iguais e me amar tanto assim? Eu tinha tirado a sorte grande em tê-los comigo. Quando eu estava com eles eu estava feliz. Quando eu pensava neles, eu me pegava sorrindo. E em hipótese nenhuma eu conseguia imaginar minha vida sem aquilo.

- Porque chegou tarde, meu anjo? - ele me abraçou tentando não imprensar Anthony e deu um beijo em meus cabelos. - Tudo bem? - seus dedos percorreram meu rosto, os polegares parando em minha bochecha e fazendo movimentos circulares. - Já estava ficando preocupado.

- Não, está tudo bem sim... - respondi levantando meu rosto, pedindo por um beijo. Edward simplesmente deu aquele sorriso torto e automático, encostando seus lábios calmamente nos meus.

- EEEEECAAAAA! - Anthony gritou e saiu correndo, voltando para o Wii. Ele tinha tanta energia que às vezes me deixava cansada só de olhar.

Então continuei.

- Fui buscar Kelly no Ballet junto com Rosalie, e depois as deixei em casa... Tentamos sair cedo da loja, mas aquele casal de velhinhos apareceu na última hora procurando o suco de maracujá e eu precisava atendê-los... com isso foram aparecendo mais e mais clientes...

- Virou bola de neve, né meu anjo? - ele continuava me dando beijinhos, enquanto eu murmurava que sim. Agora que Anthony estava entretido em seu videogame, pudemos aproximar melhor nossos corpos, e era impressionante eu ainda sentir todas aquelas sensações gostosas quando estávamos juntos. Era impossível eu não ter a certeza de que todos os dias eu amava Edward ainda mais.

- Pronto para desistir de casar comigo, Sr. Cullen? - brinquei.

- Nunca tive tanta certeza de algo como o dia de amanhã, minha futura Sra. Cullen. - ele disse com as mãos firmes em minha cintura, os polegares passeando por minha pele abaixo da camiseta. - É o que mais tenho esperado nesses últimos anos. Não vejo a hora de tudo isso se tornar oficial. De você ser minha, oficialmente. - ele falou o "minha", bem próximo ao meu ouvido, de forma baixa e com os dentes cerrados. Minha barriga parecia que ia ter cãimbra, só de ouvir Edward falar daquela forma.

- Eu já sou sua desde que você entrou pela porta de minha casa em Monrovia, Edward. - envolvi seu corpo com meus braços, apertando nosso abraço, encostando minha cabeça em seu peito. - Tenho certeza que ali, naquele momento que você me ajudou com as sacolas do mercado, eu já estava me apaixonando por você. - dei uma risadinha. - E eu pensando que amor à primeira vista e almas gêmeas só existiam nos livros... - levantei minha cabeça e olhei naqueles olhos perfeitos que me encaravam com alegria. - Meu príncipe encantado... simplesmente apareceu na minha porta.

- Você é o ser mais fofo que eu já conheci em toda a minha vida, Isabella Swan... - ele se aproximou, roçando a pontinha de seu nariz no meu, e me dando um beijo leve.

- Eu sei. - brinquei, recebendo mais um beijinho dele, agora no nariz.

- E você, animada para uma noite selvagem na casa de Dona Esme Cullen? - ele levantou uma sobrancelha brincalhona, enquanto se referia à minha despedida de solteira. Suas mãos acariciavam meus cabelos, seus olhos não saíam dos meus... que bolha incrível.

- Ah.. - dei de ombros. - Eu preferia estar em casa com você, assistindo um filme e curtindo nossa casa, mas você sabe como Alice é, não me perdoaria por não comparecer em minha própria despedida. - larguei seu olhar por alguns segundos e olhei para Anthony, que se sacudia em frente a televisão, tentando jogar videogame. Ele ainda não tinha a mínima coordenação para chegar até o final da corrida, mas ao mesmo tempo era muito persistente. - Queria que Anthony fosse comigo... ele não pode mesmo ir?

- Tsc tsc tsc. De forma nenhuma. - Edward disse enquanto sacudia a cabeça negativamente. - Meu garotão vai ficar comigo. É uma noite de homens, Anthony tem que estar aqui.

Estalei a língua, e Edward me abraçou de novo.

- Eu sei que vamos ficar bastante tempo longe dele durante nossa lua de mel, mas amanhã ainda teremos o dia inteiro com ele, está bem? Amanhã ainda vamos dormir os três juntos. Eu prometo. - ele deu um beijo em minha testa. - Não quero meu filho no meio de várias mulheres bêbadas.

Eu ia falar mas ele logo me cortou, colocando um dedo em meus lábios.

- Me corrigindo, não quero meu filho no meio de Alice bêbada. Da última vez ele me perguntou o que era "sorvete interno", e até eu descobrir que era absorvente interno passei por maus bocados. - ele olhou irritado, e eu tive vontade de rir. Aquele episódio tinha sido hilário. Anthony era muito comunicativo e as vezes começava a falar desenfreadamente, na maioria das vezes não se fazendo entender nenhuma palavra. Esme já tinha comentado que tinha certeza que ele era hiperativo, porque ele não parava quieto um minuto sequer, e quando começou a falar, constatamos que devia ser verdade. Ele se atropelava nas próprias palavras. Isso me fazia lembrar da primeira palavrinha dele. Não tinha sido mamãe, nem papai... tinha sido "sol". A segunda tinha sido mamãe. E Edward encheu tanto a paciência do menino, que a terceira foi papai. Tínhamos uma lista das dez primeiras palavrinhas dele guardadas em um livro, junto com fotos desses dois, quase três primeiros anos.

Aquele livro era minha relíquia.

- Papai, o "Maio" bem passou com o cainho na fente do "Luidi" e o cainho expudiu mas eu consigui pegar bomba e cumélo aí salvei ele e agoia ele ta coendo de novo." - Anthony se aproximou, pulando com o controle em mãos. Apesar de ele falar rápido eu já estava acostumada e podia identificar que ele tentou ultrapassar o Luigi, conseguiu, mas o carrinho explodiu até que ele pegou um cogumelo e conseguiu correr de novo. Todo dia era isso. E todo dia me fazia rir.

- Sério, campeão? - Edward se abaixou e pegou Anthony no colo. - Parabéns! Bate aqui! - ele levantou sua mão, onde Anthony deu um tapa animado e cheio de força, soltando um "yeah" estridente que nos fez gargalhar automaticamente.

- Viu mamain? - ele falou com os olhos arregalados. - Consiqui! - o controle balançava em sua mão, louco para aterrizar no chão de madeira. Ainda rindo, tirei o controle da mão de Anthony.

- Vi meu amor! Cada dia que passa você está ainda melhor no Wii! Mas agora, vamos tomar banho, bebê? Mamãe vai passar a noite na casa da Vovó e você vai ficar com o papai para

uma festinha muito importante e só de meninos.

Ele olhou com os olhos brilhando para Edward.

- Éah? - sua mão foi direto para a boca. Ele ainda não tinha perdido a mania de chupar seus dedos toda vez que não estava segurando nada. Eu sempre me preocupava com essas coisas, mas depois pensava melhor e deixava para lá. Meu filho ia agir naturalmente, do jeito que quisesse. Diversas vezes eu me questionava se era uma boa mãe e se estava agindo corretamente com meu filho, mas depois de uma conversa com Charlotte cheguei a conclusão que não devia me preocupar tanto com isso. Cada mãe tinha um jeito de agir, e eu também não era obrigada a saber de tudo, afinal, quando Anthony nasceu eu tinha apenas dezessete anos. Com o tempo eu fui aprendendo muito. Meu bebê me ensinou demais. Mas eu sabia que ainda tinha muito a aprender.

- Uhum! - Edward respondeu. - Mas para isso você precisa tomar banho. Não aceitamos homens fedorentos em nossa festa. - estava sério, e Anthony também ficou sério ao ouvir seu pai.

- Mamain não vai na féta di mininu?

- Não, meu amor. A mamãe é menina. - respondi. - A festa para meninas vai ser na casa da Vovó Esme.

- Eu quéio ver a vovó Éme... - ele falou deitando sua cabeça no colo de Edward.

- Amanhã você vai ver. - ele respondeu, dando um beijo na testinha suada de nosso bebê. Estava toda molhadinha de tanto pular enquanto jogava. - Amanhã temos uma festa enorme, e todo mundo estará lá, incluindo o vovô Carlisle e a vovó Esme. - E provavelmente a vovó Reneé, quis adicionar. Mas preferi ficar calada. - Vamos, vamos tomar banho.

- Com boiinhas? - Anthony levantou sua cabeça do ombro de Edward, com um ânimo repentino.

- Com bolhinhas. - respondi. - Muitas bolhinhas. E os homens aquáticos. E shampoo do homem aranha! Vamos?

- Siiiiim! - ele se soltou do colo de Edward praticamente voando em minha direção. Agradeci por ter um bom reflexo. Quando o peguei, tive que soltar um "uff" porque o bichinho cada dia que passava estava mais e mais pesado. Também, Anthony comia o tempo inteiro. Só não engordava porque corria no lugar de andar. Sim, ele não andava. Ele corria. Corria pela casa e para meu horror chegou até a correr pela escada uma vez. Depois desse dia, colocamos uma portinha no início e no final dos degraus, com tranca especial. Só os adultos podiam abrir.

Anthony era muito susceptível a se entreter com toda e qualquer coisa que encontrasse pelo caminho, então se parássemos em algum lugar, demoraríamos ainda mais. Subi com ele em meu colo, e fui direto para o banheiro. Edward ficou para trás, com o intuito de buscar toalha e roupas.

- Mamain, quem vai pagá veinhas? - ele perguntou enquanto eu o colocava no chão com os pézinhos no tapetinho verde.

- Ninguém. Amanhã é o casamento do papai e da mamãe. - falei sorrindo, pegando a barra de sua camisetinha. - Um, dois, três, levanta os braços! - brinquei, e ele logo obedeceu, como se fosse um pequeno soldado. Puxei sua camiseta e me segurei para não brincar com aquele umbiguinho fofo.

- Que isso? - ele questionou enquanto juntava as duas sobrancelhas e olhava mim.

- Isso o que? Casamento? - me ajoelhei e comecei a desamarrar o cadarço de sua bermudinha.

- É. - uma de suas mãozinhas procurou meu ombro, atrás de equilíbrio.

- Hm... como explicar para você? - após tirar, coloquei sua bermuda ao meu lado e então parei. Passei a mão por seus cabelinhos. - Mamãe e papai vão mostrar ao mundo amanhã o quanto se amam. E vão assinar em um papel que vão ficar juntos para sempre.

- ÉAH? - ele me olhou animado, apesar de eu ter certeza que ele não tinha entendido nada.

- É. - respondi rindo, apertando sua bochecha de leve. - Não é legal?

- Aham! - ele começou a pular, segurando suas fraldas.

- Tem algo para fazer aí ou já podemos nos jogar na banheira? - coloquei as mãos na cintura. Ele apenas respondeu que não com a cabeça, então tirei a fralda. Em questão de segundos, como se fosse em câmera lenta, vi os olhinhos de meu girassolzinho focados em algo atrás de mim, e um sorriso começando a se formar. Eu já sabia quem estava lá.

- Eu tenho um jarro de terra, eu tenho um jarro de terra, eu tenho um jarro de terra e adivinha o que tem dentro? - Edward se aproximou, imitando Jack Sparrow, em Piratas do Caribe, filme que Anthony já tinha assistido mais de dez vezes.

- Graaawwwnnnrrr! - Anthony imitou um pirata e voltou a pular. Edward pegou ele no colo e mergulhou-o na banheira, fazendo barulhos e espirrando água para tudo que é lado.

Eu não podia ser mais feliz do que isso.


Quando a campainha tocou, já estávamos terminando de enxugar Anthony. Eu e Edward praticamente tínhamos tomado banho junto com ele, porque estávamos molhados da cabeça aos pés. A hiperatividade de Anthony se estendia à hora do banho. E apesar de ser divertido, dava um trabalho danado. Edward levantou correndo para abrir a porta e quando voltou, avisou que Jane e Riley já estavam lá embaixo. Tinha combinado com ela de nos encontrarmos aqui, antes de irmos para casa de Esme. Já Riley, ficaria para a festinha dos homens.

- Certo, avise que vou terminar de vestir Anthony e já desço para falar com ela.

Edward foi até o corredor, gritou por cima da escada e voltou, que nem um foguete para me ajudar a terminar de vestir Anthony. Vestir esse baixinho também era uma tarefa árdua porque ele não parava de pular em cima de nossa cama e reclamava toda vez que tinha que colocar meia e até mesmo os sapatos. Nisso ele tinha puxado a mãe. Adorava sentir o chão na sola dos pés. Quando podia, estava descalço.

Peguei Anthony pela mão e desci rapidamente, pedindo para que Jane desse uma olhada nele enquanto eu tomava banho e arrumava minhas coisas. Também pedi para que não inventassem de fazer alguma brincadeira em que ele corresse, pulasse, se sujasse... sabia que era impossível, mas não custava nada tentar. Enquanto arrumava minha mala com tudo que precisaria para a noite de solteiras na casa de Esme, senti as mãos de Edward em meu quadril, me dando um susto.

- Achei que você estava lá embaixo. - falei ofegante, com a mão no coração. - Que susto!

- Será que podemos ter um tempinho de adultos antes de você ir embora? - ele falou com um sorriso sapeca no rosto, ainda com as mãos grudadas em minha cintura. Enquanto eu ria e me virava para continuar minha arrumação, - e provocar um pouco, - senti seu peito encostando-se em minhas costas e os braços me abraçando com força, apertado. Não demorou para eu começar a sentir em meu pescoço os lábios de meu quase futuro marido.

- Acho que é melhor guardar a energia para nossa Lua de Mel. - brinquei, virando minha cabeça levemente de forma que pudesse olhar para ele, mesmo que de lado. - Jane e Riley estão lá embaixo, sua mãe e sua irmã estão me esperando para nossa festa... e eu ainda nem tomei banho.

- Mas está cheirosa. - ele inspirou em meu pescoço, causando um arrepio involuntário em meus braços, pernas, barriga... em tudo. - Seu cheiro sempre me deixou louco Isabella, e você sabe disso.

Ele inspirou novamente. E ficamos no silêncio. Meu corpo acabou se entregando aos seus carinhos e fechei os olhos, encostando minha cabeça em seu ombro. Seus braços ainda me seguravam, me dando plena certeza de que aquele seria definitivamente meu porto seguro para sempre.

- Toma banho comigo? - ele sussurrou em meu ouvido, antes de mordiscar a pontinha da minha orelha. Eu não tinha nem como dizer não, porque meu corpo gritava o contrário. Minhas pernas estavam bambas. E todo meu ser era capaz de se rebelar comigo caso eu negasse o pedido de Edward.

- Não sei.. - resolvi brincar. - Não sei se devo... afinal meu casamento é amanhã... - ri e me desvencilhei de seus braços, rumando para o banheiro na intenção de buscar minha necessaire e de provocar. Enquanto pegava a escova de dentes senti Edward novamente atrás de mim, suas mãos já me procurando avidamente e me prendendo entre ele e a bancada da pia.

- Seu casamento é amanhã, é? Olha que coincidência, eu também me caso amanhã.. - ele riu, invadindo ainda mais meu pescoço com os lábios. - E confesso que estou louco para uma despedida de solteiro.. mas com uma garota ainda solteira... assim como você. - ele respirou fundo, levando suas mãos para os botões de meu short jeans. - Você me parece ser a perfeita candidata, Dona Isabella Marie Swan. - ele falou meu nome de solteira, quase que como em um desdém brincalhão.

Meus olhos já estavam fechados e meu corpo completamente entregue. Minhas mãos largaram a necessaire, a escova de dentes e foram para trás, procurando também pelos botões do jeans de Edward. Levantei meu rosto, encarei seus olhos pelo espelho e me arrepiei ao ver seu sorriso para mim.

- Hm... Assim que eu gosto. - ele falou ao sentir meus dedos descendo seu zíper. - Seu marido será um cara de sorte, Senhorita Swan...

- Tenho certeza que será. Tenho muitas qualidades. - Brinquei, me virando de frente para ele. Em segundos ele já estava me colocando sentada na pia.

- Eu tinha a idéia de tomar um banho bem gostoso com você e te ter decentemente embaixo do chuveiro, mas estou curioso com essas qualidades. Quero vê-las agora. - tive que me apoiar no mármore tamanha força que Edward usou para arrancar meus shorts e calcinha ao mesmo tempo. - Mas você tem que ficar quietinha... - ele soltou aquele sorriso que eu amava, enquanto inclinava seu corpo em direção ao meu e me dava um beijo rápido. - Não queremos que seu noivo venha te procurar.

Comecei a rir. Ele também riu. Nossas testas já estavam coladas e as respirações descompassadas.

- Fecha a porta que eu te mostro. - sussurrei e continuei sorrindo enquanto Edward se afastava de costas para fechar a porta do banheiro. Quando ele voltou, enlacei sua cintura rapidamente com minhas pernas. meus dedos famintos começaram a soltar a camisa de Edward de dentro da calça, desabotoando os botões que faltavam. - Você só tem que prometer me devolver inteira. - mordi meu lábio inferior, vendo seus olhos brilhando em minha direção. - Afinal, tenho um casamento para comparecer.

Ele inclinou-se para me beijar e segurou minhas coxas com bastante força. Seus olhos me encaravam de uma forma deliciosamente assustadora. - Me desculpe... mas não prometo te devolver inteira, Srta. Swan.


Já passavam de três da manhã e eu não conseguia dormir. Por mais que fechasse meus olhos, a ansiedade me impedia de relaxar. Além de estar cada vez mais perto de me casar com Edward, ainda ficava me perguntando o que ele e Anthony estavam fazendo àquela hora. Será que já estavam dormindo? Provavelmente não. Nos últimos meses Anthony estava se demonstrando ainda mais difícil de ir pra cama, e com a presença do pai e dos tios, aí é que era bem provável que ele não ia dormir tão cedo mesmo.

Nossa festa já tinha terminado. Tudo em nome do sono da beleza, disse Alice antes de darmos boa noite. Agora estava eu, aqui no quarto antigo onde eu e Edward dormíamos, intercalando minha visão entre a luz da lua na janela, e meu vestido de noiva. Cada vez que eu olhava o tecido branco por detrás do plástico, sentia meus olhos marejando e o peito inchando de felicidade. Eu tinha encontrado o homem da minha vida e a felicidade suprema; Coisa que antes eu achava que não existia.

O que não existiam na realidade eram palavras para descrever o meu futuro marido e pai do meu bebê. Edward era meu tudo. Meu amigo, meu companheiro, confidente, amante, protetor... Nele eu encontrava todos os atributos que uma mulher necessita, e ainda tinha um bônus, porque Anthony agora estava conosco. Quando voltava atrás em minha vida e lembrava de todas as coisas que passei, chegava a rir por ver o quão absurdas foram as mudanças que ocorreram. Como o nada virou tudo, o tudo virou nada. E em toda essa mistura eu me encontrava definitivamente completa.

Num ímpeto, resolvi pegar o celular e discar o número de nossa casa. Como tocou e ninguém atendeu, tentei o celular de Edward. Demorou um pouco e quando estava quase desistindo, ele atendeu.

- Amor da minha vida... - sua voz estava ansiosa. - Como está a festinha das meninas?

- Já acabou. - dei um risinho, escutando Emmett e Jasper falando asneiras logo atrás. Cantavam, diziam para Edward desligar, e Edward reclamava com eles. Enquanto isso eu ficava esperando e me divertindo com as besteiras.

- Oi meu amor, desculpe-me. Continue o que estava falando.

- Desculpa. Estou atrapalhando sua festa. É que... sabe o que eu tava pensando agora?

- Hmm? - ele falou e então parou. - Para, Emmett! Peraí meu anjo. - fui percebendo que o barulho e a falação foram diminuindo, então se teve o silêncio. - Pronto, agora estou sozinho. Diga. Sou todo seu. E você não está atrapalhando a festa, eu estava prestes a ligar para você também.

Dei um risinho.

- O que você estava pensando, meu amor? - ele falou calmamente.

- Em como nunca brigamos de verdade. - respirei fundo, me sentando na cama, olhando mais uma vez para o vestido. - Vários anos se passaram, Edward... e nunca brigamos. Umas amigas da faculdade disseram que não brigar desgasta o relacionamento, mas pelo contrário... o que sinto por você só aumenta... cada dia que passa. Quando acho que cheguei ao meu limite... - suspirei. - Te amo mais.

Ele ficou calado por um tempo.

- Edward?

- Bella... eu te amo tanto. Tanto, meu anjo... Eu nunca achei que um dia seria presenteado tão jovem com a mulher da minha vida, e com um filho tão perfeito como Anthony. Muita gente diz que sou muito novo para isso, que você é muito nova para isso, mas eu não vejo porque adiar. Eu não vejo porque não fazer. É tão certo. É tão perfeito. Eu me sinto o cara mais sortudo do mundo, Bella. Estou sentado em nossa cama e você não sabe como ela é estranha sem você aqui. Sem seu corpo nos lençóis. - ele respirou fundo. - Posso sentir seu cheiro em todo o quarto. Bella, você não tem noção do tamanho de meus sentimentos por você...

- Eu também te amo. Te amo, te amo, te amo... - eu chorava e ria ao mesmo tempo.

- Tá no quarto? - ele perguntou fungando novamente e quase me cortando.

- Sim. - respondi, não tirando os olhos do vestido.

- Faça um favor para mim. Vá até a janela e olhe para o céu.

- É por causa da lua? - me levantei. - Vamos olhar a lua ao mesmo tempo?

- Não, isso é muito clichê. - ele riu. - Tá olhando pro céu, mocinha?

- Sim, estou. - falei enquanto abria a janela e encarava aquele céu estrelado.

- Ok. Agora conte as estrelas. Quero que me diga exatamente quantas têm.

Eu juro que eu tentei. Mas era praticamente impossível. Cheguei a cogitar fingir um número qualquer, mas não queria mentir para Edward, então dei a única resposta que me cabia.

- Não tem como contar.

- Não? - ele perguntou.

- Não. - constatei. - Impossível.

- E essa é exatamente a dimensão do meu amor por você. Não tem como contar, não tem como medir. É impossível, Isabella.

Eu já estava chorando a esse ponto. Meu peito doía, mas era de alegria.

- Isso também foi clichê. - brinquei, passando a mão nos olhos molhados e tentando evitar soluçar de tanto chorar.

- Foi nada. Você tem que admitir que eu sou o cara. - ele falou rindo. - Não chore. Vá descansar que amanhã é nosso dia.

- Anthony está bem? Vocês estão nessa bagunça..

- Ele está ótimo. Por incrível que pareça, ele está dormindo no sofá. O bichinho apagou.

- Mentira! - ri, colocando a mão na boca. - Jura?

- Juro. Parece milagre. Agora você é que tem que dormir. Amanhã quero você bem para ser minha esposa para sempre.

- Para sempre?

- Para sempre, Bella. O mínimo que eu te prometo é o para sempre.

Quando desligamos, dei uma última olhada no vestido e me deitei. Por incrível que pareça o sono veio e me tomou por completo. Nem sei se cheguei a sonhar, mas a sensação que eu tinha era de que não ia parar de sorrir tão cedo. Ainda parecia um sonho. No dia seguinte eu finalmente teria Edward como meu marido.


Já era manhã, eu tinha certeza. Os passarinhos cantavam lá fora e podia ouvir pela janela as pessoas da organização chegando para dar os últimos retoques na decoração. Porém, o que mais me chamava a atenção, mesmo com os olhos fechados, era uma pequena e calma respiração, vinda diretamente em direção ao meu rosto. Eu já sabia quem era. O cheirinho de suco de laranja tomou meu nariz, mas fingi ainda estar dormindo, esperando até onde meu bebê ia chegar.

- Mamain. - ele falou baixinho. Estava difícil não sorrir. - Mamain. - mais uma vez. Sua mãozinha resolveu segurar meu dedo indicador e apertar. Me mexi no travesseiro e suspirei, continuando a fingir que estava em um sono profundo.

- MAAAAAAAAAAA - MAAAAAAAIN ! - o grito alto, fino e estridente me fez dar um pulo da cama. Assim que me vi sentada e segurando o lençol, caí na gargalhada, puxando Anthony para cima da cama.

- O que foi, pestinha? - dei um beijinho de esquimó em meu bebê.

- Você tem que acodá. Fexta.

- Já estou acordada. - coloquei-o sentado em meu colo e dei um beijo em seu cabelinho cheiroso. - Como foi a festa dos homens ontem?

- Legaal.

- É?

- Eah. - ele já estava se mexendo, querendo sair do meu colo. - Que que é issu? - ele apontou pro meu vestido.

- É o vestido de casamento da mamãe. É com ele que ela vai se casar com o papai. Achou bonito?

- Eah. - ele se aproximou, colocando o dedo de uma mãozinha na boca, enquanto a outra mãozinha ficava para trás, em suas costas. Ele não sabia se podia tocar, mas eu podia ver em seus olhos que ele estava morrendo de vontade de mexer.

Quando ia falar que ele podia, a porta se abriu. Alice e Jane entraram que nem um furacão em meu quarto.

- Bom diaaaaaaaaaaaaaaaaa, girassol mãe! - Alice jogou um monte de coisa em minha cama. - Vamos levantar, tomar um banho e se arrumar porque falta pouquíssimo para a cerimônia! - ela então virou-se para Anthony. - E você, fofinho da titia, vem cá me dá um abraço!

Anthony correu e abraçou as pernas de Alice, que com um movimento rápido descabelou todo o bichinho.

- Hey! - ele respondeu passando a mão no cabelo de um jeito que me deixou arrepiada. Era exatamente igual a Edward.

- Também quero beijo. - Jane falou abaixando-se na altura de Anthony. Ele deu um beijo estalado na bochecha dela e então escalou a cama, procurando brincar com um de seus carrinhos que misteriosamente já estava em meu quarto. Quando olhei, percebi que muitos de seus brinquedos já estavam em meu quarto. Desde que horas ele estava aqui? Alice percebeu meu espanto e logo falou.

- Ele foi o primeiro a acordar. Jasper estava acordado também e trouxe ele pra cá. A festa dos meninos acabou tarde e eles ainda estão meio que tentando acordar. - ela riu. Jane revirou os olhos. Quando ela viu o tiquinho de preocupação em meus olhos, tratou de falar. - Não se preocupe. Papai foi buscar um café da manhã reforçado e vai acordá-los. Seu noivo estará aqui na hora certa, Bellinha.

Sorri.

- Que horas você foi dormir? - suas mãos foram parar na cintura. - Não me parece que você dormiu cedo. As olheiras te denunciam! - ela abriu a maleta de maquiagem e começou a separar tudo que precisaria.

- Não consegui dormir. Estou muito ansiosa. Meus dentes não param de ranger.. e sei lá... Estou enjoada. Meu estômago tá embrulhado.

Alice me olhou e levantou uma sobrancelha. Mas antes que ela pudesse falar alguma coisa, a porta se abriu novamente.

- Quem está enjoada? - Rosalie entrou no quarto. - Porque eu estou. E muito. - ela se sentou ao meu lado e me deu um beijo na cabeça. - Bom dia, maninha.

- Você está enjoada todos os dias, Rose. - falei me levantando. - Esses seus hormônios vivem te enjoando.

- Eu sei. - ela respondeu. - Ossos do ofício de querer ser mãe. - seus olhos marejaram, me fazendo arrepender de ter trazido o assunto à tona. Ela então suspirou. - Um dia sei que colherei os frutos.

- Claro que vai. - Alice disse com um pouco de simpatia. Rose sofria com os remédios que tomava para engravidar, e todos torcíamos para que ela conseguisse logo. Mas quanto mais tempo se passava, menos esperança tínhamos. - Claro que vai, Rose.

- Vamos logo nos arrumar, Dona Bella? - Jane falou enquanto pegava Anthony no colo, tentando animar aquele clima triste. - Anthony, vamos assistir Bob Esponja?

- Siiiiiiim! - ele falou animado.

- Vou me arrumar no quarto de Esme. - a loirinha disse, nos deixando a sós. Quando ela fechou a porta, vi que Rose estava brincando com um carrinho de Anthony, que tinha ficado em cima da cama.

- Rose. - falei e ela me olhou. - Você vai conseguir. Eu tenho certeza disso.

Uma lágrima caiu de seu olho e ela limpou com dedos trêmulos.

- Claro que vou.. - ela sorriu e fungou rapidamente, tentando apagar todos os resquícios de quanto aquilo fazia ela sofrer. - Mas não vamos pensar nisso agora, certo? Hoje é o seu dia e é um dia feliz. - ela levantou da cama e ajeitou seu vestido. - Vamos... vamos nos arrumar que temos muito a fazer. Um casamento não se faz sozinho!

E realmente não se fazia. Acho que se eu não tivesse Alice e Rosalie me ajudando com cabelo, maquiagem e principalmente com o vestido, eu nunca teria conseguido. Eram muitos botões nas costas. Minhas pernas não paravam de tremer e eu nem conseguia falar uma frase inteira sem que meus dentes batessem um no outro, como se estivesse um frio absurdo. Por fim, quando tudo estava praticamente pronto e Rosalie foi se vestir, ficamos apenas Alice e eu.

Ela me olhava com um brilho intenso nos olhos enquanto colocava a tiara e o véu.

- O que foi? - perguntei através do espelho.

- Estou emocionada. Esperei tanto por isso. - ela sacudiu a cabeça. - Eu amo você, Bellinha. Amo você pelo que você é e pelo que você fez à meu irmão. Eu esperava esse casamento quando Anthony ainda estava em sua barriga. Mas sei que vocês fizeram a escolha certa em esperar o nascimento dele. A presença dele no dia de hoje só torna tudo ainda mais especial.

- Ainda bem que você entende. Ele precisava estar conosco. - respondi, segurando para não soltar as lágrimas presas em meus olhos. Alice logo percebeu.

- Não se atreva. Não chore. Nã nã não, Bella. Senão teremos que fazer tudo de novo! - sua voz alcançou a oitava conhecida.

- Você também está querendo chorar, Alice. - respirei fundo.

- Não estou. - enquanto ela falava, uma lágrima caía de seus olhos. - Merda, merda, merda... Bella, estou tão feliz que você entrou na vida do meu irmão... tão feliz.. - ela me abraçou, deixando as lágrimas correrem. - Vai, pode chorar também. Eu ajeito sua maquiagem depois.

Abracei Alice. Rimos, choramos, rimos de novo, e nos abraçamos ainda mais apertado.

- Finalmente... - ela suspirou. - Bem vinda oficialmente à família, irmãzinha.


Os muitos minutos se passaram, e faltava pouco para a cerimônia. Eu ainda não tinha me olhado por completo no espelho e tinha medo que algo estivesse errado, mas tive a certeza de que tudo estava perfeito no momento em que Esme entrou no quarto. Ela não conteve as lágrimas e não cansava de falar o quanto eu estava linda. Minhas emoções estavam mais do que afloradas e eu não conseguia parar meus olhos de marejarem. Alice bufou por conta da maquiagem, mas não reclamou. Enquanto ela estava terminando de retocar o que tinha borrado, meu celular apitou com uma mensagem de texto; Minhas mãos foram famintas em direção ao celular, mas minha futura cunhada baixinha me deu um tapa nos dedos, me impedindo de pegar o aparelho.

- Tenho certeza que é de meu irmão. E que está falando palavras lindas e fofas que vão te fazer chorar. Se por algum acaso ele estragar a maquiagem que fiz em você, ele vai ter que se ver comigo, e você não quer tragédia no dia de seu casamento, não? - ela colocou a mão na cintura com todo seu jeito imponente, mesmo naquela figura pequena. Jasper devia passar maus bocados com ela.

Algumas batidas foram ouvidas na porta do quarto.

- Pode entrar! - Alice disse, enquanto dava um último retoque com uma espuminha redonda em meu rosto.

Quando olhei em direção à porta, tive que me segurar de verdade para não chorar e apanhar de Alice. Jane entrou no quarto toda arrumada, segurando a mão de Anthony, que estava em seu pequeno smoking, - uma réplica do smoking de Edward. Seu cabelinho estava todo arrumado para o lado e eu sabia que aquilo estava irritando-o profundamente. Suas mãozinhas ávidas tentavam toda hora mexer o penteado, e Jane impedia.

- Edward chegou. - ela disse e meu coração falhou naquele exato momento. - Tudo já está pronto. Estão prontas?

- Não! - Esme disse rapidamente. - Falta isso. - ela pegou a caixinha azul com o par de brincos que ela e Carlisle tinham me dado em meu aniversário de dezessete anos, o primeiro aniversário que passei com os Cullen. Podia me lembrar perfeitamente daquele dia, principalmente de Esme, falando que eu os usaria no dia de meu casamento. Eu ainda não podia acreditar que esse dia havia chegado.

Ela colocou os brincos em minhas orelhas e então, pela primeira vez, eu me vi inteira no espelho. Ali, naquele momento, eu pude ver com uma grande riqueza de detalhes a Isabella Swan de dezesseis anos, aquela que vivia sem sonhos até um pouco antes de Edward surgir. Me vi magrinha, correndo pela grama verde em Monrovia, os pés descalços, o vento batendo em meu rosto e cabelos... me vi subindo em uma mangueira nos Clearwater, olhando a cidade do alto, me perguntando como seria meu futuro e entristecendo-me por não ter algo tão palpável me esperando... E então os pensamentos pularam para o dia que Edward chegou, para tudo o que aconteceu desde então e para o que éramos hoje. Sorri, vendo que minha vida não poderia estar mais perfeita. E melhor do que eu imaginava.

Voltando ao presente, vi pelo espelho que Anthony estava se aproximando de mim. E aquela figurinha pequena se pôs ao meu lado, procurando por minha mão. Peguei sua mãozinha e a guardei dentro da minha.

- Está pronta? - Rosalie disse se aproximando.

Sorri para Anthony e apertei seus dedinhos de leve.

- Mais do que nunca. - respirei fundo. - Mais do que nunca.


Eu apenas precisava lembrar de respirar e prestar atenção ao que o padre estava falando, mas naquele momento, estava sendo impossível. Os olhos de Edward estavam cravados em mim. Era como se ele estivesse dentro de mim, como se ele pudesse sentir tudo que eu estava sentindo, como se ele pudesse ver com os meus olhos. Mas ao mesmo tempo, esse olhar me passava uma segurança tão absurda, que me acalmava. Minhas pernas não tremiam mais e meu estômago não estava mais embrulhado. Eu tinha certeza do que queria. Apesar de ainda estar afundada naquelas órbitas e não lembrar de como respirar.

Para ouvir: Matt Nathanson - Wedding Dress

- Nunca desistam de amar. - o padre disse, me fazendo então piscar e voltar ao presente. - Assumam sempre o risco de demonstrar seu amor, mesmo que a outra pessoa não vá aceitá-lo. Amar alguém não é problema nem defeito; é virtude. Vocês foram duas almas que se encontraram. E só de vê-los nessa cumplicidade eu já fico satisfeito. Porque tenho certeza de que Edward será para Isabella tudo o que ela precisa, e ela tudo o que ele necessita. - ele então deu uma pausa. - E para isso, peço que os noivos olhem agora para mim.

Edward apertou a minha mão. Seu sorriso era tão gigante, que me fazia sorrir em retorno. Nos viramos em direção do padre, que começou a fazer a benção. Todos se levantaram, e pude ver Anthony por minha visão periférica, no colo de Jasper, um pouco a direita de Edward, segurando um Capitão América. Ele estava quietinho. Nem parecia aquela espoleta de sempre. E prestava atenção em nós dois de uma forma que me deixava completamente emocionada.

- Agora, virem-se um para o outro. - ele falou ao terminar a benção.

Edward segurou minha outra mão, e voltamos a nos encarar. Ele sorriu novamente. Eu sorri novamente. Minhas bochechas já doíam, e meus olhos ardiam. Eu queria chorar, e eu podia ver que os olhos dele também estavam marejados. Era isso. Era perfeito. Era certo. Eu o amava e não tinha dúvidas da grandeza do meu sentimento. E era só olhar em seus olhos que sabia que todo esse amor seria retribuído. Para sempre.

Eu nunca mais estaria sozinha.

- Edward Anthony Cullen, você aceita Isabella Marie Swan como sua legítima esposa, para amá-la e respeitá-la até que a morte os separe?

Edward deu um sorriso torto.

- É claro que aceito. Para todo o sempre. - ele trouxe uma de minhas mãos para seus lábios e beijou levemente.

- Isabella Marie Swan, você aceita Edward Anthony Cullen como seu legítimo esposo, para amá-lo e respeitá-lo até que a morte os separe?

- Sim. Até mesmo depois da morte, se me for possível. - respondi olhando em seus olhos.

Colocamos as alianças. Eu estava tão nervosa que por pouco não coloquei na mão errada. Nossas mãos tremiam e começamos a rir de nervoso.

- Pelos poderes concedidos à mim pelo estado de Nova York, eu os declaro marido e mulher. Edward, pode beijar sua noiva.

Então ele me beijou. E a sensação que eu tive foi a mesma de quando ele me deu aquele primeiro beijo, na sala de minha casa em Monrovia. Parecia o primeiro. Parecia o mesmo. Tudo ainda era o mesmo, porém com uma sensação de novo. Edward era o único que conseguia me fazer sentir essas coisas malucas. Eu mesma não me entendia, só sentia vontade de gritar, de explodir, de olhar para o céu e agradecer pela imensa sorte de tê-lo comigo. O melhor de tudo é que hoje eu sabia que aquilo que tínhamos seria para sempre, oficialmente. Não tinha como ser diferente disso. Edward e Isabella estariam juntos para sempre, exatamente como num conto de fadas. Não importava se fosse cafona, se fosse clichê, se fosse passado... era o que sentíamos e era o que tínhamos.

- Eu te amo. - ele sussurrou assim que nossos lábios se afastaram. Seus polegares passeavam pelas maçãs do meu rosto.

- Eu também te amo. - olhei em seus olhos e não deixei escapar as lágrimas. Edward limpou-as rapidamente e me abraçou. Ficamos ali por alguns segundos e então viramos de frente para os poucos convidados, que emocionados aplaudiram em nossa direção.

Sua mão apertou ainda mais minha cintura, aproximando nossos corpos, e eu não conseguia parar de sorrir. Felicidade era a palavra de ordem. E esse era simplesmente o dia mais feliz da minha vida.


Nossas mãos estavam entrelaçadas e dançávamos no ritmo da música, com as testas coladas. Naquele momento, eu já sabia que todos também estavam na pista de dança, mas nada no mundo me importava; Apenas os olhos de Edward, que não largavam dos meus.

- Você está muito linda, Senhora Cullen.

Minhas bochechas coraram instantaneamente com o elogio.

- E você não mudou nada. - ele continuou. - Continua sendo minha menina envergonhada. - seus lábios afagaram minha bochecha. - Eu sou completamente apaixonado por você.

- E eu por você. - mordi meus lábios.

- Você e Anthony são a minha vida, Isabella. Eu farei tudo o que for possível, para que você seja a mulher mais feliz do mundo. Eu nunca vou te magoar. Eu nunca vou te abandonar. - ele pegou minha mão e novamente levou aos lábios, dando beijos em nossa aliança.

- Eu sei disso. - sorri, olhando mais uma vez em seus olhos, que naquela noite especialmente pareciam me hipnotizar. - Se eu não tivesse certeza disso, não teria me casado com você.

Ele me abraçou enquanto ainda dançávamos no ritmo da música.

- Engraçadinha. - ele deu um beijo em minha cabeça. - Er..

- O que foi? - olhei para trás, procurando encontrar o que ele tanto olhava.

- Sua mãe. Digo, Reneé. Chegou.

Encostei minha cabeça no ombro de Edward.

- Deixe pelo menos terminar a música. Deixe-me ganhar algum tempo. - sussurrei.

- Você não precisa falar com ela, meu amor... - ele disse baixo, acariciando meus cabelos.

- Eu sei que não... - suspirei. - Mas eu quero.

Por mais que eu quisesse que a música demorasse milênios, não durou por mais de meio minuto. Quando me afastei de Edward e segurei em suas mãos, ele me deu aquele olhar, que mostrava realmente que eu não precisava fazer aquilo. Dei apenas um sorriso seguro.

- Eu já volto. - sussurrei.

- Estarei aqui.

Reneé estava olhando a pista de dança, completamente sozinha. Nem Phill, nem meus irmãos pareciam estar na festa, pelo menos não por perto. Confesso que tinha sido uma surpresa encontrá-la por aqui porque não tinha visto ela durante a cerimônia, - mas ao mesmo tempo eu estava tão nervosa que acho que não tinha visto ninguém. Quando ela se tocou de que eu estava me aproximando dela, abriu um sorriso.

- Como você está linda, querida. - ela olhou em meus olhos e abriu os braços, esperando um abraço. - Você parece uma bonequinha. - nos abraçamos muito rapidamente.

- Eu já borrei minha maquiagem inteira, meus olhos devem estar me fazendo parecer um panda. - rindo e sem jeito, passei os dedos indicadores abaixo dos olhos, vendo se tinha algum resquício de maquiagem. - Chorei quase toda a cerimônia.

- Eu sei. Eu vi. - ela respirou fundo, segurando minhas mãos e me olhando de cima a baixo. - Eu também chorei. Meus filhos me chamaram de cafona.

Revirei os olhos. E tentei esconder a surpresa ao saber que ela tinha realmente vindo e assistido tudo.

- Eles vieram? - perguntei.

- Vieram. Estão brincando com Kelly... - ela olhou para trás, como se os procurasse. - ...Por aí. - ela riu.

- Obrigada por ter vindo. - soltei nossas mãos e falei sincera. Hoje era um dia feliz, e eu não queria ficar pensando depois em coisas que poderia ou não ter dito. Até porque, acho que nossa "guerra" já tinha terminado a muito tempo. Então achei melhor falar tudo que meu coração mandava.

- Obrigada por ter me convidado para um dia tão importante. - seus olhos estavam marejados. - E parabéns pela família maravilhosa que você tem. Anthony está um homenzinho lindo!

- Está, não está? - ri, pegando um lencinho de papel que ela mesma me ofereceu. Tudo que eu falava me dava vontade de chorar. Passei com cuidado pelos olhos. - Alice vai me matar... estraguei toda a maquiagem que ela fez...

Reneé riu.

- Falando nela.. ela vem aí. - ela apontou com o queixo para minha nova e oficial cunhada, que vinha logo atrás de mim, com Anthony no colo.

- Precisamos de você. Urgente. - ela olhou para mim, e então para Reneé. - Olá Reneé! Tudo bem? - as palavras saíram com um sorriso. Nesse momento, Anthony, que segurava dois canapés, já estava em pânico, querendo ir pro colo da avó. Alice me olhou rapidamente e nem precisei responder, apenas sorri. Reneé pegou Anthony no colo e de um beijo estalado em sua bochecha, pelo qual ele logo limpou. Esperei que ela não se chateasse com isso, afinal ele fazia com todo mundo.

- Como está meu netinho?

- Oi vovó Nênê. - ele falou enquanto mordia um dos canapés que estava em sua mão. Na mesma hora ele fez uma cara feia, e colocou o pedaço para fora, que caiu na roupa de Reneé. - Não gotei, mamãe.

- Acho que ele pegou o de salmão com picles de limão... - Alice respondeu baixinho.

- Ai meu Deus, Anthony! - falei olhando para o semi-estrago que ele estava fazendo, sujando todo o vestido cor de pele de Reneé com patê de salmão.

- Não se preocupe. Não tem problema nenhum. - Reneé pegou o lencinho que estava em sua mão e limpou rapidamente, com o mínimo de preocupação. Completamente diferente daquela mulher que quase deu um escândalo porque tinham quebrado um vaso em sua casa. - Querem que eu fique com ele enquanto vocês resolvem o que tem que resolver? Qualquer coisa entrego ele a Edward...

- Você poderia? - olhei apologeticamente. - Eu devo voltar em pouquinho tempo.

- Pouquinho tempo? - Alice bufou. - Mais ou menos... - ela me olhou nervosa.

Reneé riu mais uma vez. Acho que nunca tinha visto ela sorrindo tanto.

- Não tem problema, eu fico com ele. Não é Anthony? - ela acariciou o braço de meu girassolzinho.

- É. - ele respondeu já querendo morder o outro canapé.

- Certo. Obrigada. Já voltamos. - falei rapidamente.

Alice pegou em minha mão e voltamos para casa, subindo as escadas em direção a seu quarto.

- Ela não vai sequestrá-lo não, né? - Alice disse enquanto andávamos pela grama, eu com ainda certa dificuldade por conta dos saltos.

- Claro que não, Alice. - ri. - Até porque se ela fizesse isso, acho que ela sabe que eu a caçaria até o fim do mundo. E Edward também.

- Disso eu não tenho dúvidas! - ela riu junto. - Mas... foi tudo bem com ela? - ela perguntou enquanto já estávamos dentro de casa. Seu queixo foi em direção a escada e levantou o vestido para subir os degraus.

- Foi, foi sim. Confesso que foi menos difícil do que nas outras vezes. - respondi imitando o mesmo com o meu e subindo ao lado dela.

- Entendo. Tudo é um processo, não é?

- Exatamente. Conversa em definitivo acho que nunca vai existir. Sei que um dia talvez as coisas melhorem mesmo entre nós duas.. diferente de antes. Pelo menos estamos nos tolerando e nos respeitando acima de tudo.

- Até por causa de Anthony, né? Ele se dá bem com ela...

- Pois é. Pra que vou impedir de meu filho ver a própria avó? Já me impediram tanta coisa na vida, que não quero fazer o mesmo com meu bebê. E eu também me sinto grata pelo amor que ela dá a ele. Coisa que ela não fez muito comigo... mas hoje não importa.

- O importante é que está tudo bem, não é?

- Sim, sim... Mas o que aconteceu? - finalmente perguntei. - Porque tudo isso? - chegamos no corredor onde ficava seu quarto e o antigo de Edward. Ela encostou na parede e olhou para mim.

- Rosalie sumiu. Emmett está dentro do meu quarto desesperado. Acha que ela ficou paranóica porque Kate veio falar com eles e cumprimentou-o com dois beijinhos.

- Droga! - meu coração começou a bater forte no peito. - Eu já disse a Rosalie que Kate não quer nada com Emmett, nem com ninguém daquele escritório, mas ela nunca me ouve! - continuei segurando a barra do meu vestido. - E agora, o que faremos?

- Não sei. - ela deu de ombros. - Por isso te chamei. Acho que você conhece ela melhor do que eu.

- Mas ela pode estar em qualquer lugar! - respondi exasperada.

Escutamos alguns passos vindos da escada, e passamos por alguns segundos de aflição. Alguma coisa em mim relaxou quando vi que era Edward.

- O que vocês estão fazendo aqui? - assim que viu nossos semblantes, se preocupou. - O que aconteceu? Estava te procurando, meu anjo... - ele pegou minha mão.

- Rosalie sumiu. - apertei a mão dele. Seu cenho franziu.

- Sumiu? Quando?

- Agora. - Alice respondeu. Edward riu.

- De que você está rindo? - perguntei querendo dar um tapa nele.

- Eu acabei de ver Rosalie entrando no banheiro do andar de baixo. Sério, nesse exato momento. - ele apontou para baixo. - Por isso que achei engraçada a preocupação de vocês.

- Sério, Edward? - Alice falou já querendo descer as escadas.

- Sério. Porque eu ia inventar uma coisa dessas?

Alice deu um apertão no braço dele e desceu rapidamente as escadas. Segui logo atrás, mas fui parada por ele, segurando meu braço.

- Hey, hey... calma. Como foi com sua mãe?

- Ah... - suspirei, relaxando por alguns segundos. Pelo menos Rosalie não estava sumida de verdade. - Foi mais normal do que imaginei. A conversa fluiu numa boa... ela está com Anthony lá embaixo.

- Tem certeza que quer deixá-la sozinha com Anthony?

Olhei nos olhos de Edward e uma pontada de orgulho brotou dentro de mim. Não sei porque esse tipo de coisas me vinha de vez em quando, mas toda vez que eu via o quão perfeito Edward era como pai, eu sentia essa sensação de orgulho, como se eu tivesse sido responsável por um pouco disso. Ele era protetor, cuidadoso, carinhoso e brincalhão. Tinha uma paciência perfeita com Anthony e fazia tudo que ele queria, na medida do que nos era possível. Eu não podia ter arrumado um melhor pai para o meu bebê. Na mesma hora me veio uma coisa na cabeça, que nunca tinha vindo antes. Edward notou a mudança em meu semblante.

- O que foi?

- Eu quero ter outros bebês com você. - respondi, olhando em seus olhos. O sorriso de resposta de Edward veio como em câmera lenta, mas foi tão perfeito que ele nem precisava responder; Mesmo assim, ele respondeu.

- Eu também quero. Quantos forem possíveis. - ele me abraçou, e deu um beijo em minha testa. - Mas porque isso de repente?

- Porque você é um pai perfeito. - dei um beijo perto de seu pomo de adão, sentindo sua barba querendo começar a crescer. - Você é perfeito para nosso Anthony. Você cuida dele como se fosse um leão, e ele nosso pequeno filhotinho.

- Mas não é justamente o que somos? - ele riu, apertando nosso abraço. - Minha Bella, quero ter muitos outros filhotinhos com você. Mas acho que dessa vez precisamos esperar você terminar a faculdade, não?

- Claro, claro.. - ri. - Só exteriorizei meu pensamento. E só quis te alertar, caso você não quisesse mais. - brinquei.

- E se eu não quisesse? Ia procurar outro que quisesse? - ele levantou uma sobrancelha, todo cheio de si, afastando de nosso abraço e colocando as mãos nos bolsos.

- Talvez... - levantei minha sobrancelha, me segurando para não sorrir. Edward semicerrou os olhos.

- Você tá ficando muito espertinha pro meu gosto, Dona Isabella. Veio para Nova York, terminou os estudos, abriu um negócio, agora é uma Ivy League... tá tooda cheia de si. - ele riu e me abraçou novamente. Apoiei minha cabeça em seu ombro.

- Estou brincando. - aninhei minha cabeça mais e mais, sem me preocupar com o penteado. - De qualquer forma obrigada.

- Pelo que? - ele acariciou meu cabelo.

- Por tudo isso. - olhei rapidamente para minha aliança. - Hoje só sou tudo isso que você falou... por sua culpa.

- Claro que não. Eu só dei o pontapé inicial. Todos os outros méritos são seus.

- Independente disso. De qualquer forma, obrigada.

Ele suspirou.

- De nada, meu anjo. - ele deu um beijo em minha cabeça. - Então, quer que eu dê uma olhada em Anthony?

- Sinceramente, acho que não precisa. - falei aquilo como se tirasse um peso imenso do meu coração. Pela primeira vez em minha vida não estava desconfiando de Reneé em alguma coisa. - Acho que ele está bem.


Passei mais de meia hora procurando Emmett, Alice e Rosalie, mas não os encontrava em canto nenhum. Nem mesmo no banheiro que Edward tinha visto Rosalie entrar anteriormente. Fui para o lado de fora, vi Anthony dançando com Reneé, Edward conversando com uns amigos do trabalho, Jane e Riley vendo algo no celular, Carlisle e Esme trocando carícias enquanto bebiam champagne, Kelly correndo com os meus irmãos... mas nada dos três.

- Bella? - alguém falou atrás de mim, colocando a mão calmamente em meu ombro. Quando virei, era Isadora, amiga de Alice, que tinha ajudado na decoração de minha casa e da casa de Rosalie. Ela era brasileira, e havia se formado em Arquitetura na NYU no ano passado, mesmo ano em que Alice se formou como advogada. - Você está procurando Alice?

- Sim. Sabe dela?

- Ela pediu para avisar que está no escritório de Carlisle, no último andar. - seu sorriso denunciava alguma coisa. - Sua irmã está lá com ela.

- Oh, ótimo! Obrigada!

- De nada. Sua festa está maravilhosa, diga-se de passagem.

- Obrigada mais uma vez! - abracei-a rapidamente. - Já volto, fique à vontade.

Voltei para a casa e subi as escadas rapidamente, me livrando de meus sapatos já no primeiro andar. Ao chegar no terceiro, meu coração batia desesperado pelo esforço. Eu tinha que fazer mais exercícios. A porta da biblioteca estava fechada, e devido ao meu nervoso nem me preocupei em bater, e isso acabou assustando as duas que estavam lá dentro.

- Você quer me matar? - Rosalie disse com a mão no coração, sentada no sofá.

- Desculpa. Vim correndo. O que houve, porque você sumiu? - me aproximei das duas. Assim que me agachei perto de Rosalie, percebi que ela estava segurando alguma coisa em suas mãos.

E aquele objeto me era bem conhecido. Justamente porque eu tinha usado um parecido há pouco mais de três anos atrás. Alice tinha me dado um, e foi com aquilo que descobri que estava esperando Anthony.

- Rose?

Ela levantou a cabeça, com um sorriso brilhante para mim. Alice também estava toda emocionada do lado.

- Bellinha... Emmett e eu finalmente teremos um bebê.


- Expira! - Edward falou para Emmett, enquanto ele usava um saco de papel frente ao rosto. - Isso, agora inspira. - ele deu um tapinha nas costas de Emmett. - Tudo vai dar certo, cara! Você vai ser um pai excelente!

- Não tô acreditando. - ele repetiu após expirar.- Não acredito que Rose conseguiu me dar um rebentinho... - seus olhos estavam marejados e ele estava fazendo força para não chorar. - Jesus, eu vou ser pai. Vamos dar um irmão para Kelly.

Rosalie, que estava muito mais calma e ajoelhada na frente de Emmett, deu um tapinha leve no rosto dele, para depois acariciá-lo na bochecha.

- Quer fazer o favor de relaxar? Você está me deixando nervosa, Emm!

A cena estava hilária. Rosalie, que até então estava um poço de nervosismo, tinha se acalmado completamente. Já Emmett, desde que soube da notícia partir do momento em que soube que Rose estava grávida, não conseguiu parar quieto. Já tinha dado diversas voltas na sala.

Minha irmã havia sumido justamente porque tinha ido na farmácia mais próxima comprar um exame. Emmett, besta que só, achou que ela tinha tido uma crise de ciúmes, quando na verdade, era um enjôo descomunal. Ela foi ao banheiro, colocou todos os canapés para fora, e ainda se sentindo enjoada, desconfiou; Então resolveu tirar aquela dúvida de uma vez por todas, mesmo sabendo que o resultado poderia dar negativo e ela iria se decepcionar, - como tinha acontecido nas últimas vezes.

Porém, desta vez, tinha dado positivo. Rosalie realmente estava esperando um bebê. E assim que Emmett subiu com Edward e soube da notícia, entrou nesse choque.

Ele pegou as mãos de Rosalie e fez com que ela se sentasse em seu colo.

- Isso não vai fazer mal para o bebê, né? - perguntou preocupado.

- Claro que não, Emmett. - Edward riu. - É, ele tem muito a aprender. - ele olhou para mim, me puxando para seu lado. Abaixei minha cabeça para rir, lembrando de todas as coisas que descobrimos juntos durante a minha gravidez, e senti uma saudade gostosa. O que me trouxe novamente ao presente foi ver a enorme aliança na mão que Edward estava usando para envolver meu corpo. Ficava perfeita no dedo dele. E fazia meu coração palpitar.

Ele colocou Rosalie sentada no sofá e trocou de posições, ficando de joelhos na frente dela.

- Own minha carneirinha gordinha, você me faz o homem mais feliz do mundo! - ele segurou a barriga dela, um pouco cheinha pelos quilos a mais, e encheu de beijos.

Ela revirou os olhos e acariciou os cabelos curtos de Emmett.

- E você me faz a mulher mais feliz do mundo também, Emm.. - e então deu um tapa estalado em seu pescoço. - Mas nunca... NUNCA mais... me chame de carneirinha gordinha.


Olhei para o relógio e vi que já eram quase meia noite. Anthony estava deitado ao meu lado, tomando o resto de sua mamadeira, com os olhos tão caidinhos que eu sabia que faltava pouco para que ele dormisse. Deitada de lado, fiquei acariciando suas bochechinhas vermelhinhas, me sentindo tão realizada que dava vontade de gritar. Aquele tinha sido o melhor dia da minha vida. Ver todo mundo que eu amava, finalmente me casar com Edward, ver minha mãe e ter uma conversa que não fosse estranha... - aceitá-la como mãe, de alguma forma, - e ainda por cima, para fechar com chave de ouro, Rosalie descobrir que teria um bebê. Tinha como ser mais perfeito do que isso?

Anthony soltou o bico da mamadeira, tirando-me de meus devaneios, e ficou olhando para mim com aqueles olhinhos brilhantes.

- O que foi? - sussurrei, ainda acariciando seu rostinho. Ele não respondeu, apenas ficou me encarando com aquelas duas piscininhas azuis. Meu coração inchava, dando vontade de chorar. Eu não sabia como ia conseguir ficar tanto tempo longe dele. Mas ao mesmo tempo sabia que precisávamos disso, porque eu de certa forma às vezes o sufocava bastante. Por conta do meu trauma, por não ter tido tanta atenção e carinho quando era pequena, achava que ele necessitava da mesma coisa vinte e quatro horas por dia. E todos sabíamos que a vida não era assim, que não era assim que as coisas deviam ser encaradas. Ele era uma criança e mesmo assim precisava de seu espaço. Precisava aprender a ficar algum tempo sem a minha presença; E se eu continuasse com essa proteção toda com relação a meu girassolzinho, eu acabaria fazendo mal a ele.

Acontece que eu e Edward íamos passar vinte dias em Lua de Mel na Itália. Desses vinte, cinco eu passaria em um curso de especialização em Antepastos e Massas Italianas, que Carlisle tinha me dado de presente. E esses vinte dias ele passaria com Esme, Alice e Rosalie. Eu sabia que ele estava em boas mãos, mas isso não me deixaria nem um pouco com menos saudade.

- Durma meu anjinho... - inclinei meu corpo e dei um beijinho calmo em sua testa. Quando afastei meu rosto, seus olhinhos já estavam fechados. Tirei a mamadeira lentamente de suas mãozinhas e coloquei com cuidado no criado mudo ao meu lado. Quando me ajeitei no travesseiro, vi que Edward estava parado na soleira da porta, com os braços cruzados e um sorriso no rosto.

Ele veio para a cama, apagando seu abajur. Apenas a luz do meu lado ficou nos iluminando. Assim que se deitou, veio para bem perto de nós dois. Anthony já estava ressonando entre nós.

- Dormiu? - ele sussurrou. Apenas assenti. - Você não sabe a última dele.

- O que foi? - coloquei minhas duas mãos entre o travesseiro e meu rosto.

- Abri a geladeira para pegar suco e toda a Liga da Justiça estava lá dentro. Todos. Menos o Capitão América, que ele levou para o casamento. O Lanterna Verde estava pendurado pela cabeça no lugar onde ficam as latinhas de refrigerante.

Escondi minha cabeça no travesseiro para abafar a gargalhada que queria sair de mim. Edward também riu, com os olhos brilhando em minha direção.

- Definitivamente temos que comprar a proteção para geladeira. - eu disse.

- Definitivamente. - ele repetiu ainda rindo. Sua mão veio para meu rosto, e por alguns segundos achei que Anthony fosse acordar com o movimento, mas ele parecia ter entrado em um sono bem profundo.

- Em que está pensando?

- Nada demais... - ele continuou a sussurrar. - Só em como é impressionante que toda a minha alegria, toda a minha felicidade e minha vontade de viver estão aqui. Se resumem a apenas isso aqui. - ele olhou para Anthony e então para mim. Seu polegar acariciava a maçã do meu rosto. - Eu não preciso de mais nada. E tudo isso é graças a você. Você me trouxe de volta.

Sorri.

- Eu também não preciso de mais nada. Eu hoje tenho tudo que eu quero. - respirei fundo.

- Bella, você não me entendeu. - ele falou baixo. - Você não sabe como eu era antes de te conhecer. As coisas que fazia, as coisas que passei... as coisas que via e fingia que não via... acho que não ligava muito para mim, nem para qualquer outra pessoa, principalmente para minha família. Eu sabia que minha mãe estava doente e não dava tanta atenção... passei para a faculdade em Wisconsin justamente para me ver livre daquilo, me ver livre de ver minha mãe doente, Alice preocupada, Carlisle cheio de mal humor... hoje olho para trás e me sinto um covarde.

Segurei sua mão que estava em meu rosto e entrelacei nossos dedos.

- Todos nós passamos por fases da vida que queremos apagá-la de nossas cabeças, Edward. Certo, você errou, mas você ainda teve tempo de se redimir. Você voltou para casa. Você hoje pode ver sua mãe, cheia de saúde e trabalhando na ONG, feliz... não tem mais porque pensar no passado. Hoje você está aqui, comigo e com Anthony. E nós te amamos muito.

Ele sorriu.

- Você com tão pouco me ensinou tanto. - ele falou simplesmente. - Você na simplicidade me ensinou o amor. Nada do que eu fizer nesse mundo pagará pelo que você me deu.

- Você está errado. Você me ensinou a viver. - sorri, ainda acariciando sua mão. - Eu não sei o que teria acontecido comigo se você não estivesse aparecido.

- Acho que no fundo nós dois aprendemos algo um com o outro. O cara da cidade, e a menina do interiorrr. - ele falou brincando, imitando meu sotaque Monroviano, que hoje em dia estava quase nulo.

Olhei para Anthony.

- E a vida mesmo trazendo diversos obstáculos, nos deu o maior presente. - falei baixinho.

- É verdade. - ele parou por alguns segundos. - Não me arrependo de nada, também. Nada do que fiz. Faria tudo de novo para ter justamente o que tenho aqui, agora.

- Eu também. - sorri.

- Eu te amo, meu sorriso.

- Eu também te amo, meu Edward.

A respiração de nosso bebê foi que embalou aquele momento calado. E ficamos daquele jeito por um bom tempo, mesmo sabendo que tínhamos um avião para pegar na manhã seguinte. Passar nossa noite de núpcias cuidando do nosso bebê como dois leões que cuidam de seu filhotinho era uma escolha nossa, e não podia estar sendo mais perfeita.

Um último suspiro sonolento de nosso pequeno girassolzinho foi o que faltou para que relaxássemos e deixássemos nos levar pelo sono.

Assim que eram as coisas entre eu e Edward. E tinha certeza que era assim que seria para sempre. O amor que sentíamos era somente o que bastava para que pudéssemos realmente enxergar a beleza e a alegria nas pequenas coisas. Mesmo que elas fossem à olhos nus, as coisas mais simples do mundo.

FIM