Asterales
Não era de se esperar que visse beleza nos crisântemos – ainda mais quando pequeno, quando já possuía a natural dificuldade dos humanos de enxergar as coisas belas. Era mais concebível que gostasse das rosas – e que sentisse pelos dedos a textura macia e frágil deslizando, e o perfume tradicional e doce invadindo suas narinas. E que experimentasse aquele gosto impecável do poder, o gosto que só vem do que não é trivial.
Sim, rosas.
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De fato, tocara numa rosa na primeira vez que matara alguém. Criara a ilusão da flor branca e jogara-a sobre o corpo do inimigo. Desmaterializou-se antes de tocar o chão. Ele ainda era novo naquela época.
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Nunca veria beleza alguma em rosas.
Crisântemos lhe atraíam por serem comuns.
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Assim como o fazia Sawada Tsunayoshi.
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Na prisão tivera tempo para refletir sobre as flores. A falta do que fazer levava-o a essas ocupações sem sentido. Chegara à conclusão de que as rosas eram arrogantes e chamativas em excesso. E viu significado nos crisântemos por não fazerem especial questão de serem belos, apenas complexos na maneira como distribuíam as pétalas.
Considerou que era mais interessante ser complexo do que correto.
E sorriu internamente, sentindo que possuíam uma certa afinidade.
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Ele acreditava que não valia a pena dar continuidade muito rápido aos seus objetivos. Os crisântemos acreditavam que não valia a pena desabrochar depressa.
Compreendeu com eles que, se analisasse aqueles tolos, poderia encontrar métodos muito mais eficazes para destruí-los.
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Crisântemo vem do grego, e significa "flor de ouro".
Ele não viera de lugar nenhum, e não significava nada.
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Por enquanto.
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Decidiu adiar suas metas temporariamente. Não a desistência, jamais (a morte seria preferível), mas uma pausa para lidar com contratempos mais urgentes. Derrotar alguns imbecis que acreditavam que poderiam passar à sua frente.
Gostava de lutar.
Não se importava de matar, pois a vida era efêmera. A dos crisântemos também. Assim como a dele próprio, não durariam muito além do normal. Era tudo uma questão de planejá-la e executá-la cuidadosamente como desejava.
E fazê-la valer algo.
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Ele não sentiu a mais remota culpa em todas as vezes em que matou, mas lamentou profundamente por todos os crisântemos que murcharam em suas mãos.
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Achava sua afinidade com aquelas flores bastante peculiar. Às vezes ia observá-las, ou criava-as em suas mãos, e intrigava-se diante das pétalas e do aroma, mas principalmente da sensação de segurá-las.
Então um dia entendeu.
Considerou-se um tolo por não ter percebido antes.
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Crisântemos eram uma forma de ilusões.
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Sorriu ao compreender isso. E compreendeu uma enorme quantidade de outras coisas também.
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Em grego significava flor de ouro.
Em italiano significaria poder.
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N/A: Fic pro desafio com a Murder, personagem Mukuro, tema Crisântemos (não diga). Dedicada à própria Tefy, pela proposta, e à Hee, em retribuição pela YamaGoku 8D Adoro vocês. (L) Anyway, Asterales é o nome científico da ordem de plantas à que o crisântemo pertence. Fic nonsense porque o desafio era difícil. Reviewzem 8D