Aviso: Essa fic contêm tortura, morte, sangue e pode ser considerada uma dark-fic. Não goste, não leia, cá está o aviso.
Nome: Soldier Side
Autor: Doomsday
Tipo: One-shot
Gênero: Drama/Romance
Classificação: NC17 - M
Personagens/Casais: Draco/Hermione
Item: Honra
N.A.: Essa fic foi feita para o I Challenge de Épocas Passadas do fórum Marauder's Map, valendo tanto para HP como para Twilight. Resolvi arriscar-me com HP, e gostei da situação. Os POVs são do shipper principal, sempre. Então prestem atenção nos avisos.
Todas as informações que se tem aqui foram tiradas de sites da internet, em sua maioria na Wikipédia. Eu entendo pouco da Primeira e da Segunda Guerra Mundial, então não me matem se falei merda, ok? As datas eu modifico para ficarem de acordo com a fic também, viu?
Bom, se gosta, aproveite.
Se não gosta, boa sorte e clique em Voltar ou X.
Se vai se arriscar, valeu!
Não ganho nada com essa fanfic e por escrever com esses personagens. Nenhum deles me pertence, pois se me pertencessem tudo seria muito diferente.
Boa Leitura.
Soldier Side
por Doomsday
Draco POV
Fevereiro, 30, 1931
Uma mesa redonda. Era onde eu estava com minha família, entre outras. Lucius, meu pai, estava sentado à minha direita, Narcissa, minha mãe, à minha esquerda. Escutávamos o que Voldemort dizia. Ele é Führer e pretende exterminar as raças que não são puras. Escuto com entusiasmo. Não poderia ser melhor a idéia de limpar a Terra desses seres sujos e inferiores. Nossa raça merece a Terra, todos sabem disso, apenas precisamos mostrar com toda a certeza que realmente isso é o certo. Existem raças que ocupam espaços demais, e que precisam ser colocadas em seus devidos lugares, assim como os que não são puros-sangue, como eu e todas as famílias que estão nessa reunião.
Enquanto o Führer continua a distribuir ordens para seus comandantes, ouço o nome de Lucius ser chamado, ficando ao encargo da cidade de Berlin, uma das que mais estava causando estragos em nossos planos. Era um orgulho que Lucius fosse destacado para essa cidade, limpá-la, deixá-la como o Führer queria. Já conhecia a cidade por escutar conversas sobre os protestantes de lá, as pessoas imundas e trabalhadores que negavam-se a cooperar com Voldemort. Lucius poderia usar os meios que fosse para conseguir o que Voldemort queria, e eu o conhecia bem para saber que ele assim o faria. Todos levantaram-se, cumprimentando o Führer com o braço direito esticado e o vi saindo do cômodo. Lucius logo virou-se para mim, mirando-me nos olhos, aqueles olhos cinza frios, quais já acostumara-me na infância.
-Vai comigo, Draco. Ver o que é a Guerra e a Purificação.
Poderia estar enganado, mas Lucius nunca chamara-me para nada, já estava surpreso por estar na reunião e na presença do Führer. Aquilo, definitivamente, deixara-me ainda mais surpreso. Ouvi Narcissa suspirar, e virei-me, deparando-me com uma Narcissa com os olhos cheios de lágrimas. Nunca a vira assim.
-Lucius...
-Ele vai comigo! - a palavra de Lucius era definitiva, e Narcissa nunca ousava contrariá-la; porém, a vi quase o fazer.
Não compreendi a reação de Lucius, muito menos a de Narcissa, mas não estava a pensar nisso. Estava na verdade, a pensar em ver como era a Guerra, na Purificação que ajudaria meu pai a fazer. Em ver o sangue-puro ficar acima das outras raças. Era exatamente o que ensinaram-me desde o começo de minha vida, e eu morreria acreditando que isso era o certo. Eu tenho apenas 17 anos, e pouco sabia de mim mesmo, ou o que a vida reservava a mim. Entretanto sabia que nunca mais seria o mesmo quando voltasse dessa cidade. Eu já carregava a certeza de que Berlin mudaria minha alma, meu corpo, minha vida. E eu seguiria meus ideais, fosse onde fosse.
Maio, 03, 1931
Morte. Tudo que se vê, para onde se olhe, é morte. Estou com Lucius em Berlin há dois meses, e desde que chegamos, só ouço a palavra: execução. Lucius ordena mortes e as vê desde que chegamos. Não há um dia em que não aconteça isso. O sangue jorra pelas ruas com os soldados de Voldemort, os seguidores de suas idéias, a matarem aqueles que não puros-sangue. Não sinto pena, nem mesmo remorso por fazer parte desse lado. Apenas, dor. É a dor de não estar presente, de sentir-me inútil. E ao mesmo tempo que explico a Lucius meus pesares, de nada adianta. Ele não me permite ir com alguns soldados, procurar por essa raça que mancha a Terra. Não sou soldado, mas sei atirar, Lucius ensinou-me. Quero estar presente à ao menos uma execução, quero saber como é. Afinal, se o Führer as ordena, não há de ser algo horrível, é a Purificação.
Maio, 05, 1931
Finalmente Lucius entendeu o que eu queria e deixou-me vir com dez soldados a uma casa nos arredores de Berlin, onde um dos não-puros, torturado, disse que escondem-se vários deles, inclusive um dos que chamam de líder dessa revolução contra o Führer: Harry Potter. Sabemos que eles tem armas, mas poucas, e nada que impeça que vejamos qual a situação e venhamos com mais soldados depois. Os soldados estão conversando sobre como podem entrar na casa enquanto sento-me em um muro, observando as paredes caindo aos pedaços, o telhado precário e como parecia que não seria habitado nem mesmo por animais.
Os minutos arrastam-se e os soldados decidem voltar com mais homens - aparentemente eles sentem um certo medo de que hajam mais homens do que esperam, e querem eliminar a todos. Mesmo sem gostar disso, retorno com eles.
Maio, 06, 1931
Ontem vi minha primeira execução. Acho que poderia ter ficado dentro de meu quarto, não ir com Lucius, mas ele quis que eu visse. E após tanta insistência minha, ele cedeu. A garota não era uma não-pura, era uma traídora. Uma puro-sangue que aliara-se com os não-puros. Estávamos na parte de trás do galpão, onde executavam as pessoas, e ela estava a mirar o chão, de joelhos, as mãos amarradas para trás. O nome dela era Ginny Weasley, e seus cabelos vermelhos nojentos de traidora escorriam ao redor de seu rosto. Descobri que ela falara onde estava Potter e os outros da laia dela, e que morreria por tudo que já fizera.
Vi-a levantar o rosto enquanto esperava pelos tiros, os olhos inchados de socos, a boca cortada e sangrando, o maxilar parecia torto. Ela estava machucada, com toda a certeza pela tortura que sofrera. A escolha fora dela, traír Voldemort levava à morte. Observei seus olhos verdes todo o tempo que levou até fazerem a mira e Lucius dar a ordem. Os tiros atingiram seu corpo, que tombou logo, porém, não antes que eu visse um dos tiros atingindo-a na testa, entre os olhos, apagando a vida daquele corpo. E ontem, os olhos verdes seguiram-me durante o sono. A traidora perseguiu-me durante as horas que dormi.
Hoje estamos cercando a casa com quinze homens, e não acho que será muito diferente de ontem. Os homens ainda acham que será arriscado, mas lembro-lhes que Lucius não ficará nada satisfeito de vê-los voltando de mãos vazias como no dia anterior. Lucius queria a cabeça de Harry Potter para entregar ao Führer. Potter liderava as pessoas que iam contra Voldemort, e isso colocaria Lucius em grande consideração entre o círculo mais fechado de Voldemort.
Cercamos a casa, ouvindo nada a não ser nossos próprios passos. Então, seguro a arma na mão, sentindo ódio de mim mesmo por ainda ver aqueles olhos verdes de Ginny Weasley a me aterrorizarem, e por saber que algo parece errado. Porém, continuo. Sigo os homens que fecham ainda mais o cerco contra a casa, e o sol cega meus olhos por um momento. Tiros começam a zunir em minhas orelhas, mas não vem de nossa frente, e sim, de trás. Os soldados viram-se, atirando, mas não há tempo. Viro-me, sem mirar e atiro, sabendo que posso morrer, mas morrerei fazendo o serviço de meu Führer: purificar essa Terra.
Ouço gritos, alguém disse meu nome, mas não sei ao certo quem foi. E sinto alguém me puxar, mas na verdade, sinto a terra nas minhas costas, vejo o céu a minha frente. Não lembro-me de ter caído, e nem ao menos lembro-me de ter sentindo uma dor dilacerante na perna esquerda. E vejo apenas escuro, perdendo consciência. Morrendo. Morrendo pela Purificação.