Capítulo 3: Lux Aeterna

Elena sentiu lábios dolorosamente macios beijarem seu pescoço, primeiro suavemente, e depois passionalmente. Suas mãos pousaram aos lados de Damon, agarrando-se ao tecido fino de sua blusa preta. Ela estava tensa, mas mesmo assim, não tinha medo.

Damon tinha uma mão circundando o frágil pescoço da moça para suporte, e a outra abraçando a cintura dela, caso ela lutasse contra; afinal, ele não podia arriscar. Ele plantou beijos por toda a linha do pescoço dela, chegando até ao pé de sua orelha e lá sussurrando. "Está tudo bem... relaxe."

As palavras tiveram efeito imediato. Elena relaxou nos braços que a seguravam e se entregou sem receio nem volta. Damon desceu os lábios até o pescoço macio mais uma vez, e ali, plantou um último beijo.

Muito devagar, ele mordeu incisivamente a pele, deixando duas marcas gêmeas perfeitas na carne. Elena grunhiu com a dor, mas tal dor não durou segundos e o sentimento de calor, proximidade e prazer banhou Damon e Elena entrelaçados nos braços um do outro.

Damon nunca provara sangue tão saboroso quanto aquele que agora descia suavemente por sua garganta, ele ouviu Elena gemer fraco sob seus braços e imediatamente soube que aquele barulho, que era mais música para seu ouvido, não era de dor, nem medo, e sim de prazer. Ele conseguia enxergar pelos olhos de Elena e tudo que ele viu naquele momento era prazer; ela estava em chamas por dentro e isso nunca o deixara tão satisfeito consigo mesmo quanto naquele momento. Eles se abraçaram mais fortemente.

A excitação que corria entre os dois não havia descrição. O êxtase criado ali não poderia ser recriado de novo, em nenhum lugar. Mas ele tinha que parar. Parar, parar, parar. Ele sentiu o calor dos pensamentos de Elena, todos os sonhos que ela teve com ele, os desejos escondido e soube ali, que não podia parar. Mas então-

Damon, pare...

Elena pensou, somente pensou nas palavras, mas eles estavam tão conectados que ela tinha certeza que ele a ouviria.

E ele ouviu. Como um grito no silêncio, ele ouviu. E então, Damon parou.

Damon a segurava nos braços por completo agora. Elena estava pálida e com movimentos lentos. Ele havia tomado demais. Mas, mesmo assim, ela não lutara contra, ela somente pedira para ele parar.

Damon olhou para seus braços, onde Elena se encontrava de olhos parcialmente abertos e cheios com lágrimas e sentiu a maior culpa que sentira desde que soube da morte de Katherine.

"Desculpe-me, desculpe-me, desculpe-me..." ele sussurrou repetidas vezes no ouvido dela, enquanto a carregava para o sofá mais perto dali.

No tecido vermelho do acolchoado ele a deitou límpida. "Elena, me desculpe..."

"Pensei... q-que... ia me... matar..." ela falou com dificuldade.

Damon suspirou e deixou um sorriso derrotado escapar o canto de sua boca. "O pensamento passou pela minha mente por um segundo..."

Elena suspirou profundamente e fechou os olhos. Damon a pegou pelos ombros "Elena?" ele chamou, vendo-a abrir os olhos de novo.

"Estou bem..." ela disse ofegante contra o rosto de Damon, que agora sentava-se na beirada do sofá para ficar diretamente acima dela.

"Não, não está...", ele pegou uma adaga com propósitos ornamentais que ficava na mesa logo ao seu lado e fez um corte em seu pescoço, sangue escorrendo por sua blusa e se camuflando no preto. "mas você vai ficar."

Com isso, ele se abaixou e deixou que alguma gotas pingassem encima das marcas da mordida no pescoço dela e depois colocou o corte nos lábios doces de Elena.

De início ela não teve reação, estava muito fraca e pálida, mas assim que o sangue quente desceu por sua garganta e começou o processo de cura, como por instinto, Elena colocou uma mão do outro lado do pescoço de Damon, para guiá-lo e não deixá-lo sair dali. Foi a vez dela de ver pelos olhos de Damon.

Todas as vezes que ele a espionou, todas as vezes que ele a desejou, e por fim, ela pode ver, de verdade, o beijo que Damon queria dar-lhe na cozinha há poucos minutos. Presenciou a cena pela mente dele e desejou que tivesse acontecido. Elena sentiu o frenesi que aquele líquido quente escorregando para dentro dela causava e ela adorava.

Ela ouviu um gemido preso na garganta de Damon e sorriu contra a pela branca e macia dele, parando de sugá-lo e no lugar plantando beijos. Elena estava sentada sem nem perceber e Damon a tinha pela cintura bem de frente para ele. As mãos de Elena o segurava pela nuca e braço. Ela nunca se sentira tão viva. E então um comando foi-lhe dado.

Já é o suficiente.

E era, de fato. Os beijos eram tão perigosos quanto as mordidas, pois eles eram carregados de desejo, e Damon não sabia se a pouca quantidade de sangue que foi cedida por ela era o suficiente mantê-lo por toda a noite.

Ainda entrelaçados um no outro, eles se olharam. Elena com a boca manchada de sangue e Damon sem nenhuma gota sujando seu rosto simétrico, o perfeito caçador. Um certo entendimento agora pairava sobre os dois, eles estavam conversando sem dizer nenhuma palavra.

Elena parecia ter voltado a realidade, tentando absorver tudo que havia acontecido e Damon estava satisfeito só com o fato de Elena estar ali, pensando. Aquilo foi muito perigoso e não deveria ser feito de novo, a não ser que ele estivesse muito bem alimentado e sem nenhum, nenhum desejo por ela. Bem, isso seria difícil. Aliás, já era muito difícil simplesmente tê-la ali em seus braços, toda manchada de sangue e com um olhar de querer que o tirava do chão.

"Você está bem?" ele foi o primeiro a falar para tentar e isolar seus pensamentos.

"Agora estou..." ela sussurrou sem, nem por um segundo tirar os olhos do dele e a mão de sua nuca.

Damon buscou por ambas as mãos dela e as segurou na suas. Eles estavam unidos por toda a eternidade, de fato.

"Nós conversamos...", Elena ainda o olhava. "em nossas mentes."

"Sim."

"Pensei que você não conseguia entrar em minha mente."

Damon a analisou por um segundo antes de falar. Provavelmente Stefan havia se esquecido de avisá-la do detalhe de que a Verbana só funcionava para os humanos se eles acreditassem e quisessem. Stefan fizera isso provavelmente para ela não duvidar por nenhum momento de que aquele colar pendurado em seu pescoço era mesmo um amuleto protetor.

"Isso" a mão de Damon viajou até o colar que contrastava tão belamente com a pele de Elena e o segurou em dois dedos "somente funciona se quem estiver usando acreditar em seus poderes e mais do que tudo", ele soltou o colar e tocou o pescoço de Elena com as costas de seus dedos. "se você quiser, genuinamente, que o vampiro que está tentando entrar em sua mente seja repelido."

Ela acenou em entendimento e guardou as informações fornecidas. "O que está acontecendo entre a gente? Eu me sinto..." Elena levou uma mão até seu peito e fechou em um punho. "atraída por você." A honestidade não podia ser maior.

O sorriso característico de Damon crepitou seus lábios antes de ele responder. "Acontece..."

"Damon, estou falando sério. Isso chega a ser assustador." Elena o censurou com um aperto na mão que ela ainda segurava.

"Eu sei, eu sei...", ele devolveu o aperto muito levemente, para mostrar que estava ciente de que eles estavam se tocando. "Mas isso vai passar. Tudo isso vai passar assim que meu sangue sair do seu sistema." Ele terminou soando de certa forma desapontado, mas sem mostrar em seu rosto, que permanecia com o sorriso de sempre.

Damon sentiu a atmosfera pesar e imediatamente mudou de assunto. "Vamos, você precisa se limpar. Está com sangue por todo o rosto."

Elena levou a mão até sua boca e descobriu que o sangue já estava coagulado. "Oh, isso é bastante inconveniente."

Damon cintilou seu sorriso mais uma vez e fez menção de levantar, tentando soltar as mãos de Elena que estavam dadas com as suas, mas o olhar que ele viu no rosto dela o fez parar de imediato.

Elena se sentiu estranha ao ver Damon se afastando dela; um sentimento de abandono preencheu seu cérebro, como se ele a deixaria e nunca mais voltaria para buscá-la. Ela não poderia soltá-lo, jamais. Elena o queria bem ali, ao seu lado, a forte presença dele a protegendo.

"Eu não a deixarei se você não quiser." Damon falou como se tivesse acabado de ouvir todos os pensamento de Elena.

"Tudo bem." Elena sussurrou em aceitação.

Eles se levantaram do sofá juntos e de mãos dadas e foram até um banheiro que ficava no andar de cima. Entrando no cômodo escuro, Damon acendeu a luz e dirigiu Elena para frente do espelho.

A primeira reação da moça foi de susto. O rosto manchado de sangue era surreal e a deixava extremamente apavorada. Mas logo depois, ela entendeu que era somente sangue, e sangue de alguém que estava bem ali do seu lado segurando sua mão.

Damon abriu a torneira e deixou a água cascatear. Elena, muito devagar, levou a mão que não segurava Damon para debaixo da água e limpou seu rosto com ajuda do sabonete. Assim que ela terminou, Damon enxugou-lhe o rosto com uma toalha macia. "Obrigada." Foi tudo que ela disse.

Eles já iam deixando o banheiro quando Elena apontou para o pescoço que ela beijara poucos minutos atrás. "Você tem sangue..."

Damon olhou para o espelho e levantou uma sobrancelha. "Não é que tenho mesmo?!" ele perguntou retoricamente. Em seguida tirou blusa e camiseta num só movimento e as jogaram no chão do banheiro com certo desapego, seguindo para a pia se lavar. A água bateu em seu pescoço e revelou uma pele branca e sem machucados por debaixo da mancha vermelha. Ele já havia se recuperado.

Isso fez Elena pensar em algo que pareceu muito insignificante momentos atrás. Ela olhou para seu pescoço e não ficou surpresa em ver dois círculos idênticos ali em sua pele firme. Sua mente acelerou, pensando em quais seriam as conseqüências se alguém visse aquelas marcas tão sutis.

Uma mão em sua bochecha a trouxe para o presente e ela se virou para um Damon agora limpo e sem camisa. Ela o viu levar um dedo para a boca e ouviu um barulho de pele se rompendo; logo, bem ali em sua frente, Damon sangrava mais uma vez. Ele levou o dedo até a marca de sua mordida e passou seu sangue ali. "Logo desaparecerá."

Elena assentiu e o seguiu de mãos dadas para o quarto dele. Lá, ele escolheu uma camisa branca em meio a muitas e a colocou. Ela não deixou seu lado por um minuto e sentia a necessidade de estar bem próximo qualquer fosse a circunstância.

"Está muito tarde," Damon falou suavemente, vendo-a contemplá-lo. "talvez seja hora de você ir."

"Não..." ela o olhou de um jeito machucado, como se ele acabara de expulsá-la dali.

"Hm, é verdade," ele reparou o comentário, tentando tirar o olhar de dor que ela tinha no rosto. "você ainda me deve uma música."

Elena sorriu genuinamente, trazendo luz para dentro do cômodo escuro e mais do que tudo, trazendo luz para dentro de Damon, que se sentiu eletrizado com a legitimidade. "E você está certo."

Foi a vez dela de puxar Damon pelos cômodos da casa até chegarem novamente ao piano branco que lhe foi dado. "Mas tem um problema," ela começou, se virando para ele. "eu não tenho nada em mente agora."

"Ah, eu tenho certeza que você consegue improvisar algo." Ele piscou para ela.

Elena sorriu, soltando o ar pelo nariz e acenou com a cabeça afirmativamente. Ela se sentou em frente ao piano e o puxou para sentar do lado dela; ela não deixou opção para ele escolher, e mesmo que tivesse, ele não escolheria outra coisa.

A pequenas mãos de Elena pousaram nas teclas, mas antes de ela fazer soar os primeiros acordes, sua mãos voltaram para seu colo e seus olhos para os olhos dele. "Toque comigo."

Damon agora sabia o quanto era difícil para ela fazer esse convite, mas somente porque ele viu, entre outros mil sentimentos, o sentimento de perda e tristeza que ela sentia por conta da morte dos pais; e a saudade doída de não mais ter o pai para tocar com ela nos finais de tarde.

Ele não respondeu, somente acenou uma vez, em respeito àquele momento de superação. "Consegue ler uma partitura? Porque eu tenho a música perfeita."

"Claro que consigo ler uma partitura." Ela pareceu ultrajada.

Damon sorriu e se levantou, abrindo uma gaveta de um aparador que ficava ao lado do piano; tirou papéis amarelados que estavam embaixo de todos os outros e quando os colocou no devido lugar, Elena pode ver que as notas eram todas feitas em tinta, com respingos e rabiscos.

Ela o olhou surpresa. "Você compôs?"

"Sua falta de fé em mim é um insulto." Damon fingiu estar ofendido, com uma mão encima do coração.

Mas isso só tirou mais um sorriso de Elena, que lançando-lhe um último olhar fulminante antes de arrumar as partituras, falou confiante. "Tenho certeza que não vai precisar de partitura para tocar esta."

E ela estava certa. Damon passara muito tempo compondo essa música e sabia cada acorde, cada nota, cada tempo mesmo depois de tantos anos.

A resposta que Elena esperava ser convencida não veio, o que chegou aos seus ouvidos foi o som que encheu a sala onde estavam. Ela o olhou, entretida e logo tomou seu lugar no dueto não ensaiado.

As primeiras notas da música eram baixas e rápidas, mostrando braveza e revolta e assim continuou por um bom tempo. Elena não entrou com nota alguma naquela introdução aniquiladora, mas assim que Damon subiu uma oitava, ela sabia que era sua vez. Ela tocou as notas altas, dando um toque suave à música que diminuíra seu ritmo para acordes tocados com somente uma mão de Damon.

Ele sorriu para Elena e ela o sentiu.

A harmonia entre os dois só ia aumentando conforme a composição chegava a seu clímax. Damon tinha os olhos fechados e parecia ter sido alçado do chão com toda sua serenidade e Elena nunca se sentira tão em perfeita sintonia com uma música quanto aquela. Ela reconheceu as doces e delicadas notas que seguiam na música: Damon havia tocado aquele trecho mais cedo naquele dia. Ela sorriu com a lembrança e ouviu quando os acordes tocados pelos dois entravam em perfeita sincronia. Era o fim.

Eles terminaram juntos e quanto a sala caiu em total silêncio, Elena se viu imóvel com as mãos ainda em posição. Ela se sentiu como não conseguisse se mover, até que uma mão tocou as dela e lábios chegaram ao seu ouvido. "Acabou..."

A palavra a abalou por completo, como se somente aquela verbo significasse um palavrão ou uma maldição. Mas no fundo, ela sabia que era verdade. Sabia que tudo eventualmente acabaria, sabia, mas não queria. A mão que estava sobre as delas, deslizou até sua cintura e a apertou ligeiramente. "Eu te levo em casa." A voz sussurrou em seu ouvido mais uma vez e derrotada, ela se levantou e seguiu os comandos do braço que a envolvia.

Elena sentiu uma tristeza tão grande que a derrota em seu rosto era singular para os olhos de Damon. Ele nunca havia a visto puramente triste como estava no momento. A viagem passou rapidamente e em silêncio e logo eles estavam em frente a casa de Elena. "Aqui está."

Ela o olhou como se ele a tivesse traído. "Eu não queria vir."

Você vai me odiar pela manhã, Elena. "Eu sei."

"Então por que me trouxe?" os olhos dela se enchiam de lágrimas.

Eu não sei.

A sensação de que ele a deixaria era tão forte que estava a engolfando. Elena sentia um aperto no peito que sugava toda sua energia e força de vontade. Ela encostou a cabeça no banco e com lágrimas cascateando pelo seu rosto, sentiu suas forças exaurirem.

Damon saiu do carro e abriu a porta de Elena, pegando-a nos braços; andou devagar até a casa e abriu a porta para entrar. No momento que adentrou, ouviu uma voz feminina chamar da cozinha. "Elena, é você?"

"Diga que sim." Ele a instruiu baixo em seu ouvido.

"Sim." Elena respondeu com volume suficiente na voz.

"Diga que vai para cama."

"Já vou para cama."

"Tudo bem, boa noite." A voz feminina respondeu satisfeita.

Damon subiu as escadas para o quarto de Elena com passos leves e ao entrar no quarto, não acendeu as luzes, colocando-a devagar e habilmente na cama.

Elena o sentiu se afastando e agilmente o segurou pela mão. "Não vá ainda..."

Damon não diria não para Elena e dessa forma, se deitou ao lado dela, trazendo a cabeça dela para descansar em seu peito sólido. Ele ficou por muitos minutos ali, somente afagando os cabelos macios de Elena e quando imaginava que ela já estava dormindo, ouviu uma voz fraca chamar sua atenção.

"Você não me disse o nome da música..."

Damon sorriu para si mesmo ao ouvir o comentário; aquilo era irônico, pois de tudo que ela poderia falar naquele momento, logo o que ele não saberia responder ser a pergunta escolhida por ela.

"Isso é porque eu não encontrei um nome para ela." Ele abaixou os lábios para perto do rosto dela para responder.

"Hmm, isso não soa com o objetivo-Damon... ter dúvidas." Ela concluiu quietamente.

Damon não respondeu ao comentário, realizando o quão verdadeiro era.

"Você soou muito como Beethoven..." Elena o elogiou. "o mesmo estilo, mesma terminação..."

Ele, mais uma vez, não disse nada, só ouviu a voz de Elena enquanto ainda podia. Logo ela se esqueceria disso tudo, ele fez uma nota mental. Logo ele a faria esquecer.

O quarto silenciou e Damon sentiu a respiração de Elena pesar. Ela estava dormindo. Ele se permitiu ficar ali por mais alguns minutos, senti-la por mais algum tempo, enquanto ele ainda podia.

Depois de algum tempo a segurando nos braços, Damon, muito delicadamente, retirou o colar de Verbana do pescoço já são de Elena e o pousou sobre os cobertores. Num movimento leve e cuidadoso, ele encostou os lábios na orelha dela e a compeliu.

"Hoje," ele começou num sussurro "você foi visitar Stefan para saber se ele já havia voltado..."

"Hoj... tefan..." ela reverberou em sussurros falhos.

"Ele não estava lá, então você me encontrou, nos tocamos meu piano e você veio embora para sua casa."

"...pia...cass..."

Damon repetiu as palavras três vezes e depois devagar, voltou o colar no pescoço de Elena. Passou um dedo sobre onde estavam os dois furos que ele havia feito, mas eles já não estavam mais ali. Ela não se lembrará.

O vampiro se levantou sorrateiramente da cama e buscou por um maço de folhas que trazia dentro de sua jaqueta, pegou uma caneta e escreveu algumas palavras na última folha.

Satisfeito com a nota, ele abriu o diário que estava ali encima e colocou as folhas lá dentro. Virou-se para janela e lançou à forma deitada na cama um último olhar. "Adeus." Disse, despedindo-se da Elena que conhecera hoje.

"D'm'n" ela murmurou em seus sonhos, chamando a atenção do homem ainda parado ali.

Talvez ela não se esqueça. Uma voz dentro da cabeça de Damon sussurrou esperançosa. Ele saiu pela janela e desapareceu no ar.

Talvez.

Elena acordou sem saber onde estava, até reconhecer seus lençóis, seu abajur, seu quarto.

Aquela noite ela tivera o mais estranho dos sonhos. Ela fora visitar Stefan, como ela tinha feito no dia anterior, mas Damon estava lá e estava diferente...

Instintivamente, uma mão subiu até seu pescoço para confirmar as suspeitas, mas nada. Não havia nada ali. O sonho fora muito real. Ela olhou seu diário na mesa de cabeceira e o pegou, estranhando o grande volume que suas páginas apresentavam.

Ela o abriu e viu folhas amareladas com notas respingadas... Uma partitura. Elena se lembrou de ter tocado piano. De ter tocado piano com Damon. E era uma música tão doce e-

Os dedos viraram as páginas até encontrar uma caligrafia renascentista em caneta esferográfica na última página.

O nome, Fur Elena.

Posso tocá-la sem a ajuda disso.

D.

Ela sorriu com as palavras, levando uma mão aos seus lábios. Mas havia algo faltando... algo que fora tirado dela, no entanto Elena não conseguiu descobrir o que era. Com a partitura da música em mãos, ela voltou a se enrolar nos cobertores. Hoje a escola podia esperar. E talvez, quem sabe ela conseguiria voltar àquele sonho que estava tendo e pegar de volta o que tanto sentia falta.

Elena esperava que ele ainda estivesse lá, a espera dela.

A.N.: Entãooo, esse é o fim. Espero que tenha gostado de ler e espero que tenha lido até o final, rs. Deixe sua opinião se achar que deve; a revisão de outro nos ajuda a melhorar nos pontos fracos, e isso é muito bom! Tchau o/