DE CRISÁLIDAS Y MARIPOSAS;

Disclaimer: A história não pertence a mim, é da Saranya.x que me permitiu a tradução. Os personagens aqui citados pertencem a Stephenie Meyer.

Sinopse: Bella é solitária e se esconde de todos, tem um amor platônico por Edward, lindo e sensual, mas ele precisa de aulas e recorre a ela, sem suspeitar que seu coração morto pode ser ressuscitado pelo toque de uma borboleta e não sabe como ela é frágil.


Capítulo 1

Bella observou fixamente sua imagem refletida no espelho. Raras vezes fazia isso, não era algo que quisesse enfrentar cada manhã, pelo menos com cuidado; mas nesse dia era possível um encontro com seu companheiro de estudos Edward Cullen para repassar alguns pontos do exame de cálculo, e queria estar mais apresentável que nos outros dias.

Arrependeu-se de imediato, gostar de Edward Cullen era uma missão impossível para uma garota como ela, que por não saber o que fazer com o seu cabelo, o recolhia em um bolo alto que ela parecia uma velha, suas lentes eram grossas como fundos de garrafas por causa dessa maldita miopia hereditária que se os deixasse de usar se tornava um ser mais desastrado do que costuma ser, não podia se dar o luxo de tirar-los, se tornaria em um perigo público número um.

— Não tenho esperanças. — Suspirou com desilusão fechando os olhos para a dura realidade que mostrava o espelho.

A ausência de uma mãe a havia feito inepta para passar maquiagem, com dificuldade, quando ela tinha 14 anos, Charlie havia se enchido de coragem para falar de menstruação e os absorventes, envergonhada teve que admitir que já era tarde porque já fazia um ano que havia acontecido e que toda a informação necessária havia sido dado na escola.

Sua alergia ao frio fez com que ela colocasse uns grossos jeans desbotados e uma jaqueta acolchoada que a fazia parecer mais um esquimó do que uma típica adolescente norte-americana.

Edward Cullen, ao contrário, era tão popular e atraente que nem se arriscava a se aproximar dela a não ser porque necessitava de uma maneira desesperada melhorar suas notas de cálculo. Nesse assunto Bella era a melhor, Edward era inteligente e bom nos estudos, mas sua vida social e os treinamentos de esporte não deixavam muito tempo para se dedicar a uma matéria tão complicada, e as garotas, sempre queria comparecer para todas e sua impossibilidade de dizer não, o obrigava a se dividir entre várias ao mesmo tempo.

Isso não foi algo que passou despercebido por Bella, que não perdia de vista esses olhos verdes desde que estava na pré-escola, e estava mais do que consciente de que estava longe, muito longe do perfil das garotas bonitas, superficiais e de plástico, com quem andava Edward.

A superficialidade e a plasticidade não a preocupava, era muito inteligente para poder pensar se era necessário, mas a beleza não era simulada, impossível, a menos que tivesse acesso ao melhor cirurgião plástico, algo inacessível, impossível para uma filha de um modesto chefe de Polícia de uma pequena cidade. Além disso, o constrangimento era algo também difícil de esconder, lembrou.

Bella olhou para seu velho Chevy e por um momento teve a certeza de como esse desbotado veículo se parecia com ela, era um traste, como ela mesma se considerava, deu de ombros e pensou finalmente que não se importava, amava seu carro por mais barulhento e lento que fosse.

Ao chegar na sala de aula foi desagradável, enquanto procurava sua carteira observou no centro da sala de aula, que Lauren não se soltava dos lábios de Edward, sentada em seu colo e este correspondia o beijo em meio a brincadeiras de seus companheiros.

— Lesma — exclamou Bella olhando-a passar sua língua pelos lábios de Edward e colocando-a dentro de sua boca, o qual ele correspondeu passando sua língua na dela, acariciando-as por fora de suas bocas, em um beijo feito para ser mais um espetáculo, do que um romântico com afeto. Ressoavam os assovios brincalhões, enquanto a grande maioria aplaudia.

Bella sentiu náuseas, pensando em como Lauren havia se convertido algo naturalmente sensual em algo tão grotesco. Era difícil culpar Edward.

— Não seja nojento Edward — gritou Alice, sua irmã, já sentada ao lado de Bella.

Só a chegada do professor colocou ordem e parou o beijo, do qual Bella, ainda que sem gostar de ver, não havia podido tirar os olhos e logo não tirar de sua cabeça. E foi difícil se concentrar lembrando de Edward belo, monumental e apaixonado com sua língua enrolada com a dela, uma de suas tantas namoradas, tinha que reconhecer era grotesco, mas assustadoramente sensual.

Bella começou a sonhar de que era sua boca que ele beijava sua língua que ele buscava e encontrava com a dele e ele se rendia diante dela apaixonada, sem controle.

— Senhorita Swan, qual é a primeira fase da mitose? — perguntou o professor, ao perceber que Bella se encontrava em outro planeta.

Alice a cutucou com o cotovelo de uma maneira tão evidente que todos os estudantes começaram a rir, Bella acordou, mas já era tarde para evitar a vergonha publica, tão normal ultimamente em sua vida, depois da barulhenta queda na cafeteria e a lamentável sequência de golpes dados e recebidos na aula de ginástica, o que importava mais uma?

— Prófase — escutou uma voz masculina sussurrando perceptível somente para ela, uma voz aveludada e suave que soprava a resposta vinha da carteira de trás, onde normalmente sentava Edward Cullen. Ela acreditou até sentir seu hálito quente, quase, quase sobre seu cabelo.

— Prófase — respondeu Bella em voz alta, mas temerosa, diante do assombro do professor que estava certo de que, a havia pego em um ato de extrema distração.

O professor se afastou bufando sobre os alunos que levavam o corpo e não a mente para a aula, mas continuou sua aula.

Bella estava corada, uma onda de sangue recolheu em seu rosto e ficou ali, enquanto ela se encolhia detrás do grande caderno em o qual escrevia. Arrancou uma folha e a dobrou delicadamente, escreveu um 'Obrigada!' com a esperança de que estivesse expressado, como se quisesse em poucas palavras refletir tudo o que sentia por ele, e passou com cuidado, sem olhar para trás.

O papel foi devolvido um tempo depois com um 'Por nada' escrito com a caligrafia bela e estilizada de Edward. Mais embaixo, estava, 'Cálculo, hoje as três da tarde, na minha casa.'

Ela assentiu sabendo que ele a entendeu. Um sorriso se estendeu por seu rosto diante da perspectiva encantadora e torturante ao mesmo tempo, de passar à tarde de funções e logaritmos com Edward Cullen. Não era muito romântico, mas era o máximo que podia conseguir, pensava.

A comunicação era discreta entre eles, por pedido expresso de Edward, quanto esse pediu ajuda em um tom baixo para ela, completamente sedutor disse:

— Bella, obrigada por aceitar me ajudar com cálculo, mas por favor que fique entre nós, não é bom para o meu histórico quando quero tentar uma vaga em Dartmouth ou Harvard, que sei que é necessário ajuda para isso.

— Não se preocupe ninguém saberá — ela respondeu com um sorriso arrebatador, haveria concordado em lhe dar aulas até de altos do trapézio se Edward tivesse pedido. — Mas então, para sermos discretos, onde estudaremos? Não pode ser na escola.

— Na minha casa estará ótimo ou na sua se você quiser. Minha família não se intrometera, sei que meus irmãos são discretos e dificilmente me trairiam, não se exporiam ao que eu posso falar... — ele sorriu maliciosamente.

— Perfeito — exclamou Bella com à respiração um pouco agitada, encantada de que Edward pela primeira vez em toda a história, desde a pré-escola, se deu conta de sua existência. — Começaremos na sua casa, estarei à hora que você quiser.

Desde esse dia tinha entre uma e duas jornadas de estudos por semana, a mais de um mês.

Para Edward verdadeiramente não lhe convenia para nada que soubesse que tinha sessões de estudo com Isabella Swan, a desinteressante, ainda que inteligente colega de estudos, sem estilo e escondida atrás dessas lentes enormes. O que pensariam suas admiradoras? E os fãs do primeiro e segundo ano que o seguia por todo o lado como se fosse um ídolo a imitar, sua popularidade, que nem sequer sabia para que a queria, poderia ser gravemente afetado. Lamentavelmente, tão pouco poderia se dar ao luxo de ficar em cálculo.


Bella já não se sentia intimidada como na primeira vez que viu a mansão dos Cullen. Agora podia atravessar o caminho das árvores com felicidade e enfrentar a imponente construção sem amedrontar-se. Esme a recebeu com um sorriso que parecia estranhamente compassiva e com Alice havia começado a forçar uma amizade; Bella não era nem melhor e nem pior amiga, as más experiências com a amizade que considerou sincera de Jéssica e Mike, à haviam isolado e a haviam feito optar por cumprimentar alguns e deixar passar a quem queria ignorar, que eram quase todos, sem estudar nada, mas com as visitas a casa dos Cullen, Alice acabou se tornando uma verdadeira amiga, era difícil levantar muros e manter-los diante da franqueza e alegria de dela, ainda que fossem diferentes, pois tinham gostos e formas de ver a vida muito diferentes, havia um grande conforto e carinho que tinha sido gerado entre elas, talvez algum tipo de afinidade cósmica, Bella não sabia identificar.

— Edward ainda não chegou, mas Alice está em seu quarto — lhe disse Esme.

— Obrigada senhora, o esperarei lá — e correu para o andar de cima.

— Não me chame de senhora Bella, me faz sentir como uma velha — Esme respondeu sorrindo, enquanto ela já se sumia no final das escadas.

Alice estava em seu computador, visitando alguns sites de moda. Fechou o laptop quando sua amiga chegou e a recebeu com um abraço.

— Bella! Você veio hoje para a aula com Edward? Acho que ele saiu com Laureen.

— Disse-me para que eu viesse hoje...

— Claro, e você como sempre fez o que ele diz.

— Não tenho uma vida social muito ocupada como para me opor uma mudança de agenda Alice.

— Ou como para se opor a vê-lo hoje, muito mais perto do que amanhã...

— Alice, já conversamos sobre isso, por favor. Como pensa que posso ter alguém interesse romântico no seu irmão? Olha pra mim, quando estudamos, ele mantem o olhar fixo nos textos, deve dar pena me dar uma olhada.

— Não se subestime Bella, Edward é rodeado por muitas garotas lindas, mas nunca, por mais lindas que fossem, ele se apaixonou. Quem sabe seus gostos não são o ele mesmo pensa.

— Ou talvez é gay e está em conflito, por isso anda com tantas mulheres. — completou Bella revirando os olhos — ou talvez não goste da espécie humana, e prefere as extraterrestres, vai esperar até a colonização alienígena para saber, enfim Alice, existem muitas possibilidades, menos a que ele, nem por engano, me vai notar.

Alice sorria, sua amiga parecia inteligente e estranhamente bonita, com toda essa roupa e essas lentes, parecia mais um ser assustado, escondido do mundo, mas não feia, jamais. Só não se havia visto de verdade, porque nada se havia revelado.

— Bella não especule um garoto com uma vida sexual com garotas tão ativa como a de Edward não pode ser gay, sem dúvida desfruta ou não faria tanto, ele tem algo, um bloqueio em frente aos sentimentos, isso sim. Mas bem, se tem tanta certeza de que não te interessa, deveria pelo menos deixar de babar quando o vê, amiga, ao menos que tenha esperanças de que ele se dê conta e te corresponda de alguma maneira, não é muito sutil que beije o chão onde ele pisa, especialmente quando não merece.

Bella franziu o cenho, a preocupação de apoderou dela. Que sentido tinha fingir na frente de Alice? Era tão perceptiva.

— Oh Alice! Da pra perceber não é? — Bella se jogou na cama, desesperada, para segurar as mãos da sua amiga.

— Sim Bella, é tão evidente que eu praticamente soube desde o pré-escolar, e isso que eu não estava estudando com vocês nessa época.

— Não, por Deus! É tão vergonhoso que esteja tão na cara. — disse Bella cobrindo o rosto com as mãos.

Alice retirou as mãos do rosto dela para olhá-la nos olhos, tratando de acalmá-la.

— Não se preocupe Bella, ele é um homem, tão ignorante das indiretas como das diretas, nem se quer imagina.

— Na verdade, a ele deve ser tão improvável, tão desnecessário, nem deve pensar sobre isso.

— Bella, não vê a si mesma com clareza, você só precisa mudar um pouco sua visão de si mesma, poucas mudanças e estará perfeita, para ele ou para qualquer outro, você se esconde por debaixo dessas toneladas de roupas e esses óculos para que não te vejam, mas na realidade você é muito bonita detrás de tudo isso, deixa-me te ajudar, você verá, mas não faça por Edward, faça por você Bella, reconheça sua beleza e assim será mais fácil para os outros ver também.

Alice tinha tanta sabedoria em si como se levasse décadas vivendo na terra e não tivesse dezessete anos que na verdade tinha, pensava Bella, mas em todo o caso, exagerava no otimismo.

— Conformo-me de vê-lo, como estar perto, como sentir seu perfume enquanto pensa em como resolver os problemas de cálculo. Quanto mais difíceis são, mais atraente se vê.

— Você se conforma com pouco amiga, merece muito mais. Logo, ele não precisara da sua ajuda.

— Eu sei, mas o tenho agora. Eu prefiro isso do que nada.

— Não perce as esperanças Bella, quem sabe no futuro, ele sente as borboletas no estômago quando te olhar — Alice apertou suas mãos com força, tratando de lhe dar animo.

— Ele deve sentir larvas no estômago quando me olha. — respondeu Bella desdenhosa.

— Toda a borboleta um dia foi uma larva... — disse Alice, sorrindo e dando de ombros.

Bella não teve remédio a não ser sorrir também.

Escutou umas batidas na porta, um enorme Emmet, irmão mais velho de Alice e Edward, abriu ela com um sorriso.

— Alice, Bella, mamãe quer que desçamos para comer um pouco, ela preparou um bolo que vocês nem imaginam.

Emmet era namorado de Rosalie Hale a três anos, já tinha vinte e havia adiado sua entrada na universidade até decidir que carreira tomar, não queria se enganar com isso.

Essa amiga de Edward e Alice, que visitava a casa a algum tempo o fez rir várias vezes, ele a considerava espirituosa e, de certa forma o perturbava, não encontrava sentido. Amava Rosalie, era evidente, portanto, não era romântico, pensava, Bella era o oposto de Rosalie. A urgência de proteção apoderava-se dele quando ele à via estava extasiada com Edward, e ele não prestava a menor atenção. Então, quando eles tinham acabado de comer, ele perguntou:

— Que horas Edward te disse para vir?

— As três — disse ela com um pouco de tristeza.

— E já são quatro e meia. — observou Emmet olhando o relógio. — Bella. Não vale a pena esperar ele.

— Quem sabe algo importante o tenha atrasado, ele precisa dessa aula, os problemas de cálculo essa semana são, mais difíceis que os da semana passada, não posso ir.

— Veremos agora que assunto importante o atrasou. — disse Emmet com suspeita.

Pegou seu celular e diante do olhar atento de Bella e Alice apertou um numero na discagem rápida.

Depois de uns segundos de espera impaciente Edward atendeu, Emmet colocou o telefone no viva-voz sem o dizer nada.

— Olá irmão, onde você está?

— Emmet como sempre tão oportuno... — disse Edward irritado.

Escutaram ao fundo umas risadas de mulher, quase como um gemido, uns engasgos e novamente, as risadas.

— Bella está te esperando aqui em casa à uma hora e meia.

— Não me diga que essa garotinha está reclamando, já me esperou antes por quase três horas, não se preocupe, ela não tem nada melhor para fazer, Alice a manterá ocupada.

No fundo, novamente, se escutava a voz feminina dizendo 'Edward, volta'. Ele respondeu com o tom irritado 'Pare, Laureen, espere…'

— Edward, só me diga uma coisa, estão com ou sem roupa?

— Isso com você não soa erótico Emmet, por mais doce que seja sua voz, as meias contam como roupa?

— Desliga isso! — ordenou Alice para Emmet, vendo o rosto de Bella com angústia, ela com os olhos fechados para evitar as lágrimas, mas escutava tudo.

— É horrível ter sexo com as meias, ainda que seja por dignidade tire-as.

— Laureen não se importa, certo querida?

Mais risadas tontas como resposta.

Bella tirou os óculos, os olhos se iluminaram com lágrimas que finalmente não pode mais conter. Isso era humilhante. Até que ponto chegaria a se rebaixar? Um soluço involuntário escapou da sua boca, ao qual alertou Alice, que de imediato desligou o celular de Emmet cortando a chamada.

— Não deve ser tão cruel. — sussurrou em voz baixa.

— Cruel? Tenho que descê-la da nuvem, a pobre deve se dar conta do tipo de homem com que desperdiça seu tempo — também sussurrou.

Bella se recompôs, fez um grande esforço para sorrir, mordeu o lábio com força quase até sair sangue, e com a certeza de que não podia julgar Edward quando nem se quer chegavam a ser amigos, se preparou para sair.

— Pelo visto Edward está muito ocupado, vou para a casa.

— Alice e eu te levamos.

— Não é necessário, trouxe minha caminhonete.

— Bem, então te seguimos em nosso carro, é cedo, podemos jantar por ai, conversar um pouco — propôs Emmet, ansioso para que ela aceitasse.

Bella hesitou.

— Não posso, devo fazer umas coisas em casa.

— Mas se estava disposta a esperar Edward até quem sabe que horas, não tem desculpa, nos divertiremos um pouco. — disse Alice.

— Certo, não tem desculpa — Emmet a segurou pela cintura e a colocou nos seus ombros para levar a garagem.

— Deixe-me — Bella tentou soltar-se.

— Não tem escapatória, o tempo que tinha para um só Cullen, agora o investirá em dois, é todo um negócio.

Bella não teve mais remédio a não ser sorrir sinceramente diante dos esforços de Emmet para alegrá-la.