N/A: Antes de começar o capítulo, um resumo de tudo o que aconteceu para lembrar àqueles que leram há mais de um ano essa história. Deixo as desculpas e o falatório para o final.

Lily Evans, nascida e criada na pequena cidade de Sunset Ville pretendia partir na noite do casamento de sua melhor amiga, Charlotte, para uma busca pelo homem que assassinara sua mãe. No próprio casamento ela conhece Sirius Black, um pirata procurado, e faz com ele um acordo: ela concorda em ser sua refém para que saia ileso do casamento de um Comandante da Marinha Britânica e ele deve levá-la até o Capitão Potter. Sirius cumpre sua promessa, mas não leva Lily ao homem que esperava e sim ao filho dele, que afirma que o pai está morto há alguns anos. Lily conhece Remus Lupin, um homem vítima de uma maldição hereditária que tem sua primeira e talvez única chance de se salvar da maldição que o impede de estar em alto mar durante a lua cheia. Para isso, no entanto, Lily deve ir com os piratas para uma ilha falar com um velho mago e, em seguida, partir para onde quer que o homem ordene. Lily descobre ter sangue mágico e parte para uma nova ilha, onde intencionam negociar com a Senhora dos Mares pela cura de Lupin. No caminho, ela descobre mais sobre os piratas com quem viaja e se aproxima de verdades sobre as quais nunca imaginou.


A Senhora dos Mares

Capítulo 7

Jormungard

As informações de Dumbledore despertaram diferentes reações entre as pessoas do navio. A maior parte dos tripulantes se agitou e aumentou sua hostilidade com relação a Remus. Outra parte apelou para suas crenças, principalmente no senso de justiça da Grande Senhora. Sirius permaneceu indiferente, sabia que Will cuidaria de seu navio, uma vez que era seu substituto legítimo, e, além disso, todos os que lhe importavam estavam ali, com duas raras e belas exceções que provavelmente ficariam melhores sem ele. Remus fechou-se totalmente, o sol que parecia iluminá-lo por completo fora eclipsado pelo monstro servo da Rainha e a perspectiva da morte de toda a tripulação do Esmeralda. Lily estava confusa, não tinha real noção do perigo representado por Jormungard, pois não passara sua vida ouvindo histórias sobre ele durante a noite; no entanto, o que ouvira dos piratas fora suficiente para sentir muito medo. James, por outro lado, estava mais tranquilo que antes. A garantia de Dumbledore de que os temores dele não tinham real fundamento parecia ter ofuscado o fato de que morreriam se a proteção do velho mago falhasse e não chegassem a tempo em terra firme.

- Como você pode estar tão calmo? – uma aflita Lily lhe perguntara na noite seguinte.

- Por que eu não estaria? – ele perguntara de volta enquanto passava o dedo indicador pela madeira do leme.

- A lua cheia surgirá em algumas horas – a ruiva disse num tom óbvio.

- Sim. Acontece todos os meses – ele brincou com suavidade, tirando os olhos do horizonte e fitando-a.

Lily encarou-o, irritada. Os gracejos do Capitão sempre a faziam pensar que não era levada a sério.

- Dumbledore disse que tudo terminaria bem – o pirata disse, como se aquilo explicasse tudo.

- E depois disse que se não zarpássemos rapidamente, nem mesmo ele poderia nos salvar da ira de um monstro mágico – argumentou Lily.

- Ele não desdisse o anterior – explicou ele calmamente. – Quer dizer que o que temos que fazer é apenas uma parte do necessário para que tudo dê certo.

- O senhor tem certeza?

- Não. E sim. – Ele riu da expressão de impaciência dela. – Confie em seu Capitão, Lily. Eu alguma vez falhei com você?

A moça olhou-o por alguns segundos, puxando pela memória as informações de que precisava para responder.

- Não – respondeu, franca. – Mas dessa vez é diferente, não estamos falando de piratas maus, e, sim, da ira da Grande Senhora.

- Não se preocupe – disse Potter. – Não deixarei que nada de mau aconteça a esse barco.

Ainda que comoventes, as palavras dele não convenceram Lily, que continuou andando, agoniada, pelo barco, buscando o que fazer. Se o que precisava para ter sucesso na lição de Dumbledore era de tranquilidade, nem adiantaria tentar agora que seu coração retumbava em seu peito, preocupado com tudo o que estava acontecendo e poderia vir a acontecer.

Enquanto pensamentos de uma morte por afogamento ou devorada por um monstro marinho passavam pela cabeça da enfermeira, todas as velas eram abertas e o barco era esvaziado para aliviar o peso e aumentar a velocidade: primeiro lixo, depois saques inúteis, depois metade do carregamento de pólvora e de rum – tudo foi jogado no mar, quase como um tributo por suas vidas.

O sol parecia correr desesperado pelo céu enquanto o mar adiante e atrás era sempre o mesmo. Pelos cálculos de James, se continuassem com aquela velocidade – o que dependeria do vento e do mar –, levariam pelo menos quatro dias para chegar em terra firme, de modo que certamente estariam à mercê de Jormungard e dependentes da intervenção à distância do homem que os guiara até ali. Restava-lhes apenas confiar e esperar pelo melhor.

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O sol mergulhava suavemente no mar, lançando seus últimos raios de calor e segurança sobre o Esmeralda. A tripulação estava em polvorosa, ninguém cumpria suas obrigações. Potter não se importava; o Capitão tinha as duas mãos no leme, os olhos fixos no horizonte a leste.

- James – Remus chamou-o, a voz baixa.

Potter olhou-o, indicando estar prestando atenção.

- Gostaria de dizer que estou pronto para fazer o que for melhor para esse navio – disse o pirata, engolindo em seco. – Não farei nada que meu Capitão não deseje, mas estou disposto a pular em alto mar antes de a lua cheia surgir.

- Certo – respondeu o outro, sério. – Fico satisfeito. Mas vamos esperar para ter certeza de que Dumbledore não conseguirá nos dar suporte.

- Tem certeza? Talvez seja melhor que eu esteja longe daqui quando a noite cair.

- É claro que tenho certeza – disse quase rudemente, voltando seu olhar para o horizonte. – Volte para suas funções, Remus.

O homem saiu, a cabeça baixa, o olhar mais soturno que nunca. Potter inspirou profundamente, incomodado com o modo como teve que tratar o amigo. Era difícil ver Lupin daquela forma e mais doloroso ainda pensar que a opção dada pelo pirata estava mesmo em sua mente, mas como última solução.

O alto mar nunca pareceu tão silencioso quanto naquele crepúsculo. Todos, com as respirações presas pelo medo que lhes preenchia a garganta, fitavam o oeste, onde o sol mergulhava no oceano, lançando seus últimos raios rosa-alaranjados para o céu.

Lily estava estática, ladeada por Potter e Black, controlando o impulso infantil que a fazia desejar segurar as mãos dos dois. Era bobagem, sabia. A única pessoa que poderia garantir sua segurança era Dumbledore e ele provavelmente se indignaria caso ela tentasse segurar suas firmes e enrugadas mãos naquele momento.

A ruiva virou-se ao ouvir um pequeno alvoroço e surpreendeu-se ao notar que os homens haviam encontrado distração em apostar sua sobrevivência ou morte.

- Você pode ficar com meu dente de ouro se morrermos, jovem Sam. É preciso mais que uma maldição para derrubar o Esmeralda – garantiu o pirata vesgo.

- Me contentarei com minha própria vida, senhor – garantiu o garoto, sorrindo fracamente.

Lily não pode evitar sorrir também. A fé que colocavam no barco e em seu Capitão – Potter fizera um breve discurso sobre como acreditava que sobreviveriam e como, caso morressem, deveriam fazê-lo como homens honrados (Steve havia afirmado que seria sua primeira e última atitude honrada, fazendo todos rirem) – era impressionante. Não que todos partilhassem da opinião de Larry. Era óbvio que certos piratas não acreditavam sequer em suas mães e, de fato, apenas respeitavam James como seu líder. A maior parte deles estava tão certa de seu fim que mesmo se a própria Grande Senhora surgisse ali, continuariam resmungando seus pecados e pedindo a intervenção de uma Dama do Templo em sua Passagem. Mas alguns deles realmente acreditavam e isso impressionava Lily.

- São grandes homens – murmurou James, observando a direção do olhar dela. – Grandes, porém desgraçados. Não é justo que terminem assim.

- Pensei que tinha certeza de que tudo terminaria bem – ironizou a moça por hábito.

- Não tenho certeza de nada – sorriu o homem. – Mas exatamente por acreditar ser injusto é que não deixarei que esse seja o fim.

- Você se arrepende? – a pergunta saiu antes que pensasse melhor sobre fazê-la.

- De quê? – James perguntou, mas ela sabia que ele havia compreendido perfeitamente.

- De ter feito tudo isso por Remus.

Potter ergueu o queixo e analisou os raios de sol finais se perdendo na imensidão azul escura.

- Não há lugar para arrependimentos no mar.

Eles se encararam por longos segundos.

- Capitão! – o grito de um dos marujos tirou-os daquele momento peculiar. – Tem algo a leste.

James virou-se imediatamente para a direção indicada. Havia algo diferente ali, as águas se comportavam de maneira estranha, como se houvesse um navio invisível incrivelmente rápido vindo. Não era possível ver nada, mas o mar estava repleto de espumas que indicavam movimento e havia espinhos acinzentados aparecendo e desaparecendo com as ondas, como dezenas de tubarões se movendo juntos.

- Deus nos proteja – sussurrou Lily, fechando os olhos.

- Quanto tempo até que nos alcance, Sam? – perguntou James, sério, ainda com os olhos fixos no horizonte oposto ao que o sol se punha.

Sam trepou no mastro principal e subiu pelas cordas com extrema destreza até alcançar a cesta no topo. Foram necessários alguns segundos para que ele respondesse, seguro:

- Não mais que cinco minutos, Capitão.

- A Grande Senhora é sempre pontual – disse Sirius, sério. – O sol não deve levar mais que cinco minutos para desaparecer definitivamente.

- É a primeira vez que Remus está em alto mar durante a lua cheia? – perguntou Lily, aflita.

- Sem perspectiva de alcançar qualquer pedaço de terra, sim – respondeu James. – Mas já estivemos a algumas milhas de um porto durante o crepúsculo.

- Loucos – o sussurro da moça foi ignorado pelas conversas altas dos homens.

- Assumam suas posições nos canhões, senhores – ordenou Potter, cerrando os olhos. – E mantenham silêncio para ouvirem bem quando eu mandar lançarem fogo.

Os homens se movimentaram rapidamente pela escada que levava ao interior do navio, rumo aos canhões. Haviam deixado tudo preparado quando se livraram de parte da carga para alcançar maior velocidade. Sirius empurrava pólvora para dentro do cano de seu revólver com estranha tranquilidade. O velho Gary se aproximou de James, no timão, e depois de alguns gestos, assumiu a posição do Capitão, que caminhou até uma das amuradas do navio e se inclinou em direção ao mar, falando com os marujos por pequenas janelas.

- Tudo preparado? – ele perguntou, a voz grave e incrivelmente autoritária.

Um coro positivo respondeu.

- Capitão, menos de um minuto – o medo era transparente na voz de Sam ao dar aquele aviso.

- Armem os canhões – a ordem de James, por sua vez, não deixou transparecer qualquer sentimento, ainda que o coração do pirata retumbasse em seu peito. Ele deixou os olhos escorregarem aflitos para Lily, parada no meio do castelo da proa, parecendo mais perdida que nunca. – Ao meu sinal!

O Capitão caminhou até Lily e segurou seu braço delicado, levando-a até o mastro principal com bastante pressa.

- Segure-se às cordas – ordenou, estendendo a ela uma corda grossa. – O navio vai balançar quando os canhões dispararem, é melhor estar segura a ele e longe da amurada.

- Não seria melhor se eu ficasse no seu camarote, senhor?

- Não – respondeu simplesmente, deixando a ruiva ali e caminhando até a amurada. A verdade é que queria mantê-la sob suas vistas para garantir sua segurança, e mesmo que tivesse a coragem necessária para explicar-lhe, não haveria tempo.

- James – chamou Sirius.

O Capitão caminhou até lá. Sirius, Sam, Luke e Remus estavam posicionados estrategicamente para informar-lhe o que ocorria em todos os lados do navio. O que viu fez os pelos de sua nuca se arrepiarem. Jormungard era tão grande e apavorante quanto diziam as lendas – talvez mais. Suas escamas cinza-arroxeadas brilhavam à luz da lua cheia, fazendo com que as dezenas de espinhos espalhados por seu corpo de cobra do mar parecessem ainda mais ameaçadores. Mas nada jamais se compararia à cara daquela criatura: dezenas de dentes pequenos e pontudos eram visíveis em sua boca fechada, um enorme chifre se erguia no topo de sua cabeça e dele saiam finas cobras vermelhas, tão pequenas perto de sua grandeza que pareciam fios de cabelo; finalmente, haviam os olhos. Dezenove olhos verde-musgo de pupilas verticais que pareciam devorar o navio.

Pela primeira vez naquela noite, James teve medo. Medo de não ser capaz de salvar a todos. Aquela criatura era um servo da Grande Senhora, era infinitamente poderosa e cruel. Como poderia fugir?

- ATENÇÃO – o grito de James saiu mais firme do que ele imaginara ser capaz quando viu o corpo musculoso e esguio da criatura se contorcer como uma serpente prestes a dar o bote. – Preparem-se para atirar a bombordo!

Como o Capitão previra, aconteceu. Jormungard contraiu o corpo e em seguida se esticou, saltando em direção ao barco.

- FOGO! – o berro veio de James, mas também de Sirius, Luke e Sam.

Estrondos estremecedores sucederam a ordem de lançar fogo. Lily sentiu-se ser lançada para estibordo, mas segurou-se firmemente à corda, conseguindo manter-se de pé. Seus olhos corriam aflitos pelo convés, mas, de onde estava não conseguia ver nada.

O monstro foi pego desprevenido, perdeu o equilíbrio quando as balas de canhão se chocaram contra sua carcaça azulada. Ele caiu no mar com toda a força de seu peso, espalhando água sobre todo o Esmeralda e criando ondas grandes o bastante para fazerem o barco virar.

- PREPAREM FOGO NOVAMENTE – gritou James, estendendo a mão para um Sirius tão ensopado quanto ele se erguer do chão. – VIRE-NOS DE FRENTE PARA ELE, GARY!

Gary não precisou de uma segunda ordem. Seus braços fortes giraram o timão com experiência e o seguraram para que o giro lento do barco os levasse à posição desejada.

Jormungard já retornava como se nada tivesse acontecido. Ergueu seu grande corpo e preparou um novo bote em direção à frente do navio. Dessa vez estava próximo o suficiente para que mesmo Lily o visse e o grito da moça foi inevitável, juntamente com seu desesperado pedido de socorro ao Criador.

A ordem de ataque foi imediata e, dessa vez, algo diferente aconteceu. Uma das balas acertou um dos olhos da criatura e isso pareceu afetá-la mais fortemente que os tiros na pele viscosa. Um líquido amarelo gosmento saiu do ferimento e o som que a criatura emitiu encheu o oceano de pavor. O grito agudo, alto e cheio de crueldade foi abafado pela água salgada.

Levou alguns segundos a mais para que voltasse a emergir. Dessa vez Gary não precisou de uma ordem para virar o barco e apontar os canhões de estibordo para o monstro. Jormungard se ergueu e algo no urro do servo da Grande Senhora deu a James a certeza de que dessa vez não haveria escapatória, ele estava irritado demais.

Aquele salto de Jormungard foi mais rápido que os anteriores, a maior parte das balas de canhão se perderam no mar sem jamais encontrar suas escamas duras. O monstro se contorceu no ar e caiu em direção ao convés, pronto para destruir o barco inteiro.

Várias coisas aconteceram nos poucos instantes entre o salto e a queda da criatura. James correu em direção ao mastro principal, Gary arriscou uma manobra de inversão de sentido para tentar tirar o barco de onde estava e evitar a colisão, Lily caiu de joelhos orando ao seu Deus por salvação.

Nenhuma dessas ações realmente se completou, pois uma forte luz branca tomou conta do Esmeralda e, como se houvesse em torno do barco uma parede invisível e elástica, Jormungard bateu e voltou a cair de volta na água com força, tornando a espirrá-la e criar fortes ondas.

- Que diabos... – a voz de Sirius foi ouvida enquanto ele se punha de pé de sua última queda.

Potter estava no chão, havia caído com o forte balanço do barco e arranhado suas mãos. A alguns metros dele, Lily estava deitada de bruços, gemendo baixinho de dor.

- Eu disse para não soltar a bendita corda... – começou o Capitão a resmungar.

- James, olhe! – Lily apontava para um ponto próximo à entrada que levava ao camarote do Capitão.

A cerca de um metro do chão do convés, pairava um orbe mediano, branco, cintilante e de aparência fluida.

- Capitão! – Sam chamou, apontando para Jormungard, que tornava a se jogar contra o navio.

James não se mexeu. Em seus lábios, formava-se um sorriso tão tipicamente dele que não haveria outra forma de descrevê-lo, exceto como um sorriso James Potter. O Capitão se jogou de encontro ao mastro, agarrando com uma mão a corda, e, com a outra, o braço de Lily.

O monstro tornou a se chocar contra a barreira invisível e a cair no mar, gerando ondas gigantescas e ensopando o convés.

- Como você... – a pergunta de Lily nunca foi completada.

- James? – Sirius tornou a se erguer e caminhar até o Capitão, espalmando a roupa molhada como se ali houvesse alguma poeira incômoda.

- Gary, volte para nossa rota – ordenou James enquanto ajudava Lily a se erguer, o sorriso jamais saindo de sua face. – Avise aos homens que podem voltar ao convés, Sam. Não há mais perigo.

Remus apareceu diante do Capitão, pálido como uma nuvem de inverno, os olhos castanhos arregalados.

- Como? – foi tudo o que ele conseguiu expressar.

- Dumbledore – respondeu Potter, dessa vez rindo. – Ele conseguiu. Eu sabia!

- Ah, sim. Notei que você sabia quando saiu correndo, Capitão – ironizou Sirius.

- Pelo menos consigo me manter de pé – resmungou de volta, tranquilo. – Limpem o convés, marujos. Pode ser que fiquemos um pouco molhados e não tenhamos a noite mais calma de todas, mas estaremos seguros.

Os homens comemoraram mais ainda quando James anunciou uma noite de muito rum e jogos.

Lily ainda estava estática, assustada e confusa. Compreendia o que tinha acontecido, mas não conseguia acreditar. Por alguns instantes, realmente acreditara que morreria, reveria sua mãe e talvez pudesse dar uns tapas em Ulisses Potter. Ou melhor, não, pois Potter, certamente, estaria no inferno, pagando por seus pecados.

- Lily? – a voz de Sirius a despertou de seus devaneios. – Vamos, é hora de comemorar!

- Não – interrompeu James. – Você vai dormir. Precisamos saber o que Dumbledore tem a nos dizer.

- E perder toda a diversão? – indagou o pirata.

- Sim – respondeu o Capitão.

O barco sacudiu assustadoramente e Sirius a muito custo manteve-se de pé.

- Ora, e como acha que vou dormir com todo esse movimento?

- Você tem o sono de um urso no inverno, Sirius – respondeu James.

- Talvez ele deva ficar no seu quarto – disse Lily. – Pelo menos até Dumbledore entrar em contato.

- Não precisa – garantiu James. – Ele vai ficar excelentemente bem numa rede. Tentaremos não fazer barulho.

- O único que provavelmente não vai fazer barulho aqui é Gary – resmungou Sirius.

- Tanto faz – James deu o assunto por encerrado. – Vamos até a cozinha ver como está tudo por lá.

Eles pararam na metade das escadas e não se surpreenderam em ver que, além de encharcada, a cozinha estava uma bagunça. Os solavancos dados pelo Esmeralda haviam feito com que todos os utensílios do local se espalhassem, juntamente com os alimentos que haviam estado ensacados a um canto. A lenha usada no fogão estava úmida.

- Acho que vamos precisar de ajuda aqui, Capitão – murmurou Lily, suspirando.

James concordou com a cabeça e subiu para chamar alguns marujos. Lily começou a recolher panelas e colheres e levar para o balcão. Rapidamente os homens chegaram e começaram a tirar a água do local com pequenos baldes.

Rupert recolheu e ensacou os alimentos rapidamente com o auxílio da ruiva. Em poucos minutos, uma apimentada sopa de legumes e carne fervia sobre o fogão. Lily descobriu que havia uma pequena reserva de lenha que ficava protegida em sacos de arroz dentro do porão do navio para o caso de adversidades, tais como tempestades e, a moça acrescentou em pensamento, ataques mal-sucedidos de monstros marinhos.

Em algumas horas, o navio estava razoavelmente reposto. Jormungard parecia ter percebido que não estava tendo sucesso em seus ataques e, James suspeitava, poderia ter finalmente sentido alguma dor.

Logo depois do recolhimento de Sirius e Remus – o segundo havia se declarado indisposto e dispensou a comemoração –, os piratas se juntaram para beber e jogar cartas. Dadas as condições, eles dormiriam ao amanhecer, mais exatamente quando a lua se fosse. Obviamente alguns piratas permaneceriam de vigília durante o dia, mas haveria uma inversão de horários no navio.

Lily se distraiu assistindo a diversão dos homens, mas não se juntou a eles. Algo havia mudado em sua mente naquela noite. Ainda que houvesse aceitado tudo o que ouvira – a maior parte devido às provas incontestáveis que haviam se colocado diante dela –, tinha visto tudo como um sonho mágico e impressionante. Naquela noite, no entanto, sua vida havia estado em risco por causa de um monstro que havia sido enviado devido a uma maldição hereditária, por uma entidade que até um tempo atrás ela desconhecia totalmente. E, para além de tudo isso, a magia havia salvado sua vida. De algum modo, Dumbledore havia salvado um barco inteiro de uma cadeira qualquer em sua exótica casa, numa velha ilha pirata.

- Rum? – a voz de James a fez ter um leve sobressalto.

- Obrigada – ela murmurou, bebericando levemente o copo que lhe fora oferecido e fazendo uma grande careta, como de costume.

James assistiu esse rápido evento com um leve sorriso e em seguida sentou-se ao lado dela, nos degraus da escada que levava ao topo do castelo da proa.

- Tudo bem com você? – perguntou o pirata, tomando um grande gole de sua bebida.

Ela levou algum tempo para responder.

- Sim – suspirou lentamente. – Um pouco assustada, talvez.

- Não se preocupe, mais da metade dos homens desse barco certamente estão assustados.

- Mas eles jamais admitiriam.

- O que só faz o medo deles maior – afirmou o rapaz, os olhos verdes vagando pelo céu. – Meu pai sempre dizia que o temor em assumir um medo é que qualifica um covarde.

Lily permaneceu em silêncio, absorvendo as palavras dele.

- Talvez – concluiu ela, finalmente. – Talvez seu pai tenha sido um homem mais sábio do que eu supunha.

Dessa vez James guardou silêncio.

- Vou me deitar – anunciou a moça, entregando a ele seu copo. – Pode ficar com o restante do meu rum.

- Tenha bons sonhos, Lily.

- Boa noite, James.

Ela saiu e James observou o líquido do copo balançar suavemente. Não podia evitar sentir inveja daquela bebida por ter tocado os lábios de Lily.

- Inferno – resmungou, virando toda a bebida de uma vez só e sentindo o líquido ferver na garganta.

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Dumbledore não entrou em contato com Sirius, o que o deixou ainda mais irritado por ter sido obrigado a dormir. O Capitão insistiu que ainda assim era bom que tivesse descansado, pois pode assumir o leme pela manhã, quando os marujos se recolheram.

Remus fez companhia a ele até o almoço. Ainda mais calado que de costume, Lupin não conseguia disfarçar sua ansiedade e aflição. Seus olhos castanhos sempre vagavam em direção ao exótico orbe brilhante que flutuava logo abaixo do castelo da proa e, ainda mais frequentemente, para as águas plácidas do oceano sem fim.

O dia se passou calmo, mas vigilante no Esmeralda. Não houve nenhum acontecimento inesperado. A noite também não foi diferente da anterior: Jormungard se lançou contra o navio em vão, houve muito balanço e água salgada no convés, mas nada que não pudesse ser cuidadosamente contornado pelos experientes marujos.

Naquela segunda noite, Dumbledore também não falou com Sirius em seus sonhos e James demonstrou o mínimo de preocupação que conseguiu com esse fato. Em seu interior, sentia que algo estava errado se o velho mago não havia ordenado a Roxanne que entrasse nos sonhos de Sirius para se vangloriar de sua grande sapiência. Manteve em segredo, no entanto, de todos, pois sabia que nenhum dos tripulantes de seu navio necessitava mais preocupações.

Lily decidiu falar com Remus naquela manhã. Não tinha exatamente um assunto para tratar, mas sentia que deveria falar com o pirata, nem que fosse apenas para demonstrar seu apoio de amiga.

A ruiva o encontrou recostado à amurada da proa e antes mesmo de dizer "olá" se assustou com a aparência dele. Seus olhos estavam inchados, uma grande sombra azulada os envolvia. Sua pele estava pálida e ele parecia extremamente enfraquecido. Até mesmo o cumprimento monossilábico que dirigiu a Lily pareceu requerer um imenso esforço de sua parte.

- Remus, o que está acontecendo? – ela tentou não parecer tão assustada quando perguntou, mas notou que seu desejo foi vão.

Ele tentou sorrir, mas tudo o que conseguiu foi direcionar a ela uma estranha carranca enfraquecida.

- Não sei bem, nunca aconteceu. Deve fazer parte da... Maldição – disse e, em seguida, respirou profundamente como se dizer aquelas duas frases tivesse necessitado todo o seu fôlego.

Ela permaneceu calada, olhando-o, até que, lembrando-se de como ele odiava quando o observavam com pena, desviou o olhar.

- Parece que – começou, e respirou profundamente – que mesmo que eu consiga sobreviver no mar, quanto mais tempo permaneço nele, mais fraco fico.

Lily juntou as mãos junto ao rosto numa oração aflita, voltando a fitá-lo.

- Como se não bastasse persegui-lo, ela ainda o torna mais incapaz de se proteger – disse a moça, sem conseguir disfarçar sua indignação.

- A Grande Senhora não comete erros – murmurou ele, sentando-se no chão sujo do convés e fechando os olhos. – Está ciente das mágicas que os magos sabem fazer.

- Há algo que eu deva saber, Remus? Além do óbvio que estou vendo? Os outros sabem o que está acontecendo?

- James não sabe, eu o tenho evitado e ele – o pirata fez uma nova pausa para inspirar – tem respeitado minha decisão. Sirius não notou também, porque não nos falamos hoje. Está muito pior que ontem.

Lily não soube o que dizer. Abaixou-se e estendeu a mão branca e tocou a dele.

- Não estou conseguindo respirar, Lily. É como se um passo exigisse o mesmo que correr uma milha. – A pausa dessa vez foi decisão dele. – Estou com medo.

- É claro que está. – Ela apertou a mão dele. – James disse algo duas noites atrás... Ele disse que o homem corajoso assume seus medos, enquanto o covarde os esconde.

- Sim. Mas não tenho medo por mim... É por todos nesse barco. Esses homens não estão dispostos a morrer por mim. E mesmo os que estão... Eles não deveriam precisar fazer isso.

- Ninguém está em perigo. Dumbledore está olhando por nós. Deus está olhando por nós.

Uma nova carranca estranha surgiu na face do pirata.

- Não creio que o seu Deus tenha autoridade sobre a Rainha dos Mares, Lily. E quanto a Albus... Ele mesmo disse que não sabe quanto tempo pode nos ajudar. Há dias que não vemos sequer um pedaço de terra e não há perspectiva de que isso vá mudar. Eu estou condenado, Lily. Não deveria ter decidido ser um homem do mar. Eu condenei todos vocês quando tomei essa decisão infeliz.

Dessa vez, devido às muitas palavras que disse, Remus recostou a cabeça na amurada e fechou os olhos, buscando o ar.

- Não seja imbecil – resmungou ela, a voz forte e autoritária fez Remus abrir os olhos cansados com surpresa. – Se não quer que sintam pena de você, pare de sentir pena de si mesmo.

A surpresa do pirata era tamanha que, por alguns instantes, ele esqueceu todo o sofrimento que sentia e admirou aquela atitude.

- E não me olhe com essa cara. Estou cansada de vê-lo zanzar por esse navio como um morto-vivo sem rumo. Você tem um objetivo: chegar à Ilha e se livrar da maldição. Além do mais, não é como se esses marujos não tivessem decidido viver perigosamente quando aceitaram fazer parte desse navio. Todos estavam cientes do risco. – Ela respirou profundamente antes de prosseguir. – Erga-se e lute por você ao invés de lamentar-se por eles.

Provavelmente Remus não diria nada a seguir e, mesmo que desejasse fazê-lo, Lily não teria lhe dado tempo. A ruiva levantou-se e, com um último olhar firme para o pirata, afastou-se em direção ao camarote de James.

Quando entrou no recinto pequeno, não pode impedir que lágrimas quentes fervessem em seus olhos. Nunca tratara ninguém assim, tampouco sabia se era o certo. Desejara confortá-lo por tudo o que vinha passando e tudo o que fizera fora bronquear-lhe por estar agindo com tanta fraqueza. O que dissera a Remus inevitavelmente a fizera lembrar-se de que ela mesma passara os últimos anos de sua vida alimentando o desejo de uma vingança. Como se o que o velho Capitão Potter tivesse feito fosse a razão de toda a sua desgraça. Era fácil demais culpar uma única pessoa e se apoiar naquilo para justificar sua infelicidade. Mas que sentido havia? Se não tivesse aquela maldita aspiração, talvez estivesse agora casada com um belo tenente e cercada de crianças barulhentas.

Agora ela via o tamanho de sua estupidez, a amplitude de sua infantilidade. Em que uma vingança a ajudaria? Faria seu pai voltar à sua posição na Marinha? Sua mãe retornaria à vida? Não, nada disso jamais poderia acontecer. Não por meio daquela ridícula vingança. Por que diabos partira de Sunset Ville? Petunia provavelmente estaria tratando o Sr. Evans como o bêbado idiota que acreditava que ele era desde que perdera todo o seu dinheiro.

Antes que o pensamento infeliz de que agora estava presa a um barco onde um pirata amaldiçoado fazia com que a vida de todos ali estivesse em risco, ela se impediu. Bastava de lamentar o passado, as decisões já haviam sido tomadas. Bastava de pensar em como tudo teria sido se cada pequena coisa do mundo tivesse sido diferente. Seu único objetivo agora seria retornar aos que amava e seguir sua vida como uma garota normal.

Ela secou as lágrimas da bochecha com agressividade e caminhou até a mesa de James. Já que estava ali, não faria mal averiguar suas suspeitas. Estaria realmente morto o velho Capitão Potter? Se os piratas eram capazes de ser gentis com uma moça forasteira, por que não mentiriam para proteger o velho Capitão do Esmeralda? Ou, simplesmente, para obedecer a uma ordem de seu atual Capitão?

Sem mais reflexões, ela guardou seus sentimentos desconexos em algum canto de sua mente e puxou delicadamente os pergaminhos das gavetas de James. Talvez houvesse alguma carta ou recado, qualquer coisa que indicasse que Potter estava vivo.

Mais tarde, naquele mesmo dia, ela pensaria em como uma pessoa era capaz de se enganar para não ver a verdade.

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A noite chegou, fria e implacável. Todos já estavam preparados para lidar com o que aconteceria quando Jormungard se aproximasse. Aquela era uma das vantagens de viver uma vida errante: uma nova rotina era facilmente adotada e quase nunca contestada.

O vento rugia gélido nos ouvidos de Lily enquanto ela caminhava com seus passos curtos e rápidos em direção ao Capitão. Ela alcançou James e lhe estendeu um casaco de pele de raposa que havia encontrado no baú velho de Sirius.

- Vista, por favor – pediu num tom que fez Potter lembrar-se de sua mãe. – Está frio, você vai acabar pegando um resfriado.

Ele obedeceu em silêncio, evitando tirar as mãos do leme enquanto vestia o pesado casaco. Seus olhos não saíram do horizonte escuro.

- Capitão – ela chamou cautelosamente, mudando a forma de tratá-lo. – O senhor me permitiria fazer uma pequena sugestão?

Ele a fitou, o rosto ainda inexpressivo.

- Diga, Lily.

- Espero que não considere uma intromissão ou... Ofensa. Mas acredito que mesmo um líder deve compartilhar suas preocupações ocasionalmente.

- O que você quer dizer?

- Sei que está preocupado, sei que algo o incomoda – ela disse. – Sei também que acredita não precisar dizer nada a ninguém para que ninguém mais se preocupe. Mas, senhor, temo que não seja a melhor solução.

Potter voltou a direcionar seu olhar para o oceano sem fim. O pirata mordeu o lábio inferior por um instante antes de dizer:

- Certo. Obrigado pela sua preocupação.

Não era a resposta que ela esperava. Queria que ele se abrisse com ela, contasse o que o incomodava e se livrasse daquele peso. Antes, no entanto, que pudesse dizer qualquer coisa malcriada a ele, o pirata sorriu levemente, fechando as pálpebras de cílios longos e meneando a cabeça devagar algumas vezes.

- Não consigo entender que armadilha do destino a trouxe para o Esmeralda, Lily.

Ainda que seu desejo fosse dizer "que diabos vocês está dizendo, Potter?", ela apenas questionou:

- O quê?

- Você não deveria estar aqui. Seu lugar não é junto a cinco dezenas de homens rudes e sem rumo – disse simplesmente.

Aquilo a pegou de surpresa.

- Não sei onde estava com a cabeça quando decidiu procurar o Capitão Potter que arruinou a sua família.

- Eu não o entendo.

Ele balançou a cabeça com força.

- Deixe pra lá. Você tem razão, estou preocupado. Temo que possamos não sobreviver. E vê-la aqui, expressando sua preocupação com minha saúde e com meus pensamentos só me faz odiar ainda mais o fato de termos sido tão inconseqüentes.

- "Não existe lugar para arrependimentos no mar" – ela enunciou, erguendo as sobrancelhas com altivez. – Um homem certa vez me disse.

- É verdade. Não há como voltar atrás, só há sentido em seguir adiante. Há dois dias chegamos em um ponto onde, segundo o mapa, estamos mais próximos da ilha que do continente de onde viemos ou de qualquer outro pedaço de terra flutuante.

- Bem – disse ela, mantendo a voz firme e displicente. – Tenho plena confiança de que a sua decisão foi a melhor a ser tomada.

- Mesmo? – ele perguntou, cerrando os olhos e fitando-a com suspeita e ironia. – Não vai me culpar e amaldiçoar se esse navio afundar?

- Oh – ela murmurou. – Eu não culparia alguém fraco como você. Eu culparia a Grande Senhora e seu imensurável egoísmo.

- Somos donos do nosso destino, Lily.

- Prove – ela lançou e se afastou em direção a Larry.

James não teve muito tempo para refletir aquela rápida conversa.

- Capitão – o grito veio de Sam, do alto do mastro principal, desviando sua atenção. – O monstro acordou.

Potter não precisou dar nenhuma ordem, todos já sabiam o que fazer. Tomaram suas posições, afastaram-se das amuradas e esperaram. Sirius e Remus chegaram juntos ao convés, o que deu a Lily a certeza de que haviam estado discutindo a situação do homem amaldiçoado. Ela sorriu ao ver que Remus parecia mais firme, mais decidido.

Quando Jormungard se aproximou, veio lento e tranqüilo. Alguns no Esmeralda até consideraram a possibilidade de que ele finalmente houvesse desistido de suas investidas vãs contra o navio e agora esperasse uma nova ordem de sua senhora. Talvez estivessem salvos. Nos dez segundos seguintes tantas coisas aconteceram para provar o contrário que aos tripulantes lhes pareceu que foram horas.

Todos relaxaram por um instante, mas a gigantesca cobra se contraiu, no que imediatamente foi reconhecido como o movimento que precedia o bote. Os homens correram para voltar a seus lugares e se segurarem, alguns até chegaram a conseguir, mas foi em vão. A grande serpente marinha que servia à Rainha não se chocou contra a parede invisível que os tinha salvado nos últimos dois dias. Ela sobrevoou o Esmeralda e um dos gigantescos espinhos se chocou contra o mastro menor, que jazia sobre o castelo da proa, arrancando lascas de madeira que voaram por todos os lados. Um homem gritou algo e subitamente todos olhavam para o lugar onde, apenas alguns minutos antes, o orbe translúcido de Dumbledore flutuava. Havia desaparecido. Jormungard caiu na água salgada, do outro lado do mar, fazendo o navio balançar assustadoramente e uma chuva de gotas voar sobre o convés. Potter berrou que preparassem os canhões, mas ninguém se mexeu. O monstro tornou se contrair para o terror de todos e o berro de Sirius Black encheu o ar chamando o nome de Remus. Todos olharam, esquecendo-se momentaneamente da ameaça que literalmente saltava sobre eles. Lupin trocou um rápido olhar com Sirius de cima da amurada da proa, antes de se deixar cair para o mar negro sem fim. O monstro se contraiu no ar como se houvesse sido ferido e perdeu o impulso, ia cair sobre o mastro principal. James berrou algo para Larry que girou o leme tanto quanto foi possível, fazendo o barco girar, lento demais, para fora do alcance do servo da Senhora. Jormungard caiu, com um grito congelante, no mar, mas sua grande cauda se chocou contra a murada a estibrodo e arrastou dois homens para o mar. O enorme corpo ofídico se movia como se o monstro sofresse uma enorme convulsão balançando as águas do imenso mar como se fosse uma pequena bacia de água, fazendo o enorme barco balançar perigosamente para tombar a bombordo. Naquele exato momento, Capitão Potter pulou atrás de Lupin, rumo ao mar frio e escuro.


N/B Lívia: UAU! Eu achando que iria respirar decentemente, e você me aparece com um final desses? Diana Warren, isso é uma puta falta de sacanagem! Hahahaha! Mana, tudo aqui foi perfeito! Toda a dosagem de humor, olhares, o pequeno romance entre James e Lily (amei!)... Você consegue pegar os personagens da tia Jô e colocá-los no teu mundo com uma coerência incrível! Agora... Se você se atrever a demorar a escrever o próximo capítulo, serei obrigada a ficar brava! E eu brava sou pior que quando sou venenosa! 'Tindeu, né? Hihi.. Beijos, amada! AMEI demais esse capítulo! Liv.

N/B Sandy: well, well, well (batendo o pé, ritmadamente, no assoalho). Como sempre, narrativa perfeita e final com gosto de quero muito, muito mais (além de querer, obviamente, agredir fisicamente a autora por me deixar louca de curiosidade). E, finalmente! Potter invejando o líquido, pelo simples fato dele ter tocado a boca de Lilly, foi fantástico! Sorry pela demora em betar, querida! Como no ataque final do Esmeralda, muitas coisas aconteceram ao mesmo tempo por aqui... Tanto que estou acabando às 01h19 da manhã... Mas valeu cada letrinha lida! E, não demore muito para escrever... Lembre-se da ameaça da Livs... Afinal, esse mais de metro e oitenta de mulher, quando brava, deve fazer Jormungard parecer, simplesmente, uma criança mimada... Beijos! Alessandra.

N/A: Oi gente! Pois é, eu não morri. Persisto. Bem, aconteceram muitas coisas na minha vida desde que comecei essa fic, dentre as quais posso destacar um fofo namorado que adora tirar meu tempo livre e uma mamãe com câncer que teve que fazer quimioterapia por seis meses. Sei que não é lá justificativa – pelo menos a parte do namorado, porque já faz mais de um ano que estamos juntos – mas eu realmente senti falta de escrever e, com certeza, de vocês. Durante meu desaparecimento, muitas pessoas leram e comentaram essa fic, fazendo com que, de vez em quando, eu a abrisse e escrevesse alguma coisa. Infelizmente nosso sentimento no momento de escrever influencia demais o que vai acontecer na história e a minha tristeza estava levando essa história a virar algo como Black Swan (alguém viu esse filme? Muito bom, né?). Enfim, agora eu estou de volta, espero ter mais tempo, até porque essa é uma fase da fic sobre a qual não tenho dúvidas, tudo está roteirizado e basta deixar os personagens criarem vida.

Quero saber, agora, o que acharam. Se tiveram que ler de novo pra lembrar. Se não pretendem ler de novo, nem voltar a acompanhar. Se me odeiam profundamente. Enfim. Quero saber tudo!

Ah! Assunto recorrente nas reviews: Roxy ou Victoria com Sirius? O que vocês acham?

Reviews:

Roglam: Aqui está sua resposta, querida. A fic continua. Obrigada por gostar tanto dela.

Liis: Yep. Já postei. Que achou?

Alice Dreamer: Muito obrigada! Continuada está. Beijos!

-Nath Krein: Obrigadaaa! Aqui está mais. Gostou?

Mila Pink: Muito obrigada. Que bom que gostou dos detalhes, também são meus preferidos. Um beijo!

DeH: Mais capítulos! Que tal? Beijos!

Fadinha Ruiva: Chuchuzinhaaaaa! Pelo menos você eu ainda terei como leitora. Obrigada! Foi muito bom ler sua review depois de tanto tempo. Aguardo super ansiosa a sua opinião. Beijo!

~Kaah: Hey, garotinha, tome juízo! Tem que estudar, nada de ler fic na hora da aula. Sim, o Sirius é despreocupado o suficiente pra fazer a primeira tarefa primeiro. Te aceitei há mil anos e você já deve estar na faculdade de tanto que demorei, mas aqui está. Senti sua falta! Beijos!

Grace Black: Oooooi! Saudade disso! Aaaah, eu adoro a Roxy também! Tenho tantos planos pra ela. A lua cheia chegou, que tal? Espero você! Beeeeijos!

Priscila Louredo: Brigada, Pri! Fico muito, muito lisonjeada com seus elogios! Beijos miiiil!

Vanessa S.: Obrigada! Espero que essa espera também tenha valido a pena. As aventuras começam de vez nesse próximo capítulo! Um beijo!

Isa Potter: Me mata se eu matar um deles, han? Acho que não. Obrigada pela compreensão. Realmente, a faculdade me mata aos poucos... Mas é um mal necessário. Beijosss!

Cuca Malfoy: Mais pra você. Um beijo!

Monica Black Malfoy: Ooooooi! Siiim, tem que ser o Sirius primeiro, se não ele emburra, chora e faz bico. Também adorei dar um foco maior pra ele, ele totalmente merece. As Damas do Templo! Adoro! Elas serão importantes um dia. Ah, o Dumbledore não pode ser direto nunca e o melhor é que a Roxy entende ele desse jeitinho. Quero saber o que achou desse cap. Beijos miiiil!

zix black: Oie! Quanto tempo! Pois bem, ainda aceito uma capa, se você ainda lembrar dessa história. Brigada por tudo! Beijo!

Kellysds: Nossa, Kells. Li seu comentário e lembrei que você já mudou de chefe, já mudou de área no trabalho, já virou universitária festeira... Que isso, hein? Heiuehiueheiuhe Brigada por tudo, quero urgente ler sua opinião! Te amooo!

Bruna G. Weasley: Cumadreeee! Lembra que o primeiro cap "O Casamento" foi dedicado a você? Nem eu lembrava! Que saudade! Você também falando da Vicky e da Roxy... Ai, esse Sirius. Matar? Não sei, mas pode ser que eu arranque uns pedacinhos. Obrigada por tudo! Te amo! Beeeijo!

Espero não ter esquecido ninguém! Beijos mil!