Avisos no final!

Bom proveito! ;)


Capítulo 16 - Summer Heat.

BPOV.

"PORRA!"

Um soco na lataria do carro. Eu sabia que isso estava vindo, mas não deixou de me dar um susto. Edward estava fumegando de raiva há mais de vinte minutos. Não era de sua natureza guardar agressões físicas por muito tempo. Pelo menos seu foco não era na minha direção e sim o carro. Eu fiquei quieta assistindo a cena, pois sabia que era melhor não abrir a boca para tentar acalmá-lo.

Não era novidade alguma que eu iria ficar em prova final em geometria. Mas Edward certamente não esperava ficar em biologia. Até porque por insistência de seu professor que ele tinha passado para uma turma mais avançada. E por causa de meio ponto, teria que fazer uma nova prova.

Eu tinha prometido ir para casa de Alice - que tinha passado em tudo - à tarde e ajudá-la com a mala. Seria nosso único tempo juntas, pois ela teria só mais dois dias antes de viajar. E eu iria para a Califórnia com Edward e precisava organizar minhas coisas também, em breve.

Para ser sincera, acho que não estava com tanta paciência como imaginava. O estresse de provas, e os benditos red days não me ajudavam muito. Mas eu devia agradecer que tudo tinha terminado - provas, red days e se alguém lá em cima fosse legal comigo, o mau humor de Edward ia junto. Uns diazinhos sem um carinho, e algumas provas e ele já estava começando a me dar nos nervos. E eu não queria isso logo antes das nossas férias.

Dei a volta no carro e sentei no banco do carona esperando que ele parasse o ataque e me levasse logo para a casa de Alice. Amarrei o cabelo em um rabo de cavalo e liguei o ar, já que a irritação e o abafado do verão estranho de Forks resolveram se juntar em um dia só.

Com tudo, menos delicadeza, ele entrou ainda bufando.

"Que horas você tinha que estar lá?"

"De tarde."

"Que horas, Isabella?" sua voz aumentou.

"Olha, eu sei que você está irritado, mas não é comigo. Então não começa a gritar..."

"Que seja, só estou te perguntando."

"E está irritado por causa de porcaria de meio ponto. Eu também fiquei em prova final, e não é como se você não fosse conseguir, ou se continuar batendo em carros fosse mudar sua nota!"

Cruzei os braços e virei o rosto, que queimava de raiva, para frente. Senti seu olhar em cima de mim por mais alguns segundos, mas ele não disse nada. Girou a chave e acelerou. Assim que chegamos, eu desci do carro e ele deu meia volta.

Respirei fundo e tentei me concentrar que na próxima hora era a vez de Alice, não de Edward.

Seu quarto estava uma zona. Pilhas e mais pilhas de roupas, cadernos, caixas, tudo espalhado pelo chão e cama. Começamos pela mala maior, coisas mais pesadas, enquanto ouvíamos música evitando o assunto principal bem embaixo do nosso nariz. Minha língua coçou por tempo demais e eu tive que abrir minha boca.

"Você não vai mesmo nem ao baile?"

"É na noite antes de eu ir. Além de não ter saco para bailes, ainda estaria um caco para pegar onze horas de avião."

"Eu entendo..."

"Mas..."

"Ainda queria que você fosse. Ia ser divertido. Quer dizer, eu também não sou muito fã. Mas acho que iria ser legal." dei os ombros. "Nem acredito que Edward não se importou de ir." rimos juntas.

"Ele é um namorado legal."

"Às vezes." torci o nariz, ainda estava irritada com ele.

"Aconteceu alguma coisa?"

"Não realmente. Ele fica irritado e acha que o mundo está irritado que nem ele, que todos devem concordar. No início a gente até entende, mas depois que ele começa a amassar latarias, perde o charme."

"É, ele tem um temperamento forte." concordou dobrando algumas camisas.

"Temperamento forte tenho eu. Ele tem um touro como guia!" resmunguei, nos fazendo rir em seguida.

Uma batida nos interrompeu e o rosto preocupado de Sra. Brandon apareceu na brecha da porta.

"Allie, tem um rapaz querendo falar com você." as sobrancelhas lá no alto.

"Será que é Edward?" perguntei, mas ela já tinha desaparecido.

Alice pulou da cama e desceu as escadas. Com as mãos empurradas nos bolsos da frente e cabelo sobrenaturalmente bagunçado estava Jasper com os olhos desesperados e perdidos.

"Jasper," Alice exclamou surpresa. "O que você está fazendo aqui?"

"Eu, hm, preciso falar com você."

Me senti uma intrusa e resolvi sair. Fechando a porta atrás de mim, meus olhos rumaram diretamente para o celular em cima da cama. Não tinham chamadas perdidas nem ao menos mensagens de Edward. Eu mal podia acreditar que estávamos nesse clima a apenas alguns dias da nossa viagem.

Foi preciso que Carlisle ligasse para minha mãe e a convencesse, e depois de uma conversa também com meu pai, eles acertaram os detalhes. Deixei para contar a novidade para Edward apenas no dia seguinte, mal podia me conter. O que foi melhor, e nos resultou alguns minutos e roupas amassadas.

Então veio o estresse dos resultados que não esperávamos - pelo menos ele não contava com o boletim. Edward tinha ficado receoso depois da prova e uma pilha de nervos, indo para o treino no boxe quase todos os dias. Eu tinha meus testes no curso de italiano, mas esses eu consegui me organizar para estudar. Fizemos as malditas provas finais, mas pelo visto sua raiva ainda estava bem viva.

A vontade que eu tinha de mandar uma mensagem para ele era grande. Mas eu queria que ele soubesse controlar um pouco a raiva dele e saber que havia limites. Tamborilei os dedos pelas teclas e evitando o símbolo com a cartinha, deslizei para o menu vendo as poucas fotos que tínhamos - eu tinha que lembrar de levar a câmera.

Uma no parque que fomos alguns meses atrás. Uma de sua cara de sono atrás de óculos escuro. Uma que tirei de cima onde aparecia apenas o topo da minha cabeça e seus olhos fechados enquanto estava deitado no meu colo. Sorri e suspirei. Menino idiota. Mais uma vez escorreguei o polegar pelo menu quando a porta abriu e bateu rapidamente. A cara de Alice não estava boa.

"Nem quero falar." sua voz tremeu. Deixei-a respirar fundo até que ela fixou um ponto distante na parede. "Eu não vou ficar. Não por ele, não por minha mãe. Ele acha que pedindo ele vai conseguir me convencer, como se fizesse por onde..."

"Ele pediu? Sério?"

"Perguntou por quê eu não ficava e terminava a escola aqui." revirou os olhos nervosos. "Quer saber? Eu nem quero falar disso agora." espremeu as pálpebras voltando às roupas dobradas na cama.

"Quer fazer alguma coisa que não seja empacotar?" sugeri. "Um filme... você pode terminar isso depois."

"É, acho que sim."

Seu rosto continuou cabisbaixo, mas ao longo do filme que passava na televisão ela ia relaxando. Eu não queria estar em seu lugar, e apesar da teimosia e curto temperamento de Edward, eu agradecia que ele não era um típico badboy como Jasper tentava se passar.

"Você ainda vai ao baile?" Alice perguntou do outro lado do sofá.

"Não sei. Eu até tenho um vestido... Minha mãe comprou um 'só no caso de' antes da minha festa de aniversário, acho que serviria. Mas Edward não está muito entusiasmado, e sinceramente, com essa situação - nem eu."

"Mas...?" ela pressionou.

"Ao mesmo tempo eu tenho curiosidade de ver como vai ser." ri baixo e ela sorriu compreendendo.

"Acho que é o certo, sabe? Voltar, terminar o colegial lá. Se eu sentir vontade de voltar... Eu me sinto mal por deixar vocês aqui. Ao mesmo tempo a saudades de lá são absurdas. Da cidade, dos meus amigos de infância..."

"Eu entendo." respondi honestamente vendo seus olhos lacrimejarem, sentindo os meus próprios fazerem o mesmo.

Nos olhamos abestadas com a angústia e o gostinho triste e rimos entre lágrimas. Eu só podia desejá-la o melhor sempre.

(...)

"Filha, eu já falei com Sue, ela pode fazer seu cabelo." minha mãe miou novamente.

"Não quero fazer cabelo, mãe. Não tem necessidade."

Não tinha acordado animada. Não para o baile, não para fazer cabelos e unhas. Minha mãe parecia mais empolgada que eu. Ainda não tinha falado com Edward, e o fato de serem mais de duas da tarde sem notícias suas só me fazia querer dormir e não pensar em nada.

"Por que está desanimada? Eu fiquei tão feliz que eles voltaram a fazer bailes. Não tinha visto um acontecer desde que era jovem. E na minha época eram pelo menos três ao ano. Primavera, de Inverno e os de formatura de cada ano. Eram sempre super produções, todos ajudavam..." ela continuou e continuou contando sentada na beira da cama com olhos sonhadores.

O celular vibrou na estante e eu dei um pulo para pegá-lo.

É pra passar aí que horas? - E.

Uma pontinha de raiva escorregou no meu estômago e eu imediatamente tinha um leque de respostas mal criadas para lhe dar.

Ah, que bom que está vivo.

Não sabia nem que ainda íamos.

Mas acabei por dizer 'daqui há duas horas' e evitar o cansaço mental. Minha mãe fez alguns cachos na ponta dos cabelos depois de muita insistência. Logo eu me vi terminando de passar o rímel e encarando o relógio. Meses atrás, eu e Angie nem cogitaríamos em ir ao baile. Em pouco tempo muita coisa mudou e deixava esse gostinho de mágoa na boca do estômago.

"Bella, não vai atender a porta?" minha mãe sussurrou.

"Oh, não ouvi."

Levantei pegando a bolsinha de mão e abri a porta. Meu corpo todo vibrou em expectativa. Edward estava lindo, claro. O cabelo parecia estar mais arrumado, e apesar de a roupa não combinar com seu estilo, estava maravilhoso. As bochechas um pouco avermelhadas por causa do calor e a cara de desconforto me fazia querer rir. Vi-o engolir seco enquanto seus olhos dançavam por meu rosto e figurino.

"Vamos?" como se ele tivesse me dado tempo de responder. Bati a porta com uma mão quando ele agarrou a outra. Não tínhamos os dedos entrelaçados. Palma contra palma de forma desajeitada. Meu coração pulou angustiado.

"Edward, você quer mesmo ir?" parei de andar e esperei que ele virasse o rosto para mim.

"Vai querer desistir agora?"

"Eu só não queria ir nesse clima..." murmurei e soltei sua mão.

Isso o fez parar. Ele percebeu que eu tinha ficado magoada. Outras vezes eu apenas relevei, respirei fundo e continuamos. Mas eu tinha realmente cansado e não queria que viajássemos dessa forma.

"Já passou, eu não estou mais puto."

Cruzei os braços olhando para baixo. Vi a sombra de seus sapatos se aproximando e logo depois sua mão no meu cabelo.

"Eu vou tentar me controlar mais."

"Que bom. Porque está cansando eu esperar você ter seu ataque de nervos com todo mundo."

"Eu sei." respirou fundo. "Eu nunca fiquei de prova final. E a porra da professora..." ele encheu a boca e eu lhe lancei uma olhada. "ela quem insistiu que eu fosse para a turma avançada."

"Não é o fim do mundo. Não é como se você fosse repetir."

"Eu sei..." comecei, mas ele me parou quando balançou a cabeça.

"Não vamos falar disso de novo." seu dedo ajeitou o bolero que eu usava e um sorriso pequeno brotou em nossos rostos.

Me sentia mais leve no caminho para a escola. Mas a vontade de ir no baile era mínima. Queria mesmo era deitar com ele e falar bobagens, assistir um filme, fazer planos para a viagem e tornar nossas vidas mais fáceis. Quando percebi já estávamos na rua lotada de carros estacionados, e demoramos algum tempo para achar uma vaga. Alguns balões e outros enfeites estavam pendurados, mas nada que fosse muito extravagante.

Quinze minutos dentro e podíamos ver o quão decepcionante a festa seria. Adultos por toda a parte, aperitivos duvidosos e músicas que eu nunca cheguei a ouvir tocavam. Chegava a ser engraçado ver a maioria das pessoas sentadas em mesas distintas. Logo de cara avistei Angela com um vestido um pouco longo demais, e luvas. Jessica não parecia tão diferente, mas seu decote era maior. Alguns outros tentavam balançar os corpos como se a música fosse ótima.

"É, parece que vai ser muito legal." disse sarcástica.

Edward não respondeu, mas riu comigo. A mão na minha cintura me puxou para mais perto e sua respiração no meu rosto me deu saudade de um beijo seu. Sei que tínhamos passado apenas um dia sem nos falar, mas acho que o sentimento amargo me fez nostálgica de seus toques. Nos olhamos por alguns segundos até que nossos narizes estivessem perto demais, e nossos sorrisos ficassem confusos um no outro.

"Se ficar muito chato a gente pode sair e fazer outra coisa."

"Tipo...?"

Edward deu os ombros em resposta. Cumprimentamos algumas pessoas, incluindo o pastor local posto em frente ao que parecia ser um ponche. Meu estômago revirou lembrando da festa de Emmett. Resolvemos pegar algo para comer, mas tinha uma fila. Encostei na parede olhando direto para o menino muito arrumado na minha frente, pensando em como meses atrás ele nem sequer olhava para meu rosto, como era fechado. Estiquei a mão para puxá-lo para mim e sorrimos.

Então 'Jump Then Fall' começou a tocar e eu não podia fazer outra coisa a não ser rir. Claro que com Angela ajudando, Taylor Swift iria estar na lista. Mordi o lábio lembrando das letras que eu ouvia quando Edward e eu éramos meros quase-amigos. Quando eu o vi fumando pela primeira vez e descobrindo aos poucos o que tinha por trás daquela carranca linda.

"Quer ouvir um segredo?" joguei meus braços ao redor do seu pescoço.

"Hmm." murmurou beijando minha bochecha de leve.

"Antes de nós... ficarmos juntos, eu ouvia essa música." para a minha sorte eu estava com a cabeça em seu pescoço, pois podia sentir meu rosto em chamas. Ele tentou se afastar, mas eu o prendi e ri nervosa. Era uma admissão infantil e boba quando falada em voz alta.

Antes que ele pudesse ter tempo de responder, porém, a voz um pouco mais alta de Angela nos assustou, não muito longe de nós. Ben apenas há alguns centímetros na sua frente parecia constrangido ao escutar sua namorada xingá-lo de forma nem um pouco singela. A música disfarçava um pouco, mas por sua expressão eu podia ver que nada estava bem. E mesmo que tivéssemos nos afastados, eu simplesmente não conseguia ficar ali assistindo apenas.

"Acho melhor não se meter." Edward sussurrou quando eu tentei me afastar.

"Não vou me meter, só vou tirar ela daqui."

Ele soltou minha mão e eu fiz meu caminho por entre as poucas pessoas no meio da pista que observavam tudo. Um dos professores também chegava perto questionando o motivo da confusão, mas Angela parecia não ver ninguém a não ser Ben.

"...idiota que não sabe respeitar ninguém. Se preocupa com uma porcaria de reputação e você não é nem bom na droga do esporte! Veste esse casaco como se fosse algo para se orgulhar quando passa metade dos jogos no banco!" Angie continuou.

Segurei-a pelos ombros tentando chamar sua atenção, entrando no seu caminho, mas ela era mais alta que eu e os saltos não ajudavam. Continuou chorando e falando por cima do meu ombro enquanto eu a empurrava para o canto.

"Ei, Angie. Vem cá."

Um soluço quebrou sua voz quando ela tomou fôlego e as lágrimas caíam por seu rosto vermelho de frustração. Ela gritou mais alguma porção de nomes apontando em sua direção até estar sem ar e me abraçar. Angela tentou falar mais algumas coisas, talvez explicar o ocorrido, mas sua voz estava embolada com o choro. Afaguei suas costas com a minha mão e esperei que ela se acalmasse.

Edward surgiu no meu campo de visão alguns minutos depois questionando com as sobrancelhas e eu sacudi a cabeça - explicaria depois.

"Vem, vamos no banheiro para você lavar o rosto."

Depois de jogar uma água e passar o papel embaixo dos olhos borrados ela desatou a explicar como ele tinha sido um babaca ao estar com outras meninas enquanto estava com ela. Que descobriu, questionou e ele não negou. Voltou a dizer que não tinha volta e que estava com dor de cabeça.

"Ele é um idiota." murmurei. "Vem, a gente te leva pra casa."

"Não quero arruinar a festa de vocês." disse honestamente.

"Como se realmente estivesse super animada." ironizei e consegui um riso em troca. "Estávamos pensando mesmo em fazer alguma coisa fora daqui de qualquer forma."

Ela me olhou com brincadeira nos olhos, provocando e eu fiquei sem graça.

"Não isso."

"Vocês já..."

"Não." confessei e ela maneou a cabeça entendendo. "Mas nós vamos viajar, então..."

"Oh."

"De repente... ainda não sei."

Deu um sorriso tristonho de lado e enlaçou o braço no meu. Eu sentia falta da nossa amizade fácil. Saímos do banheiro e avistamos um Edward com uma expressão entediada nos esperando.

"Vamos?" perguntei me sentindo muito mais leve.

Sentamos no banco de trás conversando sobre tudo e nada enquanto Edward dirigia. Ela riu por eu ter reconhecido algumas músicas de sua escolha para a festa e confessou que tudo lá parecia realmente idiota. Essa era a Angie que eu conhecia e sentia falta. Apesar de um pouco mudada, ela ainda estava lá. Prometi que mandaria uma mensagem e email com fotos da viagem e que contaria tudo quando voltasse. A fiz prometer que não faria nada idiota.

"Prometo." revirou os olhos inchados. "Devo viajar com meus pais também. Não para uma Califórnia, mas algum lugar mais legal que Forks."

Assenti e nos abraçamos nos despedimos. Passei pela brecha no meio dos bancos para frente, me atrapalhando com o vestido e me sentia bem melhor, bem humorada e pronta para fazer algo que realmente gostasse. Nem eu soube explicar de onde tinha vindo animação. Eu me sentia bem melhor quando estava resolvida com as pessoas que eu amava.

"Então, para onde?"

"Sabe aquela loja de doces do lado do cinema...?"

"Sério Isabella?"

"Seríssimo Edward Cullen." afirmei e ele riu minha risada preferida, real. Estiquei meu corpo alcançando sua boca com a minha. "Te amo."

"Também te amo."

EPOV.

Eu tinha prometido a Isabella que iria tentar me controlar sobre minha agressividade. Mas a decisão de não dormir por mais de vinte e quatro horas estava me deixando nos meus limites. Eu mal via a hora de entrar na porra do avião e chegar na Califórnia.

Depois do desastre do baile, nós acabamos parando em Port Angeles assistindo a última sessão de um filme qualquer. Isabella tinha comprado tantos doces que não conseguia parar de falar, eu achei engraçado até a hora de ficar com sono. Mas não podia reclamar, pois a tinha tratado errado nos dias anteriores, e eu queria realmente me redimir.

"Nós podíamos ver o amanhecer"

"Nós vamos ter tempo para isso em Santa Bárbara."

"Mas aqui tem uns lugares tão legais para se ver. Vamos, ninguém chega do baile tão cedo. Não é nem meia noite."

"Pra onde você quer ir?"

Terminamos em um quase penhasco olhando o mato seco lá embaixo. Eu podia dizer que era bonito e romântico, e que dava para se ver a cidade pequena inteira. Mas era completamente o contrário. Isabella teve um ataque de risos, o que me resultou rindo também.

Conforme a noite esfriou, nós ficamos no carro com o aquecedor ligado fazendo jogos idiotas, trocando alguns beijos e passadas de mão. Até que finalmente vimos o céu quebrando em amarelo claro e longe. Só pude pensar o quanto eu queria fazer o mesmo, mas na praia com Isabella e menos roupas.

O resto do dia foi corrido com a arrumação das malas e acerto dos últimos detalhes. A minha cabeça estava explodindo e meus olhos pesavam. Estava tonto de ver Isabella andando para cima e para baixo, e ficar sentado em sua cama esperando só me deixava ainda mais cansado.

"Tá quase dormindo, né?" sua aparência espelhava a minha, mas com as tarefas e lembretes de sua mãe ela estava mais desperta. "Ethan está no escritório brincando de video-game, se quiser. Quinze minutinhos e eu fico pronta. Vou só tomar um banho rápido."

"Rápido." alertei rabugento. Ela rapidamente recolheu a roupa que iria usar e estalou os lábios nos meus.

"Prometo. Vai lá."

Uma risada infantilóide me fez achar o pequeno rápido. Ele estava facilmente entretido com algum jogo de Piratas do Caribe.

"Se divertindo?"

Ele assentiu vigorosamente sem tirar os olhos da tela. Dei uma risada e sentei ao seu lado. Me distraí o suficiente para que Isabella ficasse pronta e me chamasse. Ela abraçou o pequeno ao meu lado, que resmungou questionando porque ele não poderia ir. Eu ri e prometi que jogaria futebol com ele quando voltasse.

Jasper era uma porra de um idiota por não brincar com o pequeno. Já que ao menos agora era seu meio irmão, devia essa ao garotinho que era tão sozinho.

"Bella, não esquece o carregador da câmera. E o protetor solar."

"Está tudo aqui, mãe!"

Estávamos na porta, minha mãe com os óculos no topo da cabeça esperando e sorrindo.

"Vocês parecem cansados." Charlie falou colocando as mãos no bolso.

Eu não iria falar que não dormimos e deixar que ele acreditasse em algo errado, então só o que eu fiz foi olhar para Isabella que conferia a bolsa.

"Toma conta dela." um tapa de leve no ombro.

"Pode deixar." respondi no mesmo tom. Sem o tapa no ombro.

"Tchau, tchau, tchau." senti a mão de Isabella me puxar para irmos rápido. "Vamos, ou então a gente nunca sai daqui."

Suspirei e entrei no carro esperando conseguir ficar acordado.

(...)

Não era necessário dizer que ambos caímos no sono assim que entramos no avião. Mas a infeliz da aeromoça nos acordou para perguntar se queríamos lanche e eu só fiz sacudir a cabeça e voltar a dormir. Cedo demais tivemos que acordar de verdade para o pouso. Isabella e eu não parávamos de bocejar, e eu sabia que tanto ela como eu estávamos quebrados e o fuso-horário só complicaria.

"Meu pai já deve estar aí pra buscar a gente." disse enquanto esperávamos nossas malas.

"Preciso de um banho, e cama."

"Eu tô com fome." murmurei.

Quando finalmente achamos e conferimos tudo, andamos pelo saguão um pouco cheio de encontro ao meu pai, que esperava com o rosto um pouco cansado, mas bronzeado. Era engraçado vê-lo sem a aparência pálida de sempre, e apesar de ele passar o dia em um hospital só a presença verdadeira do sol o fazia diferente.

"Eu pensei que pudéssemos ir jantar em algum lugar..." meu pai vagueou quando já estávamos no caminho para sua casa. Era quase uma hora de carro.

Meu estômago rosnou cheio de fome. Mas eu sabia que Isabella estava extremamente cansada, e ir para um restaurante também não me fazia muito feliz.

"A gente não pode sair amanhã? Estamos realmente cansados. A gente pede uma pizza mesmo hoje..."

"Pizza, Edward?" Carlisle estalou a língua. "Vocês não devem ter feito uma refeição decente há mais de vinte e quatro horas e vai comer queijo e óleo?"

"Tanto faz." resmunguei cansado. "A gente pede aquela com tomate e aquele mato verde."

"Manjericão." me corrigiu. "Você devia mesmo comer mais verdura."

"Não sou coelho."

Rebatemos daqui e de lá até ele respirar fundo e murmurar algo como eu era parecido com minha mãe. Torci o nariz, mas não retruquei sentindo meus olhos pesados. Liguei o som baixinho e olhei pelo retrovisor Isabella dormindo no banco de trás.

(...)

Mesmo decidindo pedir algo rápido Carlisle preferiu fazer algum tipo de sanduíche natural para ele. Era realmente algo seu e eu deveria aceitar, já que minha mãe nunca o fez.

"Eu vou colocar as coisas no quarto e tomar um banho enquanto a pizza não chega." avisei sentindo meus olhos desconfortáveis. Isabella assentiu e pegou o telefone dizendo que iria ligar para os pais.

Quase desisti da ideia quando vi a enorme cama no centro do quarto, mas passei direto para terminar logo com aquilo.

O banho parecia ter me dado mais fome. O cheiro da pizza vinha de longe. Avistei Isabella colocando copos na mesa e uma garrafa de refrigerante - que me fez surpreso por meu pai ter comprado. O cabelo dela estava preso em um rabo de cavalo, e eu percebi sua pele ajustando a diferença imediata de temperatura apenas pelo rubor mais presente, o que me fez pensar imediatamente como seria nos próximos dias.

Sentei no banco e logo começamos a comer. Primeiro achei que ela estivesse calada por estar cansada. Mas quando começou a brincar com o queijo da pizza, vi que tinha algo errado.

"Que foi?" perguntei mordendo uma segunda fatia. "Você tá calada."

"Cansada, acho."

"Acha?" duvidei. "E não está com fome?" ela deu os ombros e eu peguei seu pedaço praticamente intocado, juntando com o meu e fazendo uma espécie de sanduíche. "Última chance."

Isabella me observou mordendo a pizza e fez uma careta, mas não me convenceu que nada a incomodava. Passei o guardanapo na boca e puxei seu banco para mais perto do meu.

"Fala o que houve."

"Hmmm, seu pai... nós tivemos uma conversa. Não sei se é uma boa ideia dormirmos no mesmo quarto."

"Ele reclamou?" estranhei, pois tive uma conversa diferente na semana que tinha passado com ele.

"Não, na verdade não. Disse que sabia que éramos responsáveis e iríamos respeitá-lo, mas explicou algumas... coisas, como disse que sabia que nosso namoro estava dando certo, e... E que tinha deixado algumas precauções na gaveta." terminou e escondeu o rosto nas mãos.

"E daí?"

"Edward! Seu pai sabe que... que a gente vai... fazer." sussurrou com os olhos arregalados.

"Assim como seus pais acham também, e provavelmente suas amigas." mordi outro pedaço. "O que tem isso?"

"Não sei, acho que só estou nervosa." seus olhos estavam no prato vazio. Larguei o meu pedaço e virei seu corpo de frente para o meu.

"A gente não precisa fazer nada, você sabe disso."

"Mas eu sei que você quer." levantou o olhar e eu rolei o meu.

"Porra, mas eu não vou te forçar. Querer eu quero como qualquer outra pessoa da nossa idade, mas não vou ficar forçando. Não sou babaca."

Suas mãos subiram para o meu pescoço antes de eu sentir sua boca na minha bochecha. Não queria que ela estivesse nervosa por causa disso, e eu sabia que poderia segurar, pois não parecia preparada.

"Mas eu quero..." sussurrou.

"Mas não tem certeza." disse de volta. "A gente pode esperar alguns dias, eu não esperava que fosse logo quando chegássemos aqui. Relaxa, se for para acontecer vai acontecer, ok?"

"Ok." relaxou e riu quando apertei mais o abraço. "Você faz tudo parecer tão idiota e simples."

"Você que complica demais."

Isabella se afastou e riu voltando para a mesa e pegando os pedaços de pizza grudados, antes de morder com vontade. Continuamos conversando e fazendo planos da viagem. A boa coisa de estar de férias em outro lugar era pela facilidade de conseguir se distrair tão facilmente, como se estivéssemos em outro mundo.

Pegar no sono foi fácil. O ar condicionado nos deixava confortável o bastante para que ela ficasse próxima de mim sem sentir calor, bom o bastante para dormirmos abraçados.

BPOV.

Talvez não fosse tão esperto da minha parte ter um biquíni branco. Com a cor inexistente da minha pele, o branco só enfatizava minha palidez. Ajeitei o laço do pescoço e me olhei no espelho - não parecia tão mal, pensei. Coloquei o short jeans e apertei o rabo de cavalo no topo da cabeça. Apesar de estar realmente quente, eu estava animada para passar um verão condizente.

Saí andando até a bolsa já aberta e pesquei o protetor solar de fator mais alto, pois a última coisa que eu precisava era uma insolação para estragar minhas férias.

Uma das vantagens do calor Californiano era ter Edward descontraído e sem camisa de um lado para o outro. Depois da minha crise de nervosismo na noite anterior, eu realmente devia agradecê-lo por me acalmar. Dormi como uma pedra e melhor de tudo: bem juntinho de seu corpo. Escutei uma batida e virei, dando de cara com o rosto de Edward pela fresta da porta, o rosto vermelho de calor.

"Já enchi o pneu da bicicleta, está pronta?"

Essa era a parte que me deixava mais animada; tudo era pertinho. Quando Edward questionou nosso meio de transporte eu ofereci caminharmos, - assim aproveitaríamos o bom tempo e a paisagem - então ele lembrou que andou de bicicleta com seu pai e ele não se importaria se as usássemos, afinal estaria trabalhando boa parte do tempo.

"Será que eu devo levar uma bolsa?"

"Pra quê?"

"Colocar o protetor, carteira e celular." questionei com tais itens nas mãos.

"Nah, me dá aqui que eu coloco no bolso do short." esticou os dedos na minha direção.

"E quando você for entrar na água?"

"Relaxa, me dá aqui."

Entreguei a carteira e o celular, mas segurei o protetor para passar no rosto e ombros. O creme tinha cheirinho agradável que me lembrava quando Edward voltou de viagem. Abri um sorriso para o espelho e meus olhos o flagraram me observando.

"Passa um pouco também." sugeri.

Ele caminhou na minha frente e ficou parado feito uma estátua esperando que eu fizesse o serviço, óbvio. Deixei escorregar uma risadinha da boca enquanto brincava de lambuzar seu rosto até ficar branco demais. Ombros, parte superior das costas e peito - tudo pronto. Tocá-lo dessa forma me deixou com calor no pescoço, mas o conforto e a segurança de tê-lo por perto me deu coragem para eu plantar um beijo carinhoso em seus lábios antes de sairmos porta afora.

Better Together - Jack Johnson.

Pedalamos sem pressa, apertando os olhos contra o sol redondo e bem amarelo no topo das nossas cabeças, sentindo a brisa da água refrescar nossos rostos. O cheiro de maresia era delicioso, e a cada metro para frente tinham crianças brincando de bola, fazendo castelos de areia, todos muito coloridos. Ri pensando estar em um filme, e aproveitei os segundos deixando minha cabeça fantasiar mais um bocado.

"Tem uma loja do amigo do meu pai ali na frente." Edward avisou.

A loja era pequena, típica de praia. Alguns artigos tropicais para turistas, óculos de sol entre outras pequenas coisas.

"Edward, meu garoto!"

Um homem, possivelmente na casa dos quarenta, com adereços jovens e a pele bronzeada demais apareceu. Tinha todo aspecto de surfista típico da área, e possivelmente gostava de viver assim. O clima e as pessoas eram tão mais leves, soltos e essas sensações se transmitiam tão facilmente para mim que eu só pude sorrir em resposta quando se cumprimentaram com mãos e metade de ombros de forma masculina.

"Jack, essa é Isabella." apresentou. "Esse é o amigo do meu pai que eu conheci quando vim pra cá. Ele ofereceu pra guardar as bicicletas quando quiséssemos. Tá legal pra você, Jack?"

"Claro, garoto. Como está Carlisle?" perguntou sacudindo a minha mão.

"Trabalhando, como sempre." riu, mas não parecia zangado.

"Ele aparece aqui quando pode, toma um suco..."

"Sério?"

"Verdade."

Os meninos foram andando com as bicicletas enquanto eu via alguns óculos de sol. Um escuro com metade do aro vermelho chamou minha atenção. Rayban. O preço era um pouco salgado, mas eu estava com bastante vontade de comprar. Mordi o lábio e perguntei à menina atrás do balcão se podia experimentar.

"Claro." sorriu e pegou um espelho para que eu me visse. Não ficava mal, pelo contrário.

"Vai comprar alguma coisa?" Edward ressurgiu passando os olhos em alguns. Retirou os que eu tinha e colocou um outro de aro verde, torto.

"Esse ficou bom?" endireitei e olhei no espelho, mas torci o nariz. "Acho que prefiro o outro."

Coloquei o verde em seu rosto e ele sorriu com todos os dentes. Qualquer um ficaria bom nele, para falar a verdade.

"Vai ter um festival de música de verão daqui a pouco na praia. Eles estão esquentando, mas vai ser bem legal. Podem ficar a vontade aqui, e qualquer coisa falem comigo, ok?"

"Valeu, Jack."

"Ah, Edward. Daqui a pouco os caras estão aí pra nós jogarmos aquela partida." piscou nos deixando a vontade.

"Não sabia que você tinha jogado com ele." disse.

"Foi uma vez só. A maioria das vezes eu só pedalei com meu pai."

"Ah, legal." virei brincando com a perna do óculos. Eu sabia que Renée tinha me feito prometer que não gastaria a toa, mas eu realmente tinha gostado dos óculos.

Olhei para o lado e vi Edward debruçado na bancada falando com a garota de tranças. Voltou alguns segundos depois com duas caixinhas.

"Toma, essa é do seu."

"Você comprou?" perguntei desacreditada.

"É, porra. A gente precisa se vai passar esses dias na praia. Faz realmente muito sol."

Não me importei com seu jeitão e joguei meus braços ao redor do seu pescoço. Bem como uma cena ensaiada. Devia ser o calor e o clima me fazendo fantasiosa. Ele não demorou para abraçar de volta e me beijar sorrindo. Andamos de mãos dadas para a praia cheia e achamos um espaço que eu pudesse pegar um pouco de sol enquanto ele jogava.

As músicas tinham começado e eu balançava os pés no ritmo com os óculos descansando sob meus olhos. Logo começaríamos o último ano no colégio e teríamos que decidir alguma faculdade, eu continuava a empurrar esse assunto para depois, mas teríamos que pensar como faríamos. Eu sabia que Edward iria acalentar meus pensamentos que poderiam me chatear.

O que me fez lembrar que seu aniversário era na quinta feira, e eu precisava pensar em algo legal além do presente que tinha trazido comigo - um par de tênis especiais para treino e esportes. Minha cabeça ficou rodando com possibilidades até a hora que eu senti meu corpo quente demais.

Inclinei o corpo no intuito de achar Edward e rapidamente avistei metade de suas costas com areia enquanto ria abertamente. Fiquei de pé e me aproximei cuidadosamente, eles pareciam estar decidindo algo ou conversando. Queria perguntar se ele iria na água comigo - e sinceramente, ele precisava.

"Ei." olhei por cima dos óculos. Ele virou e me olhou. Não, ele realmente me observou de cima abaixo e sorriu. "Vamos na água um pouco?"

"Me dá um abraço primeiro." esticou os braços brilhando de suor e areia.

"Vamos, não seja nojento." dei dois passos em vão para trás.

"Rapidinho."

"Edward, por favor..." mais três, quatro, cinco...

Um grito saiu da minha garganta junto a gargalhada escandalosa que nem eu sabia que tinha. Mas Edward era rápido e logo me alcançou na beira. Poucos se importavam conosco, e eu menos ainda, pois estava me divertindo. Ele me agarrou pela cintura e enfiou o rosto molhado de suor no meu pescoço ao mesmo tempo que meu pés encontraram a beira da água congelante. Recolhi os pés e logo Edward me segurava como um bicho retraído. Mergulhamos de cabeça em uma onda salgada antes que eu ressurgisse sem fôlego, mas com um sorriso enorme. Edward submergiu sacudindo os fios, que ficaram ainda piores.

David Ryan Harris - Pretty Girl (versão ao vivo)

Não era muito fundo, mas eu fiz questão de chegar mais próximo e me pendurar em seu corpo.

"Passa o protetor de novo quando voltar." pediu beijando meu ombro. "Sua pele tá quente demais."

"Aww, que bonitinho. Tomando conta de mim." brinquei e ele mordeu o lugar que a pouco namorava.

"Conhece essa música?"

"Não." sacudi a cabeça. "Você?"

"Não. Mas a letra é legal."

Sua mão nem um pouco pequena segurou meu rosto, forçando-o a virar para que me beijasse. Carinho de lábios, cócegas de línguas, e um aperto quente dentro do peito que ninguém algum dia conseguiria me dar igual. Nossos braços apertavam com vontade em um abraço certo e cheio de sentimentos.

"Obrigado por ter vindo comigo." sussurrou no meu ouvido, escondendo o rosto.

"Não precisa..." comecei, mas ele me interrompeu.

"Deixa eu terminar, porra." disse com uma risada baixinha. "Obrigado por ter vindo, e me aturado esses meses com paciência, e me colocar no meu lugar. Desculpa se eu não mostro o suficiente o quanto eu te amo, ou demonstro o bastante. Eu tento, mas eu quero que saiba, ok? Isso é difícil pra caralho pra mim. Mas obrigado, tá?"

Meneei positivamente com a cabeça, pois com o nó na garganta eu não conseguiria responder. Quando puxei seu queixo para o meu uma onda nos engoliu e tirou todo o clima muito sentimental. Era ótimo termos alguns e nos lembrar de nossos sentimentos, mas tê-lo como minha alegria, meu sol e melhor amigo era muito melhor.

(...)

Dizer que meu cabelo era apenas palha dura era só o começo. Nem tentar fazer um nó eu me atrevia com medo de quebrá-lo como plástico. O restaurante que fomos era literalmente ao lado da loja de Jack, pedimos peixe e batata frita enquanto assistíamos o show que ainda acontecia. Jack se juntou a nós e comentou do quanto gostava daqui, sua história nos entretendo e divertindo.

Era o terceiro dia que vínhamos para a praia e o sol nunca parecia ir embora - o que era relativamente bom. Mas eu comecei a ficar um pouco mais na sombra por que minha pele já estava sensível com tanta exposição. As músicas ao vivo eram gostosas de se ouvir, especialmente com esse clima.

"Acho que vou dar um pulo na água." Edward disse se esticando na cadeira. "Vamos?"

"Ok." respondi puxando o elástico do cabelo e colocando no pulso. O short ficou dobrado na cadeira, pois Jack ainda ficaria na mesa.

A areia queimava um pouco meu pé, então andamos rápido rindo até chegarmos na beirinha fresca. Edward disparou na frente mergulhando embaixo de uma onda baixa. Eu o segui sentindo meu corpo todo arrepiar e nadei até estar ao seu lado.

"A água tá fria?" ele perguntou puxando minha mão para perto da sua.

"É porque o sol deixou minha pele quente, aí deu choque térmico."

Eu podia ver sua cor dourada - melhor que meus ombros vermelhos - e minhas mãos pinicavam para encostá-lo. Esses dias tínhamos nos comportado, sempre chegando em casa depois de um dia cansativo, mas eu sentia falta de algumas coisas em particular, apenas não sabia como expressar sem parecer desesperada ou patética.

Senti algo passar por meu pé, e eu o encolhi por reflexo. Então olhei para os lados e não avistei Edward, mas antes que eu pudesse ter algum tipo de reação, meu pé foi puxado e eu afundei assustada. Aqueles míseros segundos de desespero foram transformados em raiva quando avistei Edward sorrindo na superfície.

Meus olhos ardiam do sal, e eu não segurei o riso, mas avancei para atacá-lo. Seus braços muito maiores me enjaularam e sua gargalhada estava diretamente no meu ouvido. Virei até ficar de frente e calou meus instintos com um beijo de mar. O gosto salgado, a água um pouco gelada com sua boca quente só faziam essas férias as melhores. A vontade que eu reprimia alguns dias tomou conta e eu só queria o gosto da sua língua na minha pelo resto do dia.

Logo sua boca arrastava por meu pescoço, me fazendo esquecer que estávamos na água. Seus dedos arrastavam pelo laço do meu biquíni. Pendi minha cabeça em seu ombro quando senti seu polegar passar por meu seio sensível.

"Hm..." eu queria interromper, mas não queria que ele parasse.

"Quer ir pra casa?"

Murmurei que sim e logo estávamos saindo da água sem mais uma palavra, os dedos entrelaçados e o calor no pescoço, queimando em expectativa.

(...)

O silêncio da casa parecia muito maior enquanto guardávamos as bicicletas, ou talvez fosse minha cabeça que rodava com assuntos que eu não sabia se queria pensar. Os dias tinham sido maravilhosos, Edward estava sendo maravilhoso, eu ainda não sabia o que estava me prendendo.

Passei por ele subindo as escadas, sabendo que teríamos que secar o chão depois e me direcionei para o banheiro. Talvez um banho fosse uma ideia melhor, para colocar meus pensamentos no lugar.

"Vai onde?" Edward perguntou baixo. Sua mão já estava na curva da minha cintura, me guiando para o seu quarto.

Meu coração batia com toda vontade contra meu peito, mas quando ele achou com a boca o lugar atrás da minha orelha, eu esqueci de todas as preocupações. Era Edward afinal, eu sabia que ele pararia qualquer coisa se eu pedisse. E meu corpo pedia esse tipo de contato.

Mal senti quando os laços do meu biquíni se soltaram do meu pescoço. Seus braços me suspenderam por alguns segundos até estarmos próximos a cama. Não caímos no colchão como em filmes. Eu me sentei e dei espaço para que ele me seguisse. Com mãos buscando pele e bocas ainda mais famintas, eu puxei seus cabelos espessos, com areia e água do mar com vontade de nos deixar mais próximos.

Mas sua atenção estava, no momento, completamente voltada para meus seios a mostra. Os beijos estalados em volta só me faziam respirar ainda mais errado e morder o lábio para impedir que algum barulho arruinasse o momento. Coloquei a mão em seu rosto, pedindo sem palavras que fosse para o lugar certo.

Sua boca abriu e sugou com vontade, espalhando calor e arrepios por todo meu corpo. Sua língua amaciava com carinho e desejo, me deixando sem fôlego. Senti seus dedos buscando nas minhas costas o único laço que ainda restava do meu top - que nem meio segundo depois estava sendo jogado no chão. Arrastei a unha em seu couro cabeludo e isso o fez mudar de foco, agora brincando com a parte debaixo.

Era a primeira vez que eu ficava completamente nua na sua frente. Na frente de qualquer um que não fosse eu, na verdade. Esperei que a insegurança tomasse conta do meu corpo, junto com o pânico, mas Edward encarava meu rosto com preocupação antes que qualquer um desses sentimentos aflorassem.

"Eu não vou fazer nada que você não queira."

"Shhh."

"Você confia em mim?"

Sua pergunta era cheia de medo, como eu nunca tinha escutado antes. Uma vontade de chorar e rir ao mesmo tempo ficou entalada na minha garganta. Se eu não confiasse nele, confiaria em quem? Edward era meu melhor amigo, as desavenças e falta de paciência pareciam nada perto do garoto que me respeitava e se preocupava tanto comigo.

Meneei a cabeça positivamente esperando que algo finalmente acontecesse. Mas senti Edward substituir minha ansiedade por vontade quando seus dedos deslizaram por entre minhas pernas. Do jeito que ele conseguia fazer, do jeito que ele pedia para eu mostrar. Devagar, mas certo, mais seguro do que alguns meses atrás. Sabendo como eu iria chegar mais rapidamente.

Ele experimentou invadir com o dedo médio e murmurou palavrões incoerentes. Não doeu, era apenas diferente. E quando ele conseguia ministrar beijos no meu pescoço e seios ao mesmo tempo, eu parecia querer explodir de tanta informação. E finalmente senti o calor subir por minha barriga e costas, as pernas tremendo e um gemido bem alto saindo da minha boca. Com certeza esse tinha sido o orgasmo mais intenso. Talvez pelo que eu tinha planejado para a viagem, ou pelos sentimentos que Edward tinha expressado alguns dias antes, mas definitivamente o melhor.

Minhas mãos ainda tremiam quando abracei seu corpo no meu e até minha respiração se acalmar, Edward beijou meu ombro devagar, com lábios e língua. Até que sua boca tremeu contra minha pele. Ele estava rindo.

"O que foi?"

"Salgada da praia."

Isso serviu para nos fazer rir e descontrair, dispersando a tensão que parecia estar antes no ambiente. Foi a maneira perfeita de me deixar certa do que eu realmente queria.

Valentine – Kina Grannis.

A minha mão que apertava sua nuca escorregou por suas costas enquanto minha cabeça fazia matemáticas erráticas sobre a minha decisão não externada. Edward deixou que eu me encarregasse de tudo, até quando eu fiz menção para tirar os seus shorts de praia. Ele se afastou os suficiente para deslizá-lo pelas pernas e voltar o mais rápido.

Mesmo sendo seguro das coisas, eu sabia que ele também estava nervoso. Eram nessas horas que eu via como ele também era parecido comigo. A mesma necessidade de falar com gestos e encarar nos olhos procurando certeza. Eu queria dar a mesma segurança para ele. A mesma que ele me passava com um abraço, um beijo ou uma resposta mal criada.

Levantei o torso para alcançar a mesinha de cabeceira e achei o pacotinho escuro que já tinha visto de longe em farmácias - agora em minhas mãos parecendo tão real quanto o que estava prestes a acontecer.

Com o polegar e o indicador, eu tentei abrir o plástico, mas era duro e minha mão um pouco nervosa não conseguia se focar. Ele me olhava admirado e sorriu pequeno antes de pegar a camisinha e abrir rapidamente. Encarei sem me preocupar com a vergonha o jeito que suas mãos tremiam ao se prevenir. Para evitar meus pensamentos, o beijei trazendo de volta para meu corpo.

Com um abraço embalado Edward me colocou no meio da cama, com os travesseiros melhor posicionados. Meus olhos estavam grudados em seu pomo de adão que subia e descia com dificuldade.

"Só... só vai com calma." sussurrei me sentindo culpada por corromper o silêncio.

Um longo beijo começou a me acender novamente. O corpo arrepiando e a adrenalina fazia a expectativa quase insuportável. Minha mão desceu por minha barriga, até achar entre nós o que nos ligaria. Abri os joelhos para posicioná-lo a mim, e ele finalmente fez menção de empurrar com o quadril.

Apertei os olhos esperando que a dor viesse, mas Edward parou e começou a beijar minha orelha, pescoço, queixo... Sua mão encontrou novamente meu seio, e logo eu me vi querendo mais, logo. Impulsionei o quadril contra o seu, sentindo um pouco mais dele em mim. O gemido gostoso ao pé do meu ouvido me deu coragem para ancorar uma das pernas em volta de sua cintura e tentar trazê-lo para mim com o calcanhar.

Eu não estava preparada para que ele adentrasse de uma vez, mas não foi de todo ruim. Eu estava relaxada o suficiente, sabendo que tinha sido minha escolha e que era apenas Edward ali. Me senti preenchida, com o coração na garganta, mas de alguma forma querendo mais. Os três segundos que ele parou foram suficientes para eu me recuperar do susto.

"Eu preciso..." murmurou, preso em sua própria cabeça. Minha carta branca foi o beijo que dei em seu maxilar trincado.

Os movimentos não foram tão lentos quanto eu esperava, mas eu sabia que não chegaria ao orgasmo na minha primeira vez. Deixei que ele experimentasse o que tinha me dado minutos atrás com seus dedos. Os grunhidos foram aumentando, as palavras e a rapidez na qual estocava. Sua mão pegou a perna que o prendia contra mim e a colocou de volta na cama, ajudando-o com apoio.

"Hmmm... argh." o desejo e delírio em seu rosto me deixaram estranhamente excitada.

Em uma tentativa de se calar, ele ocupou sua boca com meu seio agora ainda mais sensível e eu não pude evitar de gemer ainda mais alto. Puxei seu rosto para cima querendo assisti-lo como um filme.

"Porra, merda, merda..." grunhiu quando eu tentei me movimentar junto a ele, que agora tentava se equilibrar nos cotovelos até que se empurrou ainda mais, me fazendo resfolegar, mostrando que tinha terminado com o tremor de seu corpo pesado contra o meu.

Sua respiração estava pesada enquanto ainda descansava em cima do meu corpo. Quando ele finalmente se retirou, eu estremeci pela ardência entre as pernas. Olhei Edward indo no banheiro rapidamente e voltando com o rosto vermelho. Foi o tempo de eu achar o elástico do meu cabelo e prendê-lo em um rabo de cavalo.

Ficamos mais algum tempo em silêncio até nos abraçarmos na cama, com o cobertor apenas em volta. Foi fácil fechar os olhos, e relembrar tudo o que tinha acontecido até que eu caísse no sono com um sorriso cansado no rosto.

(...)

Acordei no breu com o assobio do vento pela janela entreaberta. O pano gelado lembrou dos acontecimentos não muito tempo atrás. Eu realmente tinha feito. Eu realmente tinha perdido minha virgindade. Para Edward. Meus olhos se ajustaram a escuridão e vi Edward dormindo com as costas expostas. Sorri vendo sua boca entreaberta enquanto assistia sua respiração quieta.

As perguntas mais idiotas passavam por minha cabeça. Será que agora parecíamos diferentes? Será que as pessoas perceberiam? Meu corpo mudaria? Alguma coisa mudaria entre nós?

Tentei levantar com calma, sentindo o corpo dolorido. A camisa de Edward ainda estava no chão, e foi a primeira coisa que vesti antes de andar até o banheiro. O espelho era grande e chique. Meu cabelo não estava tão mal por eu tê-lo ajeitado antes de dormir, meu rosto estava ainda normal como se eu tivesse realmente apenas feito isso. Mas o sentimento de estar diferente com meu corpo ainda pirava minha cabeça.

Arranquei a blusa pensando que um banho seria a melhor coisa. Tranquei a porta do banheiro, mesmo achando lindo quando em filmes os caras entram e se juntam às namoradas, eu precisava de um tempo sozinha para assimilar tudo e bem, dar um tempo... ali embaixo.

A água morna relaxou meu corpo e a ardência foi aliviando aos poucos. Minha cabeça divagou em diferentes situações que poderiam acontecer após tudo que tinha acontecido nessas férias. E no segundo seguinte lembrei que nunca tinha realmente perguntado sobre as experiências de Edward com outras garotas. Não que isso fosse mudar o que temos, mas a curiosidade batia. Será que ele teria comparado?

Apertei a toalha contra meu corpo e abri a porta tentando não fazer muito barulho para não acordá-lo, mas assim que saí o vi ajeitando os lençóis da cama. Lençóis novos, na verdade. A porta batendo atrás de mim chamou sua atenção e suas sobrancelhas foram parar lá em cima. Uma das mãos coçou a cabeça e a outra foi esticada na minha direção para eu pegar.

"Eu estava trocando os... hm... lençóis que forravam. Preciso colocar pra lavar."

Me aproximei com cautela e logo entendi do que ele falava quando achei a pequena mancha de sangue. Assim como as pontas de suas orelhas, meu rosto enrubesceu.

"Oh." tentei agir o contrário do que sentia desviando o olhar do seu, mas sua mão pegou a minha - menos trêmula.

"Não tem problema. Quer dizer, a gente já meio que esperava... certo?"

"Claro. Certo. Você tem razão." murmurei de volta.

Deitado no colchão - áspero sem as cobertas - ele sorriu maroto. Um sorriso leve, e que parecia ser difícil de sair de seu rosto. Um que ele não conseguia conter e que deixava toda a sua carranca entre as sobrancelhas nula. Um que me fez ficar envergonhada, e muito feliz ao mesmo tempo, com aquela cosquinha que aquecia meu peito e me deixava segura perto dele.

Descansei os cabelos molhados em seu peito e ficamos apenas assim por alguns minutos, até que toda a paranóia que pensei no banheiro parecesse boba o suficiente para me dar coragem de tirar minhas dúvidas.

"Foi legal?" perguntei. Ele sabia ao que me referia, e riu baixinho.

"Eu estava estranhando você tão calada."

"Você não me respondeu." apertei seus dedos nos meus, mas me recusei a olhar para cima.

"Foi. Foi legal." enfatizou a palavra, zombando e fazendo-a parecer pequena. "Não começa a ficar paranóica com essas merdas, é óbvio que eu gostei."

"Não, eu não estava." me defendi rapidamente. "Só um pouco." finalmente confesso. "Eu só queria saber, não sei."

"Hmm."

"Posso perguntar uma coisa?"

"Pode." o sorriso ainda estava no lugar.

"Quem foi sua primeira?"

"Sério?" cerrou os olhos.

"Hm, sim."

"Você."

Eu? Eu?

"Eu?" levantei a cabeça procurando algum sinal de brincadeira em seu rosto, mas ele estava sério. "Ai que bonitinho!"

Então o sorriso estava de volta quando eu puxei seu rosto e beijei sua boca. Foi realmente uma resposta que me fez sentir mais próxima. Eu não iria me importar se ele tivesse algo com alguém no passado, mas saber que eu fui a primeira expandiu meu coração e o calor por todos os lugares certos. Quando finalmente descolei nossas bocas ele sorriu secretamente, só para mim.

"É melhor ficarmos quietinhos agora." falou.

Eu ri concordando e me aninhando em seu colo. Realmente precisávamos de um descanso. Seus braços foram se soltando devagar a minha volta e eu sabia que ele já estava pegando no sono novamente. E não tinha lugar mais perfeito onde eu quisesse fazer o mesmo.

Virei o rosto brevemente vendo as luzes do despertador piscarem em vermelho meia-noite e um. Mesmo sabendo que Edward já ressonava calmo, apertei minha boca contra sua bochecha e respirei contra sua pele.

"Feliz aniversário."

(...)

PING.

O sinal sob nossas cabeças nos alertou de colocar os cintos novamente. Estávamos voltando à chuvosa Forks, no final do verão. Os dedos dele estavam entrelaçados nos meus, mesmo que estivesse dormindo.

O resto das férias se resumiram rapidamente entre tempo passado com o pai dele, fazendo compras, piscina e passeios de bicicleta. Fiquei queimada demais e tive que comprar bloqueador do maior fator, fora passar creme toda noite. Tarefa qual Edward fazia questão de ajudar.

Não tínhamos realmente dormido de novo juntos, mas isso não nos parou de explorar com mais intimidade nos momentos oportunos. Fomos ao cinema local e ainda pesquisamos sobre algumas faculdades perto dali. Era verdade; estávamos encantados com a cidade e o sol que nunca parecia sair do lugar.

Porém, nas tardes chuvosas eu também não me importava de passar vendo besteiras na TV, dividindo pipoca, doces e carinhos.

O final chegou muito rápido e tudo que passei nos últimos dias em Forks voltou à mente: a conversa com Angie, a ida de Alice para Londres, meu primo, Jasper como novo membro da família, a separação dos pais de Edward. Era como se o tempo na Califórnia tivesse acontecido em outra dimensão, um sonho distante e agora eu teria que voltar para a minha realidade.

Não que essa fosse terrível, pois ter meu melhor amigo e companheiro ao meu lado era a melhor coisa. Tínhamos o último ano da escola pela frente e eu sabia que muito podia acontecer, e apesar da falta de paciência de Edward, ele sabia ministrar e viver no presente, um dia de cada vez. Pelo menos ele aprendeu, e conseguiu me ensinar um pouco.

No dia de seu aniversário eu tentei fazer um bolo, que resultou em muita bagunça na cozinha e uma frustração que me dera um soco no ego. Eu realmente não servia para aquilo. Então desesperada liguei para Carlisle que voltou da confeitaria com muito mais que apenas um bolo. Até mesmo Emmett apareceu, mesmo só ficando uma noite, e então festejamos até que o dia se fizesse presente novamente.

Estiquei a mão e tirei os fios de Edward da testa e isso o fez despertar.

"Estamos pousando, ajeita o cinto."

Grunhindo e murmurando coisas ininteligíveis, ele fez o que pedi. Olhei pela janela coberta de nuvens cinzas e sorri ao pensar que mesmo com o tempo horrível, eu só conseguia sentir o calor na minha pele e o sentimento de que, em breve, estaríamos nesse mesmo avião de volta ao lugar que deixou marcado meus dezesseis anos - a melhor época... até agora.


FIM.

Epilogo por vir.

Só tenho a agradecer a todas que acompanharam a jornada desses dois junto comigo e que ainda estão por aqui me dando forças! Obrigada à minha índia branca que beta e surta com meus meninos e tia Steph por me dar personagens pra brincar.