Bom, resolvi postar fragmentos de histórias sem compromisso de ter que terminá-los, sem data nem pressão pra postar, sem comprometimento de atualizar. Eis uma fic para minha mente maluca brincar um pouco e, quem sabe, fazer com que alguém se divirta também. Cada capítulo é independente, não seguindo ordem cronológica nem um narrador... serão capítulos pequenos e com um foco diferente em cada, farei o que eu bem quiser mwahahahahahhaa


Tédio

Por Sirius Black

O dia estava calmo, ensolarado, mas, para mim, a brisa que passava pelo lado de fora era como um zumbido ensurdecedor. Os alunos do primeiro ano estavam em aula de vôo, rindo, caindo... Eu os invejava.

Merlin era uma criatura cruel, como vivia dizendo a Lily. Graças a ele, eu estava jogado em uma cadeira meio afastada da mesa, reparando terrivelmente na paisagem, nos detalhes, como nunca fizera... é, era o tédio.

Enquanto o professor Binns flutuava de um lado para o outro, resmungando coisas, Mary parecia entretida em algum jogo com Rachel, em um pergaminho. Lily copiava a matéria... um dos poucos seres bizarros e quase humanos que prestavam atenção em História da Magia era Lilian Evans... Lene me fez rir, estava lutando para não dormir, abrindo e fechando os olhos seguidas vezes.

Olhei mais uma vez para a janela. Uma menina havia acabado de se equilibrar na vassoura, a uma distância razoável do chão. Sorri, com a lembrança pessoal. Ela me viu. A garota não era lá muito bonita, muito nova também, logo, juro que não tive segundas intenções. Rapidamente, ela desviou o olhar e percebi que tinha corado. Divertido com a cena, voltei meus olhos para a sala de aula.

Pontas estava abobalhado, observando Lily. Devo dizer que esse amor platônico era altamente prejudicial, já que ele às vezes me ignorava, perdido, como fazia naquele momento. Aluado fazia algumas anotações e, de tempos em tempos, parecia desenhar no pergaminho... talvez ele prestasse um pouco de atenção na aula, mas era menos bizarro que Lily, já que pelo menos tentava se distrair um pouco.

Aproximei-me da carteira, apoiando o rosto na mão esquerda. Meu pergaminho estava em branco, a pena estava seca e o tinteiro, fechado. Comecei a brincar com a pena, girando-a por entre os dedos. Notei que Peter me imitava. Eu ri. Descansei a pena e observei o grifinório pelo canto dos olhos. Pettigrew ainda me imitava, um completo idiota.

Cansado de brincar com o retardo mental de Peter, voltei meus olhos para Marlene McKinnon. Ainda sonolenta, ela não percebeu. Seus cabelos negros, compridos e levemente ondulados caiam sobre seu rosto pálido. Ocasionalmente, ela passava a mão para tirá-los, às vezes colocando-os atrás da orelha, mas eles voltavam a cair assim que o sono abaixava sua cabeça. Seus belos olhos azuis, quando abertos, brilhavam com uma certa magia, algo além da iluminação ambiente... eram especiais, eu diria.

Sempre achara Lene uma das mais lindas de nosso ano... até mesmo de Hogwarts. O grande problema é que ela adorava me desprezar, pisar no meu ego e cuspir em cima. Talvez ela fizesse isso para mostrar superioridade, mostrar que ela fazia o que as outras garotas não ousavam, em relação a mim. Talvez ela fizesse isso porque era a única garota que podia, porque sabia que, quando não alcançava meus objetivos, eu me frustrava.

Não, eu não gostava de Marlene como Pontas gostava de Lily, de maneira doentia e abobalhada. Nem como o carinho que Aluado possuía por Rachel, quase fraterno, compatível, solidário. Ainda assim, Marlene McKinnon possuía algo que atraía minha atenção... não algo que me fizesse parar de me divertir ou que tirasse meu sono, mas uma atração diferente. De fato, ela conseguia me provocar, pisar em meu orgulho quase que sonserino.

Pois é, só o tédio faz Sirius Black pensar.