cap. 17 apmp. never let me go

Ao contrário do que eu e minha mãe imaginávamos, meu pai literalmente se ofereceu para me ajudar com as malas. Não que ele me quisesse longe mas ele simplesmente não sabia mais como extravasar o orgulho e a alegria que sentia de mim naquele momento. Rosalie também ficou animada mas foi mais contida enquanto Alice, mesmo com os meus protestos, organizava uma festa para comemorar a minha entrada na faculdade.

Meu pai também conversou com a minha mãe e a deixou mais calma ou mais conformada, não sei dizer ao certo o que foi mas ela colocou um sorriso no rosto e não tirou mais e começou a fazer planos de viajarmos para lá para acertar tudo. Foi um dia cansativo e de muitas emoções, todos ficaram exaustos. Minha mãe já tinha ido dormir, mais cedo que de costume e eu também me preparava para isso. Só Edward que ficou trabalhando no escritório depois que voltamos para casa. Agora eu estava no meu quarto, já de pijama, arrumando minha cama para dormir enquanto tocava minha música preferida no meu Ipod. Estava distraída e apesar do cansaço, acabei dançando com a música. Assim que a música acaba, ouço batidas na porta. Tiro os fones e me viro, gelando ao ver Edward novamente encostado no batente.

-Boa noite.- Ele diz com um sorriso.

-Você está aí há quanto tempo?-Resolvo ser direta.

-Algum tempo...-Ele admite, passando a mão pelo cabelo e desviando o olhar.

Resolvo engolir minha vergonha e tento controlar o rubor que começava a sentir em minhas bochechas, tentando me manter séria:

-Pois saiba que é muito rude da sua parte espiar sua enteada assim. Pensei que fosse diferente.- Ele apenas suspira

-Bella, já entendi que não quer falar comigo ou me ver só...Resolvi passar mesmo assim e te entregar isso.- Ele se aproxima da cama e deixa sobre ela uma pequena caixinha transparente. Dentro havia uma bonequinha com a mesma cor de olhos e cabelo que os meus e embaixo escrito "Arquiteta".

-Sei que posso estar correndo o risco de parecer piegas mas quando vi achei que ela lembrava você e depois da carta de hoje, achei que era hora de te entregar...Bom, boa noite.- Ele sorri fraco, virando e caminhando para fora do quarto. Fico perdida com o jeito dele, comovida com o gesto e feliz por ele ter pensado em mim.

-Edward...Obrigada.- Digo, completamente desarmada. Sinceramente já sentia-me sem forçar para continuar nessa briga silenciosa. Já da porta do quarto, ele se vira mais uma vez:

-E Bella...Queria pedir desculpas...Por tudo...-Seu olhar não poderia ser mais sincero além de deixar transparecer carinho e até uma certa dor. Não respondo por mim quando me levanto e vou até ele, ficando na ponta dos pés e o abraçando forte. Pela primeira vez depois daquele mês sentia meu coração realmente em paz. Sinto-o quase que imediatamente retribuir, prendendo-me a ele com força, sem me machucar mas mais possessivo que o costume e então ele beija o topo de minha cabeça.

-Obrigado...

Ficamos assim, abraçados, por um tempo, até que começo a ficar sem jeito e o solto e ele respeita minha decisão, soltando-me pouco depois. Será que é impressão minha ou ele não queria que nosso abraço terminasse tão cedo? Sou tirada de meus devaneios quando tomo consciência de seu olhar em mim.

-Bella, queria que me prometesse uma coisa...-Ele parecia sem jeito agora.

-...O que é?- Pergunto curiosa, com uma sombrancelha erguida. Ele respira fundo antes de falar.

-Prometa-me que terá cuidado quando for para lá. Eu sei que você é diferente das outas mulheres da sua idade, que tem consciência das coisas mas...Por favor...Eu sinto que preciso tentar me garantir disso...-Ele estava um pouco atrapalhado com as palavras o que não me lembro de ter presenciado desde que o conheci. Ele sempre soube ser direto e se expressar muito bem.

-Eu prometo. Promete que não deixará minha mãe pegar um vôo no meio da noite para ir atrás de mim num impulso de ver se eu estou bem?- Olho para ele.

-Prometo que não deixarei sua mãe fazer isso.- Ele sorri.

-Obrigada. -Não consigo conter um sorriso.

-Bem, já está tarde, vou te deixar dormir.

-É, foi um dia cheio.- Admito

-Foi o seu dia, você mereceu. Você é incrível Bella, muitas cartas como essa virão, pode ter certeza.- Ele diz, com doçura.

-Obrigada...-Agradeço, um pouco sem jeito com a sua postura e ele parece perceber, sorrindo ainda mais.

-Bem, até amanhã.- Ele sai e fecha a porta atrás de si. Eu volto para a cama, pegando meu presente e o levo até uma de minhas prateleiras, guardando-a com cuidado, em seguida volto para a cama e não demoro a cair no sono, um sono bem mais tranquilo do que o que eu vinha tendo e com sonhos bastante agradáveis também.