• Rio de Lágrimas •
Passos silenciosos que a terra ofendem, com o peso de pecados jamais confessados pela alma ou pelo corpo. Caminham em direção à salvação eterna, fitando um azul antes só visto quando o sol toca o mar. Fitando aqueles olhos determinados.
Olhos azuis que, agora, inseguros, choram histórias que viram e nunca contaram. Olhos que presenciaram mortes e heresias. São chorosos e sofredores, janelas de uma alma atormentada. Olhos que imploram. E que perdoam.
Ônix. Olhos de ébano que nada refletem, enquanto mergulham naquele oceano profundo e lacrimoso. Olhos frios como o Inverno e possuidores de um desespero profundo. Olhos que se arrependem.
Armas maculadas por sangue seco. Armas que não conhecem outra vida que não seja a morte. Armas que conhecem a morte e que pecam, marcando a pele suada com dor. Aliviando seu sofrimento e alastrando-o tal e qual uma praga.
Olhos de sangue, que raivosos desejam o sofrimento alheio. Olhos de um inimigo que anseia que o oceano transborde. Olhos que gritam e imploram pelos portões do Paraíso. E só conseguem enxergar o Inferno.
Sangue, absorvido pela terra e que escapa pela pele. Sangue que se une à dor e ao martírio. Sangue que os une, eternamente ou não. Sangue que abre os portões do fim, não importando qual seja. Sangue que mata.
Sorrisos, gentis e arrogantes. Tão comuns e tão desejados. Sorrisos que chegam aos olhos e deixam escapar risos para piadas e histórias que não precisam ser contadas. Sorrisos para eles, que se perdoam. Apenas uns sorrisos de quem já se conhece e não pode ser separado, seja por sonhos ou pelo destino. Porque não importa o tom de azul do mar, ele sempre é profundo o suficiente para tornar-se negro.
E dedos que timidamente se entrelaçam, como em um passado distante. Dedos que se sujam de sangue alheio e não se importam. Dedos que pelo simples toque, já sabem que se amam.
E, finalmente, a morte. A morte que dá fim a tudo. Seja a uma amizade grandiosa ou a um amor tímido, confessado entre um olhar e outro. A morte que rouba o brilho azul do mar e o torna negro como a noite sem lua. E que torna o ébano, ainda mais triste.
FIM
Nota da Autora: Enfim, primeira fanfic séria no fandom de Naruto. Eu escrevi pelo simples prazer de escrever e nem pretendia postar, mas uma vozinha na minha cabeça, semelhante à voz do vocalista do "The Calling" me mandou postar e cá estou eu. Para quem não entendeu, porque realmente ficou meio confusa, o Sasuke e o Naruto morreram SIM! Porque é assim que eu imagino aqueles dois se reencontrando. Sem beijinho e gritinhos. Morrendo mesmo. Com sangue e tudo, beleza? Ótimo.
Para cada review que ganhar, um gritinho e um pulinho a autora dá! Ajude a perturbar os vizinhos da Lady Asther!