Disclaimer: Só faço questão dos sete, vocês podem ficar com o resto.

Para Chibi Anne, por ser quem é. Por ser Anne Asakura agora, mas para mim, será sempre minha pequena Anne.


A porta sendo escancarada e Eliana entrando sem pedir permissão. César tirou os olhos da televisão lentamente. Eliana fechou a porta e olhou para ele, com o cenho franzido.

— O que você está assistindo? Não é pornografia, né? — ela não arriscou olhar para a televisão. César bufou, com as sobrancelhas arqueadas. Por que tinha concordado em dar uma chave de casa para ela, mesmo? Alguma história sobre no caso de uma emergência, ou algo assim. Mas agora ela vinha sempre que podia. Não que César não gostasse de uma garota gostosa de dezesseis anos adentrando sua porta, mas às vezes queria poder assistir seus filmes em paz.

— Não, não é pornografia, Eli. É pior que isso — murmurou. Eliana sorriu ao reconhecer um filme romântico na televisão. Romeu e Julieta, por sinal.

— Ora, sabe que eu gosto desse seu lado romântico... — ela riu, sentando-se ao lado dele no sofá. Então seu olhar recaiu sobre o que o garoto tinha no colo. — Isso não é seu jantar, certo?

César franziu o cenho, olhando o pacote de Cebolitos em mãos. Sim, aquele era o seu jantar. Oras, ele tinha dezessete anos e morava sozinho. Nem sempre podia preparar um jantar decente, principalmente quando os filmes noturnos começavam. Então, pegava qualquer salgadinho na dispensa e corria para o sofá. Era o seu ritual.

Até que Eliana o interrompesse, entrando pela porta sem nem tocar a campainha. César não sabia se gostava ou não daquilo. Ou se gostava ou não de Eliana. Tudo bem, ele sabia que gostava de Eliana, mas sabia que Tiago também, então era muito mais fácil ignorar aqueles sentimentos idiotas. Mas era tão fácil gostar dela! Gostar de quando ela resmungava que aquilo não era jantar de gente, mas tirava as sandálias e apoiava os pés no sofá, os olhos grudados na televisão e as mãos indo sorrateiras até o pacote de Cebolitos.

E era tão fácil gostar dela quando ela fungava ao final do filme.

— Você está chorando? — ele ria. Eliana dava um tapa leve no ombro dele.

— Claro que não. São os Cebolitos — ela coçou os olhos. — E minha pena de você por ter de jantar algo assim e... — mas Eliana se calou, olhando para o rosto vermelho de César. Um sorriso maroto surgiu em seu rosto. — Você estava chorando?

César virou o rosto para o lado. Era tão fácil detestá-la, também.

— Claro que não. Foram os Cebolitos.


N/A: Você entendeu, haha. Eu te amo. Demais. (um dia, faço algo decente para você, prometo)

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Set Outono
Tema 20. Jantar