Capítulo 38 – I'm all yours for the rest of my Life

Isabella PoV

Assim como eu esperava, nós tivemos uma noite perfeita.

Fizemos amor a noite inteira, matamos toda a saudade que nos arrancava o ar e quando fomos realmente deitar e dormir, já passava de seis da manhã. Aliás, Edward dormiu. Porque eu simplesmente não consegui. Parecia que se eu fechasse os olhos dessa vez, o tempo iria passar rápido, e o dia de nossa despedida chegaria ainda mais rápido.

Fiquei fazendo carinho em seus cabelos, olhando seu rosto másculo, a linha do queixo, a barba por fazer.. O jeito como ressonava ou como sua boca se mexia, porque provavelmente estava no meio de algum sonho. Suas costas nuas, que faziam um caminho de músculos até o bumbum, tampado pelo cobertor. Cheguei a sorrir. Ele era o principal motivo dos meus sorrisos e me perguntei como eu podia ser tão apaixonada assim por uma pessoa, desde que basicamente eu me entendia por gente. Foi amor à primeira vista, e apesar das dificuldades, era muito bom saber que agora ele era meu, e que estava comigo. Eu esperava que fosse para sempre e sem problemas, ainda mais agora que estávamos fora de alcance de tudo que nos ameaçava anteriormente.

Depois de tentar dormir mais uma vez e não conseguir, resolvi me levantar, vendo que já eram nove e quarenta da manhã. Eu sabia que Edward devia estar exausto, primeiro por nossa noite muito intensa, mas também principalmente por causa do fuso horário. A diferença era muito grande, e eu mesma demorei quase um mês para me acostumar por completo.

Levantei, vestindo minha calcinha, e um conjunto de moletom bem quentinho. Abri a janela rápido, para ver como estava o tempo, e por incrível que pareça, ficava ainda mais frio. Nunca imaginei que fosse pegar esse tipo de tempo na Austrália, mas o mundo inteiro estava mudando, e junto com ele todas as condições climáticas.

Quando cheguei na cozinha, Tia Bree estava preparando seu açaí-nosso-de-cada-dia, e cantarolando algo que meus ouvidos não conseguiam conceber. Acho que era em japonês. Não duvidei, porque ela fazia algumas visitas ao Japão todo ano, e falava bem a língua. Assim que percebeu minha presença, deu um sorriso de orelha a orelha, e depois voltou para sua preparação matinal.

- Açaí cura ressaca, só para te informar. – ela disse rindo.

- O que foi a noite passada? – brinquei. – Nunca tinha bebido tanto.

- Sei. Jogue a culpa na bebida. – ela riu.

- Que horas você voltou pra casa? – encostei minhas costas na bancada ao lado dela. Na noite anterior, Tia Bree demorou muito para voltar. Fomos dormir e ela ainda não tinha voltado. Se eu não estivesse tão em alfa por causa de Edward, acho que até ficaria preocupada. Olhei para o local onde eu e Edward demos nossa rapidinha ontem e sorri, sem nem ao menos esconder a vontade de sorrir ainda mais.

- Não lembro. Por volta das cinco, acho. Ah, e quanto a isso... de nada, viu?

- Ahm? – fingi que não entendi, mas meu sorriso me acusou na hora.

- Não me venha com essa, sua cínica. Eu tinha duas garrafas de vinho dentro da geladeira, eu não tinha necessidade de ir até o Seven Eleven. – ela riu. – Mas pra mim foi ótimo também. Nunca mais tinha ido a um motel. – ela falou, me deixando ruborizada. Acho que nunca iria me acostumar com esse jeito "normalístico" de Tia Bree.

- Eu nem sabia que você tinha mais vinho dentro da geladeira. – e eu não sabia mesmo. – Mas obrigada de qualquer forma.

- Disponha, meu amor. – ela terminou sua tigelinha de açaí e me ofereceu, pela qual aceitei uma colherada. – E eu estou feliz por você, mesmo que eu vá morrer de saudade e sentir falta de minha sobrinha morando comigo.

- Como assim? – franzi o cenho, ainda engolindo o açaí que estava em minha boca.

- Como assim, Bella? – ela riu. - Você acha que ele veio aqui simplesmente para te visitar? – ela levantou uma sobrancelha. - Dá pra identificar nos poros desse menino que ele vai fazer alguma coisa pra te tirar daqui.

- Louca. Não tem nada a ver. – falei, mas no fundo senti uma pontada de esperança nas palavras de Tia Bree. – Ele só veio me visitar, porque fazia quase quatro meses que não nos víamos. Ou até mais do que isso. – olhei pra ela como se o que eu tinha acabado de falar fosse a constatação do século.

- É? Veremos. – ela deu uma colherada no açaí e olhou em direção ao corredor, sorrindo. Quando acompanhei seu olhar, dei de cara com Edward ali, apoiado no portal que dividia a sala do corredor. Uma cara de sono tão fofa, que tive que lutar com a vontade de apertar cada parte dele, principalmente as bochechas, e falar o quanto ele era adorável, e o quanto eu o amava. Acho que a distância entre nós fez com que eu perdesse todo meu filtro com ele. Agora eu sentia a vontade de agir normalmente, sair falando o que tinha na minha cabeça, por mais ridículo que parecesse.

Andei em sua direção e nos abraçamos. Edward me deu um beijo na cabeça e murmurou um "bom dia" bem mergulhado no sono, pelo qual respondi e sorri. Tia Bree olhou para nós dois e sorriu, comentando como a juventude era boa. Como se ela fosse velha, e como se ela não tivesse acabado de passar a noite com Sam. Em um motel. Se bobeasse, ela tinha a vida mais interessante do que a minha, quando eu morava em Atlanta.

- O que faz acordada? – ele me perguntou ainda tentando acostumar os olhos com a claridade do dia.

- Não consegui dormir. – suspirei.

- E por qual motivo? – ele levantou uma sobrancelha e pegou em minha mão, fazendo carinho na parte de cima, perto dos nós dos dedos.

- Nenhum aparente. – menti. – Acho que é só a animação por você estar aqui, - continuei mentindo. Não queria deixá-lo triste agora, explanando minha insatisfação por não tê-lo por mais tempo comigo.

- Certo. – ele falou meio duvidoso. – Vim te buscar para voltar para a cama comigo. Não precisamos dormir, mas eu queria realmente ficar um pouco deitado. Você me cansou essa madrugada. – ele sorriu. – E ficar sozinho na cama sem você, com você no outro cômodo da casa, quando estávamos a mais de quatro meses sem nos vermos, é muito ruim, sabe?

Voltamos para o quarto e ali ficamos. Edward deitou, esticando seu braço esquerdo para me aconchegar, e descansou o braço direito nos olhos. Fiquei olhando sua barriga, e todos aqueles packs que compunham seu abdômen, e não pude deixar de dar um risinho. Ele era delicioso demais.

- O que foi? – ele levantou o braço um pouquinho, só o suficiente para me olhar.

- Nada. – ri.

- Me fala. – ele mexeu seu corpo, deitando-se de lado e ficando de frente pra mim.

- Não é nada.

- Eu vou ter que arrancar a confissão de você? – ele deu um sorriso no canto dos lábios, e levou sua mão direita para meu cabelo, pegando um pedaço de minha franja e brincando.

- Uhum. – mordi meu lábio e sorri, já sabendo que a última coisa que faríamos agora nessa cama era descansar.

Edward veio para cima de mim, me beijando com vigor, com vontade, e já pude sentir o volume de sua excitação na altura de minhas coxas. Ele estava com uma calça de pijama de tecido bem leve, o que fazia a sensação ser ainda maior, e me fazendo gemer bem baixinho por antecipação.

- Você definitivamente gosta de me tirar o juízo, não é? – ele falou com seus lábios pressionando os meus, e puxando o cobertor para nos cobrir.

O celular de Edward tocou, e ele afastou o cobertor rápido de nós dois, correndo para o criado mudo como se aquela ligação fosse tudo em seu mundo. Estranhei a animação que ele teve ao pegar o aparelho, e levantei meu corpo para tentar desvendar o que tanto ele tinha pra falar, e principalmente, com quem.

- É Jasper. – ele disse ao olhar o nome piscando na tela.

- Fala que mando um beijo pra e... – antes que eu pudesse terminar a minha frase, Edward levantou-se da cama e correu para fora do quarto, em direção ao banheiro.

- Vou atender lá fora, ok?

Fiquei atônita. Como ele podia não atender uma ligação de Jasper na minha frente? Qual era o problema? Ele ainda escondia coisas de mim? Estranhei bastante. Resolvi me levantar e ir atrás. Assim que ouvi a porta do banheiro batendo, e a voz de Edward lá dentro, corri para a mesma e coloquei meu ouvido na madeira, na esperança de ouvir qualquer que fosse a conversa que ele teria com Jasper. E principalmente, porque ele queria esconder de mim.

Merda de madeira maciça! Não conseguia ouvir nada, apenas o murmúrio de sua voz rouca e algumas pequenas palavras como "papéis" e "assinaturas", junto com a frase "então está tudo certo?".

Sorri, porque por parte eu podia imaginar que aquilo ali era pra mim, e ele queria fazer uma surpresa. Ajeitei meu corpo, apertando a orelha ainda mais na porta, tentando ouvir melhor.

"Peraí."A voz de Edward falou, e a porta se abriu, com minha orelha grudada nela. Situação constrangedora. Edward olhou pra baixo, com o celular em mãos, e segurou o riso ao me ver com as mãos no joelho, em uma posição inteiramente desconfortável e que me denunciava. Nada que eu falasse ali ia fazê-lo acreditar o contrário.

- Jasper, te ligo depois. – ele apertou o botão do celular, me olhando como se eu tivesse feito algo muito, muito errado. Semicerrou seu olhar, e logo depois levantou uma sobrancelha. – Você estava tentando ouvir minha ligação, Isabella Swan?

- Eu ouvindo sua ligação? – arregalei os olhos. - Não.. eu só queria ir ao banheiro, e...

- Isso é malcriação; Você está sendo muito mal educada, mocinha. – ele apoiou as mãos na cintura, como se estivesse me repreendendo.

Não posso negar que comecei a ficar excitada com isso.

- Mas eu não fiz nada! – apertei meus lábios, tentando não rir. Os olhos de Edward continuaram a me olhar, um olhar meio misterioso, não me fazendo distinguir o que ele queria comigo.

- Vou te ensinar a ser educada de uma vez por todas... – sua voz rouca falou, bem próxima de mim.

Ele me pegou no colo, me puxando para o quarto e colocando a mão em minha boca quando ameacei gritar. Foi aí que descobri o que ele queria comigo. E não era dormir, nem ficar deitado descansando.

Por volta de duas da tarde, resolvemos almoçar e passear. Fazer coisas mais turísticas. Estava um frio absurdo lá fora, e tivemos que colocar roupas muito pesadas para sair. Quase morri quando vi Edward usando um raincoat preto, com calça jeans e uma blusa preta de gola até o pescoço. Imaginei se tinha sido Esme que fez a mala dele, porque ele nunca tinha se vestido desse jeito. Parecia mais homem. Mais responsável. E eu por pouco não desisti de passear, para voltar para a cama com ele. Ele estava absurdamente encantador.

Fomos ao "The Old Brewery" do outro lado da orla de Perth, e comemos olhando a vista maravilhosa que dava para toda a baía. Tomamos a famosa cerveja preta, e Edward adorou, falando que ia ficar deprimido quando chegasse nos Estados Unidos e não encontrasse ela por lá. Fiquei meio triste ao ouvir ele falar de sua volta, mas algo nos olhos dele me passava esperança. Eu não estava entendendo mais nada. Mas esperava que algo tivesse a ver com o telefonema de Jasper hoje mais cedo. Tudo estava tão gostoso e parecido com o começo do nosso relacionamento, que eu sentia um alívio fora do comum, como se uma bigorna tivesse sido tirada de meus ombros. Ele sorria, eu sorria, a gente ria, que nem dois babacas apaixonados.

Depois que almoçarmos, fomos andando pelas ruas. Esse lado da orla era completamente diferente da área onde Tia Bree morava. A arquitetura era bonita, e mais colonial. Tiramos fotos em vários pontos turísticos, mas eu parei quando vi uma rua muito familiar. Sorri ao lembrar que ali era a minha antiga escola, e me veio automaticamente lembranças de minha mãe, segurando em minha mão e me levando para a aula.

- Vamos até lá? Por favor? – falei segurando a mão de Edward com minhas duas mãos.

- Claro meu anjo.. – ele sorriu. – Contanto que você me prometa que não vai ficar triste, nem sofrer de saudosismo.. Odeio te ver desse jeito. – ele me deu um selinho.

- Não vou. – prometi, mesmo não sabendo ao certo se conseguiria ou não.

Assim que chegamos, avistamos o enorme campo, e alguns meninos estavam treinando futebol americano. Sorri e olhei na direção de Edward, vendo que ele estava simplesmente vidrado nos meninos jogando. Um deles fez uma jogada errada e Edward reclamou para si, apontando onde ele havia errado. Foi ali que eu tive a certeza que ele sempre teve uma verdadeira paixão por aquele esporte.

- Você quer entrar para assistir?

- Será que pode? – ele parecia uma criança, pedindo para entrar em uma piscina de bolinhas.

- Claro que pode. O campo é aberto.

- Vamos? – ele pegou em minha mão sorrindo.

- Claro. – sorri de volta, vendo ele andando rápido e me levando para dentro do campo.

Me sentei na arquibancada, fechando meu casaco para se esquivar do frio, e Edward se aproximou dos meninos, olhando cada movimento, cada jogada. Eu sabia que ele estava se segurando para falar alguma coisa, ou indicar o que eles deveriam fazer. Deviam ter entre dez, doze anos, e até eu que não entendia muito do esporte podia dizer o quanto eles eram inexperientes.

Passei o olhar rápido pelo prédio de minha escola, e por uma janela que eu tinha quase certeza que tinha sido minha sala de aula. Meus olhos começaram a marejar, e fugi desse sentimento, não querendo deixar Edward chateado. Afinal, eu havia prometido não ficar saudosista.

Fiquei observando ele, e seu jeito com as crianças. Em poucos minutos, ele já estava enturmado. Já jogava a bola para alguns deles, ensinava como fazer o chute inicial, batia palma quando eles faziam certo. Isso só fazia com que eu me apaixonasse ainda mais. Imagens de Edward como pai, futuramente, ensinando futebol americano pro filho vieram em minha cabeça, e fiquei sorrindo sozinha. Se eu falasse esse tipo de coisa pra ele, acho que ele surtaria de vez.

Ele colocou a mão no bolso do casaco, e procurou por alguma coisa dentro dele, com medo que tivesse perdido por ter corrido com as crianças. Virou o rosto em minha direção e sorriu. Cada movimento que ele fazia eu ficava acompanhando, tendo parcialmente um deja vú da época do colégio.

Após Edward se despedir das crianças e ficar todo bobo porque elas realmente acharam que ele era o melhor jogador de futebol americano do mundo, - o que era fofo e extremamente adorável, - continuamos caminhando pela orla. Compramos um café bem quentinho, com chocolate extra, e andamos abraçados, apenas curtindo o ventinho bem frio, e recuperando a falta física que fizemos um ao outro.

- Tem um lugar que quero te levar. – olhei para o relógio. – Mas temos que apressar um pouco, se quisermos pegar o horário certo.

- Onde é? – ele deu um gole em seu café e me olhou curioso. Cada vez que ele falava, a fumaça saía de sua boca. Eu ficava olhando todas suas ações e me encantando. Era como se eu estivesse me apaixonando novamente.

- Um lugar onde meu pai e minha mãe tiveram seu primeiro encontro... e onde... – ri. – De uma forma muito engraçada, eles resolveram dar o meu nome.

Edward franziu o cenho mas esticou seu braço, envolvendo meus ombros e continuamos andando até chegarmos no "The Bell Tower". Ele pagou nossas entradas e subimos de elevador até o último andar. Péssimo dia para escolher vir aqui, porque o frio parecia milhões de vezes maior no último andar.

O Bell Tower era um monumento que foi alvo de brigas entre a Inglaterra e a Austrália durante um bom tempo. Consistia num dos monumentos, - se não o único, - mais altos do país, e cada um de seus andares possuía um certo número de sinos. Eles tocavam automaticamente às seis horas da tarde, mas não era aquele som ensurdecedor. Era um som pacífico, musical, e muito bonito. Daqueles de deixar as pessoas emocionadas.

Assim que alcançamos o pico, vimos que havia muita gente, o que era algo comum, por causa do horário. Nos aproximamos de uma das janelas, olhando toda a vista da cidade de Perth, que apesar de um pouco nublada, ainda nos dava a oportunidade de ver o sol se pondo. Aqui, por volta de cinco e meia, seis horas, já começava a escurecer, e o sol mostrava um tom alaranjado lindo, independente das nuvens que o cercavam.

- Aqui é muito bonito. – Edward falou, ficando atrás de mim e colocando os braços em volta de minha cintura, me puxando para um abraço. Ele colocou seu queixo em meu ombro, e continuamos a olhar a vista.

- É. Sabe qual é o nome desse rio? – apontei para o Rio que cortava os dois lados de Perth.

- Qual? – ele deu um beijo em meu pescoço, me deixando por algum tempo sem força para nem abrir a boca.

- Você quer me deixar falar? – sorri, brincando, e ele me contrariando deu mais um beijo em meu pescoço, sussurrando bem baixo.

– Claro, meu amor... fale. – ele riu baixo.

- Rio Swan. – inclinei minha cabeça um pouco, para que pudesse enxergar Edward melhor por minha visão periférica. – E o nome dessa torre é "The Bell Tower". Meus pais queriam colocar meu nome de Bell Swan, mas por fim minha avó passou por cima dos dois e falou que queria Isabella. Pelo menos eles não perderam no apelido. – sorri novamente. Agora só o que eu queria era sorrir, e mesmo que a lembrança saudosa de meus pais me viesse na cabeça, eu não ficava triste. Era mais saudável do que triste.

- É sério isso? – ele falou rindo.

- Aham. – me virei de frente pra ele, com as costas para a janela, e sorri, ao ver sua cabeça inclinando em minha direção, para me beijar. Assim que nossos lábios se encontraram, os sinos da Torre começaram a tocar.

O som era realmente lindo, musical, e quase toda a cidade ouvia. Eu mesma não me lembrava como era, mas estar ali no momento em que eles tocavam era completamente emocionante. Desde que cheguei em Perth eu tinha vontade de vir aqui, justamente pelas coisas que meu pai havia me contado, mas não tinha coragem. Não queria vir sem Edward.

Ele segurou minha cintura com força, aproximando nossos corpos e aumentando o ritmo do beijo. Mais uma vez eu estava me sentindo em outra dimensão. Juntar seu beijo delicioso, com suas mãos me agarrando, e o barulho dos sinos era simplesmente... inexplicável. Eu estava tão feliz que eu queria chorar. E foi o que aconteceu.

Edward afastou seu rosto do meu, e me olhou, tentando imaginar porque eu estava chorando, mas ele me conhecia o suficiente para isso. Beijou meus dois olhos, tirando um pouco as lágrimas que ali estavam, e me abraçou apertado, aninhando minha cabeça no vão de seu pescoço.

- Eu não queria que você fosse embora. – falei tentando conter mais lágrimas. – Não queria ter que esperar para voltar, ficar nessa ansiedade...

Edward bufou e afastou nossos corpos, me olhando diretamente nos olhos.

- Casa comigo.

- Aham. – ri, debochadamente, revirando os olhos. Ele não podia estar falando sério.

- Porque não acredita em mim? Casa comigo, Isabella. Casa comigo e volta comigo para os Estados Unidos.

Segurei suas mãos e tirei-as de minha cintura, nos afastando ainda mais, de forma que eu pudesse olhar em seus olhos, mostrar que eu não estava brincando e que queria desvendar que história era essa.

- O que? Porque você está falando isso?

- Você acha que eu estava falando sobre o que com Jasper hoje cedo? Justamente sobre isso. Sobre seus papéis. Sobre casar com você. E sobre papéis de casamento.

- Mas... e as investigações..? – eu sabia que não era fácil assim casar em troca de uma nacionalidade. A polícia federal na maioria das vezes costumava ir atrás dos "noivos" e investigar toda a vida deles antes de liberar o casamento.

Ele riu.

- Você está livre, Bella. Jasper me ligou justamente para confirmar que seus papéis para voltar aos Estados Unidos já estavam prontos. Em questão de dois ou três dias você é livre. Não são os papéis oficiais ainda, mas são os temporários. É o suficiente para que você case com algum americano. De um jeito ou de outro, você vai voltar para os Estados Unidos. Mas na realidade, eu quero que você case com esse americano aqui. – ele apontou para si, de um jeito brincalhão.

- Você tá falando sério? – eu acho que meu queixo ia cair no chão.

- Você quer que eu me ajoelhe pra te provar o quão sério estou falando? – ele levantou uma sobrancelha, sorrindo.

- Não, não precisa, e..

Então Edward se ajoelhou. E tirou de dentro do bolso do casaco - aquele que ele tanto sacudia enquanto jogava com as crianças - uma aliança.

Para ouvir: Lifehouse - Blind

- Sabe o que é engraçado, Bella? – ele tirou o anel de dentro da caixa, e ficou olhando a enorme pedra que brilhava no meio do ouro. – A primeira coisa que veio a minha cabeça quando você veio para a Austrália, era te pedir em casamento e conseguir seu greencard. Mesmo. – ele segurava o anel com a ponta de seus dedos, e por minha visão periférica pude perceber que muitas pessoas começaram a olhar pra gente. – E eu vim aqui justamente pra fazer isso. Só que... agora, aqui, nesse lugar, eu vejo que eu não quero te pedir em casamento somente para você ter seu greencard. Nem para te levar de volta rápido. Eu quero casar com você, porque eu quero que você seja a minha mulher. Só minha. Para sempre. E que nunca mais nada, nem ninguém, separe a gente como fizeram nos últimos meses.

As lágrimas voltaram aos meus olhos e tive que passar minhas mãos de forma rápida por eles, porque simplesmente não queria perder aquela cena linda. Edward ajoelhado aos meus pés, em um local público, segurando um anel maravilhoso, e me pedindo em casamento, no ponto mais alto de Perth. O ponto onde meus pais tiveram seu primeiro encontro. O ponto onde eu tinha medo de vir sozinha, lembrar do passado e sofrer. Ele havia apagado essa má impressão para sempre da minha mente, me dando a esperança de quando lembrasse daqui, teria a melhor lembrança da minha vida.

- Eu carreguei esse anel em meu bolso o dia inteiro, esperando o momento certo. E eu sei que é esse. Isabella Marie Swan, você me daria a honra de me casar com você?

- Ai meu deus do céu!– ouvi uma mulher falando bem perto da gente.

- Que coisa linda!– outra respondeu.

Ouvi fungadas, e pessoas passando a mão em seus olhos, emocionadas com o meu momento. MEU momento.

E assim como o que acontece quando você passa por um acidente e todo mundo fala que toda a sua vida passa por seus olhos, eu me vi sentada na arquibancada do colégio, em meu casaco de inverno, escondendo minha barriga e minha vergonha, olhando Edward gritando ordens com seus colegas de futebol americano. Me vi chorando, no banheiro, com medo do que Rosalie ia falar para ele. Me vi com o coração na mão ao ouvir Edward falando que nunca teria coragem de ficar comigo. Vi o dia em que ele me pediu a cola, e eu passei todas as respostas erradas. Ele conversando com Emmett em frente aos armários do colégio, falando que tinha sido reprovado por minha causa. Minhas inúmeras sessões de terapia, minhas idas ao hospital pela gastrite nervosa e a ansiedade para emagrecer. Vi James e minha virgindade indo embora. O dia em que Edward apareceu em meu escritório, presunçoso e em um terno cinza. Vi minha noite com Edward no hotel, naquele Coquetel. O escritório. Ele lavando sua camisa, e a primeira vez em que vi a tatuagem em seu corpo. O dia em que ele foi até minha casa levar minha bolsa. O dia do ar condicionado. As inúmeras vezes que fomos ao fórum juntos e o olhar que ele me dava, me fazendo sentir poderosa ao falar com o juiz. A noite no meu apartamento, depois do jogo e da briga com Alice e Jessica...

Nossos amassos no escritório. Johnny's Hideaway. Bed and Breakfast, com a velhinha pudica que achava que ninguém fazia sexo. O dia em que ele me explicou o que era futebol americano. Nossas brigas. Nosso término. A angústia, a tristeza de tê-lo longe de mim. Minha ida para a Austrália, e a vontade que tive de morrer quando achei que ele estava morto.

Eu queria ser de Edward para sempre. E nunca mais ter que me preocupar em ficar longe dele.

- Claro que sim! – falei segurando meus lábios com meus dentes, e lutando com a vontade de chorar mais alto, e copiosamente, como um bebê.

Edward abriu um sorriso maravilhoso, levantando-se e posicionando o anel em meu dedo. Segurou minha mão, dando um beijo carinhoso nela enquanto olhava em meus olhos.

- Eu quero te fazer a mulher mais feliz do mundo, chefinha– ele brincou, falando o apelido ridículo que ele tinha me dado quando começamos a trabalhar juntos.

- Isso é um sonho. – falei quando ele me abraçou forte. – É um sonho, e eu não quero acordar. – segurei na gola de seu casaco de chuva, me agarrando nele como se ele pudesse fugir e tudo desmoronasse. Mas não. Ele continuava ali ao meu lado, e suas mãos ainda me abraçavam, provando que tudo isso realmente estava acontecendo.

- Você é meu sonho. Um sonho que sempre esteve ao meu alcance e eu fui cego de não enxergar. Mas que depois de criar muito juízo vi que é a melhor coisa do meu mundo. A melhor coisa que surgiu na minha vida. Que me transformou. Que me deu um soco de realidade e fez com que eu me transformasse no homem que sou hoje, e não mais no moleque de sete, oito meses atrás. Eu te amo, Bella.

- Eu também te amo, Edward.

Ele me beijou, e eu pude ouvir pessoas batendo palmas ao nosso redor. Podia ser cafona, ou clichê, mas era o meu momento, o momento que eu sonhava desde os quinze anos de idade, e eu não podia estar mais feliz. Nunca que eu ia imaginar que um dia isso aconteceria comigo.

E os outros dias na Austrália foram completamente perfeitos. Fizemos compras, planos, assistíamos o por do sol imaginando como seria nosso novo apartamento, e até mesmo nossos filhos. Edward brincou, falando que queria ter um time de futebol americano inteiro e eu falei que não, porque eu iria ficar flácida, gorda e feia. Ele riu, me chamando de absurda, mas me abraçou e disse que eu seria a mãe mais linda do mundo.

Eu ainda não conseguia acreditar que nós íamos nos casar.

No nono dia, voltamos para os Estados Unidos. Deixei Tia Bree com lágrimas nos olhos, mas com a promessa de que nos veríamos no dia do meu casamento. Ela e Sam. Agradeci por todo o carinho e por tudo que ela fez por mim. Ela me recebeu de braços abertos, e ainda por cima me deu o carinho que eu estava precisando no momento. Eu queria estar na presença dela constantemente, e além da promessa de nos vermos em meu casamento, fiz ela prometer que nos veríamos pelo menos de dois em dois anos. E mandaríamos email com freqüência.

Riley nos levou no aeroporto, e fiquei muito feliz ao ver que ele e Edward conversaram bastante dentro do carro. Fiquei na esperança que ele entendesse o quanto Riley foi meu amigo, e como foi importante a amizade dele, não me deixando surtar o tempo que passei por aqui.

As horas passaram muito devagar dentro do avião. Edward se divertia com a minha ansiedade, mas fazia de tudo para me acalmar, me beijando, acariciando meu cabelo, passando seus dedos por meus braços, segurando minha mão, comprando filmes para que assistíssemos e até mesmo fazendo palavras cruzadas comigo.

- Alguém vai estar nos esperando no aeroporto? – virei meu rosto em sua direção, após olhar o dia amanhecendo por entre as nuvens.

- Acho que não. – ele falou indiferente. – Talvez só Jasper.

- Ahm. – voltei meu olhar para a janela. Edward continuou acariciando minha mão, e eu acabei cochilando nas últimas duas horas até chegar em casa.

Senhores passageiros dentro de quinze minutos estaremos iniciando o desembarque no Aeroporto de Atlanta. Por favor certifiquem-se que seus assentos estão na posição vertical e suas bandejas devidamente guardadas...

- Meu deus, eu realmente não estou sonhando. Eu estou voltando pra casa... – sorri, falando bem baixo, na intenção que fosse só para mim, mas Edward ouviu. – Eu vou me casar... e eu vou ficar aqui... com o meu escritório... sem James... sem Didier...

Pegamos nossas malas e quando saímos, todos estavam me esperando. Olhei para Edward, demonstrando com meu olhar que ele era um sacana com essa história de surpresas, mas logo desfoquei ao ver Rosalie chorando ao me ver. Ela correu, com seus saltos altos, e me abraçou tão apertado, que me deixou tonta.

- Amiga, amiga, amiga, nunca mais me abandone! - ela falou em meio a lágrimas.

Enquanto ela ainda continuava agarrada a mim, pude ver Carmela ao lado de Emmett, sorrindo, e sibilando as palavras: "Eu sabia que você ia voltar, meu amor." Meus olhos encheram-se de lágrimas, e Edward acariciou minhas costas procurando me acalmar.

Cumprimentei todos. Jasper, Emmett, e Carmela. Ai minha Carmela. Como eu sentia falta dessa chicana linda. Abracei-a de forma tão apertada que cheguei a pegá-la no colo. Ela gritou, pedindo para que eu colocasse-a no chão, e todos riram.

Todos.

O som da risada deles, me fez sentir bem. Me fez sentir protegida, e amada. Eu estava segura e confortável, como nunca havia me sentido antes em minha vida.

Edward sorriu pra mim, e a felicidade dele estava tão estampada em seu rosto que por mais que eu ainda não tivesse um greencard, e ainda fosse portadora de papéis temporários, eu sabia que eu estava finalmente em casa.

Aqui era meu lugar.

Meus amigos eram a minha família. E Edward era o meu porto seguro.

Eu podia finalmente sentir; Minha vida estava definitivamente completa. E ao olhar o anel em meu dedo, e a promessa do que ele traria à minha vida, uma promessa feita por Edward... eu sabia que minha felicidade, e que tudo isso que estava acontecendo comigo significava simples e plenamente um para sempre.

FIM


Essas são minhas últimas desculpas, afinal é o último capítulo. hahahahaa! Mas a culpa não foi minha, o fanfiction também trollou muito com essa história de não conseguir postar fics, depois não conseguir logar... I'M SORRY!

Ainda tem o epílogo, - que eu ainda não terminei de escrever, - mas prometo upá-lo o mais rápido que eu puder.

Gostaria de agradecer a todas que acompanharam e tiveram a paciência de me esperar. Eu sei que vacilei algumas vezes e mais uma vez peço desculpas. Amei todas as reviews, li todas elas, e podem ter certeza que isso me deixou bastante feliz. Para isso, o meu muito obrigada também.

Espero que continuem comigo em outros projetos, - tenho muitos, - porque não quero perder contato com vocês.

O que acharam do final do capítulo e da história em si? Qual foi a cena preferida? Adoraria saber!

Amo vocês, e tenham uma ótima semana,

Dani Masen