Nota: (1) Harry Potter e seus personagens não me pertencem. E sim a J.K. Rowling e a Warner Bros. Entertainment Inc. Essa fanfic não tem nenhum fim lucrativo, é pura diversão.
(2) Contém Slash (relação Homem x Homem), Lemon (sexo explícito entre os personagens) e Mpreg (gravidez masculina), portanto se você não gosta ou se sente incomodado com isso, é simples: Não Leia.
(3) Essa é uma história UA – Universo Alternativo – ou seja, ocorre numa realidade paralela e inexistente na qual TUDO pode acontecer.

-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

Era um belo final de tarde quando a carruagem da família Malfoy se deteve em frente ao imponente palácio de Durmstrang, o cocheiro, então, inibido, mandou chamar uma das servas do palácio para que esta o auxiliasse naquele delicado momento. Assim, minutos depois, uma serva de idade avançada se aproximou e quando abriu a porta da carruagem, sob o desconfortável olhar do cocheiro, afogou um grito de susto. Com as pernas cruzadas e a cabeça erguida, sentado majestosamente no estofado de seda, encontrava-se o conde Riddle, completamente nu, seus furiosos olhos escarlates fixados num ponto qualquer.

- Santo Deus! – exclamou a mulher.

Ela, então, com a face corada e a imagem daquele deus grego ainda em sua mente, fechou novamente a porta da carruagem e correu para os aposentos do conde em busca de vestes adequadas para ele. Passado alguns minutos, após a serva regressar com sua roupa e Tom finalmente se vestir, agora em condições decentes, o nobre adentrou no palácio a passos decididos.

Harry estava em perigo.

E o conde precisava resolver aquela situação de uma vez por todas.

Agora, apenas Grindelwald estava em seu caminho. E por mais que Tom apreciasse o monarca como um verdadeiro pai, ninguém ficaria em seu caminho, ninguém seria um obstáculo entre ele e Harry.

- Espero que um dia você possa me perdoar, Grindelwald, mas é a única saída – murmurou para si mesmo, seguindo para os seus aposentos, os punhos fortemente cerrados com decisão.

Em seu quarto, Tom pegou um pequeno frasco de vidro que estava escondido numa caixinha de madeira em seu guarda-roupa. Dentro do frasco, encontrava-se uma substância viscosa, completamente negra, própria para ser diluída em algum líquido. Era um dos venenos mais poderosos do mundo, dificílimo de ser encontrado, que Tom conseguira apenas por intermédio de um contrabandista. A ação do veneno era lenta, mas específica, após algumas horas causava um profundo sono, mas depois levava a pessoa a óbito simulando uma parada cardíaca.

Com o pequeno, porém letal, frasco em mãos, Tom seguiu ao Salão do Trono para se encontrar com o rei. Seu intuito era oferecê-lo em uma taça de vinho para Grindelwald e assim, tornar-se o governante supremo de Durmstrang até o final daquele dia. Quando ingressou no Salão do Trono, porém, um pequeno alvoroço o surpreendeu. Vários membros da corte, nobres de extrema importância, além do próprio Arcebispo do reino estavam a sua espera.

- O que aconteceu? – perguntou aos seus pais, estranhando a profunda reverência que todos lhe fizeram ao adentrar no locar.

- Meu querido...

- Não, Mérope, deixe que ele mesmo tome conhecimento – com essas palavras, o marquês Thomas, seu pai, entregou-lhe uma carta timbrada com o selo real. Ao abri-la, o conde se deparou com a inconfundível caligrafia e assinatura de Grindelwald:

Meu filho,
Não vejo outra forma de começar esta carta, senão chamando-lhe assim, pois você foi criado como um verdadeiro filho para mim, Tom.
Acredito que você tenha acabado de voltar de seu encontro com o jovem Harry Malfoy e agora esteja no Salão do Trono com um pequeno frasco escondido no bolso de sua casaca, disposto a se tornar rei para poder viver de uma vez por todas com o seu amado menino. Não estranhe as palavras deste velho sábio, meu caro, pois aprendi com o melhor a estar um passo a frente dos demais em meu reino. A pessoa que me ensinou isto foi aquela que amei durante toda a minha vida, mas devido à minha posição como rei, nunca pude tê-la para mim.
Todavia, as coisas mudaram, e agora tomei a decisão que eu devia ter tomado há tempos, pois você já está pronto para isso.
Eu abdiquei da coroa em seu nome, Tom, para poder viver um grande amor do passado, para poder terminar os meus dias com esta pessoa que foi a única para mim, e fiz isso porque agora sei que você está pronto. Tenho plena certeza de que você será um rei esplêndido, como eu nunca fui, e assim, você alcançará a felicidade ao lado de seu amado. Então, não tenha medo, meu filho, lute por aquilo que você ama! Não perca tempo, como eu perdi, e siga em frente, você tem o meu aval.
Boa sorte, novo rei de Durmstrang, meu amado filho.
Att: G. Grindelwald.

Dizer que Tom estava em choque era dizer pouco. Ele olhava fixamente para a carta, após ler e reler cada palavra, ainda perdido em seus pensamentos. Inúmeras vozes se misturavam ao seu redor, informando que o rei sumira logo cedo deixando uma carta de abdicação oficial e todos os documentos prontos para que ele, Tom Riddle, assumisse seu lugar no trono. Tom estava em choque, é claro, mas imensamente satisfeito. E assim, ele apenas concordava com as agitadas vozes que programavam uma cerimônia de coroação rápida, em poucos dias, pois o povo não poderia pensar que fora abandonado por seu rei e deixado à deriva.

- Dentro de alguns dias, então, majestade, o senhor será coroado.

- Excelente. Agora deixem-me sozinho.

- Como ordenar – pronunciaram todos, inclusive seus próprios pais, que o encaravam com um brilho de evidente orgulho em seus olhos.

Após respeitosas reverências, os demais nobres se retiraram do salão. Aquilo era exatamente o que ele precisava, Tom pensava com um sorriso ladeado, em alguns dias o poder estaria em suas mãos e assim, Harry ficaria ao seu lado.

- McNair, Avery – chamou seus fiéis cavaleiros, antes que estes se retirassem também – Eu tenho um importante trabalho para vocês que deve ser concluído até o dia da minha coroação.

- Pois não, majestade – responderam em coro.

- Quero que vocês implantem provas contra os Malfoy.

- Ma...Majestade?

- Não façam essas caras, minha ordem é precisa, eu quero que vocês incriminem Lucius Malfoy e sua família. Entenderam?

- Como ordenar, majestade.

Com um sorriso satisfeito, Tom observou os dois o reverenciarem e em seguida, desapareceram pelas enormes portas de madeira. Seu plano, finalmente, estava em andamento.

- Não se preocupe, Harry, meu amor, dê-me apenas alguns dias.

-x-

Quase uma semana havia passado e Harry continuava preso naquela torre inóspita com seu filho, cuja porta de ferro era sempre vigiada por dois guardas brandindo suas espadas, fiéis às ordens do jovem senhor Malfoy. Água e lascas de pão eram os únicos alimentos que Draco permitia chegar aos prisioneiros, e Harry obrigava seu filho a comer, acabando ele mesmo por não se alimentar com coisa alguma, sobrevivendo com a pouca água que bebia. Mas a única preocupação do jovem doncel era seu filho. Richard estava assustado, não entendia coisa alguma do que se passava ali, seu pai enlouquecera para deixá-los naquele lugar horrível, e o mais importante, estava preocupadíssimo com seu pa', mas Harry sempre fazia de tudo para acalmá-lo, abraçando-o firmemente para infundir-lhe calor naquele local onde a umidade e o frio imperavam. E enquanto dava ânimos e acalmava o menino, ele via o próprio corpo sucumbir.

Apenas o lençol fino de seda protegia o corpo do doncel, ainda gravemente ferido, da friagem daquele local. A escassez total de alimento o enfraquecia cada vez mais, ainda sim, porém, ele agradecia a Deus por seu filho poder contar com as migalhas oferecidas por Draco. E a umidade e a escuridão total que abarcava aquela torre, por fim, levavam seu corpo e seu espírito ao limite.

Quando uma poderosa febre lhe acometera, ele soube, estava a um passo da morte. Sua maior preocupação: Richard. Sua maior tristeza: nunca mais poder contemplar o seu amado conde Riddle.

- Pa'...? – sussurrou o menino, a voz chorosa e as lágrimas banhando o assustado rostinho infantil. Os enormes olhos escarlates contemplavam a imagem do doncel, prostrado no chão de pedra, tremendo involuntariamente devido à febre, murmurando palavras desconexas enquanto o fino lençol lutava por encobrir o corpo marcado.

- Está tudo bem, pequeno... Coma... Coma o pão que chegou.

- Não, você precisa comer também...!

- Faça o que estou mandando, Richard – articulou com dificuldade, a respiração agitada e os olhos perdidos em alucinações febris.

O menino, por sua vez, ajoelhado junto ao corpo trêmulo, apenas assentiu com a preocupação evidente em suas feições finas. Aquilo era uma espécie de castigo divino, ele sabia, mas um castigo pelo quê? Quão sórdida teria sido uma ação sua para que precisasse ver seu amado pa' sofrendo assim? Por que ele não podia simplesmente ser feliz com sua família? Por quê? Não era uma criança boa o bastante para isso?

- Por favor, Deus – murmurou numa prece aflita – Pelo menos salve o meu pa'. Por favor, eu prometo fazer qualquer coisa, mas faça com que ele fique bem.

Enquanto isso, no Salão de Banquetes daquele mesmo castelo, um desconfortável clima rodeava o jantar repleto de farturas. O motivo eram as silenciosas lágrimas, acompanhadas de pequenos soluços, que banhavam o rosto do pequeno Henry Malfoy e eram observadas com reprovação pelo resto da família.

Lucius começava a ficar exasperado com aquilo.

Narcisa, por sua vez, até mesmo perdera o apetite.

E Draco apertava os punhos, mais irritado do que nunca.

- Nós acabamos de conversar sobre isso, Henry, agora coma sua sopa e pare de chorar.

- Mas papai...!

- Silêncio – interrompeu friamente – Pare de chorar ou então eu vou dar um verdadeiro motivo para isso.

- Mas eu quero ver o meu pa' e o meu irmão – as lágrimas começaram a sair com mais força, acompanhadas dos soluços desesperados, e para grande irritação dos demais Malfoy, o menino se mostrava cada vez mais aflito – Onde eles estão, papai? Por favor... Por favor, eu quero vê-los!

- Estes não são modos de um Malfoy – a voz gélida replicou sem qualquer indício de sentimentos – Dentro de algumas semanas, quando voltarmos para Slytherin, você poderá estar com eles.

- Mas...!

- No momento – Draco estreitou perigosamente os olhos e o menino se calou – aqueles dois precisam ser afastados da má influência deste reino. Agora coma sua comida em silêncio.

Em silêncio, mas sem conter as lágrimas, Henry se colocou a cumprir as ordens do maior, seus pensamentos, porém, centrados em seu pa' e irmão. Não entendia direito as palavras de seu pai, mas queria voltar para Slytherin logo, se isso significasse poder vê-los novamente.

Draco, por sua vez, pensava em seu esposo. Ao contrário do que qualquer um pudesse imaginar, ele não queria matar Harry, oh não, matá-lo nunca. Ele queria apenas que seu irreverente esposo aprendesse uma lição de uma vez por todas, que esquecesse aquele maldito conde e passasse a amá-lo como mereceria, porque ele, Draco Malfoy, era seu marido legítimo. E seu amor por Harry, ele estava certo disso, seria sempre incondicional – e doentio.

- Em Slytherin tudo voltará a ser como era antes – afirmou mais uma vez, mais para si mesmo do que para o seu choroso filho.

O que Draco não sabia, porém, é que Harry pouco duraria naquela torre fria e úmida, ferido e sem alimento algum. Se o doncel tivesse sorte, poderia agüentar apenas mais alguns dias, não mais do que isso. Nunca voltaria para Slytherin vivo, mas seu marido ignorava isso.

-x-

- Tem certeza, majestade?

- Você está questionando uma ordem do seu rei, Avery?

- Não... Er... Não, de maneira alguma, vossa alteza.

- Ótimo, então vamos.

O agora rei de Durmstrang, no lombo de seu cavalo negro, olhou mais uma vez para o imponente castelo forjado em pedras brancas que a família Malfoy ocupava em seu reino, os olhos escarlates fixando-se por alguns instantes na enorme e sombria torre que se destacava naquele cenário grandioso. Segundos depois, Tom Marvolo Riddle, governante supremo daquele reino, e sua maior cavalaria, empreendiam marcha àquele local.

- Lucius, o que...? - Narcisa afogou um grito ao observar pela janela centenas de cavaleiros fortemente armados se aproximando.

Quando o duque chegou ao lado da esposa e contemplou a mesma cena, sentiu toda a cor de sua face esvair e por um instante, amaldiçoou seu filho, ao divisar o conde Riddle à frente das tropas e entender o que realmente se passava ali.

- Draco é um idiota – Lucius pensou em voz alta – Por que não deixou o seu inútil esposo abrir as pernas para o conde? Dessa forma, todos sairiam ganhando.

- O que...? – a mulher arregalou os olhos, encarando-o.

- Nada.

- Por que vocês estão com essas caras? – o aludido adentrou na sala de estar principal do castelo, acompanhado de Henry, que também se perguntava por que seus avós pareciam ter visto um fantasma.

- Draco, meu filho, é uma tragédia.

- Mamãe, o que houve?

Todavia, antes mesmo que a duquesa pudesse proferir qualquer palavra, os portões do castelo foram derrubados e agora, dezenas de homens brandindo perigosamente suas espadas adentravam no local.

- O que significa isso?

- Isso, duque Malfoy, significa que o senhor e sua família estão presos, acusado de conspiração contra este reino.

- Você...! – Draco estreitou os olhos com puro ódio, mas seu pai o interrompeu:

- Acredito que minhas ordens foram para o senhor não colocar mais os pés aqui, conde Riddle, ainda mais inventando calúnias como esta.

- Suas ordens foram para que o conde Tom Riddle não pisasse mais aqui, mas para o rei Tom Riddle, governante supremo de Durmstrang, suas ordens não significam nada – sorriu com malícia – ainda mais em meu próprio reino.

- O que...? Você...? Não, não é possível, Grindelwald...!

- Abdicou da coroa em meu nome, mas isso é tudo o que traidores como vocês têm o direito de saber.

- Isso é um absurdo! – exclamou Narcisa com sua habitual altivez.

- Avery – ordenou, e o servo logo desenrolou um pergaminho e se pôs a ler:

- Foram encontradas provas irrefutáveis de que Lucius Henrique Malfoy, auxiliado por seu legítimo herdeiro, Draco Lucius Malfoy, planejava o assassinato do outrora rei de Durmstrang, Gellert Grindelwald, para se quedar com os feudos que negociava com vossa majestade, cartas e um diário pessoal do duque, contendo tais informações, foram encontrados em um dos feudos que estavam sob sua tutela. Atesta-se, pois, que o duque e a duquesa – sua cúmplice, conforme atestam os documentos – bem como seu único filho e herdeiro, conspiraram contra o monarca que os abrigou gentilmente e assim, contra todo o reino de Durmstrang. A sentença perante tal ato é a morte.

- Como ousa...! – os olhos acinzentados de Lucius brilhavam furiosamente.

- Prendam todos.

A ordem de Tom foi simples, mas precisa, e segundos depois os membros da família Malfoy se encontravam cada qual sujeito firmemente por dois cavaleiros do reino. Os servos do castelo, bem como os guardas do mesmo, já haviam sido subjugados e apenas as damas de companhia de Harry permaneciam livres, junto ao rei, como este ordenara.

- Malfoy – Tom fixou seus olhos num furioso Draco – Onde eles estão?

E um sorriso arrogante logo surgiu nos lábios do loiro:

- Ora, então tudo isso é para tentar roubar o que é meu?

- Eu não vou perguntar duas vezes – informou com frieza – Onde estão o Harry e o meu filho?

- Você pode sumir com o pequeno bastardo, não faz diferença, mas as suas mãos imundas não tocarão no meu Harry nunca mais!

- O Harry nunca foi seu, não se iluda, por mais que você o tocasse era em mim que ele pensava, você sabe disso, Malfoy. Agora me diga de uma vez, onde eles estão?

- Desgraçado...!

- Senhor – uma aflita McGonagall interrompeu – Na torre, o meu jovem amo e o pequeno Richard estão na torre de estocagem de alimento, por favor, salve-os.

- Maldita bruxa! – gritou Draco, tentando arremeter contra a mulher, mas os cavaleiros de Tom o seguravam com firmeza. Ela, no entanto, ignorava o garoto mimado, preocupada de mais com a saúde de seus meninos para se importar com qualquer outra coisa.

Tom, por sua vez, ao ouvir a serva, não pensou duas vezes e correu para o local indicado, que ele conhecia bem, pois passara muitas temporadas naquele castelo em sua infância. E quando o monarca se deparou com os dois brutamontes que faziam a guarda daquela imensa porta de ferro, sequer piscou antes de tirar a espada da bainha e num único movimento, cortar ambas as cabeças. No instante seguinte, Tom abria a pesada porta para se deparar com a cena mais cruel que ele, outrora o general mais temido de Durmstrang, contemplara em sua vida:

Encolhido naquele chão de pedra frio e imundo, com apenas um fino lençol encobrindo o corpo ferido, estava o doncel que conquistara seu coração. Os braços delgados abraçavam firmemente contra o peito, um garotinho de cabelos negros que parecia adormecido, os rastros de lágrimas ainda visíveis no rostinho infantil.

O coração de Tom apertou em seu peito.

Harry o encarava, mas as belas esmeraldas haviam perdido o brilho, estavam nubladas pela febre, mergulhadas num profundo delírio; os lábios machucados murmurando palavras desconexas e tremendo devido ao frio.

- Harry...? – perguntou horrorizado, ajoelhando-se rapidamente ao lado do pequeno corpo marcado.

Não, aquilo não podia ser verdade.

Depois de tanto tempo, Tom não o perderia novamente.

Não o perderia para Draco Malfoy. Não o perderia para a morte. E nem para a loucura.

- Senhor Tom – Richard murmurou ao abrir os olhos e encontrar um par exatamente igual aos seus – Por favor, senhor Tom... – foi como se uma pequena chama de esperança inundasse o coração do menino – Ajude o meu pa', por favor... Ele... Ele não está bem.

- Acalme-se, pequeno, vocês estão salvos agora. Tudo vai ficar bem.

Curiosamente, o menino se sentiu seguro com aquelas palavras que, outrora proferidas por um debilitado Harry, não soavam tão convincentes. Com o senhor Tom ali, Richard sabia, as coisas mudariam.

- Você consegue andar? – Tom perguntou ao menino, que assentiu prontamente, colocando-se de pé ao seu lado.

O monarca, então, pegou Harry no colo com extrema doçura e suavidade, como se segurasse uma delicada jóia, e seguiu com ele para fora dali. Quando regressou à sala principal do castelo, na qual se encontravam os demais, o grito enfurecido de Draco foi imediato:

- NÃO! TIRE SUAS MÃOS DELE! ELE ME PERTENCE! ELE É MEU!

Os olhos escarlates, obscuros e perigosos como ninguém ali contemplara antes, apenas se fixaram em Draco Malfoy, encarando-o profundamente, para então afirmar:

- Guardas, levem-nos às masmorras do palácio de Durmstrang, a execução será amanhã ao entardecer.

- Sim, majestade.

- Tom... – uma enfraquecida e suplicante voz fez-se ouvir.

Harry, apoiando a cabeça em seu ombro, sussurrara:

- Por favor, ele não... Por favor... Poupe-o...

A trêmula mão do doncel apontava para o garotinho de cabelos louros e olhos chorosos que era sujeito pelos guardas como seu pai e seus avós. E Tom rapidamente entendeu: Harry intercedia pela vida de seu filho caçula, uma criança inocente como o seu próprio filho Richard, que, por sua vez, encarava o irmão com evidente angústia.

- Soltem o menino – ordenou finalmente. Na mesma hora, Richard correu para segurar a mãozinha do irmão e com isso, infundirem forças um ao outro – Richard, por favor, traga seu irmão conosco.

- NÃO OUSE SE APROXIMAR DO MEU FILHO, RIDDLE! E MUITO MENOS DO MEU ESPOSO! VOCÊ NÃO TEM O DIREITO...!

- Ele não é mais seu filho, Malfoy, como o Harry não é mais seu esposo.

Tais palavras, frias como gelo, ecoaram pelas paredes de pedra do aposento. E Tom, não satisfeito, sentenciou antes de sair do local que logo seria queimado como todo o castelo:

- A partir de hoje, Draco Malfoy, você não passa de um homem morto.

-x-

A recuperação de Harry demandou tempo e os melhores médicos da corte, mas Tom não desistiu um segundo sequer, fazendo jus à promessa de não perdê-lo novamente. Assim, passado algumas semanas, o doncel estava completamente curado, saudável o bastante para ainda viver e aproveitar por muitos anos a fio com sua família. Por sua vez, a notícia da traição dos Malfoy percorreu a imensidão dos três reinos, na boca dos mais ricos membros de diversas cortes, bem como na boca dos mais simples camponeses, denegrindo completamente o nobre e antigo nome desta família.

E a punição de Tom àqueles que por anos maltrataram Harry e seu filho foi algo digno de se eternizar na história.

Lucius foi queimado vivo em praça pública para dar exemplo aos demais e assim, pagar pelo seu sórdido crime de "traição"; Narcisa, por ser irmã do monarca de Hogwarts, não foi morta, pois Tom queria evitar instabilidades em seu recente governo. Ela, porém, segundo suas próprias palavras, sofreu um castigo ainda pior do que morte. A sempre vaidosa mulher foi mandada para um convento nos confins do reino de Durmstrang, onde teve seus cabelos raspados e foi obrigada a andar em trapos pelo resto de sua vida, cuidando pessoalmente dos afazeres domésticos e sendo maltratada constantemente pelas madres superiores que a repudiavam devido à sua suposta traição para contra o reino. Todavia, nenhum castigo foi pior do que o concedido ao herdeiro dos Malfoy.

Draco Lucius Malfoy foi aprisionado no calabouço mais frio e obscuro do palácio de Durmstrang, onde, a mando do rei, sofrera com torturas diárias – que variavam entre ferros em brasa marcando sua pele, ou então, arrancando seus olhos, bem como ratos e larvas devorando pouco a pouco seu corpo chagado. Tais torturas, porém, não se comparavam ao seu maior suplício: saber que acima daquelas masmorras imundas, no belo palácio, Tom e Harry viviam juntos e felizes.

O doncel, é claro, não sabia que Draco estava vivo, sofrendo com torturas diárias sob os seus pés. Ele imaginava que o seu antigo marido havia sido morto juntamente com Lucius no dia seguinte ao seu resgate. Mas segundo o julgamento Tom, a morte imediata de Draco Malfoy seria pouco, muito pouco para compensar todo o suplício que ele causara.

Cinco anos.

Cinco longos e agonizantes anos.

Este foi o tempo que Draco durou, até morrer naquelas masmorras, completamente louco, mutilado e sozinho.

Harry, porém, finalmente contava com uma vida repleta de alegria. Tom registrara Richard como seu herdeiro legítimo e este agora era o próximo na linha que o sucederia ao trono. Richard, mais feliz do que nunca, descobriu, então, ter um pai que o amava. Henry, por sua vez, era igualmente querido por Tom, e afastado dos Malfoy, tornava-se a criança doce e maravilhosa que sempre fora destinada a ter sido.

Eles eram, enfim, uma família.

- Majestade – Minerva o chamou.

E Harry sorriu.

Sempre seria estranho ver a mulher que o criara e cuidara em todas as ocasiões o chamando assim:

- O rei Tom – continuou ela – aguarda sua presença no jardim.

- Obrigado, Minerva, estou a caminho.

Aquelas três mulheres, suas queridas damas de companhia, não podiam conter um sincero sorriso ao contemplarem o indiscutível brilho de alegria nos olhos esmeraldas daquele lindo nobre que amavam como um filho.

No jardim, a imponente figura de Tom Riddle observava ao longe dois meninos: Richard e Henry não se cansavam de brincar no novo escorregador e no balanço que seu pai mandara construir. Quando Harry chegou, porém, foi surpreendido por fortes braços que logo envolveram sua cintura para em seguida, estremecer com o sensual beijo que foi depositado em sua nuca:

- Você é feliz, Harry?

A entonação seria na voz de seu marido fez o doncel dar meia volta em seus braços para encará-lo, abraçando-lhe o pescoço e fixando seus olhos nas belas jóias escarlates.

- É como se eu vivesse num conto de fadas, meu amor.

- Eu amo você.

- Eu sei – sorriu – Eu também te amo.

Tom Marvolo Riddle, pois, governou aquele reino com sabedoria e precisão, sempre seguindo os conselhos de seu consorte, que era idolatrado pelo povo por sua bondade e beleza angelical. Richard e Henry cresceram inseparáveis, desfrutando do amor de seus pais e vivendo num lar repleto de harmonia e carinho, com o qual sempre haviam sonhado. E para alegria de todos, a família cresceu, nascendo três anos depois a pequena Mérope Lilian Riddle, de olhos azuis escuros como os do avô Sirius e cabelos negros incrivelmente lisos, e após dois anos do nascimento da princesa, veio ao mundo o pequeno Mordred Arthur Riddle, um doncel, de olhos verdes-esmeraldas e cabelos ligeiramente revolvidos.

A história de amor do conde Tom Marvolo Riddle e do príncipe doncel de Hogwarts, Harry James Potter-Black, foi contada através dos séculos. E uma história que começou com "Era uma vez...", não pode terminar de outra forma, senão afirmando da maneira mais clássica que Tom e Harry, desfrutando do seu grande amor, viveram felizes para sempre.

FIM

-x-x-x-x-x-

N/A: Hello people! Então, mais uma história que chegou ao fim, espero que vocês tenham gostado. Eu sinceramente admito que fiquei um pouco diabética, escrevendo tanto açúcar assim... Hehehe... Mas espero que vocês tenham gostado. A proposta foi bem esse clima de "conto de fadas" na era medieval, e mesmo com o Harry comendo o pão que o Draco amassou, a açúcar ainda precisou escorrer da tela agora no final... Mas convenhamos, com final açucarado ou não, vocês me matariam se o Harry não ficasse com o Tom não é mesmo? Hehehe... Nem eu mesma iria me perdoar xD O garoto sofreu tanto que o mínimo que ele pode ter é o seu "felizes para sempre"! Hehehe...

Bom, um novo Tom/Harry está a caminho, galera! Dessa vez não é UA e nem terá Mpreg, será no ambiente dos livros mesmo, ao estilo da minha antiga história Poison, digamos assim, mas um pouco mais complexo. Espero que vocês possam acompanhar esta NOVA HISTÓRIA e que apreciem seu enredo!

Quanto ao último capítulo, o que acharam? Foi preciso muita insulina? Hehehe... Please, mandem suas REVIEWS para eu saber o que acharam do final da história!

Qualquer comentário, críticas, elogios ou sugestões...
São sempre bem vindos!

Um grande beijo e meus agradecimentos especiais para:

sskittyblue... FranRenata... vrriacho... Lady Nath Black... laura... Tania S.M... raquel potter malfoy... e mesquila!

O próximo capítulo de O Pequeno Lord logo estará online também!
Até a próxima!