Mãe
Izumi Curtis não contou nada para seu marido, pois sabia que ele tentaria impedi-la. Ele diria que era loucura tentar realizar a alquimia humana, que ela podia pagar por essa tentativa com a sanidade, a saúde ou a vida. E, claro, ele estaria certo.
Mas isso não impediu a jovem mãe de tentar recuperar seu bebê.
Ela ansiava por poder segurar aquela criança nos braços, deixar que ela apertasse seu indicador com as mãozinhas. Amamentá-la, escolher finalmente seu nome entre os cinco que ela e Sig tinham concordado em suas conversas.
Mas a criança nascera de sete meses. E morta.
Izumi saiu, na calada na noite, segurando o embrulhinho de carne fria nas mãos. Odiava guardar segredos de Sig, mas, se desse certo, simplesmente valia qualquer coisa.
X
Izumi se arrastou no chão, sentindo dores que nem julgava possíveis. O portão arrancara alguma coisa de dentro dela—não tinha certeza do que, mas doía como se houvesse um ninho de cobras vivas na barriga.
Mas seu filho estava vivo. Ela podia ouvir seus gemidos fracos cortando o silêncio da ilha—e para ela, aquele choro entrecortado era tudo. A prova de que conseguira. A prova de seu sucesso.
Puxou o corpo, repentinamente inerte, com os braços, guiando-se pelos sons fracos do bebê. Sua mão tocou o corpo do filho e ele gemeu mais alto, como se aquele simples toque lhe queimasse.
Ela ergueu a cabeça, sorrindo, e olhou.
Seu sorriso morreu, a decepção e o choque se misturando em sua expressão. Para o seu horror, um monstro a encarou de volta.
Aquele não era um sucesso. Era o mais terrível dos fracassos.
X
Só existe uma coisa pior que perder um filho, pensou Izumi, entregando a criatura que se debatia ao Portão.
Perdê-lo duas vezes.
X
A/N: Uma centered do Wrath! Se bem que ficou mais pra centered na Izumi?... Bom, dessa vez misturando 3 temas: segredos, gemidos e decepção, numa história só.
A Lila tinha sugerido fazer a história da Nina, mas eu percebi que o mesmo plot podia se aplicar também ao Wrath e dava pra encaixar em Franks. Então there ya go. Só falta o Gluttony!