Ouvi alguém abrir a porta de meu quarto, e entrar rapidamente.

- Hinata? Filha, o que está fazendo em casa á essa hora? – minha mãe perguntou, quando notou que estava deitada em minha cama.

- Me senti mal, e me mandaram para casa.

- Se sentiu mal? Está doente? – ela perguntou, já colocando a mão em minha testa.

- Não foi nada demais, só estava cansada.

- Sei – ela falou, com certa desconfiança – e o Neji?

- Ficou no colégio... daqui a pouco chega em casa.

- Hm. Quer comer algo, posso fazer um lanche?

- Não, tudo bem mãe. Só quero descansar um pouco, ta?

- Claro, também vou descansar, o plantão foi exaustivo. Se precisar de algo, me chame – me deu um beijo na testa e logo saiu.

No silêncio que se seguiu, senti meu coração se apertar. Mirei o teto, enquanto sentia minha mente fervilhar.

Queria gritar, colocar pra fora tudo que estava sentindo. Talvez assim me sentisse mais... livre talvez?

Não, apenas mais calma.

Me senti sozinha.

E ao mesmo tempo culpada.

Minha família havia superado, porque eu não conseguia?

Porque sou fraca e dispensável.

Abanei a cabeça como se assim pudesse apagar meus pensamentos. Deveria ser forte, por Neji, por minha família... e principalmente, por mim.

Naquele instante fiz uma promessa a mim mesma.

Iria superar e enterrar essas lembranças.

Eu vou recomeçar.

Senti minhas pálpebras pouco a pouco se fecharem, e o sono foi tomando conta. Mas um último pensamento passou por minha mente.

E se ele voltasse?


Sai calmamente do carro, depois desse dia patético, apenas queria me deitar e dormir por horas.

- Quer que leve suas malas, sr. Uchiha? – o motorista perguntou, enquanto tirava a bagagem do porta-malas.

- Não precisa, depois venho pegar – falei, e logo entrei em casa. Nada havia mudado.

A tapeçaria, os móveis refinados, retratos de minha família... tudo exatamente igual.

Mirei o retrato pouco acima da lareira. Me permiti sorrir, verdadeiramente.

Voltei para casa, mãe.

- Bem vindo irmãozinho – ouvi a voz de meu irmão e logo alguém se jogar em cima de mim.

Nem sob pena de morte admitiria, mas senti falta desse idiota.

- Sai de cima de mim – falei, enquanto tentava levantar.

- Pare de tentar matar seu irmão, Itachi – ouvi a voz de meu pai, e levantei os olhos. Encontrei sua face, que se abria em um sorriso espontâneo. Ele estendeu a mão, que aceitei meio á contra gosto. Ainda estava magoado com ele.

- Como foi a viagem, filho? – meu pai perguntou, enquanto me acompanhava ao meu quarto, pelo canto dos olhos vi Itachi, que se esforçava para subir as escadas e trazer as malas. Dei um sorriso de lado, parece que conseguiram domar o rebelde da família.

- Foi ótimo. Seria melhor ainda, se não tivesse me mandado para lá, papai – falei com certo sarcasmo.

- Sasuke, quantas vezes tenho que explicar? – logo depois soltou um suspiro - Foi para sua segurança.

- Ta, ta, tanto faz.

- Espero que goste de seu quarto – ele apressou o passo, e abriu a porta.

Tentei não demonstrar, mas fiquei muito impressionado.

O quarto era gigante. As paredes azul e branco, faziam um contraste único com o teto, que foi pintado como o céu á noite, cheio de estrelas. Um cama redonda enorme ficava rente á parede oposta a uma porta de vidro, que dava entrada á uma sacada. Um closet embutido ali perto, recheado de roupas. Duas televisões, dvd's, videogames... afinal, tudo que não tinha no internato.

- Até que está legal – falei, tentando esconder a empolgação, e falhando miseravelmente.

- Foi o Itachi quem decorou – ele sussurrou, como se fosse um segredo – guarde suas coisas, e depois desça para comer algo – ele aumentou a voz quando o Itachi chegou, e logo saiu.

- Mas que merda Sasuke, o que tem dentro dessas malas? Pedras? – ele falou, jogou as malas em um canto qualquer e se jogou na cama.

Apenas o encarei, e logo me joguei no seu lado. Ficamos os dois, encarando o teto.

- Como foi em Tóquio?

- Um saco. Fiquei o tempo todo trancado e estudando. E como vocês se viraram por aqui? O pai te enlouqueceu, não foi?

- Você o conhece. Me fez trabalhar dia e noite. Mas valeu a pena, a fazenda cresceu muito. E agora não preciso ficar o tempo todo aqui, tenho "permissão" para sair e voltar a hora que quiser.

- Como se você já não fizesse isso antes.

- Arrume suas malas, antes que o velho entre aqui e faça um escândalo. – então se levantou de supetão, e foi em direção á porta – Merda, esqueci. Tenho que ajudar na ordenha. Nós falamos depois, tchau Sasu-chan – ele soltou esse apelido ridículo, e saiu rindo.

Olhei para as malas, e senti o sono chegar, eu não vou arrumar nada agora. Vou descer, comer algo e dormir a tarde inteira.

Fui em direção á escada, quando ouvi vozes. Ia ignorar e segui adiante, foi quando ouvi algo que me chamou atenção. Quando vi já estava perto do escritório de meu pai, e tentando ouvir a conversa.

- Conseguiu mais informações sobre o paradeiro do Yakushi ?

- Perdemos seu rastro, novamente, há poucos dias.

- Quer merda Iruka, se não fossemos amigos já o teria dispensado há muito tempo e contratado outro detetive. Cinco anos, cinco longos anos. Não é o bastante para capturar um simples bandido?

- Você sabe que não se trata de um simples bandido. Ele é muito inteligente e sabe esconder seus rastros. Nesses cinco anos o homem já estuprou e matou mais de 15 garotas. Parece que a única que não conseguiu matar foi a Hyuuga, não temos pistas, nem sabemos como está sua aparência agora. Se tivesse a chance já o teria capturado há muito tempo Fugaku. Não admito que me culpe.

- Eu sei, me desculpe. Mas vocês conseguiram descobrir algo mais?

- Sim, algumas coisas.

- Quais?

- Não havíamos notado antes, mas há um padrão. Todas as garotas atacadas por ele nos últimos anos, tinham uma grande semelhança com a senhorita Hyuuga. Todas eram morenas, e cada ano depois daquele, ele ataca garotas com a mesma idade que a Hinata teria.

- Como assim?

- Aqui. Marie Thierry, estuprada e morta em 2005, tinha 11 anos, a mesma idade de Hinata na época. Alguns meses depois, Kate Whitney, estuprada e morta em 2006, tinha 12 anos. E assim por diante não percebe?

- Isso quer dizer...

- Ele está obcecado pela Hinata. E há outra coisa preocupante.

- O quê?

- Perdemos seu rastro, em uma cidade muito próxima daqui. Parece que ele está planejando voltar para onde tudo começou. Aconselho mandar seu filho para Tóquio, novamente.

- Não, Sasuke não me perdoaria. E pelo que você falou, Yakushi está obcecado pela menina Hyuuga, meu filho está á salvo.

- Não tenha tanta certeza, ele deve culpar seu filho por não poder terminar o trabalho aquele dia. Provável que queira se vingar.

- Bom, colocarei alguns guardas para vigiar a fazenda. E contratarei um guarda-costas para o meu filho. Irei falar com o Hiashi, precisamos decidir o que fazer em relação a Hinata. Pobre garota passou por tanto, e parece que o pesadelo ainda não acabou.

Ouvi eles levantarem, então corri para meu quarto. Antes de fechar a porta, consegui ve-los se distanciarem. Suspirei, e me joguei em minha cama.

Fitei o teto, e fechei os olhos com força.

Estava sentindo um enorme remorso.

Cara, e eu culpando a garota Hyuuga por meus problemas. Não imaginava o tamanho dos dela.

Estuprada?

Eu não imaginava.

Puxei meus cabelos com força, ele poderia voltar.

Merda.

O mais estranho é que não senti medo.

Pelo menos por mim.

Alguém vai precisar cuidar da Hyuuga.

E algo me diz que deve ser eu.


N/A: Olá pessoas xD /leva pedrada

Eu sei... atrasei quantos meses?

Uns dois, acho.

Perdão gente, sério.

Perdi completamente a inspiração com essa fanfic, e até cogitei exclui-la. Mas a inspiração deu o ar da graça, então saiu isso.

Não está tão bom, quanto eu gostaria... mas fiz o possível.

Perdão mesmo hein.

Desculpem se há algum erro, escrevi rápido e não tenho tempo para revisar. Foi mal.

Mishaxdeidara, pandoraff93, Pinkuiro, Rukia-sama, any0285, Spacer Hitsugaya k3, Asakura Yumi – Obriigada pelas reviews lindas, é muito bom saber que alguém está lendo e gostando dessa fic... messmo que a autora seja uma tonga e demora meio século para postar. Obriigada mesmo, de coração.

Bom, não vou prometer nada, mas vou tentar não atrasar tanto o próximo capitulo.

Ja nee