Disclaimer: Twilight não me pertence, mas sim a Stephenie Meyer. Stop Drop and Roll também não, a história pertence à Bronze. Mas a tradução é minha! E lembrem-se, plágio é crime!

Oi flores,

core apertadinho aqui, mas vou deixar para me despedir e fazer todos os agradecimentos lá embaixo okay? Boa leitura!


BPOV

Se um completo estranho tivesse me colocado diante de Edward no meio de uma rua cheia de gente e dissesse: "você vai se apaixonar", eu teria rido na sua cara. Eu teria rido ainda mais se tivessem dito que iríamos fazer isso, mesmo diante de inúmeros obstáculos caídos sobre nós. Não sairíamos incólumes, mas nos apaixonaríamos ainda assim.

Com isso em mente eu espiei através das grandes portas duplas, meu estômago se contorcendo quando vi a quantidade obscenamente grande de pessoas sentadas nos bancos, impacientes. Cerrei os dentes. Eu tinha dito a Alice que não queria um grande casamento, mas essa era uma das coisas que eu não tinha sido capaz de persuadi-la.

"Este é o dia mais importante da sua vida," ela me disse. "Tem que ser algo memorável."

Charlie estava ainda mais nervoso do que eu. Gotas de suor escorriam pelo seu rosto enquanto ele esfregava as mãos, caminhando nervosamente de um lado para o outro do corredor, quase a ponto de abrir um buraco no chão.

"Você tem certeza que é uma boa ideia?" ele perguntou de repente, me encarando. "Nós não precisamos ir em frente com isso. Eu não quero que você se sinta pressionada. Só porque você disse sim, não significa que..."

"Charlie," Renee chamou com um tom de voz entre irritada e achando graça na cena diante de si. "Deixe-a em paz. Este é para ser um grande dia, não arruine isso."

Ele corou timidamente, embora seu nervosismo ainda fosse visível. "Desculpa", ele murmurou.

"Sim, pai," eu disse, não me importando mais com a pergunta. Após a quinquagésima vez, eu tinha aprendido a me desligar, sabendo que ele não estava falando sério. Ou esperando que não. "Eu estou certa disso."

"Eu te amo, bebê", Renee interrompeu, beijando minha testa, seus olhos cheios d'água. Ela riu de si mesma com a voz trêmula, enxugando a lágrima solitária que tinha descido pela sua bochecha. Charlie riu, o som cheio de tremor enquanto limpava a garganta, olhando para a intimidante porta de madeira.

"Renee, eu acho que está na hora." Ele disse, a trepidação ainda mais visível enquanto pigarreava uma vez mais.

Ela acenou com a cabeça, as lágrimas caindo ainda mais agora, enquanto me embalava em um abraço apertado.

"Eu não estou te perdendo, não é?" ela perguntou, nervosa. "Você irá visitar sua velha mãe nas férias, certo?"

Eu ri, acariciando suas costas. "É claro que nós iremos te visitar," eu disse com firmeza. "Eu estou me casando, não me mudando para a Europa."

Ela beijou meu rosto antes de caminhar pelo corredor até seu assento. Eu fechei meus olhos enquanto tentava colocar meus pensamentos em ordem, focando no que eu estava indo fazer, repetindo para mim mesma que era o certo. Aquilo era o que eu queria.

Edward estava a apenas alguns passos de distância.

"Eu acho que está na nossa hora," Charlie sussurrou nervosamente. O nervosismo me atingiu após suas palavras; eu não estava indo ao supermercado. Aquilo iria mudar minha vida para sempre.

"Você vai ficar bem, Bella," Alice sussurrou ao aproximar-se de mim, parecendo notar minha expressão de pânico, apertando minha mão. "Não se preocupe demais."

Eu lhe lancei um olhar incrédulo. "Você sabe com quem você está falando?" grunhi, passando a mão para ajeitar meu vestido pela terceira vez nos últimos 30 segundos.

"Não deixe que seu nervosismo estrague o momento," ela instruiu com força, olhando para o relógio encostado na parede. "Dois minutos."

Eu engoli em seco, meu estômago se contorcendo ainda mais. Senti uma tontura enquanto olhava para Rose, meus olhos arregalados de medo.

"Eu não sei como você fez isso," disse honestamente. "É aterrorizante."

Ela riu, o som cuidadoso e suave. "Não é tão ruim quanto parece," ela prometeu. "Uma vez que você comece a andar naquela direção, você não irá ver mais ninguém."

Eu franzi minha sobrancelha. "Como eu serei capaz de ignoraz uma centena de pessoas?"

"Foque no Edward," ela disse. "Você vai entender o que eu estou dizendo quando estiver lá."

Alice tocou meu ombro, uma expressão de entusiasmo em seu rosto. "Um minuto."

O cômodo começou a girar enquanto eu contava o tempo, os próximos 60 segundos seriam os mais longos da minha vida. Eles passavam letargicamente, cada tic parecendo mais longo do que o anterior. Quando Charlie se postou orgulhosamente ao meu lado, eu soube que não havia mais nada a esperar. Ou eu ia agora, ou não iria mais.

Não havia escolha.

"Vamos."

O comando era insultuosamente simples. Tudo o que eu tinha que fazer era caminhar os poucos passos, passar pela porta e caminhar vagarosamente sem tropeçar ou esbarrar em algum dos presentes. Repetindo que valia a pena, como um mantra, eu segui Charlie que havia dado o primeiro passo para a frente.

Cada par de olhos estava sobre mim, quando as portas se abriram, o som ecoando surpreendentemente alto nas paredes. Resistindo à vontade de chorar ou correr e me esconder, eu agarrei o braço de Charlie, dando o primeiro passo.

Nós seguimos pelo corredor, meus olhos fixos no chão. A música me envolveu, a melodia calma fazendo o mesmo efeito em mim, mas eu não conseguia me forçar a encarar Edward. Se eu estava com medo do que iria encontrar ou não iria, eu não tinha certeza. Minha incerteza do que estava acontecendo começava a me afetar, uma névoa nublando minha mente enquanto qualquer raciocínio ou decisão anterior voava pela janela.

"Bella," Charlie sussurrou, me surpreendendo. Eu inclinei um pouco a cabeça, sinalizando para que ele continuasse falando.

"Você precisa relaxar," ele disse. Eu forcei uma risada, o sentimento distraindo-me das emoções angustiantes que corriam pela minha mente. Aceitando seu conselho respirei fundo, ajeitando minha coluna antes de tomar coragem o suficiente para levantar meus olhos do chão.

Eu imediatamente encontrei um par de esmeraldas me encarando com uma intensidade assombrosa. Ele parecia irradiar energia, sua mão batendo contra a perna rapida e ansiosamente. Seu sorriso aumentou dez vezes quando me viu, o movimento de sua mão cessando ao recuperar sua confiança.

A distância entre nós dois parecia interminável, mas por algum milagre eu consegui chegar até o altar. Charlie vacilou quando chegamos até Edward, minhas mãos agarrando as suas desesperadamente. Eu precisava daquele contato.

Mas agora era Charlie, meu pai, o chefe de polícia de Forks que estava diante de mim, em toda sua posição de autoridade e força enquanto encarava Edward severamente. Novamente o homem nervoso que eu tinha visto nos últimos dias.

"Você a machuca, eu te mato."

A atitude confiante de Edward caiu ligeiramente, mas ele foi rápido em se recuperar. Ele acenou curtamente, sua mão apertando a minha enquanto com o polegar ele esfregava minha palma suavemente.

"Eu sei, senhor."

Satisfeito, Charlie lhe deu um tapinha nos ombros antes de me encarar com os olhos enevoados. Eu pude ouvir os soluços de Renee enquanto ele me puxava para os seus braços, para o abraço mais próximo e caloroso que eu podia me recordar entre nós.

"Boa sorte," sussurrou divertidamente, me fazendo rir baixinho.

"Obrigada," respondi enquanto ele me soltava, seu olhar caindo novamente sobre Edward, por alguns segundos antes de se afastar. Sue Clearwater sorriu amplamente para mim enquanto Charlie se sentava ao seu lado com uma expressão ilegível.

A cerimônia começou mas eu não podia me concentrar em nenhuma palavra que estava sendo pronunciada. Era como se uma neblina tivesse atingido a Igreja, me impedindo de ver, ouvir ou focar em qualquer coisa.

Qualquer coisa, exceto Edward.

Eu o observava atentamente, meus olhos nunca o deixando. Em contrapartida, seus olhos nunca me deixaram, um sorriso travesso brincando em seus lábios, enquanto esperava pela sua deixa.

Os votos foram pronunciados, os de Edward de forma impecável, enquanto eu parecia gaguejar embaraçosamente, e então as alianças foram trocadas. Seu beijo era suave e terno, uma prévia do nosso futuro, e antes que eu pudesse protestar o chão tinha saído de debaixo dos meus pés, seus movimentos me levando de volta para a porta.

"O que você está fazendo?" assobiei, embora um sorriso brincasse em meu rosto, enquanto virava a cabeça para vê-lo.

Ele piscou, seus olhos repletos de uma felicidade que eu nunca tinha visto antes. "Estou te carregando." disse simplesmente, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

"Por que?"

Ele balançou a cabeça. "Você não tem permissão para discutir comigo hoje," ele disse gentilmente.

Meu olhar foi para minha mão, minha aliança refletindo os raios de luz que entravam pelos vitrais da igreja. Foi impossível evitar o sorriso que tomou conta do meu rosto.

Eu ri de novo quando a realização do que tínhamos acabado de fazer atingia-me fortemente. Eu o encarei novamente, com adoração.

"Nós nos casamos." eu disse, não ligando para o quão tonto aquilo parecia.

E eu nunca tinha ouvido uma gargalhada tão bonita. "Sim, nós o fizemos."

"Nós somos casados agora," repeti, testando as palavras em voz alta. "Bella Masen. Eu acho que gosto disso."

"Perfeito," ele sussurrou, beijando minha testa.

As pessoas já tinham se aglomerado ao redor do carro quando Edward fez seu caminho até ele. Renee quase o derrubou ao se lançar sobre nós, seus braços nos esmagando em um abraço desajeitado.

Seus soluços tornavam sua fala confusa enquanto ela nos felicitava com palavras inteligíveis. Eu sufoquei meu riso, aquela mesma vertigem me atingindo enquanto me desembaraçava de seu aperto.

"A gente se vê na recepção," prometi esperando um aceno de cabeça de Edward antes de ceder ao seu apelo para sairmos dali. Ele deu os poucos passos necessários até o carro, me colocando no acento antes de fechar a porta, respirando aliviado.

O sorriso nervoso e forçado que antes adornava o seu rosto, lentamente se esvaiu, abrindo caminho para o sorriso brilhante e torto, que eu tinha aprendido a amar. O silêncio preencheu o ar enquanto o carro começava a se mover para a frente e eu dobrava o vestido que me incomodava.

"Eu sei que você odeia isso," ele riu, me olhando com um ar divertido enquanto eu brigava com a saia do vestido, "mas você está linda."

Eu deixei minhas mãos caírem sobre o meu colo, torcendo-as enquanto a cor voltava para o meu rosto quando me virei para olhá-lo.

"Obrigada," murmurei, incapaz de falar mais alto. Ele riu novamente, em um ótimo humor quando entrelaçou nossas mãos, seu polegar fazendo círculos calmantes em minha palma, mais uma vez. A calma me atingiu e eu relaxei visivelmente, recostando-me contra o assento.

"Por que você está tão nervosa?" ele perguntou, seus olhos repletos de interesse. "São apenas familiares e amigos."

Eu apertei meus lábios. "Quem disse que eu estou nervosa?"

Ele ergueu uma sobrancelha, sua mandíbula tensa enquanto tentava segurar o riso.

"Você vai me fazer dançar, não vai?" eu acusei categoricamente, embora a explosão de risos que se seguiram a minha declaração fosse o suficiente para trazer um sorriso novamente ao meu rosto.

"É isso que está te preocupando?" ele perguntou, parecendo surpreso. Eu mordi a parte interna de minha bochecha, me recusando a mostrar como sua incredulidade me divertia.

"Talvez," comecei, mas ele apenas balançou a cabeça, seu olhar ardente, enquanto me encarava.

"Você não tem que fazer nada que não queira." ele disse. "Na verdade, nós não temos nem mesmo que ir. Podemos fugir agora mesmo e começar a lua de mel mais cedo."

O carro diminuiu até o meio-fio, parando completamente. Eu grunhi, olhando para a entrada toda decorada enquanto pensava na oferta de Edward.

"Tarde demais", ele disse rindo. "Alice acabou de ver você."

Amaldiçoei baixinho enquanto ele mantinha nossas mãos firmemente entrelaçadas, dirigindo-se para o lado de fora. Rapidamente ela estava nos abraçando, pulando de excitação enquanto apertava minha mão livre, com um sorriso enorme no rosto.

"Vocês irão adorar isso," ela prometeu, nos empurrando para dentro. Eu lancei um olhar cauteloso para Edward, que apenas balançou a cabeça.

"Mostre o caminho," ele disse, rindo quando mostrei a língua, infantilmente, para ele, antes de seguí-la.

O salão, como prometido estava indescritível. Velas tremulavam nas mesas imaculadas e convidados se misturavam ao redor do salão, aguardando nossa chegada. Eu grunhi, mordendo minha língua.

"Podemos fugir?" perguntei apressadamente para Edward. Alice apertou os dentes enquanto falava, sem nem se virar.

"Nem ao menos pensem nisso." Eu não precisava ver seu rosto para saber que não haveria qualquer negociação.

"Eu já volto," Edward disse de repente, vendo Elizabeth cruzando o salão. Lágrimas de alegria escorriam pelo seu rosto, enquanto ela abraçava o filho, mas a linda cena foi interrompida quando várias pessoas ao redor se aproximaram para me parabenizar.

Olhei ao redor do salão, logo após abraçar e beijar mais pessoas do que imaginaria ser possível, rindo ao ver Sue ajeitando o paletó de Charlie em um dos cantos. Seu rosto estava vermelho, mas ele parecia não se importar, sua atenção toda focada nela, enquanto seus dedos ajeitavam sua gravata.

"Eles são perfeitos um para o outro." uma voz murmurou em meu ouvido.

Eu me virei, sorrindo ao ver Jacob encostado em um dos pilares de sustentação.

Impulsivamente joguei meus braços em volta de seu pescoço, abraçando-me a ele firmemente. "O que você está fazendo aqui?" perguntei, afrouxando um pouco o meu aperto de modo a poder ouví-lo.

"É o seu casamento, Bells," ele disse, seu tom oscilando entre alegria e inveja. "Eu não poderia perdê-lo."

O sangue correu para as minhas bochechas e eu pude sentí-las quente, mas não comentei nada. Eu me virei novamente na direção de Charlie, rindo baixinho ao ver Sue mergulhar um guardanapo em um copo de água, fazendo o seu melhor para remover uma mancha que tinha de alguma forma, se fixado no colarinho dele.

"Eles são," eu disse, sentindo uma imensa gratidão por aquela mulher. Eu pude ouvir a risada relaxada de Renee enquanto Phil a girava pela pista de dança, nenhum dos dois sabendo dançar, apenas curtindo o momento.

"Você acha que o Masen me deixará te roubar para uma dança, mais tarde?" Jacob perguntou, sua expressão levemente esperançosa.

Eu ri, passando os olhos pelo salão em busca de Edward. "Você terá que pedir para ele," eu disse honestamente. "Mas eu adoraria."

Ele piscou, apertando meu ombro. Ele ficou em silêncio por um tempo, pensando antes de voltar a falar.

"Você realmente está feliz."

E eu vi que aquilo era uma constatação, não uma pergunta. Eu nunca me senti tão agradecida em relação a ele; eu não estava disposta a discutir agora para defender meu relacionamento ou minha decisão. Ele entendia.

Eu cheguei a abrir a boca para falar, mas as palavras me escaparam quando vi Edward conversando com Esme e Carlisle. Ele sorriu torto, ao ouvir algum comentário feito por eles, antes de jogar a cabeça para trás em uma risada gostosa que soava como música para os meus ouvidos. Eu sentia como se um peso esmagasse meu peito, meu coração doendo enquanto ele falava, sua postura majestosa e imponente. Ele inclinou a cabeça para o lado, captando o meu olhar antes de piscar, o sorriso voltando aos seus lábios.

"Sim", murmurei. Eu realmente estou.

Jake riu. "Vá," ele disse, me empurrando ligeiramente. "Você está a milhas daqui... se eu não fosse tão bom, diria que é patético."

Eu rolei meus olhos, divertidamente, mas o abracei mais uma vez. "Você é um bom menino," eu disse.

"Menino," ele disse com descaso, mas apontou novamente para Edward, indicando para que eu fosse.

Eu passei os olhos novamente pelo salão, meus olhos caindo sobre uma figura taciturna no canto. Ela estava sentada em uma das cadeiras de plástico, sua expressão vazia e seus ombros caídos, enquanto observava a cena que se desenrolava à sua frente. Eu mordi meu lábio antes de me virar novamente para Jake.

"Convide a Leah pra dançar."

Ele deixou escapar uma risada contida. "Ah tá. Certo."

"Eu estou falando sério," disse, com um sorriso contido enquanto encarava a figura deprimida novamente. "Faça isso."

Seus olhos seguiram na direção para onde os meus olhavam, o vinco em sua testa desaparecendo enquanto olhava para ela.

"Se você diz, então..." ele disse, interrompendo o resto de sua resposta. Os braços de Edward me envolveram por trás, me guiando até o meio da agora vazia pista de dança.

A música começou a tocar ao nosso redor, enquanto Edward me estendia sua mão, me instruindo. Eu seguia o melhor que podia, estreitamento meus olhos divertidamente enquanto ele girava ao redor, me levando com ele.

"Eles estão olhando," eu murmurei, me referindo aos convidados que haviam aberto um círculo ao nosso redor, nos observando.

Ele riu, fechando o espaço entre nós até que eu estivesse pressionada em seu peito. "Não pense neles," ele murmurou, seus lábios pressionados em minha testa.

"Eu te amo, Bella." ele disse baixinho, após um momento de silêncio. "Obrigado."

Eu olhei para cima pela primeira vez, confusa. "Pelo o que?"

Sua expressão estava séria enquanto ele me girava novamente. "Por tudo."

E o peso daquela expressão não foi perdida por mim. Eu me colei novamente a ele, um sorriso se formando em meu rosto enquanto acariciava sua nuca.

"Obrigada a você," repeti, no mesmo tom que ele. "Por tudo."

Sua mão se fechou em concha em minha nuca enquanto o outro braço segurava firmemente minha cintura e ele me inclinava para trás, me beijando de um modo devastadoramente gentil.

"Você realmente me salvou."


A noite foi como um borrão cheio de risos, gritos bêbados, tropeços na pista de dança e lágrimas. Edward e eu saímos da recepção com os braços apertados um em torno do outro e sorrisos gigantescos em nossos rostos enquanto o vento gelado de Portland beliscava nossa pele. O carro estava pronto e esperando para nos levar novamente ao apartamento para a noite antes do nosso voo que sairia pela manhã.

Edward se recusou a me colocar no chão até que eu estivesse segura dentro dos limites quentes de nossa sala de estar, seus braços segurando-me junto ao seu peito antes de me colocar suavemente no sofá. Eu me afundei contra as almofadas, esperando até que ouvi a porta ser trancada e o senti tomar o assento ao lado do meu, antes de me virar.

"Você realmente acha que as coisas ficarão bem?" perguntei baixinho, encostando minha cabeça em seu ombro.

"Você quer saber se nós esqueceremos?" ele perguntou clarificando o que eu queria dizer, acariciando minha mão. Eu confirmei com a cabeça.

"Sim," disse suavemente, com medo de falar qualquer outra coisa. "Será que um dia isso irá... embora?"

Sua risada tinha uma pontada de dor. "Não, Bella," ele disse, como se falasse com uma criança pequena. "Isso nunca irá embora. Mas irá ficar mais fácil."

"Como podemos esperar viver realmente uma vida feliz, com tudo o que nos assombra?"

"Nós seguimos em frente," ele disse suavemente, seus lábios pressionados em minha cabeça.

Eu encarei a sala, todo o cansaço do dia se abatendo sobre mim. Meus olhos se fecharam brevemente antes de eu me inclinar novamente para ele, mordendo meu lábio.

"Nós não podemos ficar aqui," eu disse categoricamente, fazendo caretas enquanto as memórias ameaçavam romper os limites cuidadosamente construídos que as mantinham afastadas.

"Não," Edward concordou severamente.

"Mas... para onde nós iremos?" perguntei, sentindo meu estômago se contorcer. De onde eu estava olhando, não tínhamos opções. As coisas pareciam estar congeladas, sem qualquer possibilidade de transformação, a não ser que mudanças drásticas fossem feitas. E eu não estava certa que nós conseguiríamos lidar com isso.

Ele suspirou. "Eu não sei."

Ele correu a mão pelo seu rosto, as olheiras sob seus olhos começando a ficar proeminente depois de todo o desgaste daquele dia. A culpa me atacou quando me dei conta de que aquela não devia ser uma noite de aflição e angústia, mas a conversa era inevitável.

E, pela primeira vez, nós não estávamos fugindo disso. Não havia mais prolongamento. Tudo estava sobre a mesa, pronto para ser discutido.

Sua expressão se tornou mais sombria, seus olhos estáticos enquanto ele encarava a mesa de centro com tanta intensidade que eu pensei que iria quebrá-la. Seus olhos não piscaram até que eu clareei minha garganta, gentilmente tirando-o de seus pensamentos.

"Que tal Chicago?" ele perguntou, um vinco se formando em sua testa, enquanto testava minha reação.

Eu ergui uma sobrancelha, contemplativa. "Chicago." repeti, insegura.

Seu tom de voz foi ficando mais animado enquanto ele continuava falando. "Eu tenho um terreno lá," ele disse, estremecendo ligeiramente ao pensar na sua infância. Eu soube instantaneamente que ele estava se referindo ao lote onde havia me levado, onde a casa havia se queimado, a anos atrás. "Nós podemos construir algo lá."

Eu não me preocupei em marcarar minha surpresa. "Construir algo?" repeti novamente. "Tipo... uma casa?"

Ele riu, tremulamente, mas concordou com a cabeça. Eu deixei minha cabeça recostar no encosto da poltrona enquanto pensava naquilo.

"Nós não temos que decidir nada esta noite," ele murmurou concordando com o fato de que esta noite não era o dia para decidirmos todo o resto de nossas vidas. "Mas é uma opção."

Eu me recostei na lateral do seu corpo, o vestido, obviamente, me incomodando uma vez mais. Edward riu da minha irritação, movendo-se para ajoelhar-se diante de mim, tirando meus sapatos.

"Nós temos uma vida inteira diante de nós Bella," ele sussurrou sobre os meus lábios, antes de tocá-los ligeiramente. "Pela primeira vez, vamos apenas curtir isso."

Todas as preocupações, frustrações e desintendimentos pareceram sumir. Nós cometemos erros, fizemos escolhas idiotas, mas estávamos aqui. De certa forma, tinha sido o certo.

Nós tínhamos sucumbido uma vez, mas como ouvimos inúmeras vezes, a única maneira de seguir em frente, é tornando a ficar de pé.


Seis Anos Depois:

"E este é o meu pai!" Anthony anunciou orgulhoso, de pé. Edward estava ali, parado como um dois de pau no meio da sala de aula, em Chicago, seus ombros curvados em meio às várias crianças de seis anos. Eu me recostei na parede, no fundo da sala, sorrindo para ele, antes de olhar ao redor.

A "obra prima" de meu filho, o desenho de um peru, estava pregado na parede, seu nome rabiscado no canto, de forma ilegível. Eu sorri rastreando as linhas confusas que o lápis tinha criado antes de me voltar para a sua apresentação, meu sorriso crescendo amplamente ao ver Edward.

Ele se mexia desconfortavelmente, suas mãos enfiadas nos bolsos enquanto observava o mar de crianças agitadas. Suas expressões eram risíveis, todos e cada um deles olhando para Edward como se ele tivesse pendurado na lua.

"Anthony," a professora chamou. "Conte aos seus coleguinhas o que seu pai costumava fazer."

"Meu pai era bombeiro!" ele disse com um entusiasmo contagiante. "Mas não é mais. Porque ele não quer."

Edward riu nervosamente, suas bochechas coradas. Eu resisti à vontade de pegar minha câmera e dei a Anthony um sorriso encorajador, embora Edward fosse o único que parecia estar precisando de apoio.

"Conte o que ele fazia." ela incentivou.

Suas covinhas se tornaram proeminentes enquanto ele abria um enorme sorriso. "Ele costumava usar uma grande mangueira cheia de água para apagar os incêndios!"

Edward, embora estivesse desconfortável com toda aquela atenção, encarou o filho, apertando seu ombro em sinal de apoio.

"E o que ele faz agora?" a mulher perguntou, sufocando seu próprio riso enquanto Anthony saltava para cima e para baixo, puxando a mão do pai como se fosse explodir de tanta emoção.

"Ele ensina piano!"

Edward riu, mas não o corrgiu.

"Onde?" a mulher pressionou, tentando focar um Anthony já inquieto.

"Aqui!" ele se vangloriou orgulhoso. "Para todos os meus amigos."

Eu ri enquanto as outras crianças, sentadas de pernas cruzadas no chão, balançavam a cabeça em confirmação. Elas sorriam amplamente para Edward, um deles com o dedo levantado como se sua pergunta fosse significativamente importante.

"Você gosta de dar aulas pra gente?" ele perguntou, com uma curiosidade genuína. Edward riu baixinho.

"Claro que sim," ele disse, piscando. "Vocês são a minha turma preferida."

Um murmúrio abafado atravessou o mar de alunos diante da perspectiva de ser sua turma favorita. O sorriso radiante de Anthony só cresceu quando Edward se ajoelhou ao seu lado, sua mão apertando seu ombro.

"Nós temos aula de música hoje?" o mesmo menino perguntou, esperança cruzando sua face. O pesar de Edward era genuíno quando ele balançou a cabeça.

"Hoje não, porque é o dia das profissões," ele explicou lentamente. "Mas eu verei vocês amanhã."

O sorriso antes perdido, estava de volta ao rosto do menino quando ele se sentou calmamente, satisfeito por sua pergunta ter sido respondida. A professora de Anthony esperou enquanto Edward respondia mais algumas perguntas, tendo uma resposta para cada uma delas, por mais boba que fosse. Ela cortou-o uns dois ou três minutos depois; os pais que tinham aparecido para falar sobre suas carreiras, quaisquer que fossem, estavam amontoados no fundo da sala enquanto seus filhos recolhiam seus pertences. Anthony correu para nós assim que sua professora abriu a porta, o sinal ecoando enquanto saíamos pelo corredor apinhado de alunos.

"Foi tão legal!" Anthony repetiu pela quinta vez durante o caminho de volta pra casa. Eu ri do sorriso inabalável no rosto de Edward, sua mão entrelaçada à minha com força.

"Ele não irá achar isso por muito tempo," eu disse, provocando-o. "Muito em breve levar o pai para a escola vai ser uma droga."

Ele fez uma careta, uma sombra atravessando sua expressão de contentamento. "Não me lembre de coisas como essa," ele disse. "Eu posso apenas aproveitar isso agora?"

Eu acariciei seu braço. "Eu estou brincando," disse, rindo suavemente com a preocupação de Anthony diante de cada carro que nos ultrapassava.

Uma vez fora do carro, Anthony correu para a porta, carregando sua mochila enquanto largava as coisas na mesa da cozinha.

"Obrigada por fazer isso," sussurrei para Edward, atrás de mim. Ele beijou o topo de minha cabeça, dando de ombros.

"Eu não teria perdido isso."

Eu olhei para ele antes de me virar para Anthony, que tinha despejado, de forma eficiente, todo o conteúdo de sua mochila no chão.

"Você tem dever de casa?" perguntei, sorrindo suavemente quando o vi pegando o livro de matemática e o colocando à sua frente.

"Sim!" ele disse animado, segurando seu lápis firmemente enquanto sorria, mostrando a lacuna que a queda de seus dois dentes da frente havia criado. "Eu quero aprender sobre geometria. Papai fala sobre isso às vezes. Eu quero fazer isso também."

Eu ri. "Geometria é?" disse, olhando a soma simples que ele tinha diante de si. "Comece com isso agora. Você chegará lá em breve."

Ele franziu a testa, olhando para os números em negrito na página. Edward, notando a careta, se ajoelhou ao seu lado, encarando as páginas também.

"Me ajuda?" Anthony perguntou depois de alguns minutos tentando fazer aquilo por si mesmo. Edward acenou com a cabeça, sua expressão emocionada enquanto se ajeitava, lançando um sorriso torto para mim antes de voltar para sua explicação matemática.

"Garanta que ele termine isso," eu disse antes de deixar o cômodo, ouvindo suas risadas ecoando pelo corredor.

Juntei os jornais empilhados na mesa de centro, chutando os brinquedos de Anthony para um canto, fora do caminho, enquanto observava o laptop na mesinha contra a parede, um documento em branco aberto, sem nenhum tipo de palavra.

"Nunca vou terminar isso," murmurei, olhando para o caderno cheio de idéias inúteis para o meu próximo romance. Eu ri, lembrando de quando me sugeriram um segundo, mas agora o entusiasmo inicial tinha desaparecido, sendo substituído pelo estresse e pelo desânimo.

Eu encarei o livro sobre a prateleira. A capa estava gasta de tanto que Edward o lia sem parar e as margens estavam marcadas com minhas anotações; coisas que eu poderia ter mudado, sentenças que poderiam ter sido reescritas... Algumas passagens estavam marcadas com caneta marca-texto; coisas que Edward gostara e queria se lembrar. Havia pedaços querendo se soltar da capa e, ainda assim, era a única cópia que eu tinha.

Eu pude ouvir seus passos batendo alto no piso de madeira antes de ele vir escorregando ao virar, escolhendo aquele momento para se jogar sobre mim. Os pequenos braços de Anthony agarraram minhas pernas firmemente, me fazendo perder ligeiramente o equilíbrio. Eu hesitei, o livro oscilando na borda da prateleira antes que eu o empurrasse firmemente no lugar e pudesse acariciar os cabelos despenteados do pequeno.

"Você terminou o seu dever?" perguntei desafiadoramente, olhando para Edward, que tinha parado na entrada da sala, observando a cena.

Ele balançou a cabeça, seu risinho audível enquanto pressionava sua bochecha em minha perna. "Não," ele disse desafiadoramente. "Papai disse que eu não tinha que fazer isso agora."

Eu encarei Edward. "O que eu te disse?" assobiei. Ele deu de ombros timidamente, erguendo as mãos, simulando inocência.

"Ele não queria!" disse, vencido pelo jeitinho convicente de Anthony. "Ele disse que ia fazer mais tarde."

Eu olhei para baixo, para Anthony, que seguia firmemente agarrado a mim. "Anthony," eu disse sem nenhum toque de humor em minha voz. "Termine seu dever. Você pode brincar depois."

"Mas por que?" ele choramingou. "Eu não gosto disso."

Eu ri, olhando disfarçadamente para o relógio. "Porque Lily está vindo para o jantar. Você não vai querer estar trancado em seu quarto, fazendo o dever de matemática quando ela estiver aqui, vai?"

Ele endireitou-se à menção da filha de Emmett e Rosalie, seu rosto tornando-se rosa. Ambos os casais tinham vindo de Oregon para passar a semana e Anthony não desgrudava da menina, para desgosto de Emmett.

"Ela vem?" ele perguntou em busca de confirmação, seu olhar desviando-se para a porta da cozinha. Eu confirmei, cruzando meus braços enquanto ele me soltava.

"Okay," ele disse após alguns segundos, derrotado, mas ainda não indo completamente. Eu ri do óbvio desconforto de Edward da paixão de seu filho pela filha deles, mas sabia que ele não faria nada sobre isso.

"Mamãe?" ele chamou novamente, puxando a barra de minha calça. "Quando eu vou poder ler o seu livro?"

Eu ri, tentando me soltar. "Eu não sei se você vai gostar dele."

Anthony balançou a cabeça veementemente. "Eu quero ler!" ele pediu, fazendo carinha do gatinho do Shrek.

"Não tem imagens," eu alertei, piscando. Ele me deu um sorriso sem dentes, me abraçando ainda mais apertado.

"Eu posso ler palavras grandes!" anunciou orgulhoso. "A srta. Craig me ensinou!"

Eu ri. "Agora ela ensinou?" eu disse, meu sarcasmo sendo esmagado pelo seu entusiasmo.

"Posso ler?"

Edward escolheu este momento para entrar na sala, um sorriso divertido no rosto enquanto ouvia o final da conversa.

"Depois do jantar," ele prometeu, batendo levemente nas costas de Anthony enquanto ele corria para a cozinha, as meias escorregando no piso de madeira. Eu voltei a olhar para o livro, minha careta voltando enquanto corria meus dedos pelas bordas amassadas.

"Eu estou orgulhoso de você, sabia?" ele sussurrou, o queixo apoiado em meu ombro enquanto seus braços envolviam minha cintura por trás.

"Pelo que?" perguntei, meus olhos nunca deixando o livro.

Ele se inclinou, me apertando ainda mais em seus braços. "Por ter terminado isso. Por não ter desistido apesar... de tudo."

Meus olhos se fecharam, enquanto eu pensava na época em que aquilo havia sido escrito, no buraco negro em que tínhamos caído. Mas eu ri suavemente enquanto pensava na proeza que tínhamos conseguido fazer.

"Do que você está rindo?" ele perguntou, e pela sua voz eu soube que ele também sorria.

Eu encolhi os ombros. "Apenas pensando," murmurei, me inclinando para trás, me apoiando em seu peito. Seus braços me apertaram ainda mais enquanto ele ria, sua respiração batendo em meu pescoço antes dele puxar minha mão, beijando um ponto em meu pulso.

"Sobre?"

Eu apertei meus lábios, fazendo uma careta. "Intrometido."

"Interessado," ele corrigiu, seus dedos traçando círculos em meus quadris. "Eu sempre quero saber que coisas criativas passam pela sua cabeça."

"Nada criativo," zombei, me calando em seguida. "Apenas pensando no livro."

"Espero que você esteja se concentrando em seu brilho," ele brincou, depositando outro beijo na leteral do meu pescoço.

Eu bufei, mas balancei minha cabeça. "Não," eu disse. "Apenas sobre como foi escrevê-lo."

Edward ficou em silêncio, mas quando eu me virei, pressionando minha bochecha em seu peito, eu pude sentir seu coração acelerado.

"Não dessa forma, Edward," sussurrei, tentando deixá-lo confiante novamente.

Ele riu tremulamente. "Como você sabe o que eu estou pensando?"

Eu ergui a cabeça, lhe dando um olhar afiado. "Eu sempre sei," murmurei, um sorriso brincando em meus lábios.

"No que eu estou pensando então?" ele desafiou, erguendo uma sobrancelha. Eu mordi a parte interna de minha bochecha para evitar de rir, tentando organizar meus pensamentos confusos.

"Que eu me arrependo disso."

A expressão de surpresa passou rapidamente, e ainda assim eu fui capaz de registrá-la. Ele inalou profundamente, e eu inclinei minha cabeça para trás de modo a poder ver seu rosto inteiramente.

Ele finalmente olhou para baixo, seus olhos enevoados encontrando os meus. "Você me lê fácil demais." ele disse com temor em sua voz.

"Não, eu apenas te conheço," corrigi. "E você sabe que eu não gostaria de voltar no tempo ou de ter feito nada diferente."

"Saber e acreditar são duas coisas diferentes."

"Mas a verdade por trás das duas é a mesma."

Ele suspirou, me apertando com força novamente. "Me desculpa," ele murmurou rindo categoricamente. "Isso era para ser sobre o quão orgulhoso eu me sinto de você."

Eu rolei meus olhos. "Você irá acreditar em mim?" perguntei, me recusando a fugir do assunto.

"Eu acredito em você." ele disse, seu tom sincero o bastante. "Eu só não sei se você irá sempre se sentir dessa maneira."

O gemido frustrado de Anthony ecoou pelo corredor, chegando até nós. Eu sorri, pressionando meu rosto no peito de Edward.

"Pai?" ele chamou depois de alguns minutos de silêncio. "Eu não consigo fazer isso."

Inclinei a cabeça na direção da porta, descansando minha mão contra a bochecha de Edward enquanto o forçava a olhar para baixo e me encarar.

"É isso que você tem que saber," eu disse. "Nós temos um menino feliz, brilhante e, apesar de tudo, uma ótima vida. Uma que nós dois criamos, juntos. Nós não teríamos chegado tão longe se qualquer um de nós se arrependesse de qualquer coisa."

"Você sempre tem razão," ele disse, entre um suspiro, embora seu mal-estar fosse visível.

"Levará tempo," murmurei, sem saber ao certo o que mais dizer para acalmá-lo. "Mas as coisas vão dar certo. Como sempre deram."

Ele concordou, seu queixo apoiado no topo de minha cabeça enquanto ele se mantinha ali, em um silêncio contemplativo.

"Mas, Anthony sendo brilhante?" ele disse de repente, seus olhos brilhando enquanto se referia à minha constatação. "Eu não sei sobre isso. Ele não vem se provando um prodígio matemático..."

Eu dei um tapinha em seu braço antes de empurrá-lo na direção da cozinha. "Vá ajudá-lo," mandei. "E seja gentil, por favor."

Ele riu, me beijando gentilmente. "Eu te amo, Bella," ele disse seriamente, encontrando seu jeito de voltar à conversa.

"Eu também te amo," disse confiante de que ele acreditava em mim. Ele deu um último olhar persistente antes de sair da sala, deixando-me, mais uma vez, sozinha com meus pensamentos.

Eu me sentei, calmamente ouvindo suas conversas pelas duas horas seguintes até que a campainha tocou. Anthony interrompeu a seriedade anterior, os dedos segurando a maçaneta enquanto Edward o ajudava a abrir a porta revelando a pequena menina loira em pé na entrada com um sorriso suficientemente grande, não muito diferente do que Edward tinha em seu rosto.

"Oi," ele murmurou timidamente. Ela retribuiu a saudação enquanto Emmett e Rosalie subiam os degraus da varanda.

"Tony!" Emmett disse em voz alta, agarrando-o e atirando-o por sobre os ombros. "Como vai o meu garoto?"

Ele riu, balançando as pernas. "Bem," ele conseguiu dizer.

Rosalie rolou os olhos, ajeitando o cabelo de sua filha enquanto se inclinava para me beijar.

"Como você está?" ela perguntou, olhando com suspeita para Edward. Eu acenei com a cabeça, saindo da frente da porta para que eles pudessem entrar direito.

Olhei para o rosto brilhante de Anthony, de cabeça para baixo sobre os ombros de Emmett enquanto entravam pela casa e sorri para ela, enquanto a mão de Edward se entrelaçava à minha.

"Perfeita," eu disse séria. Rose continuava a ser protetora comigo depois de tudo o que havia acontecido no passado e eu não podia culpá-la por isso. Ela tinha estado lá durante nossas brigas, mas todos quatro tinham recebido Edward de volta com os braços abertos, apesar de suas diferenças anteriores. A animosidade havia desaparecido, algo pelo qual Edward continuava a ser extremamente agradecido.

"Anthony, por que você não vai mostrar o novo balanço para a Lily?" Edward ofereceu, apontando através da porta de trás. O pequeno menino concordou com a cabeça, pegando a mão da menina enquanto eles corriam pelo gramado.

"Temos um problema," Emmett apontou com uma careta em seu rosto. "Eu não tenho certeza se quero ele ao redor dela.

"Meu filho não está fazendo nada," Edward retrucou, cruzando os braços. "Eu acho que é a sua filha quem..."

"Ai, fala sério..." Rose suspirou enquanto Alice e Jasper faziam seus caminhos até nós, rindo daquela conversa insana. "Jazz, você pode, por gentileza, dizer a eles que os dois estão errados?"

Ele deu de ombros indiferente enquanto cumprimentava a todos. "Minha filha não pode falar ainda," ele disse, apontando para a pequena bebê dormindo no colo de Alice. "Eu me manterei de fora de toda essa conversa até que ela esteja andando por conta própria."

Eu revirei meus olhos, mas inclinei-me para abraçar Edward enquanto ele passava o braço em volta dos meus ombros, levando-nos de volta para o quintal. Os joelhos e as mãos de Anthony estavam cobertos de grama, assim como as de Lily, mas o olhar determinado em seu rosto nunca vacilou enquanto ele empurrava a menina, cada vez mais alto, no balanço.

Acabei por voltar para a cozinha, o frango assando lentamente no forno. Eu me encostei no balcão, só agora percebendo a verdadeira onda de felicidade passando por mim. Eu não conseguia lembrar de uma época em que me sentia tão leve em relação a tudo e aquele sentimento era maravilhoso.

Eu sabia que os problemas nunca seriam totalmente resolvidos. E nós não poderíamos varrê-los para debaixo do tapete também. Nós já havíamos tentado uma vez e não dera certo.

"No que você está pensando?" Edward perguntou, seus braços se fechando em torno da minha cintura. Eu gemi suavemente, meus olhos se fechando com a sensação.

"Nada," disse honestamente, rindo. "Absolutamente nada."

"Obrigada por estar fazendo tudo isso," ele disse, inalando profundamente. "Você precisa de ajuda?"

Balancei minha cabeça, me apertando a ele o máximo que conseguia. "Não, já está praticamente pronto."

Ele acenou com a cabeça, me olhando intensamente. "Eu te amo," murmurou de repente, me pegando de surpresa. Eu suspirei feliz, me sentindo plena enquanto escutava os risos que vinham do quintal, entrando pela janela, me enchendo de paz.

Minha vida podia não ser perfeita. E nunca vir a ser.

Mas o que eu tinha era mais do que suficiente para mim.

FIM


Oi flores, e então, espero que vocês tenham ficado felizes com o final e tenham curtido esse epílogo tanto quanto eu. Ai gente, eu realmente não sei lidar com finais e nunca sei o que dizer nessas horas. Por um lado, uma sensação muito boa de estar finalizando algo, uma história que eu sei que mexeu com muita gente, mas por outro, aquele vazio tomando conta, sabendo que esse casalzinho complicado e esse Anthony apaixonante ficarão agora apenas aqui, guardadinhos na memória. Mas valeu a pena, com certeza!

Neste um ano e dez meses foram mais de 1720 visitas, mais de 440 reviews, centenas de alertas e a oportunidade de conhecer pessoas que mais do que leitoras, se tornaram amigas e isso, não tem preço. Quero, de coração, agradecer a cada um que comentou, que pôs em alerta, que me cobrou o capítulo no twitter, enfim, que de alguma forma se emocionou com essa história. Por que por mais clichê que seja, vocês foram o motor que muitas vezes me fizeram, mesmo diante das dificuldades, da preguiça, do desânimo, sentar na frente do PC pra traduzir. Não teria tido a menor graça sem vocês!

E claro, temos que agradecer a Bronze, afinal o mérito de criar uma história que encantou tantas pessoas é todo dela e eu não estaria aqui agora se não fosse por ela. Foi traduzindo SDR e Hourglass que eu percebi a minha paixão por escrever e por traduzir e eu sempre terei que agradecer a ela por isso! Então, se quiserem dizer qualquer coisa para ela, a hora é essa! Irei traduzir todas as mensagens e enviar para ela! Tenho certeza que ela, assim como eu, deseja muito saber o que acharam dessa fic!

Agora chega, que eu estou ficando emo demais! A gente se vê por aí, porque ainda temos Hourglass e Yes for Forever que seguem em andamento, além das minhas próprias fics. Espero continuar vendo vocês por elas. Beijão a todas e todos (se tiver algum rs)