ESSÊNCIA

Capítulo doze

"Sakura, quer casar comigo?"

Sai estava com uma expressão bastante séria estampada em seu rosto, mantendo seus olhos fixos sobre a Haruno. Ela parecia perdida, lágrimas começaram a escorrer através de seu rosto, Sakura tapou a boca com a própria mão e fugiu sem olhar para trás.

Ino ficou imóvel durante algum tempo, se ela mesma não tivesse visto, jamais iria acreditar no que acabara de acontecer. Observou Sai se retirar a passos lentos, os olhos dele estavam úmidos e a Yamanaka involuntariamente também sentiu vontade de chorar. Por fim, decidiu ir ao banheiro para retocar a maquiagem.

O banheiro tinha uma porta principal de entrada e, em seu interior haviam várias cabines, cada uma com um vaso sanitário. Chegando lá, Ino ouviu ruído de tosse seca seguido pelo barulho de vômito que atinge o fundo do vaso sanitário e aproximou-se devagar da única cabine que estava com a porta entreaberta. Como esperava, encontrou a Haruno arfante após jogar grande quantidade de líquido turvo para fora do corpo.

"SAKURA!"

A Yamanaka amparou a amiga, que já estava fragilizada e não conseguia parar de tremer.

"O que você tem?"

"Muita dor na minha barriga e muito... enjôo."

"Sua boba! Se estava se sentindo tão mal, não precisava ter se segurado... Sai-kun pensa que você o rejeitou."

"Imaginei que ele fosse interpretar dessa forma, mas eu também estava muito insegura e não soube o que pensar."

Sakura somente conseguiu se levantar ajudada por Ino e, ainda assim, com dificuldades. Caminhou até a pia para lavar o rosto, o gosto ruim ainda persistia em sua boca.

"Então, há quanto tempo você e Sai-kun estão namorando?"

"Nunca fomos namorados."

"Como não? Ele acabou de te pedir em casamento!"

"Ele nunca me pediu em namoro oficialmente. Nosso relacionamento foi rápido e confuso... Há um mês, ele roubou meu primeiro beijo, depois disso nos beijamos algumas vezes e, já faz quase duas semanas desde que ele se declarou para mim."

Ino pensou em uma possibilidade que talvez não fosse tão remota, Sakura aparentemente nem desconfiava.

"Testuda... Você e Sai-kun dormiram juntos?"

A Haruno encarou a amiga e, no instante seguinte, abaixou a cabeça bastante envergonhada.

"Uma vez... no mesmo dia em que ele se declarou para mim..."

"Será que você está grávida?"

Ino falou de repente sem pensar, as pernas de Sakura fraquejaram, não conseguiram mais sustentar o peso do corpo, a rosada caiu sentada e teve uma crise incontrolável de choro. Ino se amaldiçoou por ter sido insensível em uma situação tão delicada.

"Calma, testuda! É só uma hipótese! Se faz duas semanas já dá para usar o teste de gravidez. Quer tentar?"

Sakura confirmou balançando a cabeça, embora não parasse de chorar. Ino pediu que ela esperasse enquanto buscaria o teste já que estavam dentro do banheiro do hospital e, como médicas, seria relativamente fácil conseguir um. Antes de sair, a loira disse que voltaria o mais breve possível.


Tsunade quase não ficava no hospital, o ofício como hokage ocupava praticamente todo o seu tempo. Ouviu batidas na porta e, pensando que era Shizune lhe trazendo novas papeladas, pediu para a pessoa entrar. Percebeu que estava equivocada quando Sai apareceu diante de si.

"O que deseja?"

Desconfiara do anbu durante muito tempo e, mesmo após a morte de Danzou, pedia para Yamato vigiá-lo com frequência. Entretanto, passaram-se três anos desde o retorno de Sasuke e não havia mais necessidade de prosseguirem com a investigação.

"Eu vim dizer à senhora que fui contratado pelos conselheiros para matar Uchiha Sasuke."

Tsunade levantou-se da cadeira por causa do susto.

"O quê? Por que eles fariam isso?"

"Não sei qual o verdadeiro motivo, mas eles odeiam o Sasuke e têm urgência pelo serviço. Em troca, ofereceram-me liberdade e perdão pelos meus crimes quando servi à anbu raiz."

"Há quanto tempo foi contratado?"

"Três anos. Assim que Sasuke voltou à Konoha."

"Por que decidiu me contar a verdade?"

"Eu me arrependo do que fiz e hokage-sama é a única com poder político suficiente para enfrentar os conselheiros da vila."

A médica observou o moreno, que estava com a cabeça abaixada como se pedisse perdão. Ele se culpava, mas sabia que os conselheiros teriam um modo de silenciá-lo caso tivesse negado, pois também viraria um alvo assim como o Uchiha.

"Mais alguém sabe disso?"

"Somente o próprio Sasuke."

"Ótimo, isso tornará as coisas mais fáceis. Por enquanto, não fale com mais ninguém sobre isso, está bem?"

"Não vai me prender? Não vai mandar o Ibiki me interrogar?"

A hokage sorriu e pousou a mão no ombro do moreno.

"Eu confio em você, Sai."


Sakura já havia realizado o teste e agora esperava o resultado. A rosada estava apática após ter chorado bastante e suas mãos ainda tremiam, entretanto Ino era quem mais parecia demonstrar ansiedade.

"Deu negativo."

"Ufa, que susto! Mas, se bem que, aquele enjôo você só sentiu depois que Sai-kun te pediu em casamento. Provavelmente você só ficou nervosa demais."

"Desculpa, Ino... Eu só te dou preocupação..."

"Já me acostumei. Além disso, você é jounin enquanto eu ainda sou chunin... você tem mais responsabilidades do que eu, consequentemente o estresse também é maior."

"Eu não merecia ter me tornado jounin."

A Haruno virou-se de costas para descartar o teste no lixo, suas palavras eram tristes e frias. Ino a encarou com incredulidade.

"Por quê?"

"Se o Sai não tivesse me ajudado, eu teria morrido..."

"Vocês são uma equipe, testuda! Companheiros ajudam uns aos outros, não é para tentar fazer tudo sozinha!"

"É que..."

"Você sabe por que não existe exame jounin? O que é avaliado é todo o seu desempenho desde a academia ninja, por isso Shikamaru ainda é chunin, pois tirava notas horríveis na academia e Neji já é jounin, apesar de ter se tornado chunin depois do Shikamaru. O verdadeiro exame é todo caminho que você percorreu para chegar até onde está hoje."

Ambas se calaram durante breve espaço de tempo, quando era criança, Ino era o ideal que Sakura desejava alcançar. A rivalidade apenas fortaleceu o laço de amizade entre as duas.

"Admito que foi uma surpresa você ter escolhido Sai-kun e não Sasuke-kun, mas meus sentimentos também mudaram bastante desde que eu era genin... jamais brigaria com você de novo por causa de um garoto."

"Obrigada, porquinha."

"Agora trate de ir atrás do Sai-kun desfazer o mal-entendido, testuda! Diga que também o ama e que aceita se casar com ele!"

A Haruno acenou e se despediu sorrindo enquanto a lua já aparecia no céu ainda pincelado por tons azuis e avermelhados. Ino pensou que estava predestinada a ficar sozinha, pois seus sentimentos por Sasuke, Shikamaru e Sai não foram correspondidos, porém sentia seu coração leve e satisfeito como nunca.


Sasuke estudava pilhas de documentos confidenciais sobre a história de Konoha, que roubara horas antes do escritório da hokage e precisaria devolvê-los antes do amanhecer; se alguém descobrisse o que fizera, com certeza seria preso. Todas as luzes da casa estavam apagadas, exceto a de uma pequena lanterna que o Uchiha colocou perto da cama, forçava muito a vista para ler e começou a sentir uma forte dor de cabeça, mas não havia tempo a perder.

Sai lhe contou no dia anterior que os conselheiros da vila o contrataram para matá-lo o quanto antes, apenas pelo fato de terem procurado Sai, alguém tão próximo do portador do sharingan, já provava que estavam se arriscando bastante. Sasuke sabia que os conselheiros e Danzou foram os mandantes pelo massacre do clã Uchiha e, provavelmente, eles desconfiassem que Sasuke soubesse a verdade, isso explicaria tamanha pressa em querer vê-lo morto. Enquanto isso, Naruto dormia sossegado a seu lado, sem desconfiar de nada.

"É uma atitude desesperada... eles pensam que eu quero matá-los pelo que fizeram com meu clã, pensam que eu quero me vingar."

O Uzumaki virou na cama, ainda adormecido, porque a luz da lanterna o incomodava e Sasuke puxou o edredom para cobri-lo até a altura dos ombros. Há muitos anos, o Uchiha deixara de pensar em vingança, queria que os conselheiros pagassem pelo mal que fizeram e por terem lhe trazido tanta dor e sofrimento, porém a idéia de justiça realizada com as próprias mãos parecia inconcebível. Foi então que percebeu o quanto a convivência com o loiro havia mudado seus sentimentos.

"Talvez... Se o Sai não tivesse se apaixonado pela Sakura, um de nós estivesse morto agora... eu ou ele... antes, ele era como eu, não tinha nada a perder, mas agora Sai preza pela vida dele também..."

Se Sai viera falar com Sasuke significava que estava aberto a negociações, talvez pudessem resolver tudo sem precisar envolver Naruto e Sakura, mas por outro lado, seria menos perigoso para ambos se o anbu apenas fizesse vista grossa e permanecesse neutro durante algum tempo. Os conselheiros eram escorregadios quando se tratava de encontrar algum documento que prejudicasse suas imagens e apenas o pergaminho que Sai lhe entregara ordenando sua morte não era o suficiente, porém se achasse o documento que comprovava que eram os mandantes do massacre de seu clã, conseguiria não só destituí-los do cargo como também mandá-los à prisão.

Foi aí que lhe veio a ideia de sondar o anbu, por mais que Sai tivesse lhe ajudado, ainda era ele a pessoa mais próxima dos conselheiros. Levantou-se da cama, colocou um casaco por cima do pijama e saiu para devolver a papelada ao escritório da hokage antes que sentissem falta.


Depois de ter se retirado da sala da hokage, o anbu sentia o coração bem mais leve como se tivesse se libertado de um enorme peso que carregava.

"SAI!"

Escutou a voz de uma pessoa conhecida chamá-lo, parou de caminhou e hesitou um instante, virando-se lentamente, desejando olhar para trás ao mesmo tempo em que sentia medo do que poderia acontecer. Sakura estava diante dele com semblante sério, embora os lábios estivessem trêmulos.

"Eu aceito me casar com você."

Ela sorriu e, por impulso, envolveu o anbu em um abraço apertado, que ele correspondeu de imediato. Caminhavam de mãos dadas pelas ruas escuras trocando beijos rápidos e carinhosos, todos os compromissos e preocupações foram esquecidos em um novo mundo que pertenciam exclusivamente aos dois. Passaram em frente à academia ninja e um vento frio percorreu seu corpo, lembranças que pareciam esquecidas emergiram de repente e Sakura sentiu falta de ar. Evitava aquela praça sempre que possível, embora tivesse perdoado Sasuke há muito tempo, era difícil suportar a solidão de já ter sido abandonada uma vez.

"O que foi?"

Sai percebeu a alteração no humor da Haruno e demonstrou preocupação, a kunoichi sorriu por vê-lo tão atencioso, mas o moreno sabia que aquele sorriso era falso.

"Nada de mais... É que foi neste banco que Sasuke-kun me deixou quando abandonou a vila."

"Entendo..."

Fez um gesto para Haruno sentar-se no banco e sentou em seguida ao lado dela, segurando-lhe a mão com firmeza. Sakura se assustou quando Sai a puxou para um beijo, a mão que apertava a sua era para evitar que ela fugisse e a mão que envolveu sua nuca era para não conseguir desviar dos lábios que se chocaram com os seus.

A mão livre da médica estava contra o peito do moreno, como se quisesse empurrá-lo, mas não teve reação, apenas mantinha os olhos abertos enquanto saboreava o gosto de Sai dentro de sua boca. Ela observava nenhum ponto em específico com olhar de nada até o momento em que sentiu o zíper de sua blusa ser puxado para baixo, deixando o sutiã à mostra.

"Sai...?"

Ele nada disse, apenas aprofundou ainda mais o beijo e Sakura começou a sentir o corpo inteiro em estado de torpor, tanto que nem percebeu que ele a empurrava devagar para trás, sentiu uma corrente elétrica percorrer sua espinha assim que suas costas tocaram o banco frio. Os dedos dele deslizaram para baixo do sutiã e a apalpava sem pudores enquanto mordiscava seu pescoço. Aos poucos, a boca do moreno desceu até chegar ao vale entre os seios, a única coisa que Sakura conseguia fazer era abraçar a cabeça do anbu enquanto ele se deleitava com o perfume de sua pele. A língua dele avançou, lambendo e apertando a auréola dos seios como uma criança que desejava sorver leite materno; A Haruno deixou escapar um gemido de seus lábios, Sai gostou.

Em questão de instantes, a mão hábil deslizou para dentro do short de Sakura, fato que lhe arrancou novos gemidos a cada toque em sua parte mais íntima. Estava corada e arfante, virou-se de costas para recobrar o fôlego, estava começando a perder a sanidade. Os dedos de Sai que ficaram úmidos agora tocavam a cintura da Haruno, que teve um calafrio momentâneo quando Sai abaixou seu short até a altura dos joelhos junto com sua calcinha.

"Espera! Isso não é...!"

Tentou se levantar, mas o máximo que conseguiu foi apoiar-se na mesma posição que um bebê usa para engatinhar. A médica não conseguia ver o rosto de Sai, mas já imaginava o sorriso irônico ao vê-la daquela forma tão submissa. Aproveitando que a kunoichi estava à sua frente, o moreno lambia, sugava e tocava a parte mais sensível do corpo dela com seus dedos gélidos e, em vez de sentir frio, o interior de Sakura aqueceu rapidamente.

"Sai, eu preciso te ver... Eu preciso saber que é você..."

O anbu fez uma pausa, tempo suficiente para a médica virar para encará-lo e abraçar seu pescoço. Foi a vez de ela fazê-lo se deitar no banco enquanto desabotoava lentamente o casaco e retirava a calça do moreno. Sakura mordiscou o lábio inferior em sinal de nervosismo e sentou sobre o abdome dele pouco depois de se livrar da própria blusa e sutiã, permanecendo completamente nua.

"Sakura, você está..."

"Muito ridícula? Pode dizer."

"Muito atraente."

A kunoichi segurou o membro ereto, posicionando-se logo acima e descia devagar enquanto era penetrada lentamente. Sentiu dor e medo, as lágrimas começaram a escapar sem controle e os olhos de Sai, geralmente opacos como um abismo profundo, estavam brilhantes com o luar incidindo sobre eles. Estavam apostando tudo por um homem que mal conhecia e o futuro do relacionamento era incerto, mas Sakura tinha a sensação de que aquilo era real e que poderia valer a pena. A própria Sakura iniciou os movimentos, a investida foi mais fácil do que na primeira vez, não existia mais barreira para atravessar. As mãos de Sai, que estavam pousadas na cintura da kunoichi, subiram até os seios e os apalpavam cada vez que a Haruno gemia. Ambos atingiram o clímax quando o moreno liberou líquido quente e a Haruno o sentiu escorrer no interior de seu corpo, Sai mostrou um sorriso irônico antes de murmurar no ouvido da noiva.

"Agora toda vez que passar por este banco não vai lembrar-se de quando Sasuke deixou Konoha, e sim de quando fizemos sexo aqui."

Caiu em si quando descobriu a verdadeira intenção do moreno, o membro dele ainda estava dentro de seu corpo e, ao notar o local e a posição em que estavam, Sakura desejou um buraco para se esconder como nunca antes em sua vida. A surpresa foi tamanha que se levantou com rapidez, mas seu corpo ainda estava sensível e estremeceu por completo depois que o órgão foi retirado de forma abrupta.

"S-SAI...! N-NÃO ACREDITO QUE FEZ ALGO TÃO INFANTIL!"

"Mas, você gostou, não foi?"

Sakura corou violentamente, o rapaz parecia bastante sério e, se fosse em qualquer outra situação, a rosada teria sorrido da expressão no rosto dele em vez de ficar tão envergonhada.

"Você disse que me entendia, mas na realidade estava com ciúmes!"

"Eu disse que entendo... que você não guarda rancor pelo Sasuke. É mágoa."

"Rancor e mágoa são a mesma coisa!"

"São duas coisas completamente diferentes."

Ambos se encaram durante alguns instantes, a Haruno estava encolhida no outro extremo do banco. Sai demonstrou um sorriso diferente do usual, era sincero e aconchegante, Sakura correspondeu.

"Eu já disse que te amo?"

"Hoje? Ainda não."


Kabuto retornou ao esconderijo poucas horas antes de amanhecer, Orochimaru já o esperava acordado, mas não que estivesse ansioso ou nervoso, eram as fortes dores que não o deixavam dormir. Ele, que já fora considerado o mais forte entre os três ninjas lendários, acabou se tornando totalmente dependente do jutsu de transferência de corpos.

"Eu pesquisei tudo relacionado a kunoichi de cabelo rosa, Orochimaru-sama... Ela se formou na academia aos doze anos, tornou-se chunin aos quatorze e foi promovida a jounin recentemente."

"Só isso? Hunf, que sem graça..."

O homem de longos cabelos negros tossiu sangue, as rejeições estavam ainda mais freqüentes. Antes, trocava de corpo três anos após realizar o jutsu, mas agora precisava de um novo recipiente a cada seis meses.

"Lembra daquele chamado Sai?"

"O espião do Danzou? Sim, ele me chamou a atenção porque o único jutsu que eu o vi usar era o dos desenhos de animais que ganhavam vida... O que descobriu sobre ele?"

"Nada além do que já sabemos, não há nenhuma informação antes de ele ter se tornado jounin, é como se não tivesse existido antes de ingressar no esquadrão anbu. Devemos considerá-lo uma ameaça?"

"Por enquanto, não. Vamos nos preocupar com aqueles cujas técnicas são de nosso conhecimento."

Orochimaru tentou se levantar da cama com dificuldades, Kabuto pegou um remédio para aliviar a dor e entregou a ele.

"Só para confirmar, depois que usarmos a Haruno como isca, o senhor pretende assassinar Tsunade-sama e Naruto-kun para possuir o corpo de Sasuke-kun?"

"Eu desisti de Sasuke-kun há muito tempo..."

"Então, o que pretende fazer?"

"Haruno Sakura não é o ponto fraco de todos eles? Eu vou possuir o corpo dela e, então, eu os matarei quando estiverem com a guarda baixa."


Lágrimas escaparam dos olhos verdes da Haruno, que se curvou um pouco para frente, deixando os cabelos cobrirem parcialmente seu rosto. Os primeiros raios de sol surgiam no horizonte e pessoas apareceriam na rua em breve, Sai havia terminado de se vestir quando percebeu que a kunoichi ainda estava nua e perdida em pensamentos, pegou as roupas espalhadas pelo chão e começou a ajudar Sakura a se vestir começando pelas peças de baixo.

"É melhor você se agasalhar logo ou pegará um resfriado."

"O que nós fizemos foi loucura..."

"É mesmo, né? Transar em um banco de praça não é romântico."

"Não é disso que estou falando! Não quero casar escondida de todo mundo, mas como vou explicar para meus pais?"

"Isso é o que te preocupa?"

"Lógico! Também preciso contar para Ino, Tsunade-sama, Naruto, Sasuke-kun..."

"Quanto ao Naruto e o Sasuke, não tem por que se culpar já que eles também esconderam de você que os dois estão juntos..."

Sakura teve um estalo e, durante alguns instantes, esteve fora da realidade para assimilar a informação que recebera. Piscou várias vezes, Sai já havia parado de vesti-la antes de colocar o sutiã e agora brincava com seus seios. Constrangida, Sakura cobriu o busto com o braço esquerdo e usou a mão direita para acertar um soco no moreno.

"Mesmo depois de ter dito que quer casar comigo, você não para de me bater?"

"Você mereceu! Agora me responda... Sasuke-kun e Naruto realmente estão juntos? Como um casal?"

Abotoou o sutiã e vestiu rapidamente a blusa enquanto Sai se levantou do chão e sentou no banco ao lado da noiva, ainda massageando a bochecha atingida.

"Sim, eu descobri anteontem."

"Desde quando eles estão juntos?"

"Sei lá, eu esperava que eles viessem falar com você, porém não comentaram mais a respeito do assunto."

Sakura ficou cabisbaixa, Sai pousou a mão em seu ombro e mostrou um sorriso sarcástico.

"Está tão triste assim por saber que seu amor de infância é gay e está namorando o seu melhor amigo?"

"Estou surpresa, e feliz por eles... mas, estou desapontada porque eu pensava que não existiam mais segredos entre a gente. Eles não confiam em mim?"

O anbu engoliu em seco, não teria coragem de confessar a Sakura sobre o acordo que fizera para assassinar o Uchiha em troca de liberdade. Naquela época, ainda não estava apaixonado pela Haruno e nem media as conseqüências de seus atos.

"Talvez eles quisessem te falar desde o começo, mas não sabiam como..."

"Eles precisam entender que não sou tão frágil a ponto de me tornar completamente alienada e nem que vou infartar a cada notícia bombástica que eu ouvir."

A rosada franziu o cenho, não conseguia deixar de ficar chateada com a situação, mas ainda esperaria pelo dia em que Sasuke e Naruto viriam ter uma conversa franca com ela, sem esconder nada. Naquele momento, Sai notou o quanto Sakura havia amadurecido.

"Essa é a mulher que eu amo."


Antes das oito da manhã do dia seguinte, Sakura já estava no hospital pronta para começar um plantão de doze horas. Estava distraída, colocando o jaleco branco quando sentiu a cintura agarrada por braços fortes e não pensou duas vezes antes de desferir um golpe preciso no estômago de Sai.

"Por que você é a única mulher que dá socos em vez de tapas?"

"Desculpe, foi reflexo."

Sai massageava o próprio abdome, Sakura havia lhe pedido horas antes que não ficassem tão próximos até que ela o apresentasse formalmente para seus pais no fim da tarde.

"Sakura-san, Tsunade-sama quer falar com você um assunto urgente."

Uma das enfermeiras chamou e realmente parecia estar com pressa. Sakura olhou de relance para o moreno, que inclinou a cabeça em sinal de confirmação.

"Já estou indo... Sai, é melhor nos falarmos depois, ok?

"Por mim, tudo bem."

A Haruno acenou para o noivo antes de se retirar da sala, não soube explicar o motivo, mas enquanto andava pelo corredor ouvia risinhos abafados e todos pareciam estar olhando para ela.

"Queria falar comigo, shishou?"

"Sakura, começaram a aparecer alguns boatos maldosos a seu respeito, então gostaria que você não os levasse a sério, está bem?"

"O que estão falando de mim? Por favor, conte-me... Se eu vou saber mais cedo ou mais tarde, prefiro que a senhora me diga agora."

Tsunade soltou um longo suspiro e pôs a mão na testa, a hokage agia como se ela mesma tivesse sido ofendida, estava sendo difícil lidar com a situação usando a racionalidade.

"Estão dizendo que você foi vista, ontem à noite, fazendo sexo no banco da praça perto da academia ninja com o Sasuke."

Continua...


Unknow: Queria ter postado antes, mas o fanfiction tá o maior cuzão, todo instante o site fica fora do ar :P Bem, eu já tinha respondido as mensagens com conta avisando que iria demorar para atualizar :B Na fic, Sakura tem 19 anos enquanto Sai tem 20, a única coisa que não defini foi se o cabelo de Sakura está curto ou comprido XD Eu fiz uma capa para este capítulo, depois dêem uma olhadinha no meu profile na sessão 'capas' ^^ Vamos responder agora as mensagens sem conta :3

Sem: Finalmente! Eu quase não apareço aqui e você ainda quer cortar minhas escassas aparições!

Unknow: Faz logo o teu serviço! Eu te pago pra quê, hein?

Sem: Você não me paga ¬¬

Unknow: Eu não ligo para esses pequenos detalhes :D

Sem: Pequenos como o seu cérebro.

Unknow: Ç.Ç

Sem: Para Anya

Unknow: LOL KibaIno? XD~ Se eu conseguir pensar em alguma cena deles como casal, eu coloco na fic ^^ Sai e Sakura realmente vão se casar? Pela primeira vez depois de muito tempo, encontrei uma pessoa que não quer que o Sasuke morra o/ Eu conheço muita gente que gosta do Sasukemo, mas vivem dizendo que querem vê-lo morto no final. Então, eu descobri que gostar e não querer que morra são duas coisas completamente diferentes +_+'

Sem: Para Isabela

Unknow: Leitora nova *-* Que bom que está gostando... Sinceramente, eu estou cansada de histórias que o casal só fica junto no fim, então prefiro fazê-los superando obstáculos juntos ^^ Ja ne! \o/