CAPÍTULO REPOSTADO PORQUE FALTAVA UM TRECHO.

Obrigada por avisar, Malu Chan.

Trecho que falta a partir da frase: ""Determinada, teimosa, obstinada, pressionadora... tudo junto." Ele disse com um piscar de olho.

"Ah... entendi.""


N.T.: Twilight não pertence à mim nem à GinnyW31 (autora dessa história)

Seguinte... essa é uma das minhas fic favoritas e nada mais justo do que dividir com vocês algo tão bom.

Kathy e Saya estão me ajudando com a tradução. Assim que eu descobrir – se elas tiverem – o perfil delas aqui no FF posto pra vocês verem.

Autora: GinnyW31

Fic Original em inglês: /s/4626503/1/Coming_to_Terms

Espero que vocês gostem tanto quanto eu gosto.

;)

Sem mais,

Lou.


Uma noite em Seattle

A garçonete colocou o drink na minha frente e sem ao menos se preocupar em perguntar se eu iria querer algo mais, saiu e foi atender outra mesa. Típico. Até mesmo no Hilton eu consegui ser afrontada pelos funcionários. Mesmo que, e é verdade, eu não estivesse vestida como se pertencesse ao grupo de empresários elegantes. Apesar de eu estar aqui a negócios, eu simplesmente não gosto mais de me vestir assim. Eu passei tempo demais em encontros de negócios e salas de reuniões numa tentativa de convencer a mais infame empresa de Seattle que eles precisavam atualizar o programa e sistema de segurança dos seus computadores, e que a Newton Corporation (n.t.: Corporações Newton, na tradução literal) era a empresa que faria o melhor trabalho pra eles.

Dando um longo gole em meu drink, sentei novamente em minha cadeira e suspirei. As reuniões foram boas, e por isso eu estava grata. Eu trabalhei pra Newton Corporation desde que me formei na faculdade e agora era vice-presidente de vendas e responsável pelas relações com clientes para a filial nova no noroeste dos EUA que era esperada pra abrir em dois meses. Eu simplesmente não sabia que cidade chamaria de casa. O que significa que eu estava vivendo com uma mala e praticamente continuaria assim até que o escritório fosse aberto. Pelo menos, quando o escritório ficasse pronto, minha rotina de viagens voltaria ao normal, que eram uma ou duas vezes por mês.

Nas últimas duas semanas eu estive em Eugene, Salem, Portland, Vancouver, Olympia, Spokane e finalmente Seattle. Eu estava atualmente debatendo se escolheria Seattle ou Portland como local pra nova filial por causa do tamanho e do rápido e fácil acesso ao aeroporto. Facilidade para viajar: sempre uma necessidade quando seu negócio se tratava de vendas.

Dei mais um outro longo gole em meu drink e fechei meus olhos pra ignorar todas as pessoas que estavam ao meu redor. Meus pés estavam cansados, os músculos do meu pescoço, doloridos. Talvez eu devesse tomar um banho ao invés de consumir álcool. Não que eu bebesse sempre. Não, eu só bebia quando precisava de um caminho fácil pra acabar com o estresse depois de um dia lotado de reuniões.

Bem, álcool ou sexo serviam pra esse objetivo, mas uma vez que eu não estive com um membro do sexo oposto em há mais de um ano, e o único homem que conhecia que estava disponível (e pronto pra isso) era Mike Newton... e bem, digamos que eu ainda não estava tão bêbada para tal coisa. E nem queria estar.

Eu estive viajando com meu parceiro Mike pelas últimas duas semanas. Ele era um tipo de gênio técnico, o único que tinha a capacidade de implementar todas as promessas que eu estava fazendo. Sem mencionar que ele era o filho do dono da empresa.

Mike estava atualmente expressando sua preferência por Olympia para ser a base da nova filial do noroeste. Mesmo que ele afirmasse que a sua preferência pelo lugar não tivesse relação alguma com uma certa garçonete de coquetéis loira que ele viu e trocou saliva na última noite de terça-feira. Mas a única vantagem que Olympia oferecia era uma localização mais central entre os mercados que queríamos adentrar e se esse fosse o fato decisivo, Portland seria uma escolha mais lógica.

Entretanto, não importava. Não de verdade. Qualquer locação seria tão ruim quanto qualquer outra. Molhada, chuvosa, melancólica e gelada.

Era minha própria definição de inferno.

O motivo de eu aceitar essa transferência pra um dos lugares mais chuvosos dos Estados Unidos estava acima da minha compreensão, mas significava bagagem pra minha carreira. Um aumento, uma promoção... nenhuma dessas coisas era algo a se ignorar. Principalmente porque eu ainda estava me sacrificando pra pagar os empréstimos que tomei pra consegui cursar minha faculdade.

A camiseta de souvenir que vi vendendo no aeroporto de Portland me fez repensar seriamente na minha decisão. A horrorosa camiseta amarela estava a mostra na janela da loja com as simples palavras: As pessoas em Oregon não se bronzeiam... Elas desbotam.

E eu sabia por experiência própria que Washington era igual. Passei a maior parte da minha vida vivendo na Califórnia e no Arizona com minha mãe, mas todos os verões eu era forçada a passar duas semanas com meu pai numa cidadezinha perto do litoral que se chamava Forks.

Uma vez graduada, estava oficialmente por conta própria. Passei um último verão com Charlie e depois entrei pra faculdade no Arizona com seu sol glorioso. Quando feriados e verões recomeçavam, eu citava responsabilidades financeiras e trabalhava porque não conseguia mais visitar aquela cidadezinha chuvosa. A única vez que eu voltei a Forks foi há dois anos atrás quando Charlie sofreu um tiro em ação. Uma vez que recebeu alta do hospital eu voltei pra casa, só fiquei mais alguns dias até ele se estabilizar.

Eu lamuriei e massageei minhas têmporas.

Álcool sempre me deixava pensativa.

"Então Bella, o que você acha de abrirmos aquela porta que separa nossos quartos hoje a noite?" Mike perguntou enquanto sentava na cadeira ao meu lado.

"Uh, não. Mas obrigada pela oferta" Eu nem me preocupei em olhá-lo. Ele obviamente bebeu mais do que eu. Ele foi além do estágio filosófico e chegou num ponto que eu me recusava a chegar... excitado.

"Qual é, Bella! Vai ser divertido."

Olhei pra cima só pra notar que Mike estava se inclinando na mesa até mim. Rolei meus olhos, "Eu teria mais divertimento com uma depilação completa depois de ter tomado sol o dia inteiro."

"Ooh. Ái!" ele pausou e me lançou um sorriso maligno. "Mas que imagem adorável. Obrigado por isso."

Então eu o chutei.

"Tá legal, Bella. Mas você não faz idéia do que está perdendo," ele disse enquanto se levantava da sua cadeira e acariciava suavemente sua perna esquerda que eu acabara de atacar. "Eu vou tentar a sorte por ali." E com isso ele foi até o bar onde uma mulher linda com cabelos loiros e curtos tinha acabado de sentar.

Eu observei, só parcialmente interessada, Mike fazer sua melhor atuação pra jovem. Ela falou alguma coisa que o fez gargalhar antes de voltar a sua atenção ao bartender. O que quer que ela tenha dito, acho que encorajou Mike, porque ele sentou no banco ao seu lado e continuou suas tentativas de flerte com ela.

Com um interesse igual, observei o "ritual de acasalamento" esquisito que já vi meu sócio encenar em inúmeras ocasiões. Continuei assistindo até que senti alguém se aproximar da mesa. Assumindo que era a garçonete esnobe de antes, nem me preocupei em olhar na sua direção enquanto maneava negativamente a cabeça. "Não. Estou bem, obrigada."

"Fico contente em saber disso. Se importa se eu me sentar?"

Minha cabeça levantou pra eu ver o homem mais maravilhoso que eu já vi na vida. "Uh... um... claro?" soou como uma pergunta. Rapidamente olhei pelo lugar, meus olhos notaram diversas mesas e cadeiras vazias e eu me perguntei porque alguém como ele iria querer se sentar com alguém como eu.

Ele sentou na cadeira que Mike deixou vaga a alguns minutos atrás e sorriu. Foi só aí que eu realmente consegui olhá-lo. Seu rosto era praticamente sem falhas; claro, com uma forte e definida mandíbula e o par dos olhos verdes mais profundos que eu já havia visto. Eles eram absolutamente memoráveis e eu me percebi perdida neles antes mesmo de ter uma chance de me apresentar. Seus cabelos eram de um ruivo meio bronze, um pouco grandes, bagunçados e pareciam estar implorando pra que eu percorresse minhas mãos por eles.

Eu estava certa que minha boca estava aberta enquanto eu continuava a olhar embasbacada. Só quando ele soltou um riso abafado que eu fui capaz de sair do meu torpor.

"Longo dia?" perguntou.

"Por deus, sim. Me desculpa." Balancei minha cabeça pra clarear meus pensamentos enquanto estendia minha mão pra ele. "Sou Bella."

"Edward," replicou, mas ao invés de balançar minha mão como eu esperava, trouxe até seus lábios e depositou um beijo nas costas dela.

Tive que segurar a arfada que surgiu no meu peito com o gesto. No instante que seus dedos tocaram minha pele, eu senti um surpreendente formigamento na área. Não como um choque elétrico, algo mais profundo que foi direto pra minha alma.

O que diabos está acontecendo?

"Eu normalmente não faço isso, mas estou te observando desde que você entrou aqui. E tem... alguma coisa em você que simplesmente me atraiu até aqui."

"Oh... uh... Obrigada?" de volta as perguntas. Sério, eu não sabia como responder a esse cara, ele soava como se tivesse engolido meu último arlequim.

Ele riu novamente. "Soei estúpido, né?"

"Bem..."Pelo menos eu sorri pra ele enquanto encolhi meus ombros, né?

"Foi isso que eu achei. Na minha defesa, eu estive acordado pelas últimas trinta e seis horas e depois disso planejo voltar pra casa e dormir pelos próximos dois dias."

Percorri meus dedos pela borda do meu copo vazio, tentando pensar em algo espertinho pra dizer.

Desde que ele se aproximou de mim, tive a impressão que minha inteligência estava escapando pelos meus ouvidos.

Na verdade, tudo o que eu queria perguntar era porque ele estava sentado aqui conversando comigo, e se ele por favor, poderia me beijar até que eu esquecesse meu próprio nome pra que assim eu finalmente tivesse algo agradável pra sonhar essa noite.

Oh, e enquanto ele ainda estivesse aqui, que ele era mais do que bem-vindo a passar os próximos dois dias pelado na minha cama.

Ao invés disso, optei por: "Então, o que te traz aqui essa noite?"

Ele acenou até uma mesa no final do salão que continha quatro pessoas. A mais notável era uma mulher loira cujo rosto pertencia à capas de revista. Ela sim parecia o tipo de garota a qual esse homem pertencia. Ela estava sentada entre um homem enorme e musculoso com cabelo castanho encaracolado e um homem bem menor que tinha cabelos loiro escuro – preso num rabo de cavalo. A outra pessoa sentada na mesa estava de costas pra mim e tudo o que eu podia dizer era que ela era extremamente pequena, com cabelo preto curto e espetado.

"Estou aqui com meu irmão e sua noiva. Vão se casar em alguns meses, e hoje a noite estão vendo as vantagens daqui. Provando comida, drinks, olhando o salão de jantar. Eu finalmente tive que me levantar e sair quando o planejador de casamentos e minha irmã começaram a discutir sobre benefícios de arranjos de flores contra velas como centros de mesa."

"E você veio com eles," deduzi.

"Sim. Com a minha irmã, Alice. É a menor com o cabelo preto. O namorado dela não pode acompanhá-la, e ela disse que se recusava a ir a um jantar sem um acompanhante."

"Então você escolheu abandoná-la quando ela começou a discutir com o planejador?"

"Como você pode notar, o planejador de eventos é só o cara que trabalha pro hotel. Alice está agindo como o planejador do casamento do meu irmão. E Alice é muito... determinada."

"Parece uma outra palavra pra teimosa."

"Determinada, teimosa, obstinada, pressionadora... tudo junto." Ele disse com um piscar de olho.

"Ah... entendi."

Houve uma pausa antes de qualquer um de nós dois dizer outra coisa. "Então, me fale sobre você, Bella."

"Um... o que você quer saber?" perguntei, mais do que corada porque a conversa de repente se virou pra mim.

"Bem, você é de Seattle? O que você faz? O que te traz a um bar de hotel numa quinta-feira a noite?"

"Vejamos... estou em Seattle a negócios. Não, eu não sou daqui, embora meu pai more numa cidade pequena na Península Olímpica, então sou familiar a essa área. E foram os negócios que me trouxeram a essa cidade escura e cheia de garoa." Comecei a mexer nervosamente meus dedos enquanto falava. Eu queria esquecer o estresse do dia. "Olha, eu preferia que não falássemos sobre trabalho. Essas duas semanas foram longas e eu simplesmente queria esquecer tudo o que aconteceu."

Edward concordou. "Ok, sem papos sobre trabalho."

"Obrigada."

"Então quais são seus passatempos? Me diga o que a Bella gosta de fazer no seu tempo livre?"

"Oh, essa é fácil. Eu adoro cozinhar, ainda que ultimamente eu não tenho tido muito tempo pra fazer isso porque eu tenho viajado tanto. E ler. Livros são minha paixão. Eu gosto de escrever também. Eu sei que parece bobo, não sou uma escritora, mas gosto de escrever histórias curtas para minha própria diversão. Eu juro que é uma das melhores terapias existentes." As palavras que acabara de proferir pareciam ter saído sem espontaneamente e eu me percebi olhando pro gelo que derretia no meu coquetel, me perguntando se continha mais álcool do que eu achei que teria. Ninguém sabia sobre meu hábito de escrever. Ninguém.

Seu sorriso se alargou. "Eu não acho que escrever é algo bobo. Todo mundo precisa de uma saída criativa. Mesmo que seja só pra você mesma."

"Isso significa que você tem uma saída criativa, Edward?" perguntei subitamente curiosa.

"Pra falar a verdade eu tenho. Eu gosto de compor músicas."

Isso me surpreendeu. Soou tão sofisticado comparado a minha insignificante confissão. "Sério? Isso é... uou."

Ele encolheu os ombros. "Na verdade não. É só algo que me ajuda a relaxar depois de um longo dia de trabalho. Exatamente como você, é algo que é só pra mim."

Eu concordei.

"Que tipo de livros você gosta de ler?"

"Qualquer coisa. Tudo. Eu sou meio que uma vadia de livros." Corei assim que as palavras deixaram meus lábios. "O que eu quis dizer é que tenho um gosto amplo. De Austen, Tennyson e Bronte até Magire, Lindsay, King, Patterson... em raras ocasiões eu até pego um da Nora Roberts."

"Então de literatura clássica e romance à serial killers, mistérios de assassinatos e mais romance?" ele perguntou divertido. "Quando você disse tudo, não estava brincando."

"Não, eu não estava." Fiquei impressionada que só pelos sobrenomes ele parecia conhecer os autores dos quais estava falando. Me fez pensar quanto ele já tinha lido. "E é claro, você já leu um pouco de Nora Roberts, não é?"

Foi a vez dele de ter as bochechas coradas, mas balançou sua cabeça. "Na verdade não. Mas eu sou conhecido por pegar qualquer coisa que esteja em cima de uma mesa pra saber o que as pessoas estão lendo. Minha irmã é algo bem perto de uma fã da Nora Robert."

"Todos já leram King, e a maioria pelo menos já ouviu falar em Patterson. E sobre Maguire e Lindsey?"

Esse foi o momento da conversa que nos absorveu por completo. Edward, ao que parecia, era um leitor ávido, mesmo que ele tenha dito que mal tinha tempo pra ler hoje em dia, a não ser que fossem revistas médicas.

Apesar do meu clamor por não querer discutir trabalho, eu acabei falando pra ele que minha empresa estava me mudando pra Washington ou Oregon, e ele terminou me dizendo que era um médico... o que explicava seu turno de trinta e seis horas e sua propensão a ler a "Revista Americana de Ciências Médicas e a Revista de Médicos e Cirurgiões Americanos".

Edward tocava piano e era pra isso que ele compunha suas músicas, e tinha uma paixão escondida por livros de assassinatos em série baseados em fatos reais ou de ficção. Ele dizia que ler sobre as implicações psicológicas de alguém completamente perturbado era fascinante. Eu queria perguntar sobre sua especialização médica. Eu estava realmente gostando de conhecer uma nova pessoa, não em quem ele é baseado no seu nome ou profissão. Estava tão engajada na conversa que pulei quando senti alguém tocar meu ombro algum tempo depois.

"Ei, Bella, essa é a sua última chance comigo hoje a noite." Mike anunciou atrás de mim.

"Você sabe como sou consumida por você, Mike. Mas hoje acho que vou passar."

Ele acenou sua cabeça na direção do Edward. "Oferta melhor, né? É, eu sei como você é. Prefere o cara novo do que o que você pode ter em qualquer dia da semana."

"É. É isso." Disse enquanto bufava pra esconder a minha vergonha pela sua declaração. "Ah Mike, esse é o Edward. Edward esse é Mike, meu sócio."

Mike sorriu e se inclinou pra apertar a mão do Edward. "Prazer em conhecê-lo." Então voltou sua atenção a mim. "Bom, você sabe onde eu estou caso mude de idéia."

"Uh, é Mike. Vejo você mais tarde." O observei se afastar, presumivelmente pra tentar sua sorte na próxima vítima potencial.

Lancei um olhar apologético ao Edward. "Sinto muito por ele. Mike é..." balancei um pouco minha mão. "Ele é exatamente daquele jeito."

Edward sorriu. "É, meu irmão é..." ele balançou sua mão, imitando meus movimentos anteriores, "daquele jeito também."

Ri suavemente. "Obrigada. É bom conhecer alguém que me entenda."

Então ele retirou seu celular - que eu podia ouvir estar tocando. Vi quando ele olhou pro Blackberry (n.t. um tipo de celular que possui das mais diversas funções), sorriu largamente e balançou sua cabeça.

"Está tudo bem?" perguntei.

"Tá, meu irmão acabou de me mandar uma mensagem de texto pra avisar que todos me deixaram aqui porque não queriam interromper."

"Oh, eu sinto muito. Nem notei que eles foram embora." falei virando minha cabeça pra ver a mesa agora vazia que sua família ocupara antes.

"Eu também não. Eles só estão esperando que eu me dê bem. E eles acham que seria mais provável se me deixassem sem um meio de transporte. Eu chamo um táxi daqui a pouco."

Eu não sabia como responder àquilo. Me percebi corando, mas por alguma razão senti desapontamento com a idéia dele ir embora. Nós estávamos nos dando tão bem. Eu já gostava muito mais de Edward do que de qualquer outro cara que conheci ano passado. E isso era algo positivo ao seu lado. Foi como ele disse quando se sentou – eu me senti atraída a ele.

Eu não era uma mulher impetuosa nem ousada, mas sabia como ter o que quisesse... o que eu quisesse no quarto. Entretanto, era uma performance – nada mais do que encenar uma Bella muito mais forte, mais confiante e poderosa. A Bella forte que tomava controle de situações e dizia à pessoas o que realmente queriam – eles precisando ou não – e que era capaz de fazer aquelas pessoas a acreditarem naquilo.

Essa não era eu. Não verdadeiramente. Eu sabia como atrair uma pessoa quando precisava cumprir meu trabalho. Na maioria do tempo, entretanto, eu me escondia. Eu era tímida por natureza. Preocupada demais com o que outras pessoas pensariam de mim se eu fosse direta demais.

Mas droga! Eu queria esse homem. Muito mais do que qualquer homem que eu já vi antes. Ele era agradável, engraçado, esperto, confiante e, provavelmente, o homem mais bonito que eu já conheci. E por alguma razão esquisita e desconhecida que eu nem conseguia começar a entender, ele parecia querer conversar comigo.

Meu corpo inteiro ansiava por ele.

Desesperadamente.

E foi por essa razão – aquela repentina e consumidora vontade que surgiu nas minhas partes de baixo e que subiu pra envolver meu cérebro, me fazendo assim, desligar aquela voz da razão que era normalmente tão vocalizada atrás da minha cabeça – que eu fiz algo completamente diferente de mim. Grudei naquela Bella confiante e segura de si que era muito boa em fechar uma venda. "Você não precisa ir embora, você sabe."

Eu não sabia quem estava mais chocado pelas minhas simples palavras, Edward ou eu. Nenhuma vez eu deixei escapar uma dica que eu era "aquele tipo de garota". Os olhos do Edward imediatamente subiram e se prenderam nos meus, era como se ele estivesse tentando olhar diretamente na minha alma. Eu me senti exposta, mas ainda assim confortada.

"Olha," eu disse tentando quebrar a repentina tensão que surgiu, ainda que minhas próprias inseguranças tivessem tido uma chance pra ressurgir. "Eu não... Eu realmente não quero que você vá. E-eu não posso explicar, mas..."

E de repente a surpresa se dissipou dos seus olhos e foi substituída por nada menos do que desejo, enquanto um sorriso torto aparecia em seu rosto fazendo meu coração praticamente derreter. Edward levantou da cadeira e estendeu uma mão em minha direção. "Guie o caminho, Bella."

O nó foi substituído por borboletas enquanto eu segurava sua mão por um momento, dando um apertão gentil antes de deixá-la e andar com ele na direção dos elevadores.

Fiquei nervosa no caminho inteiro pro meu quarto, constantemente apertando e relaxando minhas mãos em punhos. Meu coração estava praticamente saindo do meu peito e eu tinha que me relembrar constantemente de desacelerar minha respiração. Desmaiar agora não seria algo bom. Quando finalmente alcançamos meu quarto, fiquei atrapalhada com a bolsa procurando pelo cartão-chave do meu quarto.

Sua mão pegou as minhas nas suas enquanto ele me virava pra encará-lo. Sua outra mão levantou e gentilmente segurou minha bochecha enquanto ele começava a me olhar nos olhos.

"Bella."

"Edward, Eu-"

Ele trouxe seu dedo aos meus lábios pra me silenciar. "Me deixe falar isso, por favor."

Eu concordei com a cabeça, nunca quebrando o contato ocular com ele.

"Bella, antes de entrarmos, eu queria que você soubesse que normalmente não faço esse tipo de coisa." Ele roçou seus dedos da minha boca à minha bochecha. "Eu só precisava que você soubesse que não estou fazendo isso por causa de alguma mensagem de texto que meu irmão enviou. Eu quero fazer isso."

Eu sorri. "Eu não faço esse tipo de coisa também, eu-" dessa vez minhas palavras foram cortadas quando seus lábios encontraram os meus. Seus lábios moviam-se contra os meus e a energia que gerava pelo seu toque começou a tamborilar, quase nos apressando. Aquele simples beijo tinha mais paixão e desejo que eu já experimentei em toda a minha vida. Eu podia quase jurar que senti sua alma alcançar a minha e tocá-la. Meu coração começou a bater violentamente, incapaz de manter um ritmo estável.

Edward se afastou suavemente e sorriu. Pegou a chave entre nós dois que eu tinha encontrado na bolsa e abriu a porta, nos levando pra dentro.

***

Como em tantas manhãs que estive em viagens de negócio, acordei me sentindo desorientada. Esse não parecia meu quarto, minha cama e os travesseiros definitivamente não eram os meus. Os lençóis estavam uma bagunça e eu me senti como se estivesse esquecendo algo importante.

Abri meus olhos e pisquei rapidamente enquanto o sol entrava no quarto pela fresta da janela. Gradualmente minha vista foi se ajustando e o quarto voltou a entrar em foco. E o nevoeiro do sono sumiu. Levantei na cama e olhei em volta do quarto.

Eu estava sozinha.

O lado da cama, ocupado por ele pela maior parte da noite, estava vazio. Saí dali e fui cambaleante até o banheiro, notando que suas roupas jogadas no chão não estavam mais lá. Como previ, o banheiro também estava vazio.

Voltei pra cama, deitei, encarei o teto e suspirei. Não era como se eu esperasse que ele tivesse ficado. Eu só não esperava que ele tivesse saído tão furtivamente enquanto eu dormia. Esperava por um beijo de despedida antes de ele deixar meu quarto pra sempre. Corri minhas mãos pela minha testa e depois esfreguei os olhos.

Ele realmente foi incrível. Peguei o travesseiro que ele usou enquanto dormia e trouxe ao meu rosto, inalando profundamente. Memórias começaram a surgir pela minha mente. A maneira que meus dedos sentiram seus músculos do peitoral, a maneira que suas mãos tocaram e acariciaram cada parte do meu corpo, a maneira que sua boca foi dos meus lábios ao meu pescoço, aos meus seios, ao meu... Balancei minha cabeça. Se me permitisse minha mente a ficar lembrando, nunca faria nada hoje, e tinha um avião pra pegar. Olhei pro relógio do criado-mudo. Droga, três horas.

Como um suspiro profundo me sentei. Precisava tomar banho, me vestir e fazer as malas antes do Mike decidir bater na minha porta. Não era como se eu esperasse, Mike era um dorminhoco e normalmente precisava que eu batesse em sua porta pra acordá-lo. Me levantando fui até a mala e peguei minhas roupas do dia antes de ir direto pro banheiro. Enquanto andava passei pela mesa e notei um pedaço de papel ali, sendo seguro por uma caneta e uma camisinha – não usada. Sutil.

Me diverti muito.

Ligue se voltar à cidade. Talvez podemos voltar a nos encontrar.

Obrigado,

E

Seu telefone estava escrito na parte de baixo.

Repentinamente me senti machucada. Foi minha idéia a de subir, droga. Mas eu me senti conectada a esse homem. Quase que instantaneamente pensei nele como algo mais do que uma transa casual. A última coisa que queria era me sentir como nada além de uma transa. Ainda assim eu não sabia o que estava realmente esperando. Foi minha idéia: sem trocar sobrenomes, sem ficar muito pessoal, convidá-lo ao meu quarto. Mas isso era tudo muito novo pra mim, todos os caras que transei antes era homens que eu tinha um relacionamento antes. Eu nunca fui muito boa em entender essa coisa de sexo casual.

Sério Bella. Cresça! Me puni quando senti uma necessidade de chorar.

Peguei o papel da mesa, amassei e joguei na cesta de lixo pra se juntar às camisinhas usadas e suas embalagens. Tinha estresse demais na minha vida; com a promoção, a mudança pra uma cidade desconhecida e a pressão de construir uma filial nova eu certamente não precisava de outras complicações como um relacionamento íntimo potencial com alguém que parecia estar procurando apenas uma coisa de mim. Com agravação crescente considerei cada relacionamento falho que já tive. Desde a interação disfuncional que tinha com meus pais aos meus namorados antigos, a ponto de eu ser incapaz de atrair olhares de um cara no bar que não pense em mim como nada além de uma transa fácil. Repentinamente ficou bastante claro que eu fui feita pra ficar sozinha.


N.t.: Devo postar mais?

Comentem e me digam o que acharam da fic!

=)

Acho que vou traduzir as reviews pra Ginny, entãaao... qualquer recadinho pra dar a ela, fiquem a vontade!

=D

Beijocas,

Lou.