Meninas muito obrigada pelos reviews..... nossa realmente o Harry é um idiota.... mas tudo acaba mudando.....
Meninas essa fic vai terminando por aqui. Adoro vcs... muito obrigada por acompanharem cada capitulo
Espero que tenham tido um feliz natal e um prospero ano novo, vejo algumas de vcs em outras fics.... bjao
Capitulo 10 – Uma cirurgia eterna
- Meu Deus!
- Alguém chame uma ambulância!
- O que houve com ele?
- Ele está vivo?
Todas as exclamações gritadas pelas vozes das pessoas ao seu redor chegavam em seu ouvido, mas não eram processadas pelo seu cérebro. Eram apenas gritos, gritos descontrolados em meio a um grave acidente de transito.
Ele deveria gritar? Deveria sentir medo ou tristeza? Deveria fazer algo além de ficar ajoelhado ao lado do corpo do homem de cabelos negros em meio aos destroços segurando um chapéu vermelho de papai Noel.
Seus olhos verdes viram a mulher chegar perto e mais uma vez exclamar " Ai meu Deus ", mas não reagiram quando ela encostou em seus ombros e lhe disse para se distanciar. " A ambulância está chegando" foi o que ela disse e talvez ele deveria ter se alegrado, mas não se alegrou, apenas continuou ajoelhado e olhando para ele.
Fazia pouco tempo que estava ali, mas parecia que fazia meses talvez até anos. Harry não conseguia visualizar a imagem de Snape acidentado, com sangue por todo seu corpo, quase morto sendo tirado pelos bombeiros. Ele só conseguia ver a imagem do professor rabugento que o destratou na primeira aula em Hogwarts, que o maltratou durante anos e que sempre o olhava com ódio. Só conseguiu parar de se lembrar desses momentos angustiantes quando o médico do hospital local saiu da sala de cirurgia após ter entrado com Snape a mais de três horas.
- Senhor Potter?
- Sim
- Tudo bem com o senhor?
- Por que não estaria?
- O senhor estava em estado de choque quando chegamos ao local do acidente e ainda esta segurando o chapéu que estava nas mãos do senhor Snape. Não fala com ninguém e só conseguimos tira-lo de perto dele depois de ceda-lo. Ele é muito especial para você?
- Ele é meu professor – Respondeu secamente tentando evitar a verdadeira resposta que queria dar – Como ele está?
- A cirurgia demorou um pouco, mas conseguimos salva-lo, por hora – Acrescentou suspirando. Virou-se devagar na cadeira e olhou diretamente para os olhos infantis e medrosos de Harry.
- Tem um mas, não tem? Deu algo errado.
- Como sabe?
- Se você vivesse tudo que já vivi, se passasse tudo que já passei, se tomasse decisões difíceis como já tomei e ouvisse verdades angustiantes e cruéis como já ouvi, você saberia que sempre que alguém ou você mesmo diz que tudo está bem quer, no fundo quer dizer que não saiu tudo bem e que algo pode dar errado, que tem algo que vai atrapalhar aquilo que para você era um lugar seguro para se segurar, para se prender.
- Você é bem maduro, mais do que os meninos de dezessete anos que ficam esperando sentados onde você está. Está certo, temos um problema, apesar de conseguir curar os ferimentos graves e a hemorragia, mas ele perdeu muito sangue e precisa de um novo rim, precisamos de um transplante urgente.
- Mas?
- Mas o sangue dele é raro, não temos nenhum doador compatível e sem o transplante ele poderá morrer em algumas horas. Em meus vários anos de medicina jamais encontrei alguém com um sangue como o dele. Acho que somente se houvesse um doador direto como....
- Um filho – Completou
- Exato, um filho. Caso contrário seu professor pode morrer.
- E tem complicações?
- Sim. A cirurgia que faremos é complicada. Temos o risco de morte alta.
- Qual dos dois tem mais chance de morrer?
- Na verdade os dois podem. Sabe se ele tem um filho?
- Ele tem um. É um aluno dele, um menino que não sabia que era seu filho até pouco tempo, que o odiava por não saber o motivo real dele o trata-lo mal. Ele sempre pensou que fosse por que o seu temível professor o achava irritante, prepotente, metido e várias outras coisas, mas o real motivo era que o professor odiava seu pai que estou com ele anos antes e sempre que olhava para seu aluno via seu inimigo.
- Mas agora se arrependi de tudo que já pensou do professor.
- Depois que descobriu que ele era seu verdadeiro pai, ele negou-se a aceita-lo e o tratou como culpado pelos anos que sofreu nas mãos de seus tios que o acolheu de mal gosto depois que sua mãe morreu. Ele era cego demais para enxergar os mínimos detalhes do carinho que seu pai queria lhe dar – Fechou os olhos lembrando-se dos olhares, dos toques, das falas doces e caridosas, de tudo que Snape fizera depois da noticia – Os olhares carinhosos, a preocupação, a dificuldade que ele tinha quando tentava demonstrar seus sentimentos mais profundos que agora seu filho gostaria de ouvir.
Harry terminou de falar com lágrimas nos olhos e não percebeu que o médico segurava sua mão com força como dando um apoio para ele continuar falando, para desabafar tudo que estava preso em sua garganta.
- Preciso de seu sangue para um teste. Se você for compatível poderá salva-lo.
- Que bom
- Você é um bom filho Harry, ele tem sorte.
O medico sorriu e chamou uma enfermeira que tirou o sangue de Harry. Enquanto os exames eram feitos Harry ficava olhando para o grande relógio rezando para que seus ponteiros voltassem, pois se voltassem tudo seria diferente, porque se voltasse ele não estaria ali.
O que estava fazendo na ocasião? Porque agira assim?
Se pudesse voltar, se pudesse corrigir algo, jamais teria saído daquele carro. Teria dito a ele, teria confessado o sentimento que cresceu rapidamente nele, tão rápido que chegou a assustar de uma forma que queria negar.
Mas como negar uma coisa verdadeiramente intensa. Como negar o fato de querer aceitar. Por que não teve coragem de admitir? Onde estava a sua coragem?
Deixou-o sofrer por medo de admitir que sentia o que ele sentia, que queria o que ele queria.
- Mas agora não estou com medo – Disse para si mesmo
Faltavam apenas alguns minutos para a cirurgia e ele pediu para ficar sozinho com Snape, apenas alguns momentos e doeu tanto vê-lo naquela mesa.
Desacordado
Frágil
Seu rosto estava leve sem sua expressão mau-humorada, seus cabelos negros estavam espalhados pela mesa. Nem parecia ele, era diferente, era apenas um homem repousando, dormindo.
Harry se aproximou como se tivesse medo que alguém além daquele homem o ouvisse.
- Não tenho mais medo de dizer, de confessar que tudo que fiz é idiotice, que age de forma errada. Eu deveria ter confessado que eu queria. Que eu no fundo aceitava, eu acreditava e até cheguei a pedir que tudo aquilo fosse verdade. É novo para mim como sei que é novo para você e agora eu só penso no dia em que eu fui baleado e aparatei em sua cada, pois sabia que era lá que eu queria ir. Para seu lado, para minha família, para meu pai.
Ele limpou sua lágrima que caiu no rosto dele e se despediu com um peso no coração.
- Te vejo logo – Sussurrou e deu um beijo na testa gelada de Snape.
Chamou os médicos e se preparou para a cirurgia. Cada passo ficava mais psado, cada segundo o ponteiro do relógio ficava mais lento.
A mesa de cirurgia era fria e desconfortável, as luzes acima de sua cabeça eram fortes e as mãos dos médicos eram puro nervosismo.
- Senhor Potter – Falou o médico novamente – A cirurgia é complicada, mas rápida. Tem certeza que quer continuar?
- Sim.
A mascara de oxigênio foi posta nele e a anestesia foi dada. Ele sentiu a dormência e sentiu que se ia temporariamente dali, que saia de seu corpo, de seu consciente.
Ele vagou pelos mais diferentes lugares, viu e reviu as mais diferentes pessoas. Mas só uma lhe importava, só uma lhe pedia para voltar, só uma o esperava.
E ele estava, ele o aguardava dormindo com a cabeça pousada em seu peito e a mão segurando a sua. Era belo. Um perfeito anjo repousando. Acariciou-lhe os cabelos rebelde.
- Potter? – Chamou devagar – Potter.
Os olhos verdes se abriram e ele quase lhe sorriu.
- Desculpe, eu dormi.
Nenhum dos dois se mexeu e os carinhos continuaram sendo feitos.
- O que houve? – Perguntou Snape tentando levantar
- Fique deitado. Você sofreu um acidente de carro e teve que passar por uma cirurgia. Agora está tudo bem e o doutor disse que ainda hoje você terá alta.
Snape fechou os olhos sentindo as dores incomodas. Ficaram em silencio durante um grande tempo até o doutor chamá-lo.
- Senhor Potter tudo está ocorrendo bem e o senhor e o paciente podem ir embora.
- Obrigado doutor.
Snape o esperava atento na cama
- O que ele queria?
- Você recebeu alta
- Que bom – Disse Snape melancolicamente deitando mais confortavelmente na cama.
- Você não vai se arrumar?
- Depois. Não tenho pressa de ir para casa, não há motivos para voltar – Confessou – Não mais.
- Severus – Chamou Harry sentando ao seu lado – Desculpe
- Por que devo desculpa-lo?
- Por eu ser tão... tão...
- Grifinório?
- Exato
- Sempre disse que a grifinória estragava as pessoas.
- Mas sou sonserino também – Acrescentou sorrindo – Estou feliz por isso.
Inesperadamente Harry o abraçou forte.
- Vamos para casa? - Perguntou
- Vamos – Respondeu Snape abraçando-o também – Estou com fome
- Não se preocupe, Lyni caprichou no jantar de Natal.
Harry não havia mentido. Lyni fizera um belo banquete para eles.
- Mestre, mestre, como o senhor está mestre? Lyni ajuda o senhor sentar.
- Não se preocupe Lyni, estou bem, obrigado.
- Mestrezinho fico feliz de ter voltado. O senhor recebeu uma carta
Harry abriu a carta que recebeu e leu com atenção.
- É um convite de Rony. Ele quer que eu passe o Natal com ele, mas não vou.
- Por que não?
- Acha mesmo que vou sair e deixar um pai sonserino e teimoso sozinho depois de uma cirurgia por trouxas?
- E acha que quero um filho grifinório e jiperativo cuidando de mim?
- Sim, formaremos uma bela dupla.
Os dois sorriram e Lyni quase desmaiou ao ver seus dois mestres juntos.
Pai e filho
Juntos
Para sempre
Concluída em: 25/05/2009