Para Sempre
- A varinha não vale a confusão que provoca - respondeu Harry - Sinceramente - deu as costas aos retratos, pensando na cama de dossel à sua espera na Torre da Grifinória, e imaginando se Monstro lhe levaria um sanduíche lá em cima -, já tive problemas suficientes para a vida inteira.
Harry caminhou para fora da sala do diretor ainda absorto em seus próprios pensamentos. Não saberia explicar exatamente o que estava sentindo naquele momento. Era um grande misto de felicidade por ter derrotado Voldemort e ainda ter ficado vivo para comemorar tal feito, e uma grande tristeza por ter perdido pessoas tão queridas, e tão importantes durante sua longa jornada. Rony e Hermione caminhavam alguns passos atrás do garoto, ambos de mãos dadas, conversando aos sussurros sobre alguma coisa, que no momento, não fazia muito sentido para Harry.
Por um minuto o moreno pensou no possível 'namoro' dos dois melhores amigos. No começo até pensou se sentiria colocado de lado, um pouco excluído pelos amigos, mas agora via isso como algo que deixava os três ainda mais unidos. Além disso, esperava que os dois finalmente parassem de brigar um pouco, e que pudessem aproveitar que agora poderiam planejar um futuro juntos.
- O que você vai fazer agora, Harry? – perguntou Hermione quando os três entravam por mais uma passagem secreta que os levaria a Torre da Grifinória, e o tirando de seus pensamentos por alguns minutos.
- Uma coisa que eu não faço direito há anos, Mione – respondeu o garoto, finalmente deixando que um sorriso surgisse em seus lábios, como a muito não se lembrava de fazer – Dormir – ele completou, respondendo a pergunta muda da amiga.
Rony e Hermione se entreolharam rapidamente e também deixaram que os sorrisos escapassem por seus lábios, quase aliviados com a resposta do amigo. Porém em nenhum dos dois o sorrisos parecia ser tão verdadeiros quanto no moreno.
Antes que os três finalmente chegassem ao Salão Comunal da Grifinória, Rony e Hermione se despediram do moreno e foram se juntar aos outros Weasley no Salão Principal, aonde todos ainda tentavam, em vão, animar a chorosa Sra Weasley. Harry, no entanto, continuou indo até a Torre da Grifinória, além de realmente precisar dormir, não se sentia muito confortável em falar com os outros Weasley nesse momento. Principalmente com o Sr. e a Sra. Weasley. Realmente não sabia como faria para falar com eles depois do dia de hoje.
Nem mesmo precisou dizer a senha à Mulher Gorda, já que ela não se continha de tanta felicidade ao lhe agradecer por tudo que ele tinha feito, e o deixou passar rapidamente. Ele não se deu o trabalho de responder as perguntas inconvenientes da Mulher Gorda, apenas deu um sorrisinho forçado a ela em sinal de agradecimento e fechou a passagem atrás de si.
Sem nem ao menos pensar no que estava fazendo, Harry subiu rapidamente as escadas que o levariam ao seu antigo quarto na Torre. Quando chegou ao quarto notou que as camas que foram sua e de Rony, assim como as de Dino, Simas e Neville, ainda estava perfeitamente arrumada e exatamente do mesmo jeito que estavam à sete anos, na primeira vez em que estivera naquele quarto.
Assim que se jogou preguiçosamente na sua tão amada cama de dossel, permitiu-se, finalmente, soltar um suspiro aliviado. Finalmente aquele pesadelo todo tinha acabado. Finalmente ele ira poder levar uma vida tranquila, e até certo ponto normal. Sorriu mais uma vez com esse pensamento, concordando que sua vida nunca foi e nunca seria normal, ainda mais depois daquela noite.
Demorou poucos minutos para finalmente conseguir adormecer, calma e serenamente, sem que nenhum pesadelo ou preocupação lhe tirasse o sono. Apenas dormiu. Uma coisa que poderia parecer tão simples para a maioria das pessoas, mais que para ele era maravilhoso demais.
Não saberia dizer por quanto tempo exatamente dormira. Apenas pode ver que a lua já brilhava intensamente lá fora quando se levantou da sua cama. O quarto não estava mais vazio como quando entrara ali. Neville roncava em sua antiga cama, ainda com a espada da Grifinória perto de si e a cama de Rony estava vazia, porem estava completamente desarrumada. Somente quando reparou nisso que pode ouvir o som do chuveiro ligado no banheiro, tendo certeza de que seu melhor amigo estaria lá. Depois de dormir, tomar um bom banho estava no topo de suas prioridades.
Levantou-se preguiçosamente da cama e pode notar sua conhecida mochila caída ao lado de sua cama, meio aberta e com algumas coisas caídas para fora. Não fazia ideia de quem tinha conseguido recuperar sua mochila, mas se lembraria de tentar descobrir depois pra poder agradecer. Pegou uma muda de roupa e voltou a sentar-se na cama. Alguns minutos depois ouviu o chuveiro sendo desligado e logo Rony saiu do banheiro já vestido e com os cabelos molhados.
- Bom dia, cara – saudou Rony brincalhão, fitando o amigo ainda sentado em sua cama e com a cara bastante amassada – Você realmente precisava dormir, ehin. Faz quanto tempo que você não dormia direito?
- No mínimo há uns cinco anos, Rony – ele respondeu rindo, para depois bocejar demoradamente – Até achei que não conseguiria dormir, não depois de tudo o que aconteceu nos últimos dias. Mas acho que eu estava tão cansado desses últimos meses que eu não tive forças nem para pensar – falou, entre um bocejo - Por quanto tempo eu dormi?
- Já passa das nove horas, cara – respondeu o ruivo – O jantar já foi até servido no Salão Principal, ou pelo menos no que restou do Salão. Foi um verdadeiro banquete – acrescentou dando de ombros – Mas como você precisa dormir, eu e a Mione achamos melhor não te acordar.
- Eu realmente estava precisando dormir, Ron – ele falou sorrindo, e agradecendo mentalmente pelos amigos não o terem acordado, ainda não estava pronto pra ter que encarar o Salão Principal lotado com todos os que participaram daquela batalha – E o que eu perdi enquanto dormia?
- Nada de muito importante, se você realmente quer saber – comentou Rony. Ele tinha um tom cansado e de pesar em suas palavras – Apenas um discurso de meia hora da McGonagall sobre como todos foram brilhantes durante a batalha e todos esses meses difíceis, e como devemos agradecer a todos os que morreram lutando e mais vinte minutos sobre o quando devemos ser gratos a você por tudo o que você fez pela gente – acrescentou rindo – Só faltou ela falar que você deveria ser coberto de ouro e colocado em um pedestal – comentou, tentando soar divertido, mas o traço de tristeza em sua voz não deixou que a fala tivesse o efeito certo.
Harry deixou um sorriso forçado escapar com o que o ruivo falava, porém logo o seu sorriso morreu ao lembrar-se dos acontecimentos da noite anterior.
- E como está a sua mãe, Ron? – ele perguntou seriamente para o amigo, fazendo com que o semblante de Rony parecesse ainda mais triste e cansado.
- Não posso dizer que ela está bem, porque ela não está. Afinal, ela acabou de perder um filho. Mas ela vai ficar bem. Todos nós vamos – ele respondeu, deixando escapar um suspiro triste – Ela está aceitando tudo melhor do que podíamos imaginar, mais ainda não consegue falar muito. Ela está tentando deixar que o orgulho pelo Fred e por todos nós apareça mais do que sua tristeza.
- Eu sinto muito, Ron. Mesmo – ele falou rapidamente, com um conhecido nó na garganta – Não consigo nem imaginar como está sendo tudo isso pra todos vocês – acrescentou – Eu queria poder fazer alguma coisa, qualquer coisa, para tudo isso ficar melhor.
Rony apenas assentiu com a cabeça e continuou a sustentar aquele sorrissinho triste, e ambos caíram em completo silêncio.
- Eu vou até o Salão Principal pra falar com a Mione – falou Rony depois de algum tempo, sem encarar o amigo – Você vem?
- Eu vou tomar um banho e já desço, Rony – ele respondeu, finalmente levantando-se da cama e indo para o banheiro – Vai indo na frente, eu te encontro lá daqui a pouco.
- Nos vemos depois, então – retrucou o ruivo, quando o amigo entrou no banheiro e fechou a porta atrás de si.
Harry demorou mais do que o costume no banho. Deixou que a água caísse livremente pelo seu corpo, torcendo para que ela levasse embora, junto com ela, toda a dor e esgotamento de seu corpo e de sua alma. Como se um simples banho pudesse, finalmente, purifica-lo. Desligou o chuveiro meia hora depois, e sem pressa vestiu-se com a habitual roupa trouxa a que se acostumara durante todo o ano. Quando saiu do banheiro pode ver que Neville ainda dormia e resolveu não o importunar, afinal, assim como ele, o colega merecia descansar por quanto tempo ele quisesse.
Desceu para o Salão Comunal, que estava quase deserto, a não ser por uma ruiva que ocupava uma das poltronas bem ao fundo do Salão, e tinha o olhar focado no topo da escada por qual ele descia. Assim que a ruiva o notou, levantou-se rapidamente de sua poltrona e correu ao encontro dele, o abraçando firmemente, assim como fizera há alguns meses atrás, depois de ter ganho a taça de quadribol sem ele.
Harry limitou-se a retribuir o abraço da garota na mesma intensidade, sentindo-se pela primeira vez em muito tempo totalmente confortável e protegido, só por estar nos braços daquela garota. Separaram-se algum tempo depois, ainda relutantes em ficar distantes, continuando com as mãos carinhosamente entrelaçadas, ambos sem saber como falar, o que com certeza teria que ser dito entre eles.
- Não sabe quanto medo eu senti ao te ver sendo carregado pelo Hagrid naquela floresta – falou a garota finalmente quebrando o incomodo silencio que se instalara entre os dois – Tive tanto medo de te perder – ela acrescentou, o fitando carinhosamente, deixando uma fina lagrima cair pelos seus olhos castanhos.
- Não pense mais nisso, Gin – ele respondeu a puxando para um novo abraço, dessa vez protetor, para depois depositar um beijo no topo de seus cabelos vermelhos – Acabou, Gina. Agora são só lembranças – ele acrescentou soltando um suspiro triste.
Gina se apertou mais ao abraço do garoto e deixou-se ser guiada de volta a poltrona que ocupava antes do moreno descer.
- Você nem pode imaginar o quanto isso me fez falta, Gin – falou o garoto sorrindo, ainda abraçado a ruiva – Não houve um só dia, um só minuto em que não desejei poder estar com você.
Gina afastou-se lentamente dele, para que pudesse olhar diretamente em seus olhos verdes, sorrindo carinhosamente para ele.
- Você está aqui agora, Harry – falou a ruiva ainda sorrindo – Tudo isso são só lembranças agora.
Harry sorriu com as palavras da garota. Sabia que ela estava certa. E a partir de agora, faria tudo para poder aproveitar esse tempo. Nesse momento não adiantaria mais ficar se lamentando por tudo que passara e por tudo que perdera durante a vida.
Com certeza haveria o momento de se lamentar por todos que tinham o deixado durante a batalha. Mas nesse momento, tudo que ele queria era sentir-se realmente vivo. Sentir-se seguro e protegido. Agora, ele só queria aproveitar as sensações boas que a ruiva proporcionava a ele.
Fitaram-se por alguns instantes sem falar nada, apenas olhando-se como a muito não faziam, desde o dia do seu aniversario que passara na Toca, um dia que parecia estar tão distante do presente.
E foi Harry o primeiro a quebrar a distancia entre os dois, colocando uma de seus mãos firmemente na cintura da ruiva e a outra passeou lentamente pelas costas dela até chegar em sua nuca, para a trazer para mais perto e roçar seus lábios nos da ruiva de levinho, quase testando as reações dela, e depois prendendo o lábio inferior da ruiva entre os seus. Gina não hesitou por nenhum segundo, e logo colocou os braços em volta do pescoço do moreno, arranhando a nuca dele.
O beijo se iniciou calmo e carinhoso, mais logo foi se transformando, ficando mais sôfrego e apaixonado. As mãos do moreno ficaram ainda mais possessivas e Gina tentava fazer com que a distancia entre eles, quase insistente, ficasse ainda menor.
Separaram-se relutantes alguns minutos depois, ambos sorrindo muito e ainda ligeiramente ofegantes. Nenhum dos dois capazes de falar qualquer coisa por algum tempo. Apenas continuaram olhando-se e sorrindo, relutantes até mesmo em desfazer o abraço entre eles.
Ainda sem saber direito o que dizer, Harry decidiu que ações era melhor do que palavras e a beijou novamente. Dessa vez o beijo foi mais voraz, mais apaixonado, como se ambos quisessem passar todo o sentimento retido em suas almas para aquele beijo. Logo os dois estavam ainda mais colados um ao outro.
Separaram-se novamente ainda mais ofegantes, ambos com o mesmo sorriso bobo entre os lábios, como se o Natal tivesse chegado mais cedo para eles.
- Senti tanto a sua falta, Harry – falou a ruiva, quando sua respiração começou a finalmente voltar ao normal – Você nem imagina o quanto.
- Eu também sentia a sua, Gin – respondeu Harry a fitando carinhosamente, fazendo um carinho delicada no rosto dela – Nunca pensei que sentiria tanta a falta de alguém como eu senti a sua durante todos esses meses.
Gina sorriu, ainda sentindo um arrepio gostoso por todo o corpo enquanto sentia o moreno fazendo um carinho gostoso em seu rosto.
- Eu sei que nunca disse isso a você antes, mas foi só porque eu realmente nunca tive uma boa oportunidade de dizer. Acho que eu estava esperando o momento perfeito para dizer – começou Harry segurando levemente o queixo da ruiva para que ela o encarasse – Mas todos os momentos que eu passo com você são perfeitos. Eu amo você, Gin.
Gina sentiu um bolo se formar em sua garganta assim que o moreno terminou de falar, e achou que naquele momento, mesmo tendo certeza do que tinha que dizer não conseguiria proferir nenhuma palavra. Sua voz parecia ter sumido e suas pernas de repente pareciam de gelatina. Harry realmente nunca tinha dito isso pra ela. Durante o curto namoro dos dois ele dissera varias vezes que gostava muito dela, e seus atos sempre demonstravam grande carinho, adoração, cuidado e paixão, porém ele nunca tinha dito que a amava.
- Eu também amo você, Harry – ela respondeu, quando finalmente sentiu que poderia voltar a falar alguma coisa coerente para ele – Muito – ela completou sorrindo lindamente.
Harry continuou a fitar a ruiva sem se mover um milímetro, as palavras tinham saído tão naturalmente de sua boca, que por um segundo ele se surpreendeu com a facilidade com que tinha dito isso. Logo ele que sempre teve grandes problemas em expressar seus sentimentos. Contudo, não se arrependia de nada do que falara, durante todo o tempo que passou longe dela, desejou que tivesse falado isso antes de ir embora. Desde antes do funeral de Dumbledore, sabia que seus sentimentos pela 'irmãzinha' de seu melhor amigo não era apenas uma paixonite adolescente, ele realmente sabia que amava aquela garota. E podia soar muito pretencioso de sua parte, mas sabia, antes mesmo da ruiva dizer as palavras, que ela também o amava.
Dessa vez, quem iniciou o beijo entre eles foi Gina. Seus mãos tremiam levemente quando encontraram os cabelos bagunçados do moreno, e ela podia sentir seu coração bater tão rápido em seu peito que poderia sair para fora a qualquer momento. Mas antes que eles pudessem saborear realmente toda aquela sensação, ouviram varias vozes se aproximando, para em seguida separarem-se rapidamente e darem de cara com todos os Weasley, Hermione e Minerva entrando no Salão Comunal.
Todos ficaram em silencio imediatamente ao verem os dois sentados no sofá, com Gina praticamente sentada no colo do moreno. Nenhum deles fez nenhum comentário enquanto viam a ruiva se afastar rapidamente do moreno, ambos com suas respirações ofegantes e rostos vermelhos.
- Vejo que você já descansou o bastante, não é, Harry querido – falou a Sra. Wealsey carinhosamente, quebrando o silencio entre todos eles. – Eu senti tanto medo por você, querido – ela continuou, e Harry pode perceber os olhos vermelhos e inchados da matriarca, devido as muitas lagrimas que ela derramara nos últimos dias – Pedi para o Rony te acordar na hora do jantar, mas ele disse que você estava muito cansado – ela continuou, abraçando fortemente o moreno, e beijando sua testa em um gesto totalmente maternal – No fim ele tinha razão.
Harry tentou novamente esboçar um sorriso simpático, porém, sentiu-se perdido e sufocado no meio de tantas pessoas. Ainda mais quando todos o olhavam como se esperassem que ele sairia gritando e chorando a qualquer momento.
- Acho que você deveria ir até a cozinha comer alguma coisa agora, querido – continuou falando a Sra. Weasley quando percebeu o desconforto do moreno – Você não come direito há muito tempo, não é mesmo? Não consigo imaginar como vocês sobreviveram tanto tempo tendo que cozinhar por conta própria – ela completou, deixando um suspiro longo escapar por seus lábios.
- Eu realmente estou com fome, Sra. Weasley - Harry concordou lentamente. Ele realmente nem se lembrava da ultima vez que comera algo decente, e sua barriga já tinha se cansado de roncar nos últimos tempos – Vou até a cozinha comer alguma coisa, tenho certeza de que Monstro e os outros elfos devem ter guardado alguma coisa do jantar.
- Certamente, querido. Aposto que nem se importariam de preparar alguma coisa para você – concordou a senhora ruiva sorrindo levinho – Porque você não vai com ele, Gina? Tenho certeza de que Harry vai apreciar sua companhia – completou se dirigindo a filha.
Gina concordou prontamente com a mãe, ainda sem ter muita certeza do que tinha acabado de acontecer. Seu pai e seus irmãos permaneciam com a boca aberta e lançavam olhares incrédulos ora para Gina, ora para a mãe, e ora para Harry.
Sem dizer nada, Gina apenas agarrou a mão do moreno e o guiou para fora do Salão Comunal. Harry conseguia sentir o olhar de todos em sua nuca, e até podia imaginar o que os cinco ruivos presentes estavam pensando dele nesse momento. Harry acelerou o passo para sair dali ainda mais rápido, ou tinha a terrível sensação de que algum deles iria impedir que ele a ruiva saíssem de lá.
Assim que o retrato da Mulher Gorda se fechou atrás dos dois, Harry soltou um suspiro longo que estava segurando desde que os dois foram flagrados. Os dois caminharam em silencio, com Gina ainda segurando firmemente a mão do moreno entre a sua. Continuaram assim, até que chegaram ao quadro que dava acesso às cozinhas do castelo. Mas Harry não entrou, continuou parado ali, olhando atentamente para a garota a sua frente.
- Acho que eu vou precisar agradecer a sua mãe depois. Eu não consegui pensar em nada para sair dali – ele falou lentamente – Não sei até quando todos eles vão conseguir ficar sem me fazer as milhares de perguntas que eles querem, mas eu ainda não sei como falar sobre os últimos meses com ninguém – ele completou, voltando a trazer Gina mais para perto de si, em um abraço – Sei que você também deve ter milhares de perguntas, Gin, mas eu realmete ainda não consigo falar sobre isso, nem mesmo com você – ele apertou a menina mais firmemente em seus braços, tentado tirar todo o conforto possível.
- Está tudo bem, Harry, eu sei que você vai me contar tudo quando você estiver pronto – ela respondeu, sentindo o coração do moreno bater descompassadamente em seu abraço – Eu vou estar aqui quando você estiver pronto, não se preocupe.
- Mesmo assim, eu preciso que você saiba de uma coisa – ele disse, separando-se ligeiramente para olhar diretamente para os olhos da ruiva – Desculpe por ter terminado com você, Gin – ele completou, a respiração falhando ligeiramente – Eu me arrependi disso todos os minutos, mas eu não poderia pedir que você me esperasse por todo esse tempo, sem saber quando e se eu realmente voltaria para casa. E quando eu estava fora, eu queria tanto te escrever, pedir desculpas por ter ido embora sem falar com você antes, mas era muito perigoso Gin. Eu sinto muito, muito mesmo.
- Você não tem que se desculpar por nada, Harry – ela respondeu docemente – Eu conheço você e sei que você não ficaria em paz enquanto não fizesse tudo o que estava a seu alcance para proteger todos nós. Eu te disse, esse é um dos motivos pelos quais eu gosto tanto de você.
- Mesmo assim, eu deveria ter tentado falar com você, mandar uma carta, qualquer coisa. Eu soube o quanto você sofreu aqui no castelo nesse ultimo ano – ele continuou, tentando fazer com que a ruiva compreendesse que ele precisava se desculpar com ela – Eu deveria, não, eu queria ter estado aqui por você. Eu preciso que você saiba que eu sempre vou estar aqui quando você precisar de mim.
- Eu sei disso, Harry – ela concordou, deixando que algumas lagrimas escapassem por seus olhos contra sua vontade – E é isso que me fez ficar forte por todo o tempo que você esteve fora. Eu tinha certeza, mesmo com todos os problemas, que você voltaria. Que você voltaria para casa, e voltaria para mim.
Harry voltou a abraçar a ruiva, enquanto mais algumas lagrimas escorriam pelos olhos da ruiva. Ela o abraçou de volta, dessa vez, como se implorasse para que o moreno nunca mais a soltasse.
- Por favor, Gin, nunca mais me deixe ficar nem um minuto longe de você – ele falou, com uma voz sofrida, como se estivesse implorando por algo – Eu não sei o que faria sem você novamente.
- Eu não vou deixar, Harry – ela respondeu, sorrindo, ainda em meio a lagrimas – Eu não vou deixar você fazer isso nunca mais, Harry, porque eu também não sei se eu aguentaria ficar longe de você de novo.
Harry sentiu seu corpo inteiro arrepiar-se com a intensidade do que a garota tinha dito. Naquele momento teve certeza absoluta nas palavras que a ruiva disse, e aquelas palavras, fizeram com que um enorme peso saísse de suas costas naquele momento.
- Eu te amo, Gin – ele falou, voltando a beijá-la intensamente – Muito – ele completou, após o beijo, colando sua testa a da ruiva.
N/A
Tô nessa onde de rever minhas fics e muda-las completamente. Acho que o fato de eu ainda ser um adolescente bem bobinha quando eu escrevi essa aqui fez com que, hoje, eu quisesse mudar tanta coisa.
Bom, acho que volto aqui daqui uns quatro, cinco anos, pra mudar tudo de novo.
Beijos ..