Disclaimer: Naruto pertence ao Kishimoto-sensei, que graças a Deus, voltou a si e está lançando capítulos que não me deixam dormir de ansiedade xD
N/a: Novamente, POV é a abreviatura para 'Point of view', que traduzindo significa 'Ponto de vista' :D
Capítulo I
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Sakura POV
Abri a porta do apartamento.
- Ah, meu Deus... Sakura...
Chorando. Os braços da minha amiga me envolveram. Sua voz pesarosa me dizia que queria chorar como eu. Ou me reconfortar, como a boa amiga que ela era.
- Não diga que está tudo bem, Ino... Nunca vai estar...
- Aquele cretino...
Suas palavras saíram entre dentes trincados, mas minhas lágrimas a calaram. E continuaram me afogando, marcando muito mais que apenas meu rosto.
.:OoO:.
.:OoO:.
.:OoO:.
- Eu estou bem, Tsunade-shishou.
- Não está coisa nenhuma. Pare de trabalhar um dia que seja e vá se divertir! Você não faz isso há mais de um mês, Sakura! – Ela tentou recobrar a calma. – Essa tortura tem que acabar alguma hora.
Nada disso derrubou minhas muralhas intocáveis de gelo.
- Se eu parar, vou desmoronar de novo. Ainda não entendeu isso? Eu não posso me desocupar por um minuto que seja.
- ...
- Então, sim, eu vou continuar virando noites aqui de plantão e ninguém vai me impedir, nem você.
Ela suspirou.
- Ah, Sakura...
.:OoO:.
.:OoO:.
.:OoO:.
- Como ele teve coragem?
- É o Sai, você o conhece. – Ao contrário de mim, pelo que parecia.
- É, ele é o cretino filho da mãe que eu sempre desconfiei.
- Não me venha com essa conversa, Naruto. Eu já sei que escolhi o pior noivo possível, mas precisei vê-lo na cama com outra pra ter certeza. Dispenso qualquer outro comentário assim, está bem?
- Tudo bem... – Mas ele ainda estava revoltado.
Eu continuava fria. Como sempre.
- Mas ao menos me deixe quebrar a cara dele agora.
- ...
- Ele acabou com você, Sakura-chan. Não vou perdoar esse desgraçado por ter feito você parar de sorrir.
- Que mentira. Eu ainda sorrio, idiota.
- Você quer dizer o sorriso mais falso que existe?
- Cala essa boca. Eu estou bem. Quantas vezes vou ter que repetir?
.:OoO:.
.:OoO:.
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- Então, esse aqui é o número do Shino, Sakura.
- E pra que você está me dando isso?
- Porque eu dei o seu a ele, não é óbvio, Testuda?
- Ino. Eu não vou sair com nenhum desconhecido.
- E ninguém, na verdade.
- Exatamente. Por que ainda insiste?
- Porque eu não agüento ver você assim! Anda, onde está a Sakura que gostava de sair com os amigos para se divertir e conhecer gente nova? Antes mesmo do Sai você pensava duas vezes antes de dispensar um cara!
- Ino, eu sou a mesma de sempre, só com menos vontade de sair arranjando encontros. Mas que tempestade em copo d'água.
- Então você não vai arranjar um namorado?
- Não tenho a menor vontade.
- Até quando isso vai continuar, Sakura?
- Até sempre. Eu não vou arranjar oportunidades pra sofrer de novo, Ino.
- ...
- Não vou.
.:OoO:.
.:OoO:.
.:OoO:.
Sakura POV
- Não precisava fazer isso, Kakashi. Eu estou bem.
- O que foi? Um tio não pode comprar um presente para sua querida sobrinha?
- Um livro do mesmo valor de uma caixa de pornografia? Acho que não. – Ergui uma sobrancelha e olhei meu tão proclamado tio. Nem mesmo a cicatriz em sua pálpebra esquerda se moveu em algum sinal de revolta. Era apenas a calmaria de sempre. E a minha indiferença em relação ao que estávamos fazendo.
- O que importa é que eu queria ver um sorriso nesse seu rosto.
Franzi as sobrancelhas, começando a ficar exasperada.
- Mas eu estou bem! Foi a Ino, não foi? Aquela fofoqueira...!
- Não, Sakura. Eu não sou idiota. Dá para perceber como nunca que você não está bem.
- Ma-
- Você não está. – Ele interrompeu a nossa caminhada pelo shopping, parando em minha frente e me encarando de forma séria, como se tivéssemos voltado no tempo e ele encarasse a garotinha de doze anos ao invés da médica de vinte e quatro. – E eu não quero que continue a ficar desse jeito. Por nada, entendeu? A felicidade é sua, ninguém pode brincar com ela.
Por ínfimos segundos eu quis socá-lo, arrancar suas tripas, arremessá-lo contra a livraria ao lado, mas me contive. Percebi que tudo que eu realmente quis fazer era falar para ele nem se preocupar com alguém brincando com a minha felicidade porque ninguém mais se aproximaria de mim para me machucar de novo. Tal pensamento fez minhas veias congelarem, e eu pude apostar que meus olhos deveriam ter mudado do esverdeado brilhante para um iceberg.
Era por isso que eu não gostava de tocar nesse assunto. Dane-se a felicidade, dane-se qualquer comentário sobre relacionamentos, sobre o meu relacionamento fracassado que me deixou arrasada por meses. Toda vez que eu era lembrada disso meus músculos enrijeciam e minha vontade de socar todos os homens desse planeta apenas aumentava. Porque todos eram como o meu ex-noivo. Todos fingiam amá-la para no final partir seu coração a tal ponto em que se chega onde eu estou agora. Sem um, na verdade. E partem para outra, rolando em cima dos pedaços do seu coração enquanto rolavam com a outra na cama.
Não que eu me arrependesse de ter aprendido essa lição. Não, eu aprendi muito com ela. E graças a ela eu estava bem satisfeita com a minha vida, sem qualquer envolvimento com ninguém depois do meu noivo, e sem qualquer intenção de me envolver com ninguém que não fossem meus pacientes. Essas sim eram pessoas que ficavam agradecidas por você surgir na vida delas – Bom, algumas.
Tanto faz. A questão é: Eu odiava quando tocavam nesse maldito assunto da minha felicidade roubada pelo meu ex-noivo cretino que me traiu por anos. Porque eu estava bem, droga! E eu não precisava que me levassem em passeios para comprar livros de medicina ou aparatos médicos super avançados para me deixarem feliz! Por acaso, eu não era uma garotinha de doze anos que era enganada por um sorvete! E eu estava seriamente cansada de me tratarem como se eu fosse entrar em depressão a qualquer momento, juro. O adorável incidente foi há meses. Eu já tinha superado.
Eu estava bem!
E mesmo assim, quando ergui os olhos para encarar Kakashi, me deparei com sua mão me estendendo um sorvete. Juro. Chocolate com morango ou não, eu não pude acreditar na cara de pau do meu adorado tio. Olhei-o de forma irritada.
- Kakashi!
- Quando vai me chamar de tio, querida sobrinha? – Ele estava sorrindo. Droga. Eu nunca soube lidar com a sua expressão entediada sendo substituída pelo sorriso mais gentil que já vi na vida. Aí estava um homem que deveria servir de exemplo para o resto do mundo. Se ele não fosse meu tio, eu o pediria em casamento. Ta, talvez eu não chegasse a esse ponto.
Suspirei, pegando o sorvete – E maldito fosse por saber meu irresistível vício por chocolate com morango.
- Talvez quando você largar os livrinhos pornôs. – Retruquei, arrancando uma risada dele. Tal som fez meus lábios se curvarem em um singelo sorriso. Céus, ele estava preocupado comigo e eu sendo uma vaca em agradecimento. Já bastava a eternidade que sempre levávamos para nos encontrar.
- Obrigada. – Murmurei, mantendo o sorriso assim que voltamos a caminhar.
- Disponha.
Seu sorriso amável não foi capaz de derreter a contínua camada de gelo crescente em meu peito.
.:OoO:.
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Sakura POV
- Ah, meu Deus, de novo não. – Murmurei irritada ao reconhecer imediatamente aquela voz histérica que fazia parte dos corredores desse hospital. O que eu não daria para que fosse um espírito idiota ao invés desses dois idiotas brigando todo dia. Todo santo dia. Com a mesma maldita discussão. Cada dia era um neurônio meu estourado, mas hoje eu já tinha perdido mais da metade do meu cérebro com essa rotina inútil.
Hoje o cão seria solto.
- Ei, vocês dois. – Chamei, baixo, mas ainda assim em tom furioso.
Encarei o idiota do meu companheiro de plantões, Kiba, e meu amigo de longa data histérico e espalhafatoso, Naruto, fazendo questão que eles me vissem soltar farpas pelos olhos. Eles pararam a discussão no mesmo minuto, mas eu ainda tinha muita coisa entalada para jogar na cara deles. Sério, isso tinha passado dos limites.
- Será que dá pra pararem com essa ladainha? Isso é ridículo. Todo dia é a mesma merda...! Isso é um hospital, se vocês não perceberam! Não podem mostrar mais respeito e ao menos irem se matar do lado de fora pra que eu possa terminar o serviço quando forem trazidos pra cá em pedaços?! – Naruto abriu a boca, mas eu o cortei. – Meu Deus, vocês são tão prepotentes que acham que uma mulher gosta de ver o showzinho de macho de vocês, mas acordem! Vocês são patéticos, que só gostam de atraí-las para acabar com elas mais tarde, então me poupem da briguinha estúpida e deixem a minha amiga em paz porque eu não vou deixar que a machuquem. Fui clara?
Lancei um olhar mortal aos dois, esperando não precisar mais esgotar meu fôlego para impedir que eles se matassem pela Hinata, que, pobrezinha, era inocente demais para saber os malefícios de um homem e de qualquer relação com qualquer um deles. Eu não dava a mínima para as mulheres que gostavam de sofrer por eles – Aliás, eu queria mais que elas sofressem para que acordassem e fossem mulheres suficientes para viver melhor sem esses idiotas – mas a minha amiga não merecia nada disso. E eu não ia deixar. Nem que eu tivesse que quebrar algumas costelas do ortopedista mais famoso da cidade ou do meu amigo de infância.
E eu estava disposta, há muito tempo – Meses, para ser exata – de quebrar a cara de alguém. Meus nervos viviam a flor da pele.
- Qual é, Sakura? – Kiba me encarou com seus pequenos olhos cheios de ceticismo. – Você tem muitos pacientes pra cuidar agora, então me deixe resolver os meus problemas aqui, tud-?
Desferi um soco nele, sentindo cartilagem quebrar contra os nós dos meus dedos, e tendo certeza do olhar assustado/divertido do Naruto sobre a briga que deveria ter acontecido entre eles e não entre os dois médicos aqui. Massageei o punho em seguida, franzindo o nariz com a dor que me acometeu. Droga, não imaginei que doeria assim! Mas tudo bem, pelos resmungos perplexos e dolorosos de um Kiba segurando o nariz que sangrava eu podia apostar que a dor dele era maior. Se não fosse, eu resolveria esse problema agora mesmo. Ei, ele pediu por isso! Eu disse que estava com os nervos a flor da pele!
Ignorei as ameaças do Kiba e notei melhor as sobrancelhas arqueadas do Naruto, porém a risada dele foi bem mais evidente.
- Uau, valeu, Sakura-chan! – Tudo que ele recebeu de mim como agradecimento foi um olhar assassino, bem em parte de ele estar rindo e eu ainda estar sentindo a mão latejando em dor. Naruto não escondeu o medo em seus olhos azuis e sumiu em um piscar de olhos pelo corredor vazio.
- Pensei que você precisaria de ajuda com esses dois. – Uma voz profunda me fez virar para encarar, nada feliz, o engraçadinho que estava tirando uma com a minha cara.
- Por quê? Veio me salvar? – Rebati, encarando os olhos negros, irritada. Tive que erguer um pouco a cabeça. Esse cara tinha alguns centímetros a mais que eu, mas se isso continuasse eu quebraria o nariz dele também, e nem sua altura, nem sua forma atlética me intimidariam.
- Não. – Ele permaneceu impassível. – Você começou esse problema, você que o terminasse.
- Muito obrigada, gentil cavalheiro. – Resmunguei sarcástica, dando alguns passos para sair desse corredor, segurando o punho que começava a latejar menos.
- Disponha, delicada princesa. – O sarcasmo evidente em sua voz não me fez parar, mas sua mão em meu cotovelo o fez. E não apenas parar minha caminhada para a felicidade eterna do meu trabalho, como também me virou de frente para ele.
- O que você quer? – Perguntei, ácida, querendo mais era perguntar quem diabos ele achava que era para fazer piadinhas comigo e me impedir de voltar a salvar vidas no hospital em que acabei de quebrar o nariz de um médico.
- Você é a Dra Haruno?
- Sou, quer que eu conserte seus ossos que vou quebrar se não me largar agora?
- Não, quero passe no quarto do meu pai e dê alta a ele. Você é a médica que deveria ter ido lá faz vinte minutos. – Ele continuava impassível. E me encarando com seus olhos negros igualmente impassíveis que me tiravam do sério. E ainda me segurava pelo cotovelo! Cerrei o punho dolorido, sentindo mais dor e ficando ainda mais irritada com minha estupidez e minha irresponsabilidade de ter esquecido um paciente só para quebrar uns narizes por aí.
E por ter sido chamada a atenção por um idiota convencido que pedia loucamente um soco nesse nariz empinado se não se afastasse de mim. Desde quando estávamos tão próximos afinal?!
- Pode me soltar agora que já me deu o recado? – Sibilei, irritada.
- Não sei. Você vai sair quebrando outros narizes até chegar ao meu pai?
- Eu juro que quebro o seu se não me largar agora.
- Grande médica você é.
- Grande paciente você é em tentar me assediar.
Merda, eu estava perdendo a cabeça por essa fúria que me consumia.
- Assédio? – Sua expressão enfim se transformou de indiferente para cínico. Havia um sorriso maroto em seus lábios, que combinava bastante com o soco que seu nariz pedia. – Para quem morre de medo dos homens, você adora qualquer coisa que a faça pensar que estão querendo levá-la para a cama, não é?
Trinquei os dentes. A raiva havia até me feito esquecer a mão dolorida.
- Cala essa boca. Você nem me conhece pra falar assim comigo.
- Pela amigável conversa que teve com aqueles dois, eu já a conheço o suficiente. Sakura.
Ele queria me tirar do sério.
- E eu acabo de conhecer você. Um arrogante estúpido que acha que consegue levar qualquer mulher para a cama e fazê-la sofrer depois. – E por que eu estava levando a sério essa conversa?! Eu já deveria ter dado um soco nele, droga! Eu havia espancado um ortopedista famoso, arrancar as tripas desse atrevido não seria nada! Olhei-o, ainda mais gélida. – Solte-me.
- Não me importo com isso.
Demorei alguns segundos para me dar conta que ele falava sobre sua capacidade de dormir com uma mulher e quebrar o coração dela depois. Exatamente como fizeram com o meu. Exatamente como eu os odiava por isso. Todos eles. Esse aqui ainda mais.
- Que bom. – Murmurei, fria. – Porque um dia você vai encontrar uma que não acredita em qualquer relacionamento e você não vai saber o que fazer para ficar com ela de novo.
O sorriso maroto voltou aos seus lábios.
- Como você?
- Não. Eu não vou lhe dar chance alguma nem de falar comigo de novo.
- Relação médico-paciente?
- O meu paciente é o seu pai. E ele está prestes a ter alta.
Desvencilhei-me do atrevido com o estúpido cabelo negro de galinha, e me encaminhei, decidida, para o quarto do paciente – Onde eu esperava descobrir o nome do seu filho que acabou de dar em cima de mim depois de tentar me irritar para ganhar um soco – sentindo uma camada de gelo sob meus pés a cada passo que me distanciava do meu alvo de matança.
Falando em matança, onde o Kiba foi parar mesmo? Isso, pense nisso e ignore o olhar desse idiota que dizia mesmo querer levar você para a cama, Sakura. Pode ir sonhando, idiota convencido. Merda, onde estava o Kiba para eu quebrar alguns ossos quando era preciso nesse maldito hospital?!
Continua...
Uhuu! \o/ Deu pra perceber o trama da história, né?
Coloquei a classificação como M, mas a fic não vai ter hentai, apenas... cenas um pouco mais quentes que as outras fics que já escrevi xD Um dia eu me atrevo a escrever um hentai, ahuahuahu XD
Mas enfim, espero que gostem dessa nova UA, que está cheeeeia de cenas SasuSaku. Esperem apenas uns dois capítulos para que elas apareçam ;D
Ah! É tão bom estar de volta! :D
Kiyuii-chan
P.S: Vcs estão acompanhando o mangá?! Meu Deus, eu entro em colapso toda vez que lembro do 459! Tantas expectativaaaas! *-* *Surtei*