Título: Founding Fathers
Autora: Rebeca Maria
Categoria: pós season finale 4ª temporada
Advertências: Futuro smut, Angst.
Classificação: M/MA - Nc17
Capítulos: Este é o décimo primeiro
Completa: Não
Sinopse: "As pessoas esquecem e tem a chance de recomeçar, mas fazem tudo igual, as mesmas escolhas, se apaixonam pelas mesmas pessoas."

N/Rbc: Como sempre, eu não desisti nem vou desistir da fic, ok? Este capítulo não é dos meus preferidos, mas ele introduz assuntos importantes para a Parte II de Fonding Fathers. Prometo que o próximo será mais legal. ^^


PARTE DOIS: FORGIVENESS

Founding Fathers

Capítulo 11

Hurt
T. Brennan & S. Booth
Angst / Romance

Smut

Hurt


"If it wasn't for my grandfather, I probably would've killed myself when I was a kid."


Ela pediu mais uma cerveja para o garçom atrás do balcão, olhou para o relógio e logo depois para a porta de entrada do Founding Fathers. Pela milésima vez, se fosse possível.

O sino da porta tocou, a porta abriu, alguém entrou, mas não era ele. Não era Booth. Sua cerveja chegou e ela tomou três goles seguidos. Na velocidade que ia, quando ele chegasse seria tempo de levá-la para casa. Bêbada. Patético. O que significava que era hora de parar com a cerveja até que ele chegasse, ou ligasse avisando que não viria mais.

Seu telefone tocou, mas não era Booth, e a ligação apenas serviu para fazê-la perceber que ele já estava atrasado há mais de uma hora.

O sino da porta tocou mais uma vez, mas ela não se incomodou em olhar para ver o estranho que acabara de entrar. Inconscientemente ela tomou mais um gole da cerveja.

"Me perdoe, Bones, eu sei que estou muito atrasado." - ela virou-se, alheia ao sorriso que aparecera em seu rosto.

"Tudo bem, eu acabei de chegar." - ele riu, sentando-se no lugar vago ao lado dela.

"Conta outra, 8ones." - e acenou para o garçom lhe trazer uma cerveja.

"Eu não sei o que isso significa."

"Eu quis dizer que você não sabe mentir e que eu sei que você chegou há muito tempo."

"Não pareceu isso que você quis dizer."

"É uma expressão, Bones, não se preocupe tanto em entendê-la."

"Aconteceu algo?" - ele olhou-a curioso - "Pelo seu atraso... Eu achei que pudesse ter acontecido algo."

"Ahh... Meu avô. Ligaram do asilo. Ele foi suspenso por liderar formação de mesas de jogos até tarde."

"Como em jogos de azar?"

"Eu acho que eram apenas cartas e dominó. Nada demais. Mas o asilo é bastante rigoroso com atividades até tarde da noite. Você sabe, pessoas velhas precisam dormir."

"Todos precisamos dormir, Booth." - ele olhou-a com a testa enrugada, esperando que ela acompanhasse o raciocínio - "Aww... Você quis dizer que pessoas velhas precisam dormir mais. Entendi." -ele riu.

"Pops vai ficar comigo alguns dias, até ele não querer mais fazer as mesas de jogos."

"Pops é o seu avô? É como ele se chama?"

"É como eu o chamo. É como Bones." - ela riu e desviou o olhar, tomando mais um gole de cerveja – "Um apelido carinhoso."

Booth acenou com a cabeça para o lado de fora do pub e Brennan seguiu o olhar, vendo um senhor de idade parado ao lado do carrinho de tortas, apreciando alegremente um pedaço do doce.

"Você se parece com ele... só que mais alto. E os dois têm a mesma adoração por tortas." – ela comentou – "Aquele ao lado do seu avô é o Sweets?" – Booth franziu o cenho e, antes que pudesse falar alguma coisa, Sweets e seu avô se viraram para entrar no Founding Fathers.

"Hei, Shrimp!" – o avô dele falou, num tom mais alto, acenando e sorrindo – "Encontrei um amigo do Parker lá fora." – o senhor mais velho se aproximou de Booth e continuou baixinho – "Ele queria me ajudar a atravessar a rua, mas a verdade é que eu acho que ele está perdido."

"Não, senhor, não amigo do Parker, amigo do seu neto." – Sweets tentou se retificar, já com uma expressão de derrota no rosto.

"Talvez possamos ajudá-lo a encontrar a mãe." – Booth começou a rir e, antes que qualquer um fizesse algum comentário, o avô dele se virou para Brennan – "E você deve ser a Bones."

"Muito prazer em conhecê-lo, Sr. Booth." – ela disse.

"Meu neto não estava mentindo quando falou de você, querida. E pode me chamar de Hank."

"Ok, Hank." – ela falou com um sorriso e virou-se para Booth – "O que você falou de mim?"

"Eu..." – Booth gaguejou.

"Não se preocupe, querida, apenas coisas boas. Então, vamos ajudar o amiguinho do Parker a encontrar a mãe? Podemos leva-lo até a casa dele, antes que escureça."

"Senhor, eu não sou amigo do Parker. Eu sou o psicólogo do seu neto e da Dra. Brennan."

"Psicólogo?" – Hank arqueou a sobrancelha, visivelmente desconfiado – "Agora a expressão psicólogo infantil fez todo sentido pra mim."

"Vamos, Pops, eu preciso te deixar em casa e ir trabalhar."

"Nós podemos deixar o amiguinho do Parker em casa antes?" – Booth olhou para Brennan, que sorria abertamente, e depois para Sweets, que apenas mantinha a expressão derrotada no rosto.

"Podemos, Pops, podemos." – e sorriu, guiando o avô para fora do bar – "Vamos, Sweets, antes que sua mãe fique preocupada."

"Até você, Agente Booth?" – e Sweets soltou um longo suspiro, seguindo os três que iam na frente.

x.x.x

Booth deixou o avô em seu apartamento, verificando todas as travas de segurança e as travas dos utensílios domésticos, especialmente o fogão. Se bem conhecia o avô, ele tentaria cozinhar alguma coisa e acabaria esquecendo o gás ligado e... bom, ele não queria pensar na hipótese de que isso pudesse acontecer, então achou melhor se certificar de que estava tudo à prova de crianças. Dos 7 aos 87 anos.

Assim que saiu do apartamento, recebeu a chamada de uma cena de crime na zona leste de Washington, num bairro de classe média. Pelo que entendeu no rádio da polícia, tratava-se de violência doméstica, com dois assassinatos e um desaparecimento.

"Então, quantos dias Hank vai ficar com você?" – Brennan perguntou, quebrando o silêncio do carro.

"Alguns. Pelo menos até eu conseguir ensiná-lo que jogar strip-pôquer no asilo é uma coisa feia de se fazer."

"Seu avô estava jogando strip-pôquer? Achei que eram apenas mesas de cartas e dominós, mas sem conteúdo erótico." – ela perguntou imediatamente, fazendo Booth rir.

"Era uma brincadeira, Bones."

"Aww. Entendi." – ela olhou para ele, atrás do volante, e depois encarou as árvores passando rápido ao lado da janela – "Então, o que tanto você fala de mim para o Hank?" – ele sorriu, mas não era um sorriso que alcançava os olhos. Era mais do tipo triste e conformado.

"As mesmas coisas que eu falo pra você." – ele pausou durante alguns segundos em que apenas o que se podia ouvir dentro do carro era a respiração pesada dos dois – "O que eu falei pra você."

Depois disso, ela não falou nada. Nem ele. E o silêncio recaiu no carro, pesado e incômodo, trazendo com ele lembranças que, inconscientemente, os dois queriam manter atrás de um muro dentro da mente, ao mesmo tempo em que queriam revivê-las. Tudo ao mesmo tempo.

"Chegamos." – ele falou, meia hora depois, estacionando ao lado de mais dois carros da polícia, na frente de uma casa igual a todas as outras da rua, com a exceção de que esta tinha uma longa faixa amarela que a isolava.

"Pode me dizer por que estamos atendendo a um chamado de violência doméstica?" – Booth parou, petrificado, na frente da casa, observando-a atentamente.

"Senhor, você e sua mulher não podem ficar aqui. É uma cena de crime, proibida para civis." – o policial aproximou-se, abordando os dois e pedindo que se afastassem. Booth apenas ergueu o distintivo e Brennan falou por ele.

"Agente Especial Seeley Booth, FBI. E eu sou a Dra. Temperance Brennan, antropóloga forense."

"Ah, desculpem. Podem entrar, estávamos esperando pelo FBI. Está um caos lá dentro, e temos uma criança desaparecida."

Brennan seguiu o policial para além da faixa amarela e só quando estava quase na porta é que percebeu que Booth continuava parado no mesmo lugar em que ela o tinha deixado.

"Booth!" – ela gritou e ele piscou antes de olhar para ela – "Você vem?" – ele correu até ela.

"Eu não tinha entendido até agora porque estávamos atendendo a este caso."

"Então...?"

"Essa é a casa de Jeff Spencer, ex. agente especial do FBI. Ele costumava ser meu amigo vários anos atrás, antes de eu te conhecer."

"E o que aconteceu?"

"Ele estava tendo problemas com álcool e passou a ter condutas inapropriadas no trabalho e nas cenas de crime. Foi obrigado a se afastar do FBI."

"Mas isso ainda não explica o porquê do FBI estar envolvido. Não totalmente, pelo menos."

"Jeff era um dos suspeitos de ter assassinado a primeira mulher e os dois filhos bebês, cerca de dez anos atrás."

"E não acharam provas contra ele, certo?"

"Eu sabia que ele era culpado, mas sem provas não pudemos fazer nada. Eu sabia." – Brennan viu o corpo dele tencionar e seu punho fechar com raiva – "Eu sabia e não pude fazer nada."

"Vem." – ela colocou a mão no ombro dele e empurrou-o de leve, fazendo-o dar mais alguns passos até entrarem na casa – "Vamos terminar logo com isso. Arranjaremos provas e logo colocaremos ele na prisão."

E Brennan teve ainda mais certeza de suas palavras quando entrou na casa. Esticou o braço, barrando a entrada de Booth e impedindo-o de dar mais um passo. Os dois olharam atentamente para a sala. Os móveis, todos eles, eram impossivelmente brancos e estavam impecavelmente limpos. O que tornava a cena dramática e assustadora era o tapete vermelho que cobria todo o piso da sala. Vermelho sangue. Pegajoso e grudento. Em dois cantos opostos do aposento havia dois corpos. Duas mulheres, sentadas no chão, olhando uma para a outra, petrificadas e com a pele cinza pálido. Nos braços e pernas de ambas havia cortes relativamente superficiais, à exceção das áreas onde passavam artérias principais, que tinha cortes bastante profundos, como coxa, pulsos e pescoços.

Ela calçou um par de luvas, apanhou um vidrinho na bolsa e abaixou-se, coletando um pouco de sangue do piso.

"Não está coagulado, o que indica que há algum anticoagulante misturado, e possivelmente algum conservante. Pela cor dos corpos e pelo cheiro, eu diria que elas estão mortas há uns dois dias, pelo menos. Alguém entrou aqui?"

"Ninguém teve coragem, Dra. Brennan. Dois dos meus melhores policiais vomitaram assim que viram a cena, outro desmaiou com o cheiro. Achamos um esqueleto na casa de ferramentas, no quintal. A disposição é a mesma, mas a cena é bem mais limpa. Não tem sangue nem cheiro."

"Bom, esse é mais o meu departamento. Booth, chame a Cam para analisar os corpos, e o Hodgins para coletar amostras. Eles saberão como proceder para não danificar a cena do crime nem qualquer prova que possa haver."

"A casa tem outra entrada?"

"A porta dos fundos. Os policiais que entraram por lá e vasculharam a casa disseram que não acharam nada."

"Vamos até a casa de ferramentas, Bones, depois fazemos outra vistoria na casa."

Brennan agachou-se diante do esqueleto na casa de ferramentas. Booth, assim que viu que o esqueleto era pequeno, parou e ficou do lado de fora, encostado na parede.

"Criança, sexo feminino, entre cinco e oito anos. Morta há pelo menos um ano. Pelas marcas nos ossos, sofreu vários cortes profundos, principalmente na posição das artérias principais."

"A criança desaparecida é um menino, certo?" – Booth perguntou.

"De três anos, senhor." – o policial respondeu.

"Quero uma equipe dentro da casa, procurando em todos os cantos. Ninguém entra na sala, esperem a equipe do Jeffersonian. Eles saberão entrar sem danificar nada. Você vai entrar também, Bones?" – e ela apenas o seguiu.

O primeiro andar tinha a sala, a cozinha, um quarto e um banheiro. Nada foi encontrado. No segundo andar tinham mais 3 quartos e uma pequena sala de estar, logo ao lado da escada. Sobre o mezanino, na parede, Booth observou uma porta que dava acesso a um porão, mas nada foi encontrado lá.

Dos quartos, um era de casal e os outros dois de crianças, um visivelmente de menina e outro de menino.

"A filha do casal desapareceu há mais ou menos um ano. A mulher quis manter o quarto caso a filha voltasse. Pelo que a Dra. Brennan descobriu com o esqueleto lá embaixo, há possibilidades de ser ela, certo?" – o policial perguntou.

Mas Booth não estava ouvindo. Ele tinha entrado no quarto de menino e estava parado diante do armário, observando atentamente. Ele tinha afastado as roupas dos cabides e olhava fixamente para o fundo do armário. Brennan o observou, quase conseguindo ver os neurônios dele trabalhando.

"Você não acha esse armário muito pequeno?" – Booth tocou a madeira do armário com as duas mãos – "Estreito e desproporcional ao tamanho do quarto."

Ele fechou o punho e bateu levemente em um ponto da madeira. O som saiu baixo e maciço. Na extremidade oposta, o barulho era mais alto e oco. Booth fez um sinal para o policial, que lhe entregou um canivete em seguida. Então ele procurou as fendas da madeira e cortou pelas extremidades, tirando-a do lugar. Dentro havia um buraco e, assim que o policial iluminou com uma lanterna, uma criança começou a gritar e chorar desesperadamente alto.

"Hei." – Booth falou, com a voz calma e serena – "Nós não vamos te machucar, ok? Estamos aqui para te ajudar." – o garotinho parou de chorar e gritar por um segundo, até que Booth estendeu os braços para apanhá-lo e ele recomeçou com os gritos e choros – "Qual o nome dele?" – perguntou baixinho ao policial.

"Adrian."

"Ok, certo, Adrian, meu nome é Seeley, e eu sou da polícia." – Booth pegou o distintivo e estendeu-o ao garoto, que apanhou, parando de chorar, e observou – "Viu? Eu vim aqui te ajudar."

"Você sabe onde minha mamãe está?"

"Não, mas nós vamos te ajudar a encontrá-la, está bem?"

"Ela disse pra eu ficar aqui. Disse que era perigoso eu sair."

"Não é mais perigoso, você está seguro agora."

Booth estendeu a mão e, com muito receio e vagarosamente, Adrian segurou a mão dele. Quando ele puxou o garotinho, imediatamente segurou-o forte nos braços, protegendo-o do mundo feio e sangrento que o esperava lá fora.

"Adrian, agora eu quero que você feche os olhos, está bem? E só abra quando eu disser."

"Como em pique-esconde?"

"É, como em pique-esconde. Mas eu não vou me esconder, está bem? Eu vou estar bem aqui quando você abrir os olhos novamente. Conte. Você sabe contar?"

"Até dez." – ele fez com as mãozinhas.

"Tudo bem. Feche os olhos e conte até dez. Pronto?"

"Pronto."

"1." - Booth olhou para Brennan, acenando para que ela pegasse algumas roupas. – "2." - Ele abraçou o garotinho e saiu do quarto. – "3.4.5." - Os dois desceram as escadas. – "6.7." – Passaram pelo quarto de baixo. – "8." – A sala ensanguentada. – "9." – A cozinha. – "E 10. Já posso abrir?" - Booth parou ao lado de sua SUV, abrindo a porta com a mão livre, do lado do passageiro, que estava de frente para outras casas que não a de Adrian.

"Pode, amigão." – Booth colocou-o sentado no banco de trás do carro e ele abriu os olhos – "Oi, campeão."

"Oi, Seeley." – o garotinho sorriu – "Nós vamos procurar a mamãe agora?" – Adrian estendeu a mão para Booth, entregando-lhe um pedacinho de papel extremamente amassado.

"É um número de telefone." – Booth falou, apanhando o celular, e Brennan alcançou o carro segundos depois.

Adrian sorriu para Brennan, que sorriu de volta e sentou-se ao lado dele no banco. Booth afastou-se do carro enquanto ligava para o número no papel que o garotinho havia lhe dado.

"Você é namorada do Seeley?" – Brennan sorriu para Adrian, meio sem saber o que falar para uma criança de três anos.

"Não. Seeley é meu parceiro."

"Parceiro não é a mesma coisa de namorado? Vocês se olham como mamãe e tio Jorge se olham, e eu já vi eles se beijando."

"Sabe, você não é muito pequeno para saber dessas coisas?" – Adrian riu.

"Mamãe fala a mesma coisa. E diz que quando eu for desse tamanho" – ele fez um gesto com a mão no alto – "ela vai me explicar mais coisas."

"Boas notícias, Adrian." – Booth se aproximou e abaixou-se até ficar com os olhos no mesmo nível dos do garoto – "Mamãe está com o tio Jorge e está indo até o prédio da polícia te apanhar. Vamos até lá?" – Adrian abriu um enorme sorriso e sentou-se direito no carro, esperando que Booth colocasse seu cinto no lugar certo e desse a partida.

x.x.x

A mãe de Adrian se chamava Marie Spencer, atualmente Marie Jordan, tinha 32 anos e morava naquela casa com o atual marido, Jorge Jordan, e o filho de três anos. Estava separada há um ano de Jeff, quando sua filha desaparecera e o ex-marido passara a ser agressivo com ela e o filho pequeno.

Ela e o marido tinham viajado a trabalho há dois dias e deixado Adrian com a irmã gêmea e a empregada, Jane e Sue. De acordo com Maria, Jeff não dava notícias há quatro meses, nem sequer uma ligação, desde que ela tinha aberto um mandado de restrição contra ele.

Os corpos na casa dela eram da irmã e da empregada, e o esqueleto era, possivelmente, da filha, Debra. Jeff ainda era o principal suspeito, e estava foragido.

Brennan ergueu levemente a garrafa de cerveja e bateu contra a de Booth, em cima do balcão do pub Founding Fathers.

"Agora só falta apanharmos o Jeff, certo?" – ela perguntou, tomando um gole da cerveja.

"Não é apenas isso, Bones."

"Não?"

"Casos assim são complexos. Adrian teve sorte de não ter sido a mãe dele no lugar da tia, e se não apanharmos Jeff logo..."

"Eles estão seguros, Booth. O FBI está tomando conta deles." – ele olhou para ela, profundamente, e tiveram aquela conversa silenciosa típica dos dois.

"Quando eu era criança, eu transformei meu armário num esconderijo para mim e para o Jared. Nós nos escondíamos lá quando meu pai chegava bêbado em casa. Quando crescemos um pouco mais, apenas o Jared cabia lá, então eu o escondia lá e dizia para ele fechar os olhos e contar até dez e abrir os olhos que eu estaria lá de novo. E quando eu não estava, ele contava novamente, repetia o processo, até eu estar na frente dele e tirá-lo de lá."

"Foi por isso que você sabia do armário de Adrian?"

"Era um palpite."

"Instinto."

"É." – ele suspirou e bebeu da cerveja – "Se não fosse pelo meu avô, eu provavelmente teria me matado quando eu era criança."

A confissão de Booth, dita pela segunda vez em toda sua vida, pairou no ar como algo pesado e cruel. Algo que não deveria estar lá entre eles, mas estava, e incomodava e feria, e abria mágoas que ele achava ter esquecido.

"Eu odeio o meu pai por isso. E nunca vou perdoá-lo por tudo o que ele me fez passar. Pela minha mãe e por Jared também. Eu o odeio."

Brennan teve certeza que viu uma única lágrima escorrer pelo olho de Booth, mas quando ela piscou, não estava mais lá. Apenas o que ela pôde fazer foi chegar mais perto e abraça-lo, fazendo com que ele apoiasse a cabeça em seu ombro e a abraçasse de volta.

"Eu o odeio, Bones." – ele falou e ela só ouviu porque os lábios dele estavam bastante próximos de seu ouvido.

"Está tudo bem, Booth. Você pode falar agora, ok? Vai ficar tudo bem."

Fim do Décimo Primeiro Capítulo