N/A: Uma fic de Harry Potter para variar! E como sempre, com O.C.. Mas os meus queridos leitores já estão sabendo que eu gosto de trabalhar apenas com O.C's. :) Seguindo a Story-Line do livro, aqui está Soaring Black Bird!
O.C. x Fred / O.C. x George / O.C. x Draco
Enjoy!
Soaring Black Bird - Chapter 1
A Muggles Family's Ugly Duckling [O Patinho Feio de uma Família Trouxa]
Magia e bruxaria: tema constante de video-games, jogos de RPG e, principalmente, histórias infantis. Qualquer pessoa normal consideraria Bruxas e Bruxos seres do mesmo nível de Papai Noel e Coelhinho da Páscoa. Aqueles que afirmavam sua existência era chamados de loucos. Essa também era sua realidade.
Seu nome era Rayvenne Goldenwing. Seus pais explicaram-lhe que seu nome provinha tanto da cidade italiana Ravena, terceira capital do Império Romano do Ocidente, como do grande pássaro negro que aparecia em um dos poemas de Edgar Allen "The Raven". Esse segundo significado sempre fora o que mais parecia irônico aos olhos das pessoas que a viam pela primeira vez.
Rayvenne possuía longos cabelos dourados que iam até a metade de suas costas, sendo levemente puxados para o vermelho. A garota sempre os deixava presos em um rabo-de-cavalo baixo, com apenas algumas mechas soltas na frente. Seus olhos eram um tom de azul puxado para o verde e sua pele era tão clara quanto as nuvens do céu de uma manhã de verão que era, por acaso, sua estação preferida. A garota não era muito alta, já em seus 11 anos, era menor do que a maioria das garotas de sua idade.
Desde sempre, ou do que conseguia se lembrar, Rayvenne nunca teve amigos muito próximos. Preferia brincar sozinha. Da última vez que brincara em grupo, ela acabara mandando um garoto para o hospital sem mesmo entender o que tinha feito. Furúnculos esverdeados saíam das orelhas do garoto enquanto seus olhos giravam pelas órbitas. Não negava que achara que o garoto fora merecedor de alguma punição, já que estava zombando de Rayvenne desde o começo da brincadeira, chamando-a de mal-agouro, afinal, corvos são pássaros negros considerados carregadores da morte. Rayvenne se irritou com o garoto e, de repente, lá estava ele no chão , com aquela aparência horrenda. Desde então, nenhuma outra criança se atreveu a chegar perto de Rayvenne... Mas ela não os culpava.
Rayvenne era orgulhosa, mas acima de tudo era brincalhona e audaciosa. Não gostava muito de perder, mas isso nunca realmente lhe foi um problema. Entretanto, bem por dentro, ela era uma garota de coração bondoso e doce, ela só tentava esconder ao máximo esse lado que na sua opinião não prestava muito.
A garota morava com os avós na cidadela de Clawless Lion desde os 7 anos de idade quando seus pais tiveram que viajar à negócios e não puderam voltar por conta do emprego. Não gostava muito de sua avó, pois a considerava muito mandona e estressada, porém adorava seu avô que sempre a incentivara a sonhar.
Era uma tarde de Julho, fazia muito calor em Clawless Lion. Rayvenne estava sentada na escadaria da porta da frente da casa de seus avós. Um sobrado antigo de janelas grandes no estilo arquitetônico alemão, uma única chaminé de tijolos vermelhos que contrastava com o resto da casa de madeira. A garota segurava na mão um envelope de carta marrom-claro, ela rodava-o na mão com um certo interesse, procurando qualquer coisa suspeita naquela carta. Já era a terceira que recebia naquela semana, as outras duas haviam sido jogadas no lixo, consideradas como algum tipo de trote que haviam mandado para ela. Eram cartas endereçadas a ela que sempre diziam a mesma coisa .
"Cara Sra. Goldenwing".
Temos o prazer de lhe informar que a senhora foi aceita para a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. O ano letivo começará dia 1º de que compareça à Plataforma 9 ¾ na estação King's Cross em Londres as 11:00 da manhã, horário na qual seu trem sairá com destino a Hogwarts.
E não esqueça de levar seu material.
Atenciosamente , Minerva McGonagall
Vice diretora."
Logo abaixo vinha uma lista de material com os mais estranhos itens que ela já havia visto! Definitivamente aquilo não estava certo. A loira não queria mostrar a carta aos avós, pois não queria preocupá-los. Sabia que já era um grande empecilho para os dois só pelo fato de estar morando com eles. Mas agora já estava ficando ridículo. Deveria mostrar a carta aos avós. Ela levantou-se da escadaria empoeirada, bateu um pouco o short azul marinho para se livrar da poeira e entrou na casa fechando a porta de carvalho atrás de si com o mesmo baque surdo de sempre. Limpou os pés descalços rapidamente no capacho xadrez na entrada e foi ao encontro dos idosos Goldenwing que se encontravam na sala de estar.
Joseph Goldenwing era um homem robusto e um tanto baixinho. Sua pele era tão clara quanto a da neta e ele possuía o mesmo tom de azul nos olhos. Era careca com um ralo vestígio de cabelo nas laterais da cabeça. Uma rala barba branca mal cortada estendia-se de orelha a orelha. O cachimbo pendurado na boca como se fosse uma palha empestava a casa toda. Usava uma calça de suspensório marrom sobre uma camiseta branca velha e um tanto mal cuidada. O homem sorriu quando Rayvenne entrou no local.
-Venne! Já pegou a correspondência pro vovô? - ele disse agora se ajeitando melhor no assento da cadeira. A senhora que sentava na poltrona ao lado de Joseph levantou a cabeça de seu tricô para olhar para a menina com um olhar severo. Adelyn Goldenwing era uma mulher magra e da mesma estatura do marido , sua pele era um pouco mais escura que a dele. Os anos tinham lhe dado rugas tão profundas que suas bochechas eram um pouco caídas. Lembrava Rayvenne de um Bulldog . Ao menos, era o que a menina imaginava a avó ser toda vez que lhe dava uma bronca . Os cabelos da senhora eram longos, brancos e os olhos tinham um tom caramelo. As longas sobrancelhas estavam franzidas.
-Joseph , sabe que não deve mandar Rayvenne lá fora nos dias de hoje! As ruas estão ficando cada vez mais perigosas! - ela disse sem tirar os olhos da garota. Odiava quando sua avó fazia isso.
-Bobagem, mulher! Clawless Lion continua calma como sempre! Então, o que temos hoje, Venne?
Rayvenne nada disse. Apenas entregou o envelope marrom-claro para o avô que a tomou nas mãos examinando-o. A senhora havia parado novamente seu tricô e agora também observava a carta com um certo interesse. Joseph abriu o envelope e o leu. Sua expressão era séria, Rayvenne jurava que seu avó ia explodir em gargalhadas a qualquer momento, mas isso nunca aconteceu . Incomodada com o silêncio, ela pigarreou.
-Essa daí já é a terceira que me mandam só essa semana! - ela disse num tom zombeteiro, mas seu avô nem avó riram. Eles tiraram os olhos do papel e se entreolharam. Logo começaram a fitar Rayvenne como se ela fosse algum ser de outro planeta . A menina prendeu a respiração, nunca havia visto seu avô com tal expressão antes... Seu avô suspirou.
-Venne...Tome um assento...Temos que conversar.
Ela logo se pôs a procurar uma cadeira. Localizou um banquinho que jazia do lado da lareira suja de fuligem. Pegou-o e o arrastou-o para perto de seu avô. Quando seu avô ficava sério, é porque algo estava realmente muito errado.
-Venne... Lembra quando aconteciam coisas estranhas com você e você nunca conseguiu explicar? - Joseph começou olhando diretamente pros olhos azuis da loirinha. Ela o fitava com um misto de medo e ansiedade no olhar.
-...Como aquela vez que o Mike foi pro hospital? - ela perguntou sem entender aonde o avô queria chegar. A avó a olhava aflita, segurava as agulhas com força.
-Sim...E lembra o que eu sempre te dizia?
-"Tudo é possível nesse mundo" - a menina murmurou ainda olhando pro avô.
-Exatamente...Venne , acredite quando eu digo que tudo é possível...Você é uma bruxa , e essa carta de admissão é tão real quanto a barriga de cerveja que eu acumulei nos últimos 20 anos - ele terminou apalpando a barriga e sorrindo para a neta.
-Vô... Eu não tenho mais 5 anos... Eu não vou acreditar mais nesse tipo de brincadeira! - a menina respondeu num tom zombeteiro, mas o avô novamente tomou uma expressão séria no rosto. Franzia o cenho fazendo todas as rugas se contraírem.
-Estou falando sério Venne... Se não acredita, deixe que o vovô te mostre... - com isso, ele tomou o cachimbo de sua boca com as mãos e apontou para o banquinho onde Rayvenne estava sentada e, de repente, a menina sentiu o chão cada vez mais longe a medida que o avô erguia o cachimbo. Com a respiração descompassada, ela olhou em volta para ver se não havia nenhum tipo de corda puxando-a para o teto, olhou novamente para o avô que segurava o cachimbo na altura de sua cabeça , ele sorria . Num movimento rápido, ele jogou o cachimbo para baixo fazendo que o banquinho que estava flutuando apenas um pouco abaixo do teto, desabasse com um baque surdo quase jogando Rayvenne pro chão. A garota teve que fincar as unhas no estofamento antigo para que não tombasse.
-Eu sou um bruxo formado em Hogwarts, Venne... E é por isso que eu digo que tudo é possível...
E de repente, lá estava ela na porta da estação King's Cross carregando um carrinho cheio de coisas que nunca pensaria que existissem! A visita ao Beco Diagonal fora uma experiência única para Rayvenne... Ela fez com que todo o medo do desconhecido mundo em que ela havia sido colocada se tornasse ansiedade! Seu avô havia lhe explicado sobre as casas e a disputa entre elas, sobre como as escadas podiam mudar, sobre a floresta e seus animais fantásticos... E isso fez com que a menina se entusiasmasse cada vez mais com a nova vida que levaria.
Estava acompanhada do avô e da avó. A senhora parecia muito aborrecida com o fato da neta ter sido admitida em Hogwarts. Rayvenne perguntara isso ao avô, mas a reposta a deixou um tanto decepcionada."Sua avô é o que chamamos de 'trouxa', aqueles que não são bruxos. Quando seu pai nasceu, ela ficou maravilhada que ele não tivesse os mesmos poderes que eu possuía. Sua avó tem muito medo do mundo da magia , entende? Ela achava que, já que seu pai não possuía poderes, você provavelmente também não possuiria. Mas o genes da magia não é como os genes humanos normais..."
Achando fantástico o fato de ter que passar por uma parede de tijolos para que pudesse chegar à plataforma desejada, ela correu com todas as forças que tinha empurrando com tudo o carrinho. Quando deu por sí , estava em frente à uma grande Maria-fumaça com os dizeres "Expresso Hogwarts". Ela sorriu, estava extremamente maravilhada.
-E é aqui que a deixamos, Venne! – seu avô disse chegando logo atrás da menina. Ela notou a ausência de sua avó.
-Cadê a vovó? – ela perguntou olhando para a parede de tijolos atrás de seu avô.
-Ela não quis vir para cá... Sabe como é... – seu avô olhou para os dois lados, como se estivesse procurando alguma coisa. Ele pegou sua bolsa transversal e de lá de dentro puxou algo que lembrava uma pedra oval de cor negra e listras vermelhas, era um pouco menor do que uma bola de futsal.
- Meu presente de despedida – ele disse sorrindo, a garota pegou a pedra com as mãos e a examinou-a girando.
-O que é isso, vô?
-Isso, Venne, é um ovo de dragão anão! – seu avô disse com um daqueles sorrisos de orelha a orelha.
-Ovo de dragão? – a menina disse com um misto de espanto e euforia na voz.
-Exatamente! Eu sei que no regulamento da escola diz que alunos do primeiro ano só podem ter um sapo ou uma coruja ou um gato... Mas eu sei que você sempre quis ter um dragão... Mesmo que antes fosse um sonho impossível... Mas esse dragão é mais interessante que os outros! É um dragão adepto à magia provinda de uma varinha! Ele não vai crescer mais do que o tamanho de um gato domésticos e suas cordas vocais foram enfeitiçadas para que não possa fazer nenhum som! Além de suas chamas serem azuis e não queimarem nada! – Rayvenne ficou um pouco desapontada. Sempre sonhara em ter um dragão enorme para que pudesse viajar em seu lombo pelos ares, queria poder ver as labaredas dele queimando seus obstáculos, queria poder ouvir seu rugido feroz – Mas é claro, que tudo isso pode ser alterado usando os feitiços certos – o rosto da loira se iluminou, o avô buscava alguma outra coisa em sua bolsa, de lá tirou um livro grosso de capa dura, parecia novinho em havia os dizeres "O guia dos dragões – por Carlos Weasley" . A menina fitava a capa negra deslumbrada , abraçou o avô com força deixando o livro cair mas segurando o ovo com cuidado.
Esse seria um ano e tanto.