Quando somos a desordem, o que nos resta além de pequenos fragmentos de realidade?

Prólogo

Lily Evans estava sentada no console da janela olhando o céu estrelado. Via os finos pingos da chuva caindo, que eram iluminados pela luz da lua crescente, quase cheia. Se ela ficasse bem quieta, podia ouvir o fino barulho da chuva batendo nas folhas das árvores. E se ela olhasse com bastante atenção podia ver uma coruja pairando. Detalhes que somente alguém que prestasse atenção, que quisesse ver de verdade, poderia ver. Detalhes como os que ela, por tanto tempo, se recusou a ver. Detalhes mais importantes que o todo. Detalhes que mudaram tudo.

Por quanto tempo ela não se recusou a ver que ele era provavelmente a pessoa que completaria ela? O que fez ela finalmente enxergar? "Os malditos detalhes!" era como ela respondia para a voz inquiridora em sua mente. Ele sempre seria o arrogante, prepotente, egocêntrico... e a lista que segue, o castelo inteiro sabia recitar. Ela passou anos dizendo não para os pedidos dele. Ela nunca imaginou que havia tantos meios de se dar o fora, como os que ela usou. Até ela ficava impressionada com alguns. Do mesmo jeito que nunca viu tantas formas de se convidar uma garota pra sair, como ele inventou. Flores, cartas, doces, presentes, fogos... acreditem, ele tentou praticamente tudo. "Mas esse ano ele não me convidou nem uma vez." Era o que perturbava o sono. O que a levava para o console da janela era "Por que eu quero que ele me convide?".

Por um lado Lily acreditava que ela sentia saudades "dos velhos tempos", onde ele corria atrás dela o tempo todo, e ela dava o fora nele o tempo todo. E agora tudo estava diferente. Ela era Monitora-chefe e ele Monitor-chefe, apesar de todas as traquinagens. Desde que chegaram ao castelo Lily reparou as diferenças, mas achou que no fim, as coisas voltariam ao normal, que era tudo pequenos detalhes. Ela ficava indignada por ter Potter como Monitor-chefe, com ELA. E ela nunca chegou a tentar esconder seu descontentamento. Dumbledore era quem se divertia nas reuniões com os pensamentos indignados da Lily, apesar dela nunca saber que ele pode ler sua mente.

Mas todo o incontentamento da Lily era jogado no vento. James fingia nem ouvir. Esse foi o primeiro detalhe que chamou a atenção. Ela brigava com ele, o chamava de irresponsável, e discursava sobre como ele não merecia o cargo, e ele simplesmente ignorava tudo que ela falava e continuava a fazer o que estava fazendo. Depois de um tempo ela simplesmente desistiu, e passou a ficar quieta quanto ao assunto.

Havia outro assunto que a estava incomodando. Ele havia parado com as cantadas, as insinuadas, os pedidos, e variados. Quando eles conversavam, eles apenas conversavam, e ela não conseguia mais sentir nenhuma segunda intenção vindo dele. Isso a deixava mais a vontade, conseguia expor suas ideias sem ter que gritar com ele para ser ouvida de verdade. E começou a amar as conversas com ele. Ele sempre engraçado, conseguia levantar o humor dela, e quando eles tinham uma conversa sobre um assunto mais sério ele ainda podia ouvir de verdade o que ela falava, e sempre acabava dizendo alguma coisa que a faria sentir melhor. Quantas vezes desde o começo do ano que eles não passaram horas conversando na frente da lareira da sala comunal deles. Deles. A ideia de dividir o cômodo com ele não era mais o fim do mundo, era até algo que ela gostava, como chamar ele de James, e ouvir ele a chamando de Lily. Tornaram-se amigos, para a surpresa de todos, que apostavam na destruição do mundo com a união.

Mas ele havia mudado. Havia até parado de azarar outros alunos por prazer, e até sua marotagem com os amigos havia mudado. Lily viu James defender um primeiranista do feitiço de Lucius Malfoy. Talvez tenha sido esse detalhe que a fez reconsiderar tudo, todo seu relacionamento com James Potter. Agora podia ver um homem com um lado menino, e não mais um menino que não sabia ser homem.

Quando Lily deu por si, já estava assim, estranha. Sentia-se estranha ao ver o sorriso dele, e um arrepio ao olhar nos olhos dele. Passou a sentir o perfume dele nos lugares mais estranhos, como numa brisa que entrava pela janela. Passou a não saber como agir perto dele, passou a querer estar nos braços dele. Passou a olhar o céu e a pensar nele. A estar no lugar que estava agora. Era estranho admitir, mas estava apaixonada.

E o pior de tudo é que não sabia como fazer ele voltar a gostar dela, se é que um dia ele chegou a gostar, e não somente considerá-la como desafio. Não sabia o que fazer ainda.


NA

Olá meninos e meninas, corujas e seres mágicos!

Sejam bem vindos ao meu novo projeto! Vamos apenas para um rápido guia geral:

1- Todos os capítulos serão as cartas que a Lily escreve para o James e a cena de sua criação.

2- Reviews são obrigatórios para a próxima carta.

3- Surgirão enquetes durante os Nas... Sabe, as vezes é legal participar... quem sabe eu não atendo à maioria??

4- Hum normalmente eu tenho mais capítulos quase prontos ou prontos... Se não tiver reviews NO MORE CHAPS!

5- Um obrigado especial à Dy Mione por ter betado e me aguentou no msn mandando coisas o tempo todo, e à Samantha por ter apoiado xD

Obrigada por chegar ao fim e ler o Na xD

Malfeito feito

Nox

Lily F. LaFolle