Essa fanfic é um presente para uma pessoa muito especial, pela qual eu tenho um apreço enorme, sem falar de um respeito e admiração imensos. Eu mesmo.
Ainda estão lendo? Que bom. Continuem.
A grande inspiração pra essa fanfic é Kuroshitsuji, acho. Mas sem tanta insinuação de romance. Acho que o termo é corrupção psicológica.
... Sim, é um presente. Porque perguntam?
Responderei dúvidas na medida do possível. Porque muitas delas serão potencialmente frutos da interpretação de cada um.
No Coração das Trevas
Primeiro Capítulo: Salto
- Por que eu não pulo daqui do alto e acabo com isso tudo, de uma vez por todas?
- Se você tem plena certeza de que um mero salto vai acabar comigo, tenha a bondade, então.
A bem da verdade, nem era um morro muito alto. Uma queda mortal para alguém que não tivesse o treinamento e os reflexos de cavaleiro.
- Mas, evidentemente, Andrômeda, você já deve ter certeza absoluta de que eu não estou manipulando suas ações, não é? Afinal, encaminhá-lo para um desfecho tão trágico seria algo tão terrível... Mas é claro que nada disso me é favorável, então, sinta-se a vontade.
- O que?
Shun, cavaleiro de Andrômeda, olhou para o ponto mais fundo daquele penhasco a sua frente, enquanto uma risada sem humor ecoou em seus ouvidos.
- Talvez, e apenas talvez, Shun, eu esteja lhe dando a idéia de pular e, como você mesmo disse, "acabar com isso". Talvez isso sirva a algum objetivo terrível que eu esteja tramando. Talvez eu esteja lhe dissuadindo, tentando convencê-lo da tolice que estás prestes a cometer, e fazê-lo retornar a casa da menina Athena. Talvez você seja um joguete. Talvez eu esteja petrificado de medo com a possibilidade de que minha alma imortal encontre um fim amargo no fundo desse abismo.
Realmente, agora que observava bem... Realmente era um abismo. Um abismo escuro e profundo, pintalgado de chamas aqui e acolá.
- Talvez, talvez e talvez, Shun. – ele continuou - Suas incertezas mortais me cansam. Afinal, eu sei o que você vai fazer. Segundos antes de pular, vai lembrar-se de seus amigos, de seu irmão e da deusa que jurou proteger. E vai voltar para casa, com vergonha de si mesmo, embaixo da chuva que está quase começando.
- Já chega. – Shun pediu, a voz fraca se comparada aos trovões que começavam a ribombar pelos céus.
- Mas não importa o que eu digo, não é? Você é fraco, Andrômeda, no sentido mais literal da palavra; deficiente de força, de determinação, de... vontade. Prove para si mesmo que é algo além de uma casca vazia sem coragem e pule.
- CHEGA!!! – bradou Shun.
- Que decepção, Andrômeda. E pensar que terei que fazer isso por você.
E bastou um empurrão, que talvez tenha sido mais psicológico do propriamente físico, para que Shun finalmente caísse.
Um começo promissor, espero. Começo, sim, vocês não leram errado e eu ainda não entrei em colapso metabólico-analítico-culinário-pós-modérnico.
Mais de um capítulo, baby. Que os céus me sejam leves.