Disclaimer: Naruto ainda pertence a Masashi Kishimoto. Eu tentei comprar os direitos autorais, mas ele não aceitou 10 centavos de dólar e 520 cruzeiros. T-T

Essa fic foi feito em resposta ao desafio do Nyah proposto pela Sakura Pimentel. Era para ser uma one-shot, mas a pessoa se empolgou e acabou saindo em três capítulos, espero que ela não se importa.

Agora, divirtam-se e deixe review. Faça uma baka feliz \o/

Mini-Dicionário:

kunoichi – ninja mulher

buta – porca, porquinha

-chan – terminação que revela um extremamente intimo, carinhoso e até mesmo infantil, reservado prioritariamente a meninas meigas, crianças ou ainda para compor apelidos.

Tonbogakure no Sato

chunnin – posto intermediário

-kun – tratamento respeitoso equivalente a "san", porém próprio para meninos

kami-sama – deus

hentai – nesse caso significa perversão

hogake – título dado ao ninja mais forte e sábio da Vila da Folha

tou-san – pai

Suna – areia

yoo – oi (segundo minha sensei)

jounin – posto permanente

godaime – quinta hogake

shishou – mestra

sake – bebida típica japonesa

-sama – vossa senhoria. Tratamento de extremo respeito, usado para evidenciar uma diferença hierárquica.

nukenin –

kazekage – título dado ao ninja mais forte e sábio da Vila da Areia

hime – princesa

-san – senhor, senhora, senhorita. Tratamento respeitoso, usado também quando não se tem intimidade.

onegai – por favor

oOoOoOoOoOo

Era um típico dia de verão em Konoha. Nem quente nem frio. Era um belo final de tarde onde uma bela kunoichi* estava em seu quarto, sentada na sua cama com um bloco de anotações na mão. Seu nome? Yamanaka Ino.

Ino bebericava seu chá calmamente. A reunião das garotas seria na sua casa dessa vez. Anotava de vez em quando as perguntas que gostaria de fazer as meninas naquela noite. Mal sabia ela que o tiro sairia pela culatra.

Todas as kunoichis estavam no mesmo quarto que outrora a loira repousava. Sakura estava jogada em cima do puff roxo da amiga, Tenten na pequena poltrona com as pernas para cima, Hinata e a anfitriã esparramadas pela cama.

- Por que nos chamou, Ino? – interrogou Mitsashi curiosa.

- Ora, estamos atoladas de missões e faz tempos que não nos reunimos.

- Mas por que na sua casa, Ino-buta*-chan*? – zombou a Haruno.

- Porque a última foi na sua casa, testa-de-marquise – como o esperado, a Yamanaka revidou.

- Vamos parar com os xingamentos, meninas? – a Hyuuga falou baixinho, embora conseguisse não gaguejar.

As duas sorriram e viraram a cara uma para a outra. Para tentar amenizar o clima pesada, a mestra das armas resolveu puxar um assunto, porém não foi muito feliz nele.

- Hoje não era seu dia de vigiar o Sasuke? – perguntou para a dona da casa, notando o olhar entristecido da rosada, arrependeu-se na hora.

- Eu troquei com o Naruto – Ino não se estendeu muito no assunto e a outra kunoichi agradeceu.

- O que vamos fazer? – a outra morena fora mais feliz em mudar de assunto do que Tenten.

- Botar as fofocas em dia – a loira sorriu feliz e as demais não viram alternativas senão concordar com ela.

Depois de algumas horas de conversar e aperitivos, a Yamanaka finalmente chegou ao assunto que a interessava: saber da vida amorosa e sexual de suas amigas.

- Ino – a Hyuuga começou a corar violentamente – Eu não quero falar sobre isso!

È claro que a loira jamais desistiria. Acabou convencendo-as a falar, todavia teria que abrir sua boca também. Para sua total aflição, a rosada realizou um jutsu para impedir que alguém mentisse. Uma bola de cristal surgiu no centro da cama. Isso ainda seria sua ruína.

- Para que serve isso? – a kunoichi de orbes perolados perguntou.

- Se permanecer enevoado é que você está falando a verdade, se ficar escarlate você está mentindo e se fica róseo é que nem tudo é verdade.

- Quem começa? – perguntou a anfitriã.

- Você começa, Tenten-chan – a rosada pulou para a cama em seguida, na expectativa de ouvir o relato da mestra das armas.

- O que querem saber? – ela esticou-se totalmente na poltrona e esperou a resposta das amigas.

- Com quem foi seu primeiro beijo?

- Qual foi o primeiro garoto o tocar seu corpo?

- Quem tirou sua virgindade?

A Mitsashi arregalou os olhos diante da perversidade de Ino. Não imaginava que a loira seria tão pervertida assim. Já esperava que a pergunta de Hinata fosse a mais inocente de todas.

- Hyuuga Neji – disse somente o nome sem acrescentar muitos detalhes.

- Para qual? – Ino e Sakura estavam curiosas com as informações. Queriam saber de mais.

- Para as três, que inferno! – voltou a se encolher na poltrona.

- Conte – a herdeira Hyuuga voltou a corar – Fiquei curiosa para saber como o Neji é... – não terminou a frase, não foi preciso.

- Só conto se vocês prometerem contar sua primeira vez – chantageou a morena.

- Tudo bem, agora comece – concordou a rosada sem perceber que Ino tentava chamar sua atenção.

Nós saímos em uma missão rank-A para Tonbogakure no Sato*. Para meu intenso desagrado, essa missão seria somente eu e Neji.

- O que acha? – perguntou após dar uma primeira olhada no ambiente.

- Não sei, calma demais em minha opinião – respondi.

- Também concordo. Vamos nos hospedar e depois saímos procurando por pistas.

- Dá para pular para a parte sexual? – pediu Ino interessada.

- Tá bom Ino "Mais depois você me paga".

Percebemos o chakra tarde demais. Estávamos cercados. Achei que tínhamos levantados tantas suspeitas que eles vieram atrás de nós para conferir.

- O que vamos fazer? – sussurrei rapidamente para Neji.

- Despistar – murmurou como se fosse à coisa mais óbvia.

- Mas como? – ainda não tinha entendido aonde ele queria chegar.

O mesmo não me respondeu somente me puxou para perto dele e me beijou. Nossa, aquele foi o melhor beijo que já tínhamos dado. É claro que não nos desligamos totalmente da missão e para minha aflição nossos inimigos não se convenceram com um simples beijo.

Neji também entendeu isso, pois logo começou a passar as mãos pelo meu corpo. Arrepiei-me na hora. Nenhum homem tinha me tocado daquele jeito. Ele me apertava, acariciava-me, beijava-me. Tinha perdido a noção de tudo, de tempo, de espaço... Aquelas carícias eram boas demais.

Ele beijou meu pescoço enquanto abria a minha blusa livrando-se dela rapidamente. Eu só estava com as faixas que normalmente cobriam meus seios e que logo foram tiradas por ele.

Eu me vi completamente nua aos seus toques. Ele me tocava com extremo carinho, cuidado... Que me fizeram ficar ainda mais apaixonada por ele do que já estava.

Os inimigos já tinha ido embora há muito tempo, mas não conseguíamos simplesmente parar e voltar a dormir. Simplesmente fiz o que minha consciência e meu corpo pediam. A ética que fosse para o espaço.

Logo nos livramos de todas as roupas e o Hyuuga beijava todo o meu corpo, preparando-me para o momento. Ele já sabia que eu não o repeliria. Começou devagar com os movimentos e foi acelerando aos poucos, esperando eu me acostumar totalmente com aquilo, sem me fazer sofrer. Fiquei emocionada com aquele carinho todo. È claro que eu cheguei ao orgasmo antes dele, mas isso não o fez parar. Ele continuou estocando dentro de mim até que ele chegou ao limite e me faz gozar mais uma vez.

- Só isso? – dessa vez foi a Haruno quem interrompeu.

- Acha que passando uma semana naquele lugar ia ficar só numa transa? – sorriu maliciosamente.

- Uau.

As três olhavam boquiabertas para a morena. Nunca imaginaram que o Hyuuga seria tão carinhoso e tão bom de cama.

- Isso é...

- Excitante – a rosada interromepou a morena – Nunca imaginei que por baixo daquela pose de santo tinha um verdadeiro furação na cama.

- Sakura! – exclamou Tenten visivelmente corada.

- Agora é sua vez, testa-de-marquise.

- Eu ainda sou virgem se é isso que quer saber – respondeu impaciente.

- Isso eu desconfiava – Ino continuou perversamente – Agora nenhum garoto te tocou em certos lugares? – perguntou com um sorriso maligno.

- Bem – começou sem jeito – Foi no exame chunnin*.

O queixo das demais caiu. Elas só tinham 12 anos daquela época.

- Naruto-kun* ou Sasuke? – perguntou a Hyuuga triste.

- Sasuke – Sakura ficou mais vermelha que a cor de sua blusa.

- Conte – até Tenten estava interessada.

- Bem – continuava sem jeito – Depois de enfrentar todos aqueles problemas com os ninjas do som, o Sasuke-kun não podia usar o chakra direito. Depois que conseguimos os dois pergaminhos, eu estava ajudando-o a andar. Ele com uma mão em meu ombro e eu com uma na cintura dele. Então para aliviar o clima pesado, eu apertei a bunda dele – baixou a cabeça envergonhada.

- E...? – os dedos da loira palpitavam com a curiosidade, não conseguia imaginar qual seria a reação do moreno.

- Ele desceu a mão até meus seios – continuava de cabeça baixa – E deu o típico sorriso de canto.

As três não conseguiam falar diante da narrativa. Jamais imaginaram que o vingador pudesse retribuir os sentimentos da kunoichi.

- Por que você não vai falar com ele? – propôs a Hyuuga, pois sabia que a rosada ainda o amava.

- Ele não gosta de mim, Hinata-chan – bebeu um gole do chá antes que alguma delas arrumasse outra pergunta constrangedora.

- Ai que você se engana – falou a anfitriã com os olhinhos brilhando – O Sasuke gosta de você, ou acha que ele se esforçaria tanto para te salvar? Ou acha simplesmente que ele não pergunta de você quando estou lá?

- Me diga uma única vez que o Sasuke se importou comigo e não com o bem de uma missão.

- Exame chunnin, floresta da morte... Sakura, quem fez isso com você? Essa frase não te lembra nada não?

- Estou boiando agora – elas deixaram a menina de orbes perolados confusa.

- O Naruto, o Sasuke e o Lee-kun estavam inconscientes e a Sakura-chan estava lutando para protegê-los até que o time da Ino-chan apareceu para ajudá-la. Quando o Sasuke acordou a primeira coisa que ele perguntou foi quem tinha machucado a Sakura daquele jeito – explicou Tenten em poucas palavras.

- Agora é você Hinata – a Haruno mudou o rumo da conversa antes que alguma delas resolvesse aprofundar o assunto.

- Bem, não tem nada demais...

- Vai me dizer que nem ao mesmo beijou ainda? – interpôs a loira.

- O Naruto-kun me beijou outro dia, quando voltávamos de uma missão – disse muito rápido.

- Até que enfim – Sakura ergueu as mãos para o alto, num agradecimento a kami-sama* – E como foi?

- Lindo, romântico, carinhoso, perfeito – a herdeira Hyuuga tinha os olhinhos brilhando e parecia relembrar aquele momento tão fantástico para ela.

- Não pense que vai escapar Ino. Pode contando tudo – a mestra das armas a colocou contra a parede.

- Bem – engoliu em seco – Já que não tem jeito.

Era uma noite anormalmente quente em Konoha. Eu rolava na cama de um lado para outra, quando senti uma presença próxima. Era Shikmaru.

- O que faz aqui no meu quarto?

- Eu não sei.

Ino ficou arrepiada só de lembrar. Tirando que era aquele ruivinho que tanto lhe tirava o fôlego.

- Ótimo – resmunguei irritada – Como se já não bastasse o calor, agora vem você.

- Posso me deitar ao seu lado?

Ele nem esperou uma resposta para se deitar e acariciar meus longos cabelos. Primeiro beijou a minha testa, passou pelo meu nariz até atingir meus lábios e depositar um pequeno beijo.

- E depois? – perguntou uma Tenten curiosa.

- Ele tirou minha roupa, beijou todo o meu corpo e me fez mulher – piscou para as demais – E antes que pergunte o Shikamaru só não é preguiçoso na cama – encerrou com um sorriso. (cansada de fazer tanto hentai* nessa fic x.x)

A pupila da hogake* foi a única que percebeu que o orbe emitiu primeiro uma luz avermelhado para depois mudar para róseo. Sabia que a loira estava mentindo, só gostaria de saber o porquê.

- Nossa – exclamou Hinata – Nunca imaginei que o Shikamaru tivesse essa vitalidade toda (podem ficar tranqüilos, não é ShikaIno xD).

- Nem eu – a morena também estava incrédula.

- Se fosse o Sai eu até entenderia, agora o Shikamaru – zombou a rosada.

- Olha quem fala – devolveu a Yamanaka se fingindo de irritada – Nem transar você transou.

- Porquinha, mulheres virgens hoje em dia é uma espécie em extinção. Só estou esperando o cara certo.

- Leia-se, esperando o Sasuke-kun – completou malignamente Ino.

- E se for, qual o problema?

- Nenhum, Sakura-chan – interrompeu Tenten com um sorriso – Eu também esperaria aquele deus grego – suspirou.

- Vamos mudar de assunto? – propôs a Haruno.

- Olhe a hora – a Hyuuga levantou-se com pressa – Já está tarde, o tou-san* vai me matar – choramingava.

- É mesmo – a mestra das armas consultou seu relógio – Estava muito bom Ino, mas realmente temos que ir.

- Okay, eu acompanhou vocês até a porta.

As três despediram-se rapidamente e cada uma seguiu seu rumo. A anfitriã finalmente pode respirar aliviada. Esperava que ninguém tivesse notado sua mentira, afinal havia prometido ao Gaara que jamais contaria o que houve. Mal sabia ela que essa história ainda lhe renderia maus bocados.

oOoOoOoOoOo

Amanheceu um dia quente e bonito em Konoha. Temari teria que voltar rapidamente a Suna* a pedido de seu irmão. Aproveitava seus últimos instantes na cidade quando ouviu Naruto falar algo com Hinata.

- Você está dizendo que o preguiçoso está com a Ino?

- Isso eu não sei. Mas ela me falou que perdeu a virgindade com ele.

Veias saltavam na testa da loira. Como assim seu "namorado" tirou a virgindade de outra? Tudo bem que eles não tinham nada de concreto, contudo não esperava que ele lhe apunhalasse desse jeito.

- Yoo*, problemática – Nara sorriu ao vê-la sem prestar atenção em sua expressão fechada.

- Eu te mato, bebê-chorão – segurou-o pela gola da camisa – Avise a aquela sua amiguinha que quando eu voltar ela está ferrada! – largou-o violentamente no chão com força.

O moreno não estava entendendo mais nada. O que raios tinha dado na loira? Sabia que ela não era normal, mas não imaginava que fosse tanto assim.

- Ei, ei, o que aconteceu, Shikamaru? – o loiro estava eufórico.

- Não sei, aquela problemática ficou raivosa de repente e falou que ia ferrar com a Ino.

- Eu achei que sei o que aconteceu – disse a Hyuuga baixinho.

- Você é um gênio, Hinata-chan – beijou a bochecha da garota, deixando-a corada.

- Então o que é? – o jounnin* começou a observar as nuvens.

- Provavelmente ela me ouvir falar que você tirou a virgindade da Ino.

- O QUÊ? – Shikamaru levantou-se rapidamente, atordoado com aquela informação.

- Isso que você ouviu. A Ino...

O moreno não ouviu o resto. Saiu à procura de sua companheira. Queria saber por que ela inventou uma mentira daquelas, ainda mais a seu respeito. Encontrou-a na floricultura.

- Yoo, Shika-kun – sorriu para ele enquanto fazia um belo arranjo com narcisos.

- Putz, Ino, você só me mete em encrencas.

- O que acha que eu fiz dessa vez? – continuou a cuidar carinhosamente das flores.

- Falou para suas amigas que nós transamos.

Ela parou na hora. Se isso já tinha chegado nos ouvidos do companheiro em menos de vinte quatro horas não queria nem imaginar em quanto tempo chegaria aos ouvidos da kunoichi de Suna.

- E a problemática quer te esfolar viva.

- Ela já sabe? – engoliu em seco sem saber o que fazer.

- Hai e ela volta em três dias.

- O que eu faço? – estava desesperada.

- Fale a verdade, oras – levantou os ombros em sinal de descaso.

- Eu não posso, por que acha que menti?

- E mais mentiras não vão resolver o problema, pense nisso.

Se mentiras não resolvem seu problema ela teria que fugir e a única pessoa que poderia ajudar nesse intento era sua amiga de cabelos rosados. Foi até o hospital, pois sabia que a encontraria lá.

- O que faz aqui, porquinha?

- Eu preciso urgentemente da sua ajuda – disse muito rápido.

- O que aconteceu?

- Eu estou numa baita encrenca.

- Por um acaso tem a ver com a mentira de ontem? – olhou sério para a amiga, como se a desafiasse a falar a verdade.

- Tudo a ver – confiava na rosada, pelo menos a ela poderia falar a verdade – Não foi o Shikamaru que tirou minha virgindade, foi o Gaara.

O queixo da Haruno caiu. Gaara era outro que ela jamais imaginava dando prazer a uma mulher.

- E por que mentiu?

- Algo a ver com os conselheiros de Suna. Ele me pediu para manter segredo e acabei mentindo ontem a noite – baixou a cabeça envergonhada de seu atos.

- Tudo bem – contornou sua mesa e abraçou sua amiga – É claro que eu te ajudo Ino – as lágrimas rolaram pelo rosto da loira depois disso – Que espécie de amiga seria eu se te abandonasse agora?

- Eu preciso sair de Konoha o mais rápido possível – as lágrimas continuavam a escorrer – Temari quer me matar.

- Quais são suas obrigações?

- Cuidar da floricultura, ajudar no hospital e vigiar o Sasuke.

- Okay, venha comigo.

Puxou pelas mãos para fora do hospital. A Yamanaka só se deu conta de onde iam quando viu os cincos rostos dos hogakes se aproximando. Subiram as escadas, agora calmamente e bateram na porta do escritório do godaime*.

- Entre – a voz levemente embriagada da autoridade penetrou em seus ouvidos.

- Shishou* – começou a rosada com a voz firme – Gostaria de pedir para que Ino fosse em meu lugar na missão de amanhã.

- Por que eu faria isso?

- Ela está com alguns problemas e eu gentilmente concordei em trocar de lugar com ela para que a mesma pudesse espairecer e colocar as idéias no lugar.

- Aceitaria cuidar de Uchiha Sasuke em sua prisão domiciliar? – a Senju bebericava o sake* pensando no inesperado pedido.

- Hai, hogake-sama* – curvou o corpo numa breve reverência.

A Yamanaka estava emocionada com a atitude da amiga. Sabia o quanto era difícil para ela ficar perto do nukenin* e mesmo assim ela propunha se sacrificar para ajudá-la. Abraçou-a fortemente voltando a chorar.

- Tem horas que eu acho que não mereço sua amizade, Sakura-chan.

- Você está me devendo uma, hein? – sorriu para a amiga.

oOoOoOoOoOo

Ino aprontou todas as suas coisas ao anoitecer. Deixou tudo preparado para a manhã seguinte. A rosada estava ao seu lado, lhe dando forças.

- Você não existe, amiga – abraçou-a com força.

- Não deve ser tão difícil vigiar o Sasuke assim.

- A propósito – a loira começou vacilante, fazendo a Haruno ergueu uma das sobrancelhas – Eu fiquei de fazer o jantar. Não que o Sasuke aprecie, mas...

- Não acredito que nem agradar um homem você consegue – debochou Sakura.

- Então tente agradar o cubo de gelo – devolveu emburrada.

- Se eu conseguir você cobre meus turnos por uma semana.

A Yamanaka somente concordou porque achou muito improvável que a amiga conseguisse completar o desafio. Assim que chegaram a mansão recepcionadas por uma ruiva mal-humorada.

- Vejo que trouxe uma amiguinha, hoje, loira de farmácia.

A pupila da godaime riu com gosto da piada de Karin, fazendo a loira emburrar e todos ficaram impressionados com a atitude da recém chegada.

- Tem certeza que ela não aprendeu com o Gaara?

- Você ainda se lembra disso?

- Como vou esquecer se você chamou o kazekage* de foguinho? – ainda soltava risadinhas.

- E você é uma flor destrambelhada – tornou a ruiva, tentando irritar a rosada.

- O que vem de baixo não me atinge, mal-amada.

Agora foi a vez de Juugo e Suigetsu rirem. Ninguém tinha tratado Karin daquele jeito. Chegava a ser hilário.

- Qual o seu nome, hime*? – perguntou um Suigetsu galanteador.

- Encoste um dedo na Sakura e eu mesmo faço questão de te matar – o sharingan ativo não deixou dúvidas que o moreno realmente seria capaz de cumprir a ameaça.

- Você a conhece? – a ruiva estava irritada.

- Claro, ela era minha companheira de time.

- Esqueceu do irritante, não é mesmo, Sasuke-kun? – o sufixo veio acompanhado de um tom irônico.

- Você deixou de ser irritante a muito tempo, Sakura.

- Olha, não é que você deixou de ser monossilábico?

- É... testuda – a loira tentou quebrar aquele clima tenso – Vamos lá fazer o jantar. Embora eu nunca acerte a comida que ele goste! – mordeu a língua.

- Minha comida preferida continua a mesmo.

- Eu nem sei qual é! – a Yamanaka estava confusa.

Sakura somente a puxou para a cozinha e começou a preparar o jantar, pontuado por comentários irônicos da amiga. Em menos de uma hora tudo estava posto em cima da mesa e todos sentados em volta da mesma.

- Isso tem tomate demais – implicou Karin.

- Ninguém está te obrigando a comer – a Haruno serviu todos da bela refeição e começou a degustar.

- Acha que vou comer isso? – até mesmo Ino duvidava da capacidade de Sakura.

- Melhor que sobreviver a base de ramen – o Uchiha já estava quase terminando seu prato – Continuava maravilhoso como sempre.

As duas kunoichis fuzilaram a rosada com um olhar. Já haviam tentando conquistar o paladar do moreno a muito tempo e a Haruno numa única refeição conseguiu isso.

- Onde aprendeu a cozinhar assim? – perguntou a loira depois de saborear a comida.

- Tenha Naruto como parceiro de time e qualquer um aprende.

- Concordo plenamente – apoiou o nukenin, sorrindo para a garota, o que fez Karin a fuzilar com os olhos – Melhor do que comer ramen em todas as refeições do dia.

- Eu nunca vi o Sasuke-san* assim – comentou Juugo – Ele até parece mais feliz depois que você chegou.

A pupila da godaime corou na hora e o moreno virou o rosto levemente contrariado. Odiava admitir, mas era nostálgico ter a Haruno perto de si.

Enquanto Ino e Karin cuidavam da louça, a Haruno estava escorada na janela observando o céu noturno.

- Por que está aqui hoje se eu sempre pedia para a Ino te trazer e você sempre recusava? – o Uchiha a abraçou por trás, impedindo-a de fugir.

- Ela nunca me falou nada – tentava ignorar os efeitos que o nukenin causava em seu corpo – Pode me soltar, onegai*?

- Primeiro escute tudo que eu tenho para te dizer depois eu te solto, okay?

Mesmo que dissesse que não quisesse escutar o moreno continuaria. Decidiu por fim ouvir o que ele tinha a dizer.

- Primeiro eu nunca esqueci vocês.

- Quem está incluso nesse "vocês"?

- Naruto, Kakashi e principalmente você – vendo reclamar, colocou um dedo sobre seus lábios, impedindo-a – Mesmo que eu escolhesse ficar, o Orochimaru ia atrás de mim e me forçaria a ir para Oto. Era uma questão de tempo. Eu não poderia deixar ninguém matar minha nova família, nem ele nem Itachi.

- Por que não voltou quando matou o seu irmão?

- Porque o Itachi era inocente – suspirou ressentido – Bem, resumindo. O alto escalão do clã estava organizando um golpe de estado contra Konoha utilizando as informações de Itachi dentro da ANBU. Para não ver um massacre contra a vila, meu irmão preferiu matar todo o clã e impedir uma guerra – uma única lágrima escorreu pelo rosto do moreno e foi parar nos ombros de Sakura.

Ela se virou na hora e secou-a com as pontas dos dedos. Agora sim conseguia entendê-lo. Imaginava o quanto deveria ter sido doloroso para ele ver seu irmão se sacrificar para o bem de toda a vila.

- Então você matou os conselheiros para vingar o Itachi? – ele confirmou com a cabeça – Por que a shishou não te jogou atrás das grades?