Disclaimer: Nada me pertence. E Mark Zusak é bom demais pra que qualquer fic fique decente.
Agir e Rudy Steiner
Quando Liesel Meminger chegou na rua Himmel, era só uma formiga em meio a segunda guerra mundial com palavras tentando entrar sorrateiramente por todos os poros através de livros roubados. Rudy Steiner era um notável cretininho audacioso que era negro como Jesse Owens ao tentar ganhar um beijo da fabulosa vizinha nova e era de olhos azuis esbugalhados e cabelo cor de limão ao salvar um livro no meio d'água. Era notavelmente mais heróico quando esquecia de fantasiar-se.
Apesar de sabido que a única coisa pior do que um menino que detesta a gente é um menino que ama a gente, Rudy Steiner tornou-se o melhor amigo da roubadora de livros e eventual parceiro no crime.
Liesel, entretanto, não entendia bem o porquê de Rudy ter aquela estranha mania contagiante de trocar palavras por gestos. Fosse no jeito que roubava frutas ou que doava pão, no sorriso irregular ou nas peças que pregava, Rudy Steiner era todo gestos.
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- Você falou de mim pra ele?
(Eu salvaria vinte livros mesmo que não ganhasse um único beijo, saumenschzinha)
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Suas palavras não foram capazes de segurá-la antes que ela fizesse a besteira (na sua opinião) de correr atrás de um judeu, naquele momento, qualquer; mas as lágrimas e saliva e socos eram perfeitamente capazes de segurá-la no chão até que tudo acabasse e só restassem os corpos entrelaçados na rua.
Quando batia durante três dias na casa de uma menina que roubava livros terrivelmente abalada pelo sumiço de um judeu, o qual ele nem sabia da existência, perguntava se ela ainda estava doente (Na verdade queria dizer que tudo estava ruim e continuaria pior, mas que ele estava lá por ela, de qualquer modo).
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- É claro que falei de você com ele.
(Obrigada, Rudy. Por tudo. Por ter me ajudado na rua, por ter me feito parar...)
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(Liesel queria uma borracha, mas não tinha certeza de como a usaria. Talvez apagasse as palavras e colocasse gestos no lugar, ou mesmo poderia substituir por outras palavras quaisquer para poder dizer que o amava tanto, tanto ou que a beijasse logo porque Jesse Owens teria perdido muitas corridas se fosse lerdo daquele jeito, saukerl).
Foi engraçado que Liesel não tenha reconhecido um antigo gesto de Rudy na última vez que o viu. Não viu que ele cruzava os dedos na mesma expectativa doída de quando tinha tentado vencê-la em uma corrida em um campo lamacento. Só ouviu o saumensch, antes de entrar na própria casa, que até parecia carregar um pouco de afeto. De qualquer forma o fantasma do pequeno Steiner até esquecia-se de roubar beijos imaginários e intangíveis nos sonhos que tinha até que uma, duas, três páginas de um livro qualquer a fizessem esquecer de tudo, quatro, cinco, seis, e voltasse a dormir.
(A amizade de Liesel e Rudy cabia toda assim num espaço contido entre parêntesis de palavras não ditas)
N/A – Eu não acho essa fic digna (parece não fazer muito sentido, além do título podre, HAHA), mas senti saudades de postar aqui de modo que a vontade (ou fogo no rabo, como bem colocaria minha mãe) foi maior. *Moscas fazem OWNNN, também sentimos sua falta, dá cá um abraço, parceira*