N/A: Esta foi a minha 1ª fic Robsten e muito especial para mim...
Quem gostar, deixa review :)
Bjs, K.
" Eu o conhecia desde... sempre. Ele era o melhor amigo do meu irmão, e até poucos meses atrás, era apenas o homem dos meus sonhos. Agora, ele tinha se tornado o objeto de desejo de milhares de mulheres. Como se antes disso tudo já não fosse difícil conseguir sua atenção... "
Música tema:
Sixpence None The Richer - Kiss Me.
Robert era exatamente como toda mulher sonhava. E toda mãe também. Quem resistia àqueles olhos verdes, àquela boca perfeitamente desenhada e que entortava de propósito quando ele queria, àqueles cabelos milimetricamente desalinhados e àquela voz que levantava até defunto? Bem, que era eu para não sonhar também. Provavelmente era sonho, pois nesse exato momento, ele estava saindo do mar, passando a mão nos cabelos molhados e vindo na minha direção, com o sorriso mais maravilhoso do planeta.
- Sentiu saudades?
- Muita!
Robert me abraçou e aproximou seu rosto do meu. Eu abri a boca para beijá-lo e ele me sacudiu.
- Kristen! Acorde!
Eu abri os olhos assustada, vendo o rosto carrancudo da minha mãe me fitando.
- Já acordei. Obrigada.
- Qualquer dia desses eu vou deixar você dormindo o dia inteiro! Que mania horrível de não colocar o despertador para tocar...
Dormindo o dia inteiro, era sinônimo de sonhar com Robert o dia inteiro. Ah... eu poderia sobreviver à isso.
- Bom dia...
- Boa tarde, você quer dizer?
Minha mãe me tirava o humor, sinceramente. E daí que eu dormia demais? Ela não se tocava que eu não tinha mais aulas? O que adianta terminar o colégio e não poder dormir até tarde?
- Vai de panquecas?
Sentei-me na mesa da cozinha e olhei torto para o fogão.
- Acabei de acordar, mãe. Não desce nada por enquanto.
- Sério Kristen, você vai pegar uma anemia com essa frescura!
Ela empurrou um prato e jogou uma panqueca nele.
- Coma.
Era legal comer por livre e espontânea... pressão. Resolvi tocar no assunto de maior interesse meu nos últimos meses.
- Então... falou com Tom hoje?
- Falei. Ele vai te buscar no aeroporto. Só falta combinar o horário.
Maior felicidade da minha patética vida. Eu tinha me formado no colégio e implorei para meus pais me deixarem ir morar em Los Angeles com meu irmão, Tom Sturridge. Minha intenção era fazer teatro por lá e claro, se por algum milagre os santos forem bons comigo, esbarrar no meu sonho-de-consumo-Robert pela cidade. E daí que eu iria me mudar para o outro lado do país? Eu ficaria longe dos meus amigos e dos meus pais, tudo bem. Mas eu ansiava em colocar os pés em Los Angeles. Fora o fato de estudar teatro, que sempre amei desde criança. Foi um tanto difícil convencer meus pais da minha escolha profissional. Minha mãe me queria médica e meu pai dizia que eu tinha cara de advogada. Faça-me o favor!
"Você é toda tímida!"
" Você é uma mosca-morta Kristen..."
"Atriz? De que? Fantoches?"
Isso mostra como eu não tinha o mínimo de incentivo da família. Meu irmão era o único ser que aceitava minha escolha e me deixava à vontade com isso. Bem, ele já estava acostumado eu acho. Ele e Robert eram amigos de infância, e Tom esteve presente em diversos momentos da vida de Rob. Mesmo antes dessa fama absurda, Rob era reconhecido na rua de vez em quando (raramente).
- Alguém aí? Ou viajou para o mundo da lua?
- Estou aqui, mãe. Só estava pensando.
- Como sempre...
- Vou tomar banho.
Aproveitei meu momento a sós para pensar novamente nele. O mais patético de tudo, era o fato de eu ter virado uma fã histérica. Qual pessoa em sã consciência, vira fã obcecada de um cara que ela conhece desde pequena? Tipo... não é como se eu não tivesse contato com ele. Eu tenho! Ou tinha. Mas Robert era meu amigo! Do meu irmão, para ser mais exata. Mas mesmo assim. Saí do banho e conferi pela milésima vez todas as minhas malas para ver se não esquecia de nada. Sentei na cama e dei uma olhada geral pelo quarto onde eu vivi por 18 anos. Que se dane, eu não sentiria saudades desse cubículo. Ouvi uma batida na porta e logo depois meu pai botava a cabeça para dentro do quarto.
- Ainda dá tempo de voltar atrás...
- Obrigada pelo aviso, pai. Mas eu não vou amarelar.
Ele sorriu e pegou minhas malas, levando para a sala. Minha mãe já estava chorando, credo!
- Mãe, eu não vou mudar de continente... apenas de estado, ok?
- Já sinto saudades do meu bebê!
Ela me esmagou nos braços e me molhou com as lágrimas que jorravam dos seus olhos.
- Certo... mãe, vou acabar perdendo o vôo desse jeito.
- Tudo bem, você tem que ir.
Ela não quis me levar ao aeroporto, dizendo que era sofrimento demais me ver partir. Sim, minha família era dramática. E depois não entendem por que eu queria ser atriz. Fui me despedindo da cidade enquanto meu pai dirigia. Era tudo tão conhecido... e eu ia para um lugar um pouco maior. Na verdade, bem maior. Antes de entrar pelo terminal, meu pai me abraçou e me levantou no colo.
- Pai, estamos em público!
- Deixa eles olharem.
Ele me deu um trilhão de beijos e me soltou.
- Juízo Kris. Ligue quando chegar, ok? E obedeça seu irmão.
- Entendido. Posso ir?
Ele beliscou minha bochecha, uma mania que eu odiava.
- Bom vôo.
- Obrigada.
Eu virei as costas e entrei no terminal. Já estava lá dentro do corredor quando me virei e vi meu pai enxugando as lágrimas. Eu sorri e acenei.
- Te amo!
Sentei na minha poltrona e coloquei meus fones de ouvido. Ouvir Sixpence None The Richer enquanto pensava nele, era reconfortante. Eu podia colocar a música no repeat umas vinte vezes que nunca cansava. Nem senti demorar, pelo contrário, o vôo foi super rápido. Peguei minhas tralhas que não quis despachar e saí do avião. Fiquei um século esperando as malas aparecerem na esteira maldita e então saí.
"A atriz mais foda do país"
Era com essa placa ridícula que Tom me esperava na saída do portão 2. Eu não consegui segurar a risada. Nem o choro, já que faziam meses que não nos víamos.
- Hey pequena!
Ele me girou quando eu pulei no seu colo. Eu era simplesmente louca pelo meu irmão. Ele não era aquele irmão mais velho que enchia o saco, nem pegava no pé. Pelo contrário, nós sempre fizemos tudo juntos, ele sempre foi meu melhor amigo, meu confidente para todas as horas. Desde que Tom veio para Los Angeles, que eu sentia um pedaço de mim faltando. Mas que agora tinha voltado ao lugar de origem.
- Nossa Kiki, você está gigante!
- Menos Tom... menos.
- Ok. Você não cresceu nada. Que saco hein...
- Você continua engraçado.
Nós andamos pelo saguão do aeroporto e eu via as mulheres me olharem com inveja. Verdade, meu irmão era lindo, podem babar. Eu adorava brincar com elas e deixá-las com raiva. Soltei o rabo-de-cavalo e falei alto, abraçando meu irmão.
- Ai amor, como eu senti sua falta!
Uma delas deu de cara na porta de vidro quando passou por nós.
- Você sabe que isso é maldade, né?
- O que?
- Essa brincadeirinha...
- Sei. Mas eu gosto e me divirto.
Ele riu e tirou a chave do bolso, apertando o alarme. Uma Land Rover piscou os faróis.
- O que é isso? Roubou de onde?
- Não roubei!
- Tudo bem. Desde quando você tem dinheiro para comprar um carro desses?
Ele guardou minhas malas e entrou no carro.
- Não é meu. Rob me emprestou.
- Rob?
- Pattinson, Kristen!
- Ah sim.
Como assim? Ele estava andando com o carro do Robert? Então... eles estavam se falando frequentemente? Eu ia enfartar.
- Legal o carro. Quando você for devolvê-lo eu posso ir junto?
- Acho que não é preciso... já que nós moramos no mesmo lugar.
Parou tudo. Eu tive calafrios.
- Mesmo... lugar? Tipo, mesmo prédio?
Era sorte demais.
- Não. Mesmo apartamento.
Mesmo apartamento. Mesmo apartamento. Eu fiquei repetindo aquela frase na minha cabeça. Eu não podia morar no mesmo apartamento dele. Eu simplesmente surtaria por completo e ele perceberia a pessoa insana que dividi moradia com ele.
- Desde quando? Vocês... moram juntos?
- Não fale assim, porque fica homossexual... eu divido o apê com ele. Só. Sei lá, tem uns três meses.
- Três meses? Três? E você o que? Esqueceu de me contar?
Tom riu do meu desespero. Era divertido para ele.
- Relaxa Kiki. Robert não vai te morder.
- Péssimo trocadilho, você sabe!
- Olha só Kris... controle-se. Apenas isso.
Eu realmente tentei me controlar. Mas era tipo... impossível.
- Eu não... esperava por isso.
- Mas eu não entendo. Você não é apaixonada por ele? Por que o estresse?
- Sh! Ficou louco?
- O que?
- Como você fala isso com tanta naturalidade? Tom, não é para espalhar, ok?
- Não é?
- Não! Me deixa sofrer em paz.
Nós paramos em frente a um prédio de dez andares.
- Estamos na cobertura. Vamos?
- Ele está em casa?
- Não. Acho que tinha uma entrevista.
Menos mal. Eu teria tempo para me preparar. Hum, eu poderia sobreviver ao fato do apartamento ser... Um imã de mulheres. Além dos aparelhos eletrônicos de última geração, das luzes no teto colocadas estrategicamente e do bar recheado de bebidas, o resto era um ambiente normal.
- Nossa! Elvis mora aqui?
- Elvis?
- Esquece.
- Você e seu humor-negro Kiki...
Humor, sei. Tom levou minhas malas pelo corredor e eu o segui.
- Apesar do apê ser grande, ele só tem dois quartos. Então nós transformamos o escritório num quarto para você.
- Sério? Não precisava... eu podia dormir... sei lá. No sofá.
Ele sorriu.
- Não... Rob costuma chegar de madrugada e às vezes se jogar pelo sofá mesmo.
Eu odiei meu irmão com todas as forças, por ter feito um quarto para mim.
- Legal.
Fingi emoção e entrei suspirando e fazendo "oh" no quarto.
- Aqui do lado é o do Robert e no final do corredor é o meu.
- Certo.
Ou seja, do meu lado, ele. Eu não conseguiria nunca esquecer esse fato. Em menos de uma hora em Los Angeles, eu já estava pirando.
- Kiki!
Tom bateu na porta e entrou no meu quarto-escritório.
- Preciso dar uma saída rápida! Você consegue ficar viva até eu voltar?
- Acho que sim. O fogão é elétrico?
- Muito engraçada.
- Que pergunta besta, né? Acha que eu vou cair da janela?
- Bem... não. Mas considerando seus dotes culinários, eu gostaria mesmo que você mantivesse distância da cozinha.
Até parece que eu ia me atrever a cozinhar. Aproveitei meu momento sozinha e fui tomar banho, já que eu não fazia isso desde... a noite anterior. Abafa. Saí do banho e liguei o som da sala alto, na minha música preferida atualmente. Aquilo é que era som decente. Coloquei no último volume, fui para o quarto e vesti uma camiseta preta que batia no meio das coxas. O melhor de estar sozinha em casa, era poder cantar feito louca à vontade. Coisa que eu não podia fazer com meus pais no mesmo ambiente. Eu estava ajoelhada no tapete da sala, fingindo tocar guitarra, quando senti um vulto atrás de mim. Me virei devagar, já esperando pelo que ia ver.
- Oi.
OMG ele falou comigo. Responde imbecil.
- Oi.
- Nossa, você cresceu!
- Aham. Né?
Né? Né? De onde veio isso? Mais fácil cavar a própria cova! Eu levantei, catando do que sobrou do meu orgulho. Ele estava sorrindo para mim.
- E então? Não ganho um abraço, nada do tipo?
- Ganha...
Eu abraçei ele rezando para não apertá-lo demais.
- Nossa Kiki... quanto tempo! Não nos vemos há o que? Uns três anos, né?
- Quatro anos e seis meses.
Ele ficou surpreso. Eu também. Surpresa com o quanto eu era retardada. Cala a boca Kristen.
- Ok, não sabia que estava contando.
- Nem eu. Na verdade nem sei de onde tirei isso. Acho que chutei uma data qualquer.
Parei de falar. Foi muito? Ele estava rindo e mexendo no cabelo.
- Certo.
Silêncio constrangedor. Legal.
- Tom teve que sair.
- Ele faz isso de vez em quando...
Ele estava me zoando? Era isso? Mordi os lábios para não dar uma resposta atrevida.
- Então, teatro, né? Vai ser colega de profissão?
- Acho que sim.
- Se tivesse decidido isso antes, podia ter sido a Bella do filme.
Isso é sacanagem comigo. Ele era mau.
- Pois é... não deu.
O celular dele tocou e ele atendeu. Rob tampou o aparelho e falou comigo.
- Tenho que atender. Já conhece tudo aqui, né? Qualquer coisa me chame.
"Fala! Qual a boa de hoje?"
Ele saiu e me deixou babando por ele. Eu ia sofrer horrores morando ali. Já previa altas noites de insônia esperando Robert chegar das noitadas. Resolvi voltar para meu quarto-escritório e no caminho ele me sai do quarto dele sem uma maldita blusa. Ainda falando no telefone, claro. Mas precisava mesmo, andar sem blusa pela casa? Eu me encostei na parede para não desmaiar e ele passou por mim. Ah seu eu te pego Robert...