Título: Since You've Been Gone

Autora: Nah

Casal: Reita x Ruki

Gênero: Romance/Drama/Universo Alternativo

Sinopse: E ele sabia que se pudessem voltar atrás, tudo seria do mesmo jeito. Os sorrisos e as discussões seriam iguais. O ciclo vicioso de sempre, o interlúdio antes do fim.

Disclaimer: São meus sim e eu uso e abuso deles, okay? /brinks. Mas a fic sim, então nada de plágio ou publicar em outro lugar sem a minha devida autorização.


Since You've Been Gone

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Takanori abriu a porta do apartamento, suspirando pesadamente assim que deu o primeiro passo e entrou, largando a pequena mala no chão e tirando os sapatos.

Ele ainda podia sentir o cheiro familiar presente no local. Uma peça cruel que seu cérebro insistia em pregar.

Trancou a porta e andou a passos lentos, sem realmente focar sua atenção em nada, evitando as lembranças.

Quase um mês sem aparecer ali e mesmo assim tudo ainda era tão vivido em sua mente. Mesmo sem as fotos nos porta-retratos. Sabendo que não encontraria as roupas espalhadas pelo chão do quarto. Sem ele.

Respirou fundo, tentando dissipar o bolo em sua garganta, os lábios já trêmulos enquanto se recordava dos seus erros. Cada erro que os dois cometeram juntos, em meio as palavras de amor e as trocas de carinhos. Os momentos partilhados. As palavras ditas na intenção de machucar.

E ele sabia que se pudessem voltar atrás, tudo seria do mesmo jeito. Os sorrisos e as discussões seriam iguais. O ciclo vicioso de sempre, o interlúdio antes do fim.

Talvez eles tivessem se afogado no amor que sentiam, cobrando demais um do outro, buscando algo que já lhes pertenciam, até finalmente se desgastarem na procura incessante.

Ainda segurando as lágrimas, sentou no sofá, uma das mãos percorrendo a almofada ao seu lado enquanto a memória vívida do namorado entrando na sala, resmungando sobre a falta de camisas limpas passava como um filme em sua mente.

E quando saiam de manhã cedo para pegarem o metrô em direção a Shibuya, ambos sonolentos e de mãos dadas. A forma perfeita dos seus dedos entrelaçados ou o jeito que o outro dizia que iria buscá-lo no trabalho para almoçarem juntos.

Ou quando os sonhos que tinham construídos começaram a desmoronar com as acusações de traição, com os diálogos escassos quando resolviam que não valia a pena discutir. Quando decidiam engolir as mágoas ao invés de expô-las, deixando que os machucados não curados se abrissem na primeira oportunidade.

Mas era tão mais doloroso estar sem ele, lutar contra as lembranças, conviver com a dor de estar sozinho e se conformar em ser consolado pelas lágrimas quentes, enquanto seu peito comprimia dolorosamente e sua garganta sufocava.

Nunca era o suficiente.

Abraçou a almofada macia contra o peito, afundando o rosto e abafando os soluços, se entregando ao já tão conhecido desespero que o assolava ao se dar conta da sua realidade.

Ele só queria mais uma chance. Nem que tivesse que repetir tudo de novo, dizer e ouvir as mesmas palavras. Mesmo que a dose de alegria e decepção fossem as mesmas.

Então aquela vontade só aumentava ao sentir o perfume impregnado na almofada. Mais um fruto de sua imaginação, assim como os fantasmas dele que via passando pelos cômodos do pequeno apartamento, relembrando o cotidiano que dividiam.

E sem pensar muito, estendeu as mãos trêmulas, assim como os lábios agora molhados pelas lágrimas, desejando apenas aliviar a dor. Discou os números que já sabia de cor ao pegar o telefone, três dedos comprimindo os lábios para acabar com os soluços que ecoavam na sala, enquanto o telefone chamava, uma, duas, três...

- Reita... – murmurou, a voz saindo cortada e embargada. – Volta pra casa...