Trago mais uma história, um pouco diferente, mas como sempre... de coração... bjs
Pure Blood
Meados dos anos de 1830, Gendarmenmarkt em Berlim, duas belas jovens eram assassinadas brutalmente, seus corpos mutilados e seu coração arrancado.
Suspeitos?
Seres noturnos que vagavam pelas sombras da noite.
No mesmo dia, detetive Alphonse corria de um lado para outro e mais uma vez nada foi esclarecido.
Em outro canto da cidade, não propriamente nessa época, um jovem apreciava a noite e seus mistérios, sentado em sua cadeira de veludo vermelha, em sua volta, repleto de quadros e moveis antigos, tudo muito requintado, e em suas mãos, um cálice quente.
Conversava e lembrava consigo mesmo como se fosse outro espectador ouvindo, toda a noite fazia isso, seu tom sempre frio, sedutor e extremamente sádico e sarcástico.
Como ele era idiota, pensava que algum dia poderia pegar os autores daquela linda e maravilhosa cena. Ainda sinto o gosto de seus líquidos espesso e açucarado em minha garganta...
Ahhh... e como é linda aquela cor... tão viva..., uma vibração que faz meu coração frio se aquecer. E o melhor? Os rostos delicados daqueles seres pedindo por misericórdia. ... adorados seres...
É... mais nem sempre foi assim, quer dizer, isso era antes de eu conhecer meu traidor. Não proclamo seu nome, é sujo.
Lembro-me perfeitamente como fosse hoje...
Era baile de primavera em L'aqua, uma antiga casa de festas da cidade, mulheres exuberantes se exibindo como as flores que ali brotavam. Eu como um belo anfitrião, não perdia essas festas e muito menos os comes e bebes se é que os senhores e damas me entendem.
Ela estava ali, parada no canto mais escuro, como se pedisse por aquilo, por senti minha boca demasiadamente em seu lindo e perfumado pescoço. Usava um belo colar de perolas, cabelos longos soltos ao vento e olhos penetrantes da mais bela cor... vermelho.
Não perguntei seu nome, afinal já sabia me aproximei sedutoramente, posso parecer um tanto presunçoso, mas isso é uma característica de minha espécie, não sou assim porque quero e sim porque sou.
Cai em gargalhada com meus próprios pensamentos.
Como consigo ser tão cético a mim mesmo, na verdade sempre fui um conquistador, e que homem nunca foi ou será?
Adoro sentir aquelas curvas em seus corpos, o quadril levemente mexendo... Hum... como gosto de quando se mechem, lembra uma perfeita orquestra tocada por anjos. Anjos que transpiram medo e desejo, desespero e dor.
Mas volto de meus devaneios para o dia que fui empunhalado. É engraçado, mas sentia certa admiração pelo rapaz, era um simples humano, um mero na verdade. Mas tínhamos muitas coisas em comum. Uma delas o gosto pelo sangue. Evidentemente não era apropriadamente o mesmo gosto, mas, ele um assassino e minha graça um perfeito vampiro. Disse vampiro? Oh por favor, não me julguem mal, mas acho que estou mais na casa de um Deus? Tudo bem estou um pouco longe disso, ainda mais que não devo fazer parte da lista de presentes e milagres que ele supostamente diz a entregar.
Mas como dizem os capitalistas, cada um com seu cada um.
Volto ao meu pequeno atormento, ou diria... atormentada.
A música daquela local já não suava tão alta, estava mais perto de sussurros. Aproximei e para meu próprio espanto nem precisei usar de minhas "técnicas", aproximou-se mostrando seus toques femininos, suas terríveis e perigosas armadilhas para capturar sua presa.
Não estou falando de mim, e sim dela...
Kagura era uma mulher que todos os homens deitavam, mas nunca dormiram. Era do tipo, nascida para apenas um.
Vocês devem esta me perguntando, então você foi escolhido?
Longe disso, pois quem escolhe aqui sou eu, e ela apenas facilitou o meu caminho.
Olhava em meus olhos e com um delicado dedo me chamou. No momento muitas mulheres olharam, mesmo estando longe, seguiam seus olhares de fúria. Não as culpo por eu ter lindos e sedosos cabelos prateados, um corpo de fazer inveja em Hércules, olhos profundamente dourados e para toque especial de minhas belas marcas em minha face perfeita.
Ahh... quando chegamos à parte mais escura, não conhecia esse lado das mulheres, claro que existem os respeitáveis prostíbulos, ou como preferir bordeis. Mas nunca uma mulher de brasão.
Mesmo no escuro meus olhos brilhavam mais, percebi seu fascínio por eles. Esperava conversarmos, mas cadê vez, me surpreendia mais. Puxou-me pela gola do belíssimo, sobretudo de veludo negro. Vocês devem pensar que não sinto frio, mas estão enganados, o frio me acompanha desde que nasci nas sombras. Mas meu toque aveludado não servia apenas para aquecer-me, mas para dar a ilusória sensação de proteção que esses seres femininos tanto buscam. Afinal aqui em Berlim o tempo colabora... e muito
Como uma presa no cio, roçava seus lábios quentes e mordiscava lentamente, enquanto deslumbrava meus olhos, eu permanecia quieto, apenas observando como um verdadeiro caçador. Beijava a extensão do meu pescoço descoberto por suas mãos, não nego nessas horas me sentia vivo,... e quem não sentiria?
Ouvia seu coração pulsando e sua respiração em minhas orelhas, o ritmo era rápido, acordando e borbulhando meu ser interior.
Seu cheiro... Inalava rosas, mas o que me prendia era a essência da vida que corria em suas veias, essência essa que meu corpo pedia desesperadamente.
Deixe-a brincando com meu corpo, entrei na brincadeira... Era gostoso. Passei minha mão gélida em sua pele macia e viva, senti arrepia – lá, e um baixo gemido ser pronunciado. Minha boca seca passava o úmido de minha língua em seu ombro, aquilo me deixava tonto. Imprensei em uma das arvores que havia ali, estávamos em um bosque, isso mesmo, um bosque... lindas flores por sinal...
Minha mão mantinha contado ainda com a pele da jovem, na verdade dos belos seios... ainda não tão belos, faltava algo, sim um toque, que não demorou eu dar, um leve risco com minhas garras e pronto, estavam belos... Seu vestido uma hora branco, agora adquiria meu tom.
Me incentivem, deixem reviews! :D
Bjss
