Ato V

Cena I

Entra Joe Chill segurando uma carta. Depois Batman.

JOE – Estranho... Recebi esta carta de um tal Fósforos Malone, pedindo que eu o encontrasse aqui neste beco para receber detalhes de uma investigação... Espero que não seja nenhum tipo de emboscada...

BATMAN, entrando – Boa noite, Chill.

JOE – Ah, é você... Hei, por que quis me encontrar aqui, a sós? Não deveria ter chamado o Gordon também?

BATMAN – Você não reconhece este lugar?

JOE, olhando ao redor – Não me lembro de nada peculiar... Por quê?

BATMAN, agarrando Chill pela roupa – Você assassinou meus pais aqui, na minha frente, vinte anos atrás, seu desgraçado! Eu era apenas uma criança!

JOE – Eu matei seus pais, hem? Olhe, eu já fiz vários serviços para mafiosos, então me desculpe se eu não lembrar bem quem foram seus pais e...

BATMAN – Você não se lembra, Chill? Pois eu nunca mais esqueci seu rosto, e só continuei vivendo para um dia poder me vingar, minha existência se resumiu a aguardar este momento! (Solta Joe).

JOE, ajeitando a roupa – Então você vai me matar?

BATMAN, sacando o revólver – O que acha?

JOE – OK, então... (Fica de joelhos diante de Batman). – Vá em frente! Mas eu duvido que você tenha coragem! (Batman permanece cerca de um minuto mirando em Chill, uma música de suspense tocando ao fundo. Porém ele realmente não consegue disparar). Estou certo, não é? (Finalmente ouve-se um tiro, Joe caindo morto. Batman olha confuso em volta, já que não foi ele quem apertou o gatilho).

BATMAN – Mas o quê? Quem...

Cena II

Entra Coringa, soprando o cano de sua arma.

CORINGA – Já que não teve coragem, eu fiz o trabalho sujo por você, Morceguinho!

BATMAN – Você!

CORINGA – Devia estar feliz em me ver, afinal eu realizei o que você não foi capaz de realizar... (Gargalha). Cheguei a pensar que fosse algum policial que desistiu de lutar contra os criminosos usando farda e resolveu apelar para um disfarce mais exótico, porém agora percebo que é apenas algum figurão traumatizado empreendendo sua vingança pessoal... Não conseguindo nem ao menos concluí-la!

BATMAN, baixando e balançando a cabeça – Não, eu não falhei... Agora compreendo, não foi para isto que eu me tornei o Batman...

CORINGA – Não consegue nem tirar uma vida, puxar um simples gatilho... Você é mesmo uma desgraça!

BATMAN, gritando – Não! (Atira a arma longe e agarra Coringa pelo terno). Eu não sou uma desgraça. Eu sou a vingança... Eu sou a noite... Eu sou aquele que encherá de medo os corações de todos que fizerem mal a inocentes... Eu sou o Batman! (Ao som de trechos da trilha já utilizada na Cena IX do Ato III, Batman desfere uma seqüência de socos no oponente, que acabam por derrubá-lo desmaiado sobre o palco).

Cena III

Entra Mulher-Gato.

MULHER-GATO – Você tomou a decisão certa. Estava escondida e acabei ouvindo tudo.

BATMAN – Eu quase... Matei um homem...

MULHER-GATO – Vou abrir o jogo com você: eu e o Coringa planejávamos matar você esta noite, e esta seria a oportunidade perfeita. Você está abalado emocionalmente. Porém não farei nada.

BATMAN – E posso saber o porquê?

MULHER-GATO – Suas intenções são nobres, sua cruzada é válida. Gotham precisa de você, e não vou impedir isso.

BATMAN – Mas e quanto a você? É uma ladra, e conseqüentemente estamos de lados opostos!

MULHER-GATO – Eu continuarei ganhando a vida como costumo ganhar... Nossos caminhos acabarão inevitavelmente se cruzando, mas confesso que isso não será de todo ruim. Boa sorte, Morcego, nós nos vemos por aí!

BATMAN – Hei, espere! (Sai a Mulher-Gato). Mulheres...

Cena IV

Entram Gordon, Montoya e alguns policiais.

GORDON – O que houve aqui?

BATMAN – O Coringa matou Chill, porém consegui detê-lo. (Dois policiais algemam Coringa, que acorda zonzo e é tirado de cena).

MONTOYA – É provável que Joe tivesse informações sobre a gangue dele também, por isso foi apagado... Mas você está bem?

BATMAN – Estou, eu acho...

GORDON – Então finalmente pegamos o palhaço das cartas-coringa... Mas você parece tenso, aconteceu algo mais?

BATMAN – Tenente... (Batman aproxima-se de Gordon e coloca uma das mãos em seu ombro). Deste dia em diante, sempre que a polícia de Gotham precisar de auxílio, quero que vocês me chamem de alguma maneira. O crime nesta cidade deve ser detido, e quero dar o máximo de mim com esse objetivo!

GORDON – Eu já havia pensado nisso, e deixei algo preparado... É uma espécie de sinal, com o qual possamos chamá-lo sempre que necessário! (Do fundo do teatro, um holofote contendo o emblema de um morcego no centro é ligado e projetado sobre o palco. Trechos do "Tema do Batman" são tocados).

BATMAN – Eu estarei sempre atento para o céu (Faz menção de sair).

GORDON – Espere, eu não disse "obrigado"!

BATMAN – Não precisa... Nenhum de vocês nunca precisará! (Sai).

MONTOYA – É, parece que Gotham ganhou um novo protetor.

GORDON – Mais que um protetor, Renee... Eu diria que Batman é a melhor coisa que poderia acontecer a esta cidade! (Saem todos).

Cena Última

Entram Batman e Mulher-Gato, cada um por um lado do palco.

BATMAN – Então nós finalmente nos encontramos de novo!

MULHER-GATO – Já estava com saudades de dançar com você!

BATMAN – Dançar? Como assim dan... (Antes que ele possa terminar de falar, Mulher-Gato o agarra, beija-o e o casal começa a dançar ao som de "Kiss From a Rose", do cantor Seal, cuja letra está a seguir. O resto do elenco volta ao palco e agradece ao público, Coringa atirando algumas rosas à platéia, enquanto Batman e Mulher-Gato continuam dançando abraçados).

There used to be a graying tower alone on the sea
You became the light on the dark side of me
Love remained
A drug that's the high and not the pill.
But did you know,
That when it snows,
My eyes become large and
The light that you shine can be seen

Baby,
I compare you to a kiss from a rose on the gray
Ooh, the more I get of you
The stranger it feels, yeah
And now that your rose is in bloom,
A light hits the gloom on the gray

There is so much a man can tell you,
So much he can say.
You remain, ny power, my pleasure, my pain,
Baby,
To me you're like a growing addiction
That I can't deny.
Won't you tell me is that healthy, baby?
But did you know,
That when it snows,
My eyes become large and
The light that you shine can be seen

Baby,
I compare you to a kiss from a rose on the gray
Ooh, the more I get of you
The stranger it feels, yeah
And now that your rose is in bloom,
A light hits the gloom on the gray

I've been kissed by a rose on the gray,
I've been kissed by a rose
I've been kissed by a rose on the gray,
...And if I should fall along the way
I've been kissed by a rose
...been kissed by a rose on the gray

There is so much a man can tell you,
So much he can say.
You remain, my power, my pleasure, my pain,
Baby,
To me you're like a growing addiction
That I can't deny.
Won't you tell me is that healthy, baby?
But did you know,
That when it snows,
My eyes become large and
The light that you shine can be seen

Baby,
I compare you to a kiss from a rose on the gray
Ooh, the more I get of you
The stranger it feels, yeah
And now that your rose is in bloom,
A light hits the gloom on the gray

Now that your rose is in bloom,
A light hits the gloom on the gray

FIM

Luiz Fabrício de Oliveira Mendes – "Goldfield".